terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO E PRESERVAÇÃO

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia - 2016
Meio ambiente, desenvolvimento e preservação
·        Recursos naturais
São elementos existentes na natureza, os quais o ser humano explora a fim de produzir os bens de que precisa ou de que faz uso. Os recursos naturais, por sua própria natureza, existem independentemente da ação humana e não estão disponíveis de acordo com o livre-arbítrio de quem quer que seja.
Recursos naturais renováveis – são aqueles que podem ser repostos ou recriados (renovados) pela natureza em um período de tempo relativamente curto, desde que utilizado de maneira racional. Entre esses recursos estão as florestas, solos e fontes hídricas (rios, lagos, oceanos).
Recursos naturais não renováveis – são aqueles que não podem ser repostos pela sociedade e que levam milhões de anos para serem repostos pela natureza. Os minerais, como bauxita, ferro, ouro, e os combustíveis fósseis, como o petróleo, são exemplos de recursos que vão se esgotando à medida que são extraídos da natureza.
·        O capitalismo e a natureza
Com o advento da sociedade industrial e o desenvolvimento científico e tecnológico voltado para o aumento crescente da produção, arraigou-se na sociedade capitalista a ideia da natureza como fornecedora de recursos econômicos, vistos como bens que podem ser explorados a fim de gerar riquezas e lucros. Com essa mentalidade estritamente econômica, a natureza passou a ser tratada como um simples estoque de matérias-primas, fonte inesgotável de recursos necessários para sustentar e garantir a própria reprodução do modo de produção.
·        O capital natural
O capital natural compreende todos os conhecidos recursos usados pela humanidade: a água, os minérios, o petróleo, as árvores, os peixes, o solo, o ar etc. Mas também abrange sistemas vivos, os quais incluem os pastos, as savanas, os mangues, os estuários, os oceanos, os recifes de coral, as áreas ribeirinhas, as tundras e as florestas tropicais

·        Relação consumo – consumismo – degradação dos recursos naturais
A cultura do consumo, que se coloca como condição básica para a manutenção do mercado, depende do aumento da produção, o que, por sua vez, aumenta a pressão sobre os recursos naturais, acarretando os mais variados impactos e problemas ambientais. Ou seja, quanto maior for o consumo de nossa sociedade, em expansão pelo estímulo ao consumo realizado pela indústria da publicidade, as promoções (consumismo), maior será a exploração dos recursos naturais para atender a essa crescente demanda.
·        Estimulação do consumo pelos estabelecimentos comerciais
Na disputa pelo domínio de fatias cada vez maiores do mercado, os segmentos produtivos utilizam inúmeros mecanismos e estratégias de venda. Os estabelecimentos comerciais apostam na realização de promoções e liquidações, formas de pagamento facilitadas, como financiamentos e parcelamentos em cartões de crédito. As instituições financeiras oferecem linhas de crédito que induzem ao consumismo e ao endividamento individual.
·        Consequências da crise ambiental
Recursos hídricos – os recursos hídricos estão sendo seriamente afetados, por exemplo, com a construção de usinas hidrelétricas no curso dos rios, tem sido alterado o fluxo natural das águas fluviais, interferindo no ciclo de cheias e vazantes e afetando diretamente o processo de procriação dos peixes na época da piracema. A fauna e flora fluvial e lacustre também são afetadas pela poluição das fontes hídricas, provocada por esgotos domésticos e industriais e pelos resíduos químicos aplicados nas lavouras. Os oceanos por sua vez, são afetados pela poluição e pelo lixo lançado de maneira indiscriminada em várias regiões do planeta e também pela pesca predatória, prática que tem provocado o desequilíbrio dos ecossistemas marinhos. A captura excessiva de peixes e de crustáceos vem diminuindo muito a população de certas espécies.
Atividade mineradora – o avanço da atividade mineradora em grande escala tem aumentado enormemente a exploração de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, e também de minerais, como o ferro, a bauxita, o níquel e o manganês. Como a disponibilidade desses recursos é limitada, alguns estudos apontam que muitos deles poderão se tornar escassos ao longo das próximas décadas caso seja mantido esse ritmo de exploração.
·        Conferências do meio ambiente
Estocolmo (1972) – Foram discutidas questões como o controle da poluição do ar, a proteção dos recursos marinhos, a preservação e o uso dos recursos naturais.
Rio de Janeiro (ECO-92 – 1992) – Além de reafirmar a importância do desenvolvimento sustentável, como meta para conciliar o crescimento econômico, com justiça social e conservação ambiental, o encontro contribuiu para ampliar a conscientização sobre os problemas ambientais, fortalecendo ainda mais os movimentos ambientalistas e ecológicos.
Johanesburgo (2002) – Além das questões relacionadas à conservação ambiental, também foram discutidas temáticas em âmbito social, como a meta da redução do número de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza.
Rio de Janeiro (RIO+20 – 2012) – foi realizado um balanço do que foi efetivamente realizado nos últimos vinte anos sobre as questões ambientais, em especial as estratégias mais eficientes para se promover a sustentabilidade ambiental e também para se combater e eliminar a pobreza extrema do mundo.
·        Os movimentos ecológicos
Ao atuarem em inúmeras frentes, como na proteção de florestas e outros ecossistemas, em defesa de espécies ameaçadas de extinção, na preservação do patrimônio natural e na denúncia de crimes ambientais, os movimentos ecológicos têm pressionado muitos governos e setores da sociedade a assumirem compromisso cada vez maiores em relação às questões de ordem ambiental.
·        Desenvolvimento sustentável
Não existe uma única visão do que seja o desenvolvimento sustentável.
Para alguns, alcançar o desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização tecnologias mais eficientes e menos poluentes.
Para outros, o desenvolvimento sustentável é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza, elevar a qualidade de vida e satisfazes às necessidades básicas da humanidade, que oferece os princípios e as orientações para o desenvolvimento harmônico da sociedade, considerando a apropriação e a transformação sustentável dos recursos ambientais.
·        Uma sociedade ambientalmente sustentável.
No âmbito da governança, será preciso que os governos se empenhem na realização de ações concretas, voltadas para a amenização dos impactos ambientais, promovendo a adequação de suas legislações e a fiscalização mais efetiva dos crimes ambientais e priorizando projetos ambientalmente sustentáveis, além de se empenharem na realização de campanhas capazes de disseminar a conscientização ecológica.
No âmbito da iniciativa privada, será preciso que o setor empresarial invista no desenvolvimento de tecnologias limpas, mais eficientes e menos poluidoras, como forma de minimizar os impactos ambientais.
A construção de uma sociedade sustentável também depende diretamente da participação consciente dos cidadãos. Isso depende, pois, de atitudes mais ativas, tanto nas discussões políticas que cobrem das autoridades competentes a solução para os problemas ambientais, quanto na adoção de atitudes que sejam compatíveis com a preservação dos recursos naturais, como a revisão de hábitos consumistas, por exemplo.

Fonte Bibliográfica

MARTINEZ, Rogério, VIDAL, Wanessa Pires Garcia. Novo olhar: geografia, volume 3: 1.ed. São Paulo: FTD, 2013.

A GEOGRAFIA NA ERA DA INFORMAÇÃO

Colégio Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.:   Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     1º Ano – Ensino Médio 
Disciplina: Geografia- 2016
A Geografia na era da informação
·        Informação e espaço geográfico
Falar ao telefone e utilizar o computador para escrever e-mails, consultar o saldo bancário, efetuar pagamentos, fazer compras, realizar pesquisas e reservar ingressos para espetáculos em teatros ou cinemas são ações que fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas. Essas formas de comunicação e de obtenção de informações e serviços, usando meios tecnológicos, estão tão incorporadas ao modo de vida, que poucos se dão conta das grandes transformações que elas envolvem.
Estamos passando por uma revolução tecnológica com reflexos diversos na sociedade. Ao mesmo tempo que as novas tecnologias conectam pessoas e mercados em todo o mundo, também ampliam as desigualdades entre os povos e territórios. Isso acontece porque muitos estão praticamente excluídos dos avanços tecnológicos, carecendo até mesmo da infraestrutura básica para o funcionamento de equipamentos como, por exemplo, a rede de energia elétrica.
Em grande medida, a informática, a biotecnologia e as telecomunicações movem essa revolução, formando a base para a construção de uma nova estrutura social, econômica e histórica que tem sido chamada de Era da Informação.
·        Uso na Geografia
Do ponto de vista da Geografia, a informática e as telecomunicações possibilitaram a integração instantânea entre regiões distantes, por meio de rede de informação que se distribuem por todo o planeta, provocando profundas transformações na organização do espaço geográfico.
O espaço geográfico é o conjunto de elementos materiais (naturais e construídos) sob permanente ação da sociedade, que também faz parte desse espaço, modificando-o e organizando-o de acordo com as necessidades econômicas, políticas e culturais em seu processo de evolução histórica.
Nesse contexto, a Geografia cumpre papel essencial, pois ao fazer uso das novas possibilidades de análise do espaço geográfico, advindas das novas tecnologias de informação e comunicação, tornou-se uma importante ciência para o entendimento de como se produzem e reproduzem as relações humanas (inclusive as relações de poder), as relações da sociedade-natureza e a dinâmica das transformações nessa nova fase de desenvolvimento tecnológico e científico.
As relações entre sociedade e natureza e as que se estruturam dentro da própria sociedade, e que se estabelecem no espaço geográfico, estão materializadas e se tornam visíveis nas paisagens.
A paisagem geográfica é aquilo que se vê (o conjunto dos elementos naturais) e se percebe (sons, cheiros, movimentos) em determinado momento, em certo trecho do espaço. Em uma paisagem podem ser observados edifícios, áreas cultivadas, ruas, ferrovias, igrejas, aeroportos, enfim, os objetos construídos e modificados pela sociedade ao longo da história. Na paisagem também podem ser observadas formas naturais (animais, florestas, rios, formas da superfície) e as próprias pessoas.
·        Ciberespaço e espaço físico
O espaço físico compreende a paisagem e as ações humanas nele desenvolvidas. O ciberespaço é um espaço virtual, no qual, sem sai do lugar, podemos ter acesso a informações oriundas de qualquer parte do planeta, por meio de uma extensa rede de computadores e sistemas de comunicação.
·        O meio geográfico
O ambiente onde a sociedade humana desenvolve as suas relações, chamado meio geográfico, inclui tanto os aspectos naturais como as modificações que os seres humanos introduzem na natureza com a utilização das técnicas.
Sob o ponto de vista histórico, o meio geográfico pode ser dividido em três períodos: meio natural, meio técnico e meio técnico-científico-informacional. Cada um desses períodos corresponde a uma etapa de evolução técnica pela qual passou a sociedade humana
O meio natural: a sociedade viveu a maior parte da sua existência no meio natural, ainda que impusesse transformações à natureza, com o uso de ferramentas simples, para a produção de sua sobrevivência. Quando extraía da natureza seus meios de subsistência, com a caça, a pesca e coleta, o ser humano era totalmente dependente dela.
