Colégio Estadual Deputado Manoel
Mendonça
Prof.:
Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia
- 2014
ESTRUTURA GEOLÓGICA E
RELEVO
· Origem da Terra
A Terra surgiu há
aproximadamente 4,5 bilhões de anos, resultando da agregação de poeira cósmica
e do bombardeamento de material rochoso atraídos pela força gravitacional. De sua origem
atual, passou por diversas transformações, estudadas a partir da disposição das
camadas rochosas e dos fósseis nelas encontrados. Essas camadas representam
registros dos acontecimento passados e permitem compreender a evolução do
planeta.
Durante sua formação
a configuração da crosta terrestre era totalmente diferente da que observamos
hoje. Essas transformações continuam acontecendo porque o planeta possui
muita energia em seu interior e porque a superfície da crosta terrestre sofre a
ação permanente de forças externas, como a chuva ou o vento, e do próprio
homem, que constrói cidades, desmata, refloresta, extrai minérios, faz aterros,
represa, desvia rios etc.
· Tempo geológico
É uma escala de tempo
usada para medir a história geológica da Terra. Como o surgimento da
Terra ocorreu a vários bilhões de anos, ou seja, um intervalo de tempo muito
grande, para facilitar o estudo, usamos
o tempo geológico que é medido em milhões de anos.
Há cerca de 3,8
bilhões de anos, a matéria incandescente que estava à superfície da Terra
começou a esfriar e a se solidificar, formando a crosta terrestre dando origem as
primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, como o granito (rocha
magmática intrusiva) e o basalto (rocha magmática extrusiva).
A pressão e a
temperatura muito elevadas, os fortes atritos, ou a combinação química de dois
ou mais minerais provocam alteração na estrutura molecular das rochas já
formadas, o que dá origem às rochas metamórficas, como o mármore, a ardósia
e o gnaisse.
Ao longo de milhões
de anos, as partículas de rocha e solos erodidos, transportadas pelo vento e
pelas águas, foram depositadas em depressões, formando grandes depósitos de
sedimentos. Nesses depósitos formaram-se lagos e oceanos, e a compactação
física e química das partículas dos sedimentos deram origem às rochas
sedimentares, como o arenito e o calcário.
- Teoria da Deriva
Continental de Weneger e Tectônica de placas de Harry Hess
A litosfera é composta de vários pedaços ou
placas, tanto nos continentes quanto no fundo dos oceanos. Essas porções da
crosta terrestre são chamadas de placas tectônicas (Teoria Tectônicas de
placas).
A análise dessas placas mostrou que elas se deslocam constante e
lentamente. É um deslocamento quase imperceptível, conhecido como deriva dos
continentes ou deriva continental (Teoria da Deriva Continental).
Depois de descobrir
esse deslocamento das placas que forma a litosfera, os cientistas concluíram
que há milhões de anos existiu um único e imenso continente na superfície da Terra e não seis, como conhecemos hoje:
Ásia, África, Europa, América, Oceania e Antártida.
Com o tempo, esse
supercontinente, denominado Pangeia, foi se rompendo, e pedaços de terras
emersas foram se distanciando uns dos outros. Um movimento produzido pelas forças
internas da Terra teria provocado esse distanciamento. Assim, cada grande
porção de terras emersas deu origem a um continente. O movimento começou há
aproximadamente 200 milhões de anos e continua até hoje.
- Consequências
dos movimentos das placas
Nas regiões de placas
divergentes
há um processo de afastamento (expansão) entre as placas tectônicas. O magma
aflora em grande volume formando uma cadeia montanhosa chamada dorsal. É o
caso das placas Sul-americana e Africana, cujo contato se dá no meio do Oceano
Atlântico, formando a Dorsal Atlântica – como nas cordilheiras meso-oceânicas.
Nas zonas de placas
convergentes,
o contato entre as placas pode ser de diversos tipos. Entre placas
continentais e oceânicas, a oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental
(menos densa e mais espessa), afunda-se na astenosfera e entra em fusão
(subdução), dando origem às fossas abssais. A placa continental se dobra e
soergue em grandes cordilheiras, com a dos Andes, na porção oeste do continente
americano. Se a colisão se dá na parte continental da crosta, os trechos em
colisão se deformam e se enrugam, dando origem às cordilheiras montanhosas continentais.
É o que ocorre entre as placas Indo-Australiana e Euro-Asiática, cuja colisão
formou a cordilheira do Himalaia.
