Col.
Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia - 2014
OS PAÍSES
EMERGENTES
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NICs
NICs é a sigla, em
inglês, para Newly industrialized Countries, ou seja, os novos países
emergentes, com o advento da globalização.
Os países
emergentes recentemente industrializados foram os últimos a se industrializar,
em sua maioria após a Segunda Guerra, portanto, tiveram uma industrialização
hipertardia. Para listar apenas os mais importantes, encaixam-se nesse grupo
economias do Leste e Sudeste Asiático, como os Tigres Asiáticos – Coreia do
Sul, Taiwan, Cingapura -, os novos Tigres – Indonésia, Malásia e Tailândia -,
da América Latina – Brasil, México, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile -, do
grupo IBAS – África do Sul e Índia -, além de outros países de regiões
diversas: Polônia (Leste Europeu), Turquia (Oriente Médio), Egito (Norte da
África), etc. Sem contar que a China e a Rússia muitas vezes também são
consideradas economias emergentes.
De acordo
com o FMI e considerando o PIB, a classificação no mundo, de alguns desses
países é: China (2º), Brasil (6º), Rússia (9º), Índia (11º), México (14º),
Coreia do Sul (15º), Taiwan (26º), Argentina (27º), África do Sul (29º),
Cingapura (38º). Portanto, em 2010, segundo o Banco Mundial, a China era a
maior economia do grupo e o Brasil, a segunda.
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As economias da América Latina
No início
da industrialização das três maiores economias da América Latina foi importante
a contribuição dos capitais privados, acumulados em atividades agropecuárias,
como o café, no Brasil, e a carne e o trigo, na Argentina. No México a
principal fonte de riqueza era o petróleo. Porém, em todos eles o fator mais
importante foi a participação do Estado na economia, investindo sobretudo em
infraestrutura e indústrias de bens intermediários, tanto que os símbolos mais
importantes desse modelo econômico foram as estatais Petrobras (hoje uma
empresa mista), a Pemex e a YPF (Repsol YPF, após ser privatizada em 1999 e
voltou a pertencer ao governo argentino em 2012). A continuidade do processo de
industrialização, após a Segunda Guerra, foi marcada pela entrada de empresas
transnacionais que passaram a atuar especialmente nos setores mais avançados
tecnologicamente, como o automobilístico, o químico-farmacêutico e o
eletrodoméstico. Assim, o processo de industrialização acabou se assentando no
tripé capital nacional (estatal e privado), e capital estrangeiro.
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Os Tigres Asiáticos
A
industrialização dos Tigres Asiáticos foi favorecida por uma conjunção de
fatores políticos, culturais e sócio-econômicos, aliados a uma série de medidas
governamentais que tornavam a produção barata e, portanto, garantiam a esses
países alta competitividade no mercado internacional. Entre os fatores,
destacam-se disponibilidade de mão de obra barata, disciplinada e relativamente
qualificada; incentivos fiscais e subsídios às exportações; medidas restritivas
às importações, aliadas a uma política de desvalorização cambial para baratear
os produtos de exportação; altas taxas de poupança interna; altos investimentos
em educação e em P&D. Atualmente esses países têm investido cada vez mais
em indústrias de alta tecnologia.
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O processo de industrialização na Índia
Na Índia,
a enorme população garantiu a oferta de numerosa mão de obra barata, mas
crescentemente qualificada, e de um amplo mercado consumidor. As grandes
reservas minerais, sobretudo de carvão, garantiram o fornecimento de energia e
matérias-primas. Os capitais vieram de investimentos estatais, especialmente em
infraestrutura e indústrias de base e bélica.
No início
os indianos contaram com assessoria e tecnologia soviética, mas com o tempo
acabou sendo mais importante a entrada de empresas transnacionais,
especialmente norte-americanas e britânicas.
Até hoje
o Estado Indiano tem uma forte participação na economia e possui diversas
empresas, como a Indian Oil, a maior do país, embora haja grupos privados e
importantes no país, como o conglomerado Tata (Tata Motors, Tata Steel, Tata
Technologies, etc).
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Setores que se destacam na economia indiana
Os
setores que mais se destacam na economia indiana são indústrias e os serviços
de alta tecnologia, como a de informática, de biotecnologia e de TI. O país
possui algumas das principais empresas desses setores e é um dos maiores
exportadores mundiais de softwares.
Abriga um
dos mais importantes parques tecnológicos do mundo – Bangalore – onde estão
instaladas praticamente todas as empresas globais desses setores. Contribuíram
para o desenvolvimento dos setores de alta tecnologia, especialmente da área de
informática, a política governamental de estímulos ao setor, a existência de
centros de pesquisas de excelência e a enorme quantidade de mão de obra
qualificada, porém bem mais barata do que sua correlata do Vale do Silício
(Estados Unidos) ou de Cambridge (Reino Unido). O retorno de muitos
trabalhadores de alta qualificação que antes prestavam serviços naqueles dois
países também contribuiu para o desenvolvimento das indústrias de alta
tecnologia na Índia.
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O processo de industrialização na África do Sul
Na África do Sul
também foi importante para o processo de industrialização a razoável oferta de
mão de obra barata, embora não tão numerosa e qualificada como na Índia.
Importante lembrar que durante o apartheid a mão de obra da maioria
negra sul-africana foi superexplorada. As enormes reservas minerais também
favoreceram a industrialização do país, um dos mais ricos em minérios no mundo.
Também, à semelhança da Índia, foi importante a intervenção do Estado na
economia, seja implantando uma política industrial, seja criando empresas
estatais. Apesar de ser o país mais industrializado do continente e ter
importantes empresas, nenhuma delas consta na lista das 500 maiores da revista
Fortune, num indício de que seu mercado interno é pequeno.
* Brics
Bric é a sigla
formada pelas iniciais Brasil, Rússia, Índia e China, e o grupo só recebeu esse
“apelido” porque a pronúncia da sigla se assemelha à da palavra tijolo (brick).
O termo foi criado em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neill, do banco
Goldman Sachs. A previsão é de que as quatro potências emergentes terão
economia equivalente às do EUA e da Europa, somadas, em 2050.
Com o tempo, o Bric
acabou se tornando um fórum de discussões entre as quatro potências emergentes,
que passaram a afinar suas posições nas negociações do G20 (após a crise
econômica de 2008), assim como nas negociações climáticas. Recentemente, os
quatro países tiveram posição comum na crise da Líbia e na Costa do Marfim.
No fim de 2010, o Bric
convidou a África do Sul a integrar o clube das potências emergentes. A
inclusão foi criticada por Jim O’Neill, para quem o país não tem a mesma força
nos parceiros. Os sul-africanos já vinham participando das reuniões do Bric.
Características comuns:
- situação política estável; - mão de obra em grande quantidade e em processo
de qualificação; - níveis de produção e exportação em crescimento; -
investimentos em setores de infraestrutura (estradas, ferrovias, portos,
aeroportos, usinas hidrelétricas, etc); - PIB (Produto Interno Bruto) em
crescimento; Índices sociais em processo de melhorias; - mercados de capitais
recebendo grandes investimentos estrangeiros.
Fonte Bibliográfica
MOREIRA, Carlos João, SENE,
Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume dois, 2ª ed. São Paulo: Scipione,
2014.
Especial BRICS - BBC. Disponível
em:
Década de 2020 deve consolidar
poder dos BRICS. Disponível em: