quinta-feira, 15 de setembro de 2016

GEOPOLÍTICA E ECONOMIA DO PERÍODO PÓS-SEGUNDA GUERRA - 2° ANO

Colégio Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2º Ano
Disciplina: Geografia - 2016
GEOPOLÍTICA E ECONOMIA DO PERÍODO PÓS-SEGUNDA GUERRA
·         Guerra Fria
Foi um período de forte tensão e antagonismo entre as superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que, no entanto, restringiu-se ao plano político, ideológico e diplomático, sem um confronto bélico de fato. A Guerra Fria estendeu-se de 1947, com a elaboração do Plano Marshal e da Doutrina Truman, até 1989, com a queda do Muro de Berlim.
·         BIRD e FMI
O Bird – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento -, mais conhecido como Banco Mundial, teve no pós-guerra o papel de financiador da reconstrução dos países aliados dos Estados Unidos e, posteriormente, passou a se encarregar de financiamentos, a longo prazo, de projetos visando ao desenvolvimento dos países-membros. O FMI – Fundo Monetário Internacional – tinha como objetivo conceder empréstimos a curto prazo para pagar a dívida externa de países-membros com problemas. Deveria zelar também pelo bom funcionamento do sistema financeiro internacional, principalmente pela estabilidade das moedas e do câmbio.
·         Plano Marshall e Doutrina Truman
O Plano Marshall, idealizado em 1947 pelo então secretário de Estado norte-americano George C. Marshall, consistiu na canalização de bilhões de dólares (em torno de U$ 12 bilhões entre 1948 e 1952) aos aliados da Europa ocidental. Visava recuperar a economia desses países, que fora devastada pela Segunda Guerra, consolidando a hegemonia norte-americana no bloco ocidental e garantindo fluxo de produtos e capitais de suas empresas nesses mercados. Além desse interesse econômico, propriamente dito, o plano converteu-se, ao consolidar as economias capitalistas, num sustentáculo da doutrina Truman (presidente norte-americano Henry Truman), que visava conter a expansão da influência soviética na Europa Ocidental, criando alianças militares, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), para isolá-la.
·         Conflito Leste X Oeste
O conflito Leste X Oeste tinha uma forte conotação geopolítica e ideológica durante a Guerra Fria. Opunha as duas superpotências e seus respectivos sistemas sociais, econômicos e políticos, definindo as zonas de influência da União Soviética, socialista com regime de partido único, e dos Estados Unidos, capitalista com regime democrático.
·         Conflito Norte X Sul
O conflito Norte X Sul caracteriza a oposição entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos, ou também chamados países ricos e países pobres, respectivamente. No entanto, esse antagonismo é um tanto reducionista, na medida em que não evidencia a oposição de classe entre ricos e pobres, que bastante acentuada nos países subdesenvolvidos, mas que também existe (e está aumentando) nos países desenvolvidos. Com o fim da Guerra Fria e, portanto, do conflito Leste X Oeste, que era essencialmente geopolítico-ideológico, aflora de forma clara o conflito Norte X Sul, que é predominantemente de natureza econômica. Durante a Guerra Fria, esse conflito era mascarado, colocado em segundo plano por aquele.
·         Símbolos da ordem mundial do período da Guerra Fria
A Alemanha dividida, O Muro de Berlim, a bipolarização militar, muito nítida na Europa separada pela Cortina de Ferro, com a Otan de um lado e o Pacto de Varsóvia do outro.
·         Características da ordem mundial pós Guerra Fria
O mundo pós-Guerra Fria, por muitos chamados de nova ordem mundial, é caracterizado pela emergência de uma realidade geopolítica na qual impera uma única superpotência, os Estados Unidos, o que faz alguns defenderem a idéia de que vivemos num mundo unipolar. Entretanto, com a recuperação do Japão e da Alemanha, com o crescimento da China e a consolidação da União Européia, outros argumentam que vivemos num mundo multipolar. O fato, porém, é que com o final da Guerra Fria e da bipolaridade entre as duas superpotências, o mundo ficou mais instável, imprevisível e emergiram novos focos de tensão, como é o caso dos conflitos étnicos e dos ataques terroristas.
·         Migrações em massa
As migrações em massa se constituem um grave problema decorrente da desigualdade entre o “Norte” e o “Sul”, fenômeno cada vez mais preocupante por causa de suas dimensões sociais, econômicas, culturais e geopolíticas. Milhões de pessoas, a cada ano, estão saindo de seus países em consequência do desemprego, dos baixos salários, da fome e da miséria, aliados ao crescimento populacional nos países subdesenvolvidos, às perseguições políticas e violações dos direitos humanos, comuns em muitos países, e às várias guerras que ocorrem no mundo. Essa multidão de imigrantes, dirige-se sobretudo aos países da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – Clube dos Ricos) como os Europa Ocidental, Estados Unidos, Japão e os ricos países produtores de petróleo do Golfo Pérsico.  
Fonte Bibliográfica