Demorou até que a humanidade desenvolvesse técnicas que lhe possibilitassem o cultivo do solo, a domesticação dos animais, a construção de abrigos, a confecção de vestimentas para proteção contra o frio e a criação de ferramentas que ampliassem suas formas de interferência na natureza.
O meio técnico: Há cerca de 250 anos, o avanço da ciência criou condições para a invenção de máquinas que modificaram radicalmente e com muita rapidez o modo de vida no planeta. A técnica adquiriu papel cada vez mais importante. O conjunto das técnicas envolvidas no processo de fabricação de mercadorias, na produção de energia e na circulação de pessoas foi resultado da aplicação prática dos conhecimentos científicos. As técnicas aplicadas à produção e à organização da vida social passaram a ser fruto das invenções tecnológicas.
O meio técnico-científico-informacional: Atualmente, a sociedade vive em um meio técnico-científico-informacional, caracterizado pela utilização de tecnologias da informação e comunicações (telecomunicações, informática etc.).
No meio técnico-científico-informacional, os fluxos de informação ocorrem de modo instantâneo por uma rede mundial de computadores. A informação é o elemento fundamental para imprimir agilidade aos processos de uma empresa, elevando sua competitividade. No meio geográfico atual, os negócios expandiram-se pelos continentes e elevou-se o volume de mercadorias e de investimentos no mercado internacional.
Esse meio técnico-científico-informacional também modificou as relações sociais, o modo de vida das pessoas, criou novas relações de trabalho, introduziu formas de lazer e de entretenimento antes inexistentes.
·        Os meios de comunicação de massa
Na era da informação, os meios de comunicação de massa exercem um papel social muito importante. Nunca um volume de notícias foi tão grande nem sua difusão tão rápida. Do mesmo modo, nunca foi tão amplo o poder de manipulação da mídia, que muitas vezes seleciona ou distorce os acontecimentos divulgados segundo seus próprios interesses políticos e econômicos.
A informação, portanto, não é neutra. Ela é selecionada, transmitida e aplicada segundo o ponto de vista e os interesses de países, empresas, partidos políticos, movimentos sociais etc.
Com isso os grandes conglomerados de comunicação acabam controlando a mídia internacional e exercendo forte influência política e cultural em todos os países. As grandes empresas de comunicações detêm diversas atividades que envolvem o jornalismo, o entretenimento e a publicidade. Com essa estrutura, dificilmente essas empresas se comprometem com o interesse público, voltando-se não para os cidadãos, mas para os consumidores.
·        Informática e telecomunicações – bases da Era da informação
Uma era se define pela existência de características que impactam a vida econômica, social e cultural da humanidade. O mundo atual vive sob a égide da informática e das telecomunicações, interligadas em operações que aceleram a velocidade da transmissão de dados, tornando possível o conhecimento em tempo real de informações geradas nos quatro cantos do planeta. É por isso que a informática e as telecomunicações são consideradas as bases tecnológicas da chamada Era da Informação.
·        A internet
A internet é uma rede mundial de computadores, criada na década de 1960 como um sistema de defesa, ligado ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A ideia era armazenar as informações nos computadores de diversas bases militares norte-americanas, preservando-as caso um ataque inimigo destruísse uma das conexões. Além disso, o sistema permitia o controle de mísseis nucleares por qualquer base militar ligada à rede.
·        A internet vai além do poder dos outros meios de comunicação
Numa rede em que as pessoas podem atuar livremente e que tem amplitude mundial, não é possível controlar ou censurar tudo que se transmite por meio dela. Assim, ela tanto pode ser utilizada por redes criminosas, incluindo aquelas ligadas à pedofilia e ao terrorismo, como constituir um canal de manifestação, organização popular, divulgação científica e educacional, defesa ambiental e contrainformação (como alternativa às informações e análises oferecidas pela imprensa considerada oficial).
Fontes Bibliográficas
LUCCI, Elian Alabi, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 1: 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

MOREIRA, Carlos João, SENE, Eustáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume 1, 2. ed. São Paulo: Scipione, 2014.

REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016
REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA
  • Messianismo
Messianismo foi a designação dada a movimentos sociais populares, principalmente de sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram comunidades comandadas por um líder religioso, ao qual se atribuíam dons de fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos. Esse líder político-religioso (messiânico) era considerado capaz de conduzir a comunidade a uma “nova era de justiça e felicidade”. Sua base era a crença na vinda do “salvador, para libertar o povo dos sofrimentos e conduzi-lo à felicidade eterna.
  • Revolta de Canudos
Aconteceu em Canudos (sertão da Bahia) no povoado chamado Belo Monte. Seu principal líder foi Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel).
20 mil a 30 mil sertanejos viviam com normas próprias: sistema comunitário; propriedade privada apenas dos bens de uso pessoal; não havia cobrança de impostos; era proibido a prostituição e venda de bebidas alcoólicas.
Seus adversários foram a Igreja Católica, os fazendeiros, as elites políticas e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos por forças locais, resistiram.  No entanto, ocorreu a morte de quase todo o povoado por tropas do governo federal, em 1897.
  • Guerra do Contestado
Aconteceu em Contestado (entre Paraná e Santa Catarina) no povoado chamado Monarquia Celeste. Seu principal líder foi João Maria (Atanás Mardaf): depois, José Maria (Miguel Lucena Boaventura.
20 mil sertanejos viviam com governo próprio e normas igualitárias, sem obedecer às autoridades da República.
Seus adversários foram os Coronéis-fazendeiros, os donos de empresas estrangeiras e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos violentamente, fundaram novos núcleos. Todos foram destruídos em 1916 por tropas do governo federal.
  • O Cangaço
O Cangaço desenvolveu-se no contexto de miséria, de injustiças praticadas pelos coronéis-fazendeiros, de fome e secas que assolavam o nordeste, produzindo um ambiente favorável à formação de grupos armados (os cangaceiros) que praticavam assaltos a fazendas e, muitas vezes, matavam pessoas.
Para alguns, o cangaço era uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade; para outros, era uma forma de banditismo social, isto é, de revolta reconhecida como legítima pelas pessoas que viviam oprimidas.
O principal personagem foi Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, considerado o “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia massacrou o bando de Lampião, em 1938, já durante o governo de Getúlio Vargas, o cangaço praticamente desapareceu do nordeste.
  • A Revolta da Vacina
A Revolta da Vacina resultou do descontentamento popular contra as medidas que vinham sendo tomadas no mandato do presidente Rodrigues Alves (1901-1906) para transformar a cidade do Rio de Janeiro na “capital do progresso”, entre elas: demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais, ampliação da rede de águas e esgotos, remodelação do porto e obras de saneamento e erradicação de epidemias, como a varíola. Quando o médico sanitarista Oswaldo Cruz, diretor de Saúde Pública, convenceu o presidente a decretar a lei de vacinação obrigatória, parte da população se revoltou, por falta de esclarecimento sobe a importância da vacina, somada a seu descontentamento com o governo. O governo usou tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria para dominar os revoltosos. Cerca de 30 pessoas foram mortas e mais de 100 foram feridas. Centenas de participantes dos conflitos foram presos e deportados para o Acre.
  • A Revolta da Chibata
A revolta teve início em 22 de novembro de 1910, quando cerca de 2 mil membros da marinha brasileira, liderados pelos marinheiro João Cândido, tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e, logo em seguida, dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as razões da revolta.
Os marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da marinha, que punia as faltas graves com 25 chibatadas; além disso, reclamavam da má alimentação e dos soldos (salários) miseráveis. O governo respondeu que atenderia as exigências feitas, e os marinheiros entregaram os navios aos comandantes. Com os marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus compromissos e puniu os líderes da revolta. No dia 9 de dezembro, outra rebelião foi organizada, mas, desta vez, o governo estava preparado e conteve os revoltosos. João Cândido, depois de ter sido preso na ilha das Cobras (Rio de Janeiro), foi julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirantes Negro, que acabou com o castigo da chibata na marinha brasileira.
  • Tenentismo
Tenentismo foi o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das forças armadas, principalmente tenentes, pretendia conquistar o poder pela luta armada e promover reformas na Primeira República. Fazem parte do movimento tenentista a Revolta de Copacabana, as Revoltas de 1924 e a Coluna Prestes.
  • Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um destacamento militar, comandado pelo militar gaúcho Luís Carlos Prestes, que unira suas forças à dos tenentes paulistas, percorrendo, durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), 24 mil quilômetros, através de 12 estados brasileiros, procurando apoio popular para novas revoltas contra o governo. A Coluna foi duramente perseguida pelas forças governamentais. Não conseguiu provocar revoltas populares capazes de ameaçar o governo, mas também não chegou a ser derrotada. Em 1926, a Coluna dispersou-se e foi finalmente desfeita; alguns de seus integrantes ficaram na Bolívia.
  • O Modernismo
O movimento modernista pretendia remodelar a arte brasileira, reagindo às formas tradicionais de artes plásticas e da literatura e à invasão cultural estrangeira. Ele teve início na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, e foi possível em um contexto de mudanças, marcado pelas revoltas tenentistas, pela fundação do Partido Comunista e pelo crescimento e modernização das cidades.
  • O Messianismo em Goiás – Um exército de homens descalços
Benedicta Cypriano Gomes - foi a líder de um movimento social religioso iniciado na década de 1920, no distrito de Lagolândia, município de Pirenópolis, no estado de Goiás.
Santa Dica é assim chamada porque ainda na adolescência se tornou curandeira e logo depois profetisa. Para a população local, as curas e profecias de Dica eram acreditados como verdadeiros milagres.
Dica devido aos seus poderes espirituais controlou os camponeses de Goiás.
A influência religiosa de Dica tornou-a, conhecida por Santa Dica. Essa mulher liderou os homens simples do campo na luta pelo repouso dominical, tornando-se uma ameaça aos fazendeiros.
Santa Dica insere-se dentro do contexto do messianismo brasileiro. (Antônio Conselheiro e José Maria).
A Santa Dica foi perseguida pelos coronéis da época e pelo governo de Pedro Ludovico, que lutava pelo fim das lideranças locais.
Em 1932, a Santa Dica liderou uma coluna que foi lutar contra os constitucionalistas de São Paulo.
Santa Dica foi condenada por bruxaria em Pirenópolis, mudando-se para Goiânia onde viveu até sua morte.

