terça-feira, 4 de junho de 2019

SÓCRATES: A DIALÉTICA - FILOSOFIA - 1° ANO


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça

Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 

Série:    1° Ano 

Disciplina:   Filosofia - 2019

Sócrates: a dialética

Vídeo: SÓCRATES

·      Sócrates

Imortalizado nos diálogos de Platão. Sócrates tornou-se um mestre e um exemplo da conduta ética até nossos dias.

Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos, porém, não deixou nada escrito. O que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.

 Sócrates era filho de um escultor e de uma parteira – dupla herança que o levou a buscar esculpir simbolicamente, uma representação autêntica do ser humano e a ajudar seus discípulos a dar à luz suas próprias ideias.

·      Diferenças e semelhanças entre Sócrates e os sofistas

O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas, embora não “vendesse” seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral.

Tanto quanto os sofistas, Sócrates abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explica a natureza e concentrou-se problemática do ser humano. No entanto se opôs ao relativismo quanto à questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses particulares, entre outros aspectos que marcaram sua diferença com a tradição sofista.

·      Debate com os sofistas

Embora em sua época tenha sido confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com esses filósofos. Ele procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?), enquanto os sofistas – conforme a visão de seus críticos – situavam suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência (da virtude, da justiça, do bem etc.) a partir da qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada.

·      A pergunta fundamental de Sócrates e a resposta

A pergunta fundamental de Sócrates era: qual é a essência do ser humano, ou o que o ser humano é essencialmente? Sua resposta apontava para a ideia de que o ser humano é sua alma, entendida aqui como a sede da razão, o nosso eu consciente (que inclui a consciência intelectual e a consciência moral), pois é o que nos distingue de todos os outros seres da natureza.

Por isso, o autoconhecimento era um dos pontos básicos da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase escrita no Oráculo de Delfos, era a recomendação primordial feita por Sócrates a seus discípulos.

·      Diálogo crítico

A filosofia de Sócrates era desenvolvida mediante o diálogo crítico (ou dialética) com seus interlocutores, o qual pode ser dividido em dois momentos básicos:

- refutação ou ironia – etapa em que o filósofo interroga seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber, formulando-lhes perguntas e procurando evidenciar suas contradições. Seu objetivo era fazê-los tomar consciência profunda de suas próprias respostas, das consequências que poderiam ser tiradas de suas reflexões, muitas vezes repletas de conceitos vagos e imprecisos:

- maiêutica – etapa em que ele propunha aos discípulos uma nova série de questões, com o objetivo de ajuda-los a conceber ou reconstruir suas próprias ideias. Por isso, essa fase é chamada de maiêutica, termo que em grego significa “arte de trazer a luz”.

·      Corruptor da juventude?

Sócrates não dava importância à condição socioeconômica de seus discípulos. Dialogava com ricos e pobres, cidadãos e escravos. O que importava eram as qualidades interiores de cada pessoa, condições indispensáveis ao processo de autoconhecimento.

Como não fazia distinção entre seus interlocutores e questionava tudo, incluindo crenças e valores comuns, foi considerado uma ameaça social, um subversivo. Interessado na prática da virtude e na busca da verdade, contrariava os valores dominantes da sociedade ateniense. Por isso, receber a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de corromper a juventude.

·      A morte de Sócrates

Após ser acusado de ser injusto com os deuses e de corromper a juventude, foi submetido ao um processo e, no final, foi condenado a beber cicuta (veneno mortal extraído de uma planta de mesmo nome).

Diante dos juízes, Sócrates assumiu uma postura altaneira e imperturbável, de quem nada teme. Permanecia absolutamente em paz com sua própria consciência.

·      Sua vida

Sócrates construiu uma personalidade corajosa, guiando sua conduta pelo critério de justiça que encontrou como correto. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a seus mais caros valores morais.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.