MOREIRA, Carlos João, SENE, Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2011

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA E TECNOLOGIAS MODERNAS APLICADAS À CARTOGRAFIA - 1° ANO

Colégio Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     1º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia  -  2016

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA  E
TECNOLOGIAS MODERNAS APLICADAS À CARTOGRAFIA

·          Serventia de um gráfico
Estabelece a relação entre as informações da realidade que podem ser quantificadas, expressas em números. Produz no investigador ou no público em geral, uma impressão mais rápida e viva do fenômeno em estudo. Os gráficos falam mais rápido.

·          Tipos de gráficos
Linha, colunas, barras, setores, polares

- Gráficos de linha – são indicados para representar séries estatísticas cronológicas, como a taxa de inflação ao longo do ano, temperatura mensal durante o ano, crescimento da população num determinado período.
- Gráficos de colunas ou barras – podem ser usados para representar qualquer série estatística: histórica, geográfica ou categórica, mas são utilizados mais para essa última.
- Gráficos de setores – os diferentes valores são representados por partes ou “fatias” de um círculo e são proporcionais ao total do fenómeno representado. Este gráfico também é popularmente conhecido como “gráfico de pizza” e é indicado para representar um fenômeno categórico: por exemplo, a língua dos usuários da Internet no mundo, ressaltando as partes que o gráfico se subdivide.
- Gráficos do tipo polar – Baseado na representação polar ou trigonométrica dos pontos num plano, é ideal para mostrar séries cronológicas cíclicas, ou seja, que apresentam determinada periodicidade: pluviosidade ou temperatura ao longo de um período de tempo, o consumo de energia elétrica no mês ou no ano. Os valores de cada mês são ligados por uma linha, e a figura formada foi colorida para facilitar a visualização.

·          Requisitos para um gráfico útil
- Simplicidade – não possuir detalhes sem importância, evitando uma análise demorada ou com erros;
- Clareza – possibilitar a interpretação dos valores do fenômeno em estudo;
- Veracidade – expressar a verdade.

·          Sistema de Sensoriamento Remoto
É o conjunto de técnicas de captação e registro de imagens a distância por meio de diferentes sensores, como equipamentos fotográficos, scanners de satélites e radares. As imagens obtidas podem revelar muitos dos elementos geográficos da superfície como: florestas, ares de cultivo e cidades, e da atmosfera, como nuvens ou fumaça de incêndios florestais.

·          Funcionamento do GPS
GPS – Sistema de Posicionamento Global. Desenvolvido durante a Guerra Fria pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, resultado da Corrida armamentista com a extinta União Soviética para localizar, com precisão, um objeto ou pessoa, bem como a sua velocidade se estiver movimentando;
Utiliza os satélites que cumprem órbitas fixas e estão dispostos de modo que, de qualquer ponto da superfície ou próximo a ela, é possível receber ondas de rádio de pelos 4 deles. O aparelho que recebe as ondas chama-se GPS(receptor). Calcula: coordenadas geográficas em graus, minutos e segundos e altitude.

·          SIG
Sistema de Informação Geográfica – Resultado da utilização conjunta de mapas digitais, elaborados com auxílio do GPS e de bancos de dados informatizados. Permitem coletar, armazenar, processar, recuperar, correlacionar e analisar diversas informações, gerando diversos mapas e gráficos. Importante para o planejamento urbano e rural.
·          Utilização do SIG
- Planejar a distribuição e calcular os custos dos serviços prestados pela prefeitura no território municipal, como a coleta do lixo;
- Planejar investimentos em obras públicas, como um novo viaduto, um hospital e avaliar seus resultados;
- Facilitar o levantamento de imóveis para cálculos e controle da arrecadação das taxas e impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Territorial Rural (ITR);
- Melhorar a qualidade sistema de transportes coletivos e do tráfego urbano.
- Cadastrar propriedades, empresas e moradores, com grande número de informações, tornando mais rápidos e eficientes os programas de atendimento.