Fontes:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Dica_de_Goi%C3%A1s

SOCIEDADE E ECONOMIA NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

SOCIEDADE E ECONOMIA NA PRIMEIRA REPÚBLICA

  • Sociedade rural
Considerando que 69,7% da população trabalhava no setor agrícola e uma parte do setor de serviços situava-se também na zona rural, podemos dizer que cerca de ¾ da população brasileira ativa trabalhava na zona rural. Os 13,8% que atuavam na indústria, por sua vez, mais a outra parte dos profissionais do setor de serviços, totalizariam, aproximadamente, o outro ¼ da população e estariam sediados em zonas urbanas.
  • Coronelismo
Coronelismo foi o sistema de dominação, característico da Primeira República, exercido por grandes proprietários rurais (os “coronéis), que se tornaram verdadeiros “caciques” ou líderes políticos das cidades ou regiões onde estavam estabelecidos. Em suas fazendas, os coronéis exploravam um grande número de trabalhadores, que recebiam salários miseráveis e passavam a depender de seu auxílio (na forma de empréstimos em dinheiro, educação dos filhos e em momentos de doença). Nas cidades, eles controlavam, pessoalmente, os principais empregos e cargos: na prefeitura, na delegacia, na escola, no cartório público e na estação de trem; os comerciantes, médicos, advogados, prefeitos, vereadores, delegados, juízes, padres e professores procuravam se aproximar dos coronéis, em busca de favores.

  • O voto de cabresto
“Voto de cabresto” foi a expressão popular usada para se referir ao voto dado sob pressão, imposto ao eleitor; isso acontecia porque o voto de cada eleitor era aberto, declarado publicamente.

  • As oligarquias agrárias
As oligarquias agrárias montaram, em cada estado, uma rede de transmissão de poder na qual o coronelismo fazia a articulação das alianças na base de troca de favores, da dependência pessoal (clientelismo) e da corrupção, o que permitia manter o poder nas mãos de um mesmo grupo; no final do mandato, cada governador passava o cargo para um parente ou correligionário.

  • A política dos governadores
A “política dos governadores” funcionava na base da troca de favores: os governadores de estado apoiavam o governo federal, ajudando a eleger deputados federais e senadores favoráveis ao presidente, que, em retribuição, apoiava os governadores concedendo verbas, empregos e favores para seus aliados políticos.
Na época, não existia no país uma Justiça Eleitoral independente que pudesse averiguar possíveis irregularidades nas eleições. O que existia era uma Comissão Verificadora no Congresso Nacional, que julgava os resultados eleitorais. A serviço do presidente, A Comissão Verificadora das eleições aprovava apenas os nomes dos deputados e senadores da situação (os que apoiavam o governo), impondo obstáculos ao reconhecimento da vitória eleitoral dos candidatos da oposição