Nas regiões de
encontro de placas conservativas, as placas deslizam lateralmente entre si, como fazem a placa
Norte-americana e a do Pacífico, não ocorre destruição nem formação de crosta. Não
produzem grandes alterações de relevo, mas provocam terremotos.
Terremoto
Com o lento movimento
das placas litosféricas, da ordem de alguns centímetros por ano, tensões vão se
acumulando em vários pontos, principalmente perto de suas bordas. As tensões
acumuladas podem ser compressivas ou distensivas, dependendo da direção de
movimentação relativa entre as placas. Quando essas tensões atingem o limite
de resistência das rochas, ocorre uma ruptura; o movimento repentino entre os
blocos de cada lado da ruptura gera vibrações que propagam em todas as direções.
· As províncias geológicas
São regiões com a
mesma origem e formação geológicas. Podem ser classificadas em três grupos: escudos
cristalinos, dobramentos modernos e bacias sedimentares.
Os escudos
cristalinos
constituem a formação mais antiga da crosta terrestre. Nos mais antigos
(arqueanos) estão os minerais não-metálicos (granito, ardósia etc.) Nos mais
recentes Proterozóicos e os do início da era Paleozóica) estão os metálicos
(ferro, manganês, ouro, cobre etc.), por isso os escudos mais recentes são
bastante explorados economicamente.
Dobramentos modernos
ou dobramentos terciários – são grandes cadeias orogênicas, formadas em
consequência da movimentação das placas no início do período Terciário. Nessas
cadeias como a Cordilheira dos Andes, a do Himalaia, as Cadeias Rochosas e aa
Cadeia dos Alpes, no terreno soerguido pelo movimento das placas pode conter
vários tipos de minerais metálicos e não metálicos.
As bacias
sedimentares
são depressões do relevo preenchidas por fragmentos minerais de rochas erodidas
e por sedimentos orgânicos; estes últimos ao longo do tempo geológico podem
transformar em combustíveis fósseis como o carvão mineral e o petróleo.
· Relevo
É uma grande
diversidade de desnivelamentos, ou seja, diferentes altitudes – desde terrenos
planos até pequenas formas com poucos metros de altura ou enormes cadeias de
dobramentos.
No decorrer do tempo ele vai sofrendo uma série de processos que o vão
modelando continuamente. O relevo e o modelado da superfície terrestre,
estudados pela geomorfologia, podem ser explicado pela atuação de agentes
internos e externos à crosta terrestre
Os agentes internos,
também chamados endógenos, são aqueles impulsionados pela energia contida no
interior do planeta – as forças tectônicas, ou tectonismo, que movimentam as
placas e provocam dobramentos, terremotos e vulcanismo. Esses fenômenos
deram origem às grandes estruturas existentes na superfície terrestre – as
cadeias orogênicas, os escudos cristalinos e as bacias sedimentares – e
continuam a atuar em sua transformação. É sobre essas grandes estruturas que
os agentes externos, ou exógenos – temperatura, vento, chuvas, rios, oceanos,
geleiras, microrganismos, cobertura vegetal, o homem e outros -, vão atuar,
transformando as rochas e dando a elas o aspecto que apresentam atualmente
· Intemperismo e erosão
Denominamos
intemperismo o processo de desagregação (intemperismo físico) e decomposição
(intemperismo químico) sofrido pelas rochas. O principal fator de intemperismo
físico é a variação de temperatura, que provoca a dilatação e contração das
rochas, fragmentando-as. Outro exemplo é o congelamento de água nas fissuras
das rochas, fato comum em regiões polares e de altitudes elevadas – ao
congelar, a água dilata as fissuras das rochas e provoca sua fragmentação. Já
o intemperismo químico resulta sobretudo da ação da água sobre as rochas –
semelhantes à um solvente, provocando a decomposição das rochas.
O material
intemperizado, ou seja, os fragmentos de rocha decomposta e o solo, está
sujeito a erosão. Nesse processo, as águas e o vento desgastam a camada
superficial de solos e rochas, removendo substâncias que são transportadas para
outro local, onde se depositam ou se sedimentam. O material removido provoca
alterações no modelado do relevo – por exemplo, aplainamento e rebaixamento,
mudança na forma das encostas e alargamento das margens de um rio.
· Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume único – São
Paulo: Scipione, 2005.
- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio
– São Paulo: Ática, 2010.