Fonte Bibliográfica

MOREIRA, Carlos João, SENE, Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2009.

IGREJA CATÓLICA E CULTURA MEDIEVAL - 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2014

Igreja Católica

  • Organização do Clero
Na Idade Média, o clero se organizava em clero secular – estruturado numa hierarquia composta de pároco, bispo, arcebispo e papa – e clero regular, formado por sacerdote (monges) que viviam nos mosteiros e conventos, obedecendo às regras estabelecidas por uma ordem religiosa.

  • O controle de terras pela Igreja
O poder do Papa chegava até as paróquias através da hierarquia eclesiástica, de maneira a permitir-lhe o controle das regiões que faziam parte das paróquias, dioceses e províncias eclesiásticas.

  • O poder temporal da Igreja
Além do poder espiritual a Igreja também adquiriu poder temporal (material). Isso ocorreu porque muitos sacerdotes e ordens religiosas enriqueceram com as doações dos fiéis, chegando a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa ocidental, num tempo em que a terra era uma das principais bases da riqueza.

  • As investiduras
Na Idade Média houve muitas disputas entre bispos, reis e papas pelo poder, e estes tiveram de promover negociações para manter a unidade do cristianismo e obter a proteção de reis poderosos. Uma dessas disputas referia-se ao seguinte: a quem caberia nomear e investir sacerdotes para os cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador? Esse problema ficou conhecido como  Questão das Investiduras.
As investiduras (ato de dar posse no cargo) feitas pelo imperador visavam a interesses pessoais e do reino. Nesse cenário, bispos e padres passaram a colocar seu compromisso com o soberano acima da fidelidade do papa.
Esses conflitos só foram resolvidos em 1122, pela Concordata de Worms, que adotou uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos, cabendo ao imperador a investidura temporal.

  • Heresia
Os grupos que se desviavam dos ensinamentos da Igreja (Católica) foram perseguidos pelas autoridades religiosas, acusados de serem heréticos ou hereges, isto é, de cometer heresia. Consideravam-se heresia a concepção religiosa distinta da doutrina oficial católica, sendo, por isso, tida como falsa pela Igreja.

  • As principais heresias:
As principais heresias medievais foram: os cátaros (conhecidos como albigenses) acreditavam em um deus do Bem e um deus do Mal e que Cristo teria sido enviado pelo deus do Bem para libertar as almas humanas; os valdenses pregavam a virtude da pobreza voluntária; os patarinos questionavam a validade dos sacramentos ministrados por sacerdotes pecadores; os bogomilos acreditavam que a Igreja de Roma havia sido corrompida pela riqueza e que o cristianismo verdadeiro só existia na pobreza e na vida simples; combatiam o culto à Virgem Maria, aos santos e às virgens.

  • O surgimento das heresias
Segundo os historiadores, as heresias surgiram como reação de grupos religiosos populares a vários aspectos do cristianismo da época, principalmente ao despreparo dos sacerdotes paroquiais para atender às necessidades espirituais dos fiéis, à vida luxuosa do alto clero (que se preocupava mais com a acumulação de riquezas do que com a pregação evangélica) e ao fato de a Igreja aprovar um sistema social que explorava a maioria da população.

  • Os tribunais da Inquisição
Os Tribunais da Inquisição foram criados com o propósito de descobrir heresias e julgar os hereges. As pessoas condenadas eram excomungadas (excluídas da comunidade dos católicos) e entregues às autoridades do Estado, que se encarregavam de puni-las. As penas aplicadas a cada caso iam desde o confisco de bens até a morte na fogueira.
As heresias e a instituição da Inquisição nos mostra que a Idade Média não foi um período de estagnação. Mostra-nos que havia ideias que contradiziam e ameaçavam a Igreja Católica. De acordo com Georges Duby, as heresias eram a prova de que fervilhava, irreprimível, a liberdade de pensamento.

  • As Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares organizadas entre os séculos XI e XIII, por autoridades da Igreja Católica e pelos nobres mais poderosos da Europa. Seu objetivo declarado era libertar os lugares considerados santos que estavam em poder dos muçulmanos. O surgimento das Cruzadas costuma ser relacionado também com o hábito guerreiro dos nobres feudais e o interesse econômico em retomar importantes cidades comerciais que haviam sido ocupadas pelos muçulmanos.