  • Política do café com leite
A expressão “política do café com leite” foi o apelido dado à aliança entre o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM), que praticamente dominaram a vida política brasileira durante a Primeira República. Era uma alusão ao fato de São Paulo ser o primeiro estado em produção de café e Minas Gerais, o segundo, também se destacar pela produção de leite.
  • As exportações brasileiras
No período de 1889 a 1933 o café liderou a pauta de exportações. Não considerando outros produtos, o segundo lugar foi ocupado pela borracha, entre 1889 e 1918, e por couro e peles, entre 1919 e 1933. Durante a Primeira Guerra Mundial o produto que teve a maior queda significativa das exportações foi o café.
  • Consequências da crise de superprodução de café
As consequências foram a queda do preço do produto e o acúmulo de estoque, que em 1905 chegou a corresponder a 70% do consumo mundial de um ano.
  • Convênio de Taubaté
Em 1906, cafeicultores e políticos reuniram na cidade paulista de Taubaté com o objetivo de encontrar soluções para as crises de superprodução. Os fazendeiros e os políticos chegaram a um acordo, conhecido como Convênio de Taubaté, que dependia da aprovação do governo federal, pelo qual o governo compraria a produção de café que ultrapassasse a procura do mercado, estocando o excedente para ser vendido quando os preços se normalizassem. Para efetivar essa compra, o governo faria empréstimos no exterior. Os fazendeiros foram atendidos; eles deixaram de ter prejuízos, porque, com a compra do excedente, o preço do café não caía, embora os estoques do governo aumentassem sem que surgisse oportunidade de vende-los no mercado externo.
  • A borracha e o cacau
Além do café, a borracha e o cacau também tiveram seu apogeu na pauta de exportações brasileiras durante a Primeira República. O declínio na venda desses produtos ocorreu porque os países compradores da Europa começaram a investir em sua produção: Inglaterra e Holanda passaram a cultivar seringais na Malásia, no Ceilão e na Indonésia; o cacau passou a ser cultivado pelos ingleses na Costa do Ouro (África). Essas produções logo conquistaram os mercados internacionais, fazendo declinar as vendas do cacau e da borracha brasileiros.
  • Imigração, industrialização e mudanças sociais
O período da Primeira República também foi marcado pela grande imigração, principalmente europeia, e pelo avanço industrial no país. Os dois processos tiveram diversos impactos na sociedade brasileira, entre os quais se destaca o surgimento do movimento operário.
  • Imigração para São Paulo
O estado de São Paulo, com cerca de 57% do total de imigrantes, foi o estado brasileiro que recebeu o maior número de imigrantes entre 1890 e 1930. Isso se deveu, em boa medida, à expansão da economia cafeeira, que abria milhares de postos de trabalho, e à política do governo paulista de incentivo à imigração, fazendo propaganda no exterior e concedendo passagens e alojamentos aos imigrantes.
  • Fatores que impulsionaram a industrialização na Primeira República
A expansão dos cafezais, paralelamente às crises de superprodução, quando muitos cafeicultores aplicaram seus lucros na indústria, além da existência de um grande número de ex-escravos e imigrantes que deixaram o campo e o trabalho na agricultura em busca de novas oportunidades, representando oferta de mão de obra para o setor industrial.
  • As condições de trabalho dos operários na indústria
Os operários eram submetidos a jornadas de trabalho muito longas (15 horas por dia, de segunda a sábado e, às vezes, até domingo); para suprir os salários muito baixos, a família toda era obrigada a trabalhar. Não havia legislação que assegurasse direitos trabalhistas, como salário mínimo, férias, aviso prévio ou indenização em caso de demissão. Os locais de trabalho apresentavam condições muito ruins: pouco espaço, sem iluminação, ventilação ou cuidados com higiene e segurança. Os acidentes de trabalho eram muito frequentes e atingiam principalmente as crianças, que também sofriam outras formas de violência (incluindo castigos físicos). As mulheres eram, ainda, vítimas de assédio sexual por parte de mestres e contramestres. Em reação, surgiram várias formas de organização operária, entre elas os sindicatos, que lutaram pela conquista dos direitos trabalhistas e sociais.
  • A primeira greve geral de operários no Brasil
Em julho de 1917 ocorreu a primeira greve geral de operários no Brasil, quando houve vários enfrentamentos com a polícia, e o sapateiro anarquista José Martinez, de 21 anos de idade, morreu baleado. Os grevistas reivindicavam aumentos salariais, jornada de trabalho de oito horas, direito de associação, libertação dos grevistas presos etc.
  • Reação das elites econômicas e das autoridades
Na greve geral de 1917 tiveram de negociar, fazendo várias promessas, que depois não foram totalmente cumpridas. Para as elites políticas e econômicas do país, insensíveis às necessidades dos trabalhadores, as manifestações operárias não passavam de baderna, que afetava seus interesses, sendo consideradas por isso “caso de polícia” (expressão do presidente da República Washington Luís). Assim, os protestos dos trabalhadores não mereceram a devida atenção dos empresários e dos políticos até o final desse período, sendo tratados com o uso da violência policial.
  • Coronelismo em Goiás
Durante a República Velha predominou em Goiás a interferência política de duas famílias, a dos Bulhões (1870-1910) e a dos Caiados (1912 – 1930).
O Coronelismo correspondeu a articulação do poder local com a esfera Federal, representando a Política dos Governadores iniciado no governo de Campos Sales.
A ascensão dos Caiado ao poder ocorreu devido a campanha civilista, onde os Bulhões apoiaram Rui Barbosa e os Caiados o candidato oficial Marechal Hermes da Fonseca.
A Política Salvacionista de Hermes da Fonseca correspondeu a interferência do poder Federal em Goiás e a substituição dos Bulhões pelos Caiado.
Os coronéis contrários a qualquer tipo de mudança de caráter progressista, não queriam a estrada de ferro, pois ela representaria uma força nova de transformação que poderia ameaçar o “status quo”, ou seja, o poder constituído dos coronéis. A manutenção do “atraso” era também uma forma de manter a dominação.
A região Sul de Goiás foi privilegiada com a construção da estrada de ferro, tornando-se o polo de desenvolvimento e exportação da produção goiana.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