  • O impacto das Cruzadas no Ocidente medieval
Suas consequências mais evidentes foram: empobrecimento dos senhores feudais, que custearam as guerras; fortalecimento do poder real, pois os senhores feudais perderam suas forças; “reabertura” do Mar Mediterrâneo, tendo como efeito o desenvolvimento do intercâmbio comercial entre a Europa e o Oriente; e a ampliação do universo cultural europeu, devido ao contato com os povos orientais.

Cultura Medieval

  • A Igreja e a Educação
A Igreja controlava as principais instituições de ensino: as escolas medievais ficavam, em geral, nos mosteiros e, depois, junto às catedrais. A partir do final do século XII, também esteve ligada ao surgimento e controle, em diversas cidades europeias, das primeiras universidades de que se tem notícia.

  • O papel unificador da Igreja Católica na Idade Média
A Igreja Católica desempenhou um papel unificador durante a Idade Média, porque, em meio à fragmentação política da época, ela foi capaz de promover a articulação cultural entre os elementos romanos e germânicos. Além disso, por meio da manutenção de alguns valores comuns, como a fé cristã e o latim, a Igreja conseguiu sintetizar as duas sociedades, forjando a unidade espiritual que marcou o mundo medieval.

  • A influência do Cristianismo na cultura da Idade Média
Na arquitetura: construção de igrejas, sobretudo as catedrais; na música sacra, resultado da adaptação desta arte aos ideais religiosos do cristianismo; na literatura: poesia épica, que exaltava a coragem dos cavaleiros em prol do cristianismo; na ciência e na filosofia (que eram interligadas): produção dos monges e pensadores religiosos.

  • A cultura popular medieval
A cultura popular medieval, em contraponto à austera cultura oficial, era impregnada de humor, manifestando-se em festejos carnavalescos, encenações teatrais burlescas (cômicas, satíricas), que recriavam as manifestações da cultura oficial, criticando os costumes e promovendo o riso e o divertimento público.


Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

FEUDALISMO, IDADE MÉDIA E POVOS GERMÂNICOS - 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2014

FEUDALISMO, IDADE MÉDIA E POVOS GERMÂNICOS

FEUDALISMO

  • Conceito
De acordo com o historiador francês Jacques Le Goff, feudalismo é um sistema de organização econômica, social e política, no qual uma camada de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que trabalha na terra e lhes fornece com que viver.

  • Eventos que contribuíram para a formação do sistema feudal
Diversos eventos históricos, como o declínio do Império Romano do Ocidente, as invasões bárbaras e a formação e posterior desestruturação do Império Carolíngio, culminando com as novas invasões (de magiares, vikings e muçulmanos).

  • Elementos do Feudalismo
Elementos romanos: Colonato – sistema de trabalho servil que se desenvolveu com a crise do Império Romano, quando escravos e plebeus empobrecidos passaram a trabalhar como colonos em terras de um grande senhor. O proprietário oferecia terra e proteção ao colono, recebendo deste um rendimento do seu trabalho. Nesse processo, as cidades perderam importância, ao passo que, no campo, desenvolveram-se vias (unidades econômicas) com produção agropastoril destinada ao consumo interno; Enfraquecimento do poder centralizado - no final do período imperial, a administração romana não tinha condições de impor sua autoridade a todas as regiões. Esse enfraquecimento do poder central conduziu à ampliação do poder local dos grandes proprietários de terra.
Elementos germânicos: Economia agropastoril – a base da economia germânica era a agricultura e a criação de animais, sem preocupação de produzir excedentes para a comercialização; Comitatus – instituição que estabelecia laços de fidelidade entre o chefe militar e seus guerreiros; Beneficium – instituição pela qual os chefes militares carolíngios concediam a seus guerreiros, como recompensa, a posse de terras. Essas terras foram chamadas mais tarde de feudos (bem oferecido em troca de algo). Em troca, o beneficiado oferecia fidelidade, seu trabalho e ajuda militar ao senhor.
Em concordância com o conceito do historiador francês Jacques Le Goff, o comitatus e beneficium contribuíram para o fortalecimento de uma classe guerreira – os senhores – que, com a força das armas, era capaz de submeter a maior parte da população, composta por colonos, cuja produção – ou pelo menos parte dela – era destinada ao sustento da classe guerreira.

  • O enfraquecimento do poder real (ou central) em prol do fortalecimento do poder local.
No feudalismo, o poder político era controlado predominantemente pelos senhores feudais, que governavam seus domínios exercendo autoridade administrativa, judicial e militar.

  • As relações de poder na Idade Média
Existiam vínculos pessoais de obediência e proteção entre os mais poderosos e os mais fracos. Um exemplo explicativo são os laços de fidelidade, proteção e serviço entre o suserano e seus vassalos, estabelecidos entre os membros da nobreza a partir da concessão de feudos. Enquanto o senhor (ou suserano) concedia o feudo a outro nobre, este, denominado vassalo, lhe devia fidelidade e prestação de serviços (principalmente militares).

  • A sociedade feudal
No feudalismo, os servos tinham a missão de produzir todo o sustento e a manutenção das três ordens em que a sociedade feudal se dividia: os nobres (bellatore), que praticavam as guerras; o clero (oratore), que cuidava principalmente dos interesses da Igreja; e os servos (laboratore), que eram os que realizavam a maior parte do trabalho.

  • As obrigações dos servos
As principais obrigações dos servos eram: a prestação de serviços (trabalho na agricultura, criação de animais, construção de casas e outros edifícios e benfeitorias) e o cumprimento de uma série de obrigações, como a corveia (trabalho gratuito, alguns dias da semana, nas reservas senhoriais), a talha (entrega de parte da produção agrícola ou pastoril ao senhor feudal) e a banalidade (pagamento de taxas ao senhor pelo uso de equipamentos e instalações do senhorio).

IDADE MÉDIA

  • A Idade das Trevas
De acordo com historiadores, foi Cellarius (1638-1707) quem consagrou a divisão da história ocidental em Antiga, Medieval e Moderna. A Idade Média foi associada a um período de retrocesso, imobilismo e intolerância. Atualmente, ainda encontramos considerável parcela de pessoas que associam o termo medieval “a Idade das Trevas”, pois teria sido um período de pouca produção no conhecimento. Essas ideias e esses valores não correspondem à realidade demonstrada nas pesquisas dos historiadores, que descortinam uma incrível variedade de produções culturais (artísticas, científica, tecnológica) e de transformações políticas e econômicas no período medieval.

  • As fases do processo de penetração dos povos germânicos
Migrações – nesta fase (séculos II e III) corresponde ao período em que populações germânicas deslocaram-se em grande escala para os domínios do Império Romano, de forma pacífica.
Invasões – nesta fase (séculos IV e V), os germanos penetraram no Império romano de forma violenta.

OS POVOS GERMÂNICOS

  • Características dos povos germânicos
Os povos germânicos dividiam-se em vários grupos com culturas muito diferentes, mas possuíam algumas características gerais comuns: eram politeístas, cultuando divindades associadas a elementos da natureza (raio, trovão, vento, Sol, etc.); eram costumeiros, isto é,  seguiam costumes, não existindo leis escritas; sua organização sociopolítica era baseada na família  e patriarcal, havendo grupos formados por nobres, homens livres, ex-escravos e escravos; cem famílias em uma região formavam uma aldeia, na qual as decisões eram tomadas em assembleias de homens livres, e os líderes guerreiros acabavam tornando-se reis hereditários; antes nômades, ao invadir o Império Romano já haviam se tornado sedentários, desenvolvendo uma economia baseada nas trocas comerciais entre as aldeias.

  • A germanização do Império Romano
Com a presença cada vez maior dos povos bárbaros, o exército e boa parte da mão de obra utilizada dentro do Império, tornou-se menos romana e mais bárbara, daí a ideia de que o Império foi  se germanizando.

  • As modificações na Europa provocadas pelos povos germânicos
Houve uma ruralização da região, com as cidades perdendo sua importância. A religião cristã se manteve, pois boa parte dos germanos adotou a religião cristã. O latim foi preservado, principalmente na linguagem escrita, junto com as línguas germânicas, que continuaram sendo faladas, e esse contato deu origem às principais línguas europeias. A economia manteve as práticas romanas. Na organização política, o processo de centralização das tribos germânicas acentuou-se, e, por volta do século VI,  diversos reinos haviam sido organizados nos territórios ocupados, embora a maioria com vida curta.