AMÉRICA

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    2° Ano 
Disciplina:   História – 2016
 AMÉRICA
·        Choque de “Humanidades”
Na América, o contato entre europeus e indígenas teve profundo impacto sobre ambos. Representou, segundo o historiador Sérgio Buarque de Holanda, o confronto de duas humanidades diversas, tão heterogêneas, (...) que não deixa de impor-se entre elas uma intolerância mortal.
·        Descobrimento ou conquista?
Durante muito tempo, vários historiadores transmitiram uma visão heroica dos feitos do conquistador, o que tornou corrente o uso da expressão descobrimento (da América ou do Brasil), enfatizando o “aspecto civilizador” da chegada dos europeus.
Mais recentemente, os historiadores têm analisado a questão sob outros pontos de vista, ressaltando o impacto da presença dos europeus na destruição dos modos de vida e na dizimação dos povos que viviam na América. Desse ângulo, a questão não é colocada como “descobrimento”, mas como invasão e conquista.
Não se trata, contudo, de mera preferência por palavras. O conceito de descobrimento, na maioria das vezes, relaciona-se à exaltação das ações dos europeus, ignorando os processos históricos que aconteciam no continente americano. Entretanto, a América não era um mundo a ser criado ou à espera de seu descobridor – já fora “descoberta e habitada milhares de anos antes da chegada dos europeus.
·        Conquista da América e Renascimento
A suposição de que a Terra era redonda, e a necessidade de comprovação dessa hipótese através de uma viagem, são um projeto tipicamente renascentista.
Ao descobrir outras culturas, o homem do Renascimento hierarquizou-as: da civilização à barbárie. Nesse sentido, o humanista constituiu-se a partir de uma vontade de domínio e poder sobre todos os povos do mundo.
A América – destruída e construída a partir do padrão europeu – transformava-se em lugar de comprovação da superioridade da cultura europeia. Era necessário construir uma igreja em cima de uma pirâmide indígena. Não podia ser ao lado.
Os descobridores, ao realizarem sua obra de colonização construindo igrejas e outras edificações necessárias à conquista, e os artistas, pintando ou esculpindo na Europa, consideravam a existência de um único padrão de beleza, uma única religião verdadeira, uma cultura superior a todas as outras. Descobridores e artistas olhavam o mundo de um único ponto e a partir dele destruíam e construíam.
O resultado desse esforço renascentista, dessa “plenitude”, foi suporem possuir domínio sobre a vida e a morte das populações que consideravam bárbaras. A América conheceu a expressão mais violenta desse sonho de dominação.
Janice Theodoro da Silva. Descobrimentos e Renascimento. São Paulo, Contexto, 1991. P.56-58, 63-64.
·        Os verdadeiros descobridores da América
Antes da chegada dos europeus, havia no continente americano mais de 3 mil nações indígenas. Apesar de Colombo ter chamado de “índios” os habitantes da América na época da conquista, por trás desse nome genérico encontravam-se sociedades e culturas muito diferentes.
Os aruaques, jês e tupis-guaranis (do atual Brasil), os caraíbas (das atuais Antilhas), os patagônios e araucanos (do sul do continente) e os iroqueses e sioux (da América do Norte) praticavam a caça, a pesca e a coleta, além de dominarem técnicas agrícolas. Utilizavam utensílios e instrumentos de pedra e madeira e, raramente, de metal. Deslocavam-se periodicamente em busca de recursos necessários à sua sobrevivência e organizavam-se em grupos, ligados por parentesco.
Outros povos, como os maias, os astecas e os incas, desenvolveram sociedades com técnicas agrícolas mais elaborada e um governo centralizado (com exceção dos maias, que se organizavam em cidades-Estados); criaram sistemas próprios de escrita (exceto os incas) e tinham conhecimentos sobre arquitetura, matemática e astronomia.
·        Maias, Astecas e Incas
Maias - A civilização maia, que se desenvolveu na península de Yucatán, na América Central, alcançou seu apogeu no século VII.
A economia dos mais baseava-se principalmente no cultivo do milho, feijão e batata-doce. Eles não conheciam o uso do ferro, da roda, do arado e do transporte por animais. A sociedade era dirigida por poderosos sacerdotes.
Os maias construíram grandes templos, pirâmides e observatórios de astronomia; criaram um calendário bastante preciso e um sistema de escrita; desenvolveram a pintura mural e a arte cerâmica.
Astecas – A civilização asteca desenvolveu-se a partir do século XII, na região do México atual; a capital era a cidade de Tenochtitlán (atual cidade do México). Povo guerreiro, os astecas eram governados por um rei poderoso.
Plantavam milho, feijão, cacau, algodão, tomate e tabaco. Além disso, comercializavam bens, como tecidos, peles, cerâmicas, sal, ouro e prata. Desconheciam o uso do ferro, da roda e dos animais de carga. Dominavam, entretanto, a técnica da ourivesaria (trabalhos manuais em ouro), da cerâmica e da tecelagem.