Os francos

  • As dinastias do Reino Franco
O Reino Franco foi governado por duas dinastias: a merovíngia (do século V ao século VIII) e a carolíngia (entre os séculos VIII e IX). Os merovíngios chegaram ao poder com a unificação das diversas tribos dos francos, tendo se consolidado com Clóvis (que reinou entre 485 e 511), considerando um dos unificadores dos francos. A dinastia carolíngia impôs-se após a crise da dinastia merovíngia, em função da qual o trono passou a seu ocupado pelo prefeito do palácio (um alto funcionário da corte). Carlos Martel, prefeito de palácio de 714 a 741, conquistou muito poder e prestígio ao comandar o exército cristão que deteve o avanço dos muçulmanos sobre a Europa. Em 751, Pepino, o Breve (filho e sucessor de Carlos Martel) destronou o último rei merovíngio e fundou a nova dinastia.

  • A formação do Império Carolíngio
O Império Carolíngio formou-se a partir da atuação de Carlos Magno, que governou de 768 a 814. Sob seu comando, os francos submeteram diversos povos germânicos e conquistaram um vasto território. O império formado por suas conquistas foi reconhecido como Novo Império Romano do Ocidente, tendo ele como imperador.

  • A relação entre a Igreja e o Reino Franco
A relação foi de estreita ligação e cooperação. Clóvis converteu-se ao cristianismo, iniciando um processo de ligação firmado com Pepino – que foi reconhecido como rei dos francos pelo papa e, em troca, lutou contra os lombardos, povo germânico que ameaçava o poder da Igreja Católica. Essa ligação teve seu ponto alto no ano 800, quando o rei dos francos, Carlos Magno, recebeu do papa Leão III o título de imperador do Novo Império Romano do Ocidente.

  • O objetivo da coroação de Carlos Magno
A intenção era reviver a antiga unidade do mundo ocidental, sob o comando de um imperador cristão. Para a Igreja Católica, especificamente, interessava obter a proteção de um soberano poderoso e cristão que possibilitasse a expansão do cristianismo.

O Império Carolíngio

  • O papel dos nobres e dos funcionários na administração
Os nobres (condes e marqueses) eram responsáveis por defender o território, cobrar impostos e realizar a manutenção de estradas e pontes. Os missi dominici controlavam as atividades dos nobres.

  • Beneficium
Beneficium era a prática adotada pelo imperador de recompensar os súditos, geralmente soldados, com terras, mas em troca estes lhe deviam fidelidade e prestação de serviços. Assim, surgiram diversos nobres, como os condes, que administravam um território (o condado), e os marqueses, que faziam o mesmo em territórios situados na fronteira do império (as marcas).

  • O Renascimento Carolíngio
Renascimento Carolíngio é a expressão utilizada pelos historiadores para designar o estímulo que Carlos Magno, assessorado por intelectuais, deu às atividades e às instituições intelectuais e artísticas. Esse impulso abrangeu as letras, as artes e a educação, e teve seu maior vigor em meados do século IX.

  • O enfraquecimento do Império Carolíngio
Com a morte de Luís I (filho de Carlos Magno), em 840, seus três filhos (Carlos, Luís e Lotário) passaram a disputar o poder, travando um desgastante conflito interno. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, eles estabeleceram a paz, dividindo entre si o território carolíngio.
A divisão do poder real entre os filhos de Luís I foi acompanhada de crescente independência e autonomia dos administradores locais.

  • Novas invasões no território europeu
As invasões ocorridas nos séculos IX e X criaram um clima de muita insegurança, dque levou os europeus ocidentais a procurar refúgio no campo. Isso provocou um enfraquecimento do poder central dos antigos reinos germânicos, e, ao mesmo tempo, fortaleceu o poder local. O comércio também foi dificultado pela insegurança geral.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

CRISE COLONIAL E INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História

CRISE COLONIAL E INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

  • Contradições e declínio de um sistema de exploração
A partir do século XVIII, inúmeras transformações estimularam crises no sistema colonial na América.
A expansão do capitalismo industrial, cujas exigências, como o livre mercado e a necessidade de mercado consumidor com a transformação do trabalho escravo em trabalho assalariado, iam contra as características da ordem colonial, e o desenvolvimento das colônias, que gerava conflitos entre a elite colonial e a metrópole, constituíram as principais mudanças que enfraqueceram o sistema colonial.

  • Sociedade colonial
A população da colônia costuma ser dividida por alguns historiadores em três grupos básicos: os colonizadores ou reinóis: comerciantes de produtos importados e do tráfico negreiro e os que ocupavam os altos cargos da administração colonial (representavam, mais diretamente, os interesses do governo português e sua política colonial); os colonizados: escravos africanos, indígenas, brancos livres e pobres (correspondiam a mais de 80% da população colonial, constituindo o grupo socialmente oprimido); e os colonos: senhores de engenho, fazendeiros de algodão e tabaco, donos de charqueadas, proprietários de minas de ouro e diamante, traficantes de escravos (constituíam parte dos grupos dominantes da colônia e se sentiam prejudicados pelas normas pelo controle exercido pela metrópole).

  • Proibição do desenvolvimento econômico da colônia
A metrópole portuguesa impedia o desenvolvimento econômico da colônia, proibindo, por exemplo, a instalação de indústrias no Brasil. Isso era feito para concentrar a mão de obra na colônia apenas na agricultura de exportação e na mineração, obrigando a importação, por meio do comércio metropolitano, de todos os produtos manufaturados usados pelos colonos.

  • Rebeliões coloniais
Nas rebeliões ocorridas nas primeiras décadas do século XVIII (Revolta de Beckman, Guerra dos Mascates e Revolta de Vila Rica), os rebelados tinham por objetivo modificar aspectos da política colonial, mas não tinham intenção de separar o Brasil de Portugal. As revoltas ocorridas a partir do final daquele século (Conjuração Mineira, Conjuração Baiana e Revolução Pernambucana), por sua vez incluíam entre seus objetivos romper com a dominação colonial e estabelecer a independência política do Brasil.

  • Conjuração Mineira (1789)
Indiferente ao que acontecia com a população mineira, o governo português continuou cobrando dos mineradores pesados impostos, pois atribuía ao contrabando de ouro a queda na arrecadação.
Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o governo da capitania, visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma nova derrama – a cobrança forçada dos impostos atrasados.
Membros da elite colonial começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a cobrança da derrama. Esse movimento ficou conhecido pelo nome de Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira.

  • Quem eram os inconfidentes
Entre os principais inconfidentes estavam Claudio Manuel da Costa (fazendeiro e poeta, formado em Portugal, na Universidade de Coimbra), Inácio de Alvarenga Peixoto (minerador e latifundiário), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu  Vieira e Oliveira Lopes (coronéis). Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da elite econômica mineira era Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes porque exercia, entre outros, o ofício de dentista.
Boa parte dos líderes intelectuais desse movimento conhecia aspectos dos pensamentos de filósofos iluministas europeus (como Russeau, Montsquieu, Voltaire e Diderot) e inspirava-se em alguns ideais que impulsionaram a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).

  • Planos dos inconfidentes
Acredita-se que os projetos dos inconfidentes incluíam medidas como:
Ø  Separar a região de Portugal, criando uma república com capital em São João del Rei;
Ø  Adotar uma bandeira, que teria um triágulo no centro com a frase latina Libertas quae sera tamem (“Liberdade ainda que tardia”)
Ø  Implantar indústrias na região;
Ø  Criar uma universidade em Vila Rica, uma vez que a elite preocupava-se com a educação de nível superior;
Ø  Criar um tipo de serviço militar obrigatório;
Ø  Incentivar a natalidade (para favorecer o povoamento), oferecendo pensões para as mães com muitos filhos.

Na concepção de muitos historiadores, a Inconfidência Mineira não foi, portanto, uma revolta de caráter popular. Visava basicamente ao fim da opressão portuguesa, que prejudicava a elite mineira. Não havia propósito, entre os líderes, de acabar com a exploração social interna – a escravidão, por exemplo -, que atingia a maioria da população. Segundo parece, chegou-se a uma solução de compromisso, pela qual seriam libertados os escravos nascidos no Brasil.

  • A Conjuração Baiana
Quase dez anos depois da Inconfidência Mineira, ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário. Seus participantes eram: soldados, negros livres e escravos, e profissionais como alfaiates, pedreiros e sapateiros, motivo pelo qual o movimento também ficou conhecido pelo nome de Revolta dos Alfaiates.
Os objetivos da Conjuração Baiana eram: o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil; a proclamação de uma república democrática; a abolição da escravidão; o aumento da remuneração dos soldados; a abertura dos portos brasileiros aos navios de todas as nações; e a melhoria das condições de vida da população.