A história da conquista do império Asteca pelos espanhóis teve início em fevereiro de 1519, quando Hernan Cortés desembarcou na península Yucatá. Informado da grande quantidade de ouro existente no território asteca, Cortés decidiu ataca-lo. Combinando violência e habilidade, prendeu o imperador asteca, Montezuma, e saqueou a cidade de Tenochtitlán.
Incas – A civilização inca desenvolveu-se nas regiões que hoje correspondem a parte do Peru, do Equador, da Bolívia e do norte do Chile, alcançando seu período de maior esplendor por volta do século XIV. O Império Inca, com capital na cidade de Cuzco, chegou a ter uma população de 20 milhões de habitantes, governada por um imperador considerado um deus, o filho do Sol (o Inca). Para governar, o imperador contava com chefes militares, governadores de províncias, sacerdotes e muitos funcionários.
A economia dos incas baseava-se no cultivo de milho, batata e tabaco. Desenvolveram a tecelagem, a cerâmica, a metalurgia do bronze e do cobre; sabiam trabalhar metais preciosos, como o ouro e a prata, e utilizavam a lhama como animal de carga. Construíram palácios, templos, estradas pavimentadas, aquedutos e canais de irrigação. Não desenvolveram um sistema de escrita, mas sabiam registrar números e acontecimentos por meio dos quipos (cordões coloridos nos quais se davam nós como forma de registros de informações.
·        Os europeus na visão dos indígenas
Os indígenas formaram imagens variadas a respeito dos europeus: inimigos, invasores, deuses, demônios, impostores, loucos, entre outras. A cada uma dessas imagens ocorreu a reação correspondente. Com Colombo e Cabral, a reação foi hesitante, mas pacífica e de grande curiosidade. Outras vezes, foi de submissão, pois pensaram que os europeus fosses deuses, como no caso de Montezuma. Mas houve também casos de hostilidade e resistência imediata dos grupos indígenas, como aqueles que os conquistadores foram executados e consumidos em rituais de antropofagia.
·        Fatores que contribuíram decisivamente para a vitória dos europeus contra os indígenas
Os espanhóis utilizavam armas de fogo, o cavalo e o aço, que lhes davam ampla vantagem durante as batalhas, mesmo que estivessem em número inferior aos indígenas.
Além disso, as doenças trazidas pelos espanhóis, contra as quais os grupos indígenas não possuíam imunidade, dizimaram comunidades inteiras.
Por fim, os espanhóis souberam utilizar a rivalidade entre os povos indígenas a seu favor, já que os incas e astecas formaram seus impérios a partir da dominação sobre outros povos.
·        Os objetivos dos europeus e as consequências para a população indígena
Os espanhóis passaram a utilizar os indígenas como mão de obra escrava e fundaram missões para catequizá-los. Isso resultou na desestruturação das formas tradicionais de trabalho, da organização social e religiosa e da maneira de utilização do tempo dos povos indígenas.
·        Os indígenas na visão dos europeus
De maneiras diversas. Houve um resgate de boa parte do imaginário europeu com base em mitos antigos, como gigantes, amazonas, acéfalos etc. Mas houve também discussões e visões de cunho moral e filosófico, em que uns defendiam uma natureza inferior e bestial dos indígenas, enquanto outros, numa reflexão mais humanista, passaram a vê-los como selvagens idealizados, seres humanos em estado puro, natural, que, com sua nudez, inocência e falta de cobiça, permitiam aos europeus compreender, por comparação, a si mesmos e seu universo “civilizado”, com todas as suas deformações. Nos dois pontos de vista, a ideia de civilização (europeia) contrasta com a ausência dela na América. O civilizado pode, no primeiro caso, utilizar a não civilização em benefício próprio ou, no segundo caso, tem como obrigação tornar civilizado aquele que não é.
·        Transformação na vida europeia
Os grandes comerciantes e banqueiros europeus obtiveram lucros expressivos com a conquista e a colonização do continente americano. O eixo econômico da Europa, antes, concentrado no mar Mediterrâneo, deslocou-se para os portos do oceano Atlântico, como Lisboa, Sevilha e Cádiz, que mantinham comércio direto com os territórios conquistados na África e América.
Os países que promoveram a expansão comercial-marítima, nos séculos XV e XVI, tornaram-se poderosos na Europa. Pelo pioneirismo, destacaram-se Portugal e Espanha; posteriormente, sobressaíram França, Inglaterra e Holanda. Disputando novos mercados, onde poderiam obter lucros e riquezas, os comerciantes desses países entraram num período de grande concorrência.
Na dinâmica política ocorreu um aumento do poder político e econômico dos países ibéricos.
Culturalmente houve desenvolvimentos de novas técnicas de navegação e difusão de conhecimentos adquiridos no contato com os povos indígenas.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.