  • Paralelo entre as duas rebeliões
A Conjuração Mineira, tendo sido um movimento de elite, contou com a participação de intelectuais que conheciam o pensamento europeu e as ideias políticas mais avançadas da época e de pessoas que ocupavam cargos na administração colonial. Os objetivos propostos expressavam os interesses desse grupo: o ensino superior e o desenvolvimento da indústria, por exemplo. A Conjuração Baiana, ao contrário, deixou de contar com alguns líderes ricos e letrados, que se afastaram do movimento quando perceberam seu alcance popular. Os objetivos almejados expressavam esse alcance, principalmente a abolição da escravatura. Houve, porém, um aspecto comum: em ambos os movimentos, as penas mais rigorosas foram aplicadas aos participantes mais pobres.

  • Revolução Pernambucana (1817)
Ocorreu em 1817, durante o governo de D. João VI no Brasil, tendo sido causada pelo aumento crescente dos impostos; pela grande seca de 1816, que havia causado graves prejuízos à agricultura e provocado fome no nordeste; e pela queda de preços do açúcar e do algodão (os principais produtos cultivados em Pernambuco) no mercado internacional. O movimento era composto de grupos diversos. Ao tomar o poder, os rebeldes formaram um governo provisório, que decidiu extinguir alguns impostos, elaborar uma Constituição e decretar a liberdade religiosa e de imprensa, além da igualdade para todos, exceto para os escravos, para não se indispor com os senhores de engenho; a ideia era libertá-los posteriormente, de forma gradual.

  • Diferença entre a Revolução Pernambucana e as outras rebeliões coloniais.
Foi a única rebelião anterior à independência política do Brasil que ultrapassou a fase da conspiração. Os rebeldes tomaram o poder e permaneceram no governo por 75 dias, de 6 de maio de 1817 a 19 de maio do mesmo ano.

  • A Corte no Brasil
Para fugir das tropas francesas, que por determinação de Napoleão Bonaparte, invadiram Portugal, em reação ao fato do príncipe regente D. João não ter acatado o Bloqueio Continental.
Sob proteção britânica, D. João, a família real e a corte portuguesa, formada por cerca de 15 mil pessoas, deixaram Lisboa em novembro de 1807. Na viagem, as embarcações se dividiram, e a nau que conduzia o príncipe regente seguiu para Salvador, onde chegou no dia 22 de janeiro de 1808.

  • Medidas adotadas por D. João VI no Brasil que favoreceram a emancipação política.
Primeiramente, ocorreram a instalação de uma estrutura administrativa de Estado antes inexistente, com diversos órgãos públicos, como Tribunais de Justiça e o Banco do Brasil; a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, acabando com o monopólio comercial de Portugal; a liberação da atividade industrial no Brasil; e a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, com o que o país adquiria autonomia administrativa e deixava de ser, na prática, colônia de Portugal.

  • A revolução do Porto
Por volta do ano de 1820, na cidade do Porto, iniciou-se um movimento revolucionário que apresentou como exigências básicas o imediato retorno do rei português para a Europa e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Assembleia Nacional Constituinte seria responsável por elaborar uma nova Constituição par Portugal e, dessa forma, dar fim ao absolutismo monárquico.
Com a vitoriosa Revolução do Porto, instalaram-se as Cortes de Lisboa, que exigiram a volta do rei para Portugal e começaram a tomar medidas que visavam à recolonização do Brasil, inviabilizando o projeto político do grupo, que pretendia manter a unidade da monarquia sem prejuízo da autonomia administrativa brasileira. D. Pedro enfrentou as cortes, decidindo ficar no Brasil e estabelecendo que todas as medidas decretadas pelo governo português teriam de ser aprovadas por ele, antes de ser aplicadas. Desse modo, assumiu a liderança do grupo que pregava a independência do país. Por fim, continuando as pressões de Portugal, o rompimento político ficou inevitável.

  • O Partido Brasileiro e a Independência
O Partido Brasileiro reunia homens de diferentes posições políticas, como José Bonifácio, Cipriano Barata e Gonçalves Ledo, mas que tinham em comum o propósito de enfrentar as Cortes e seu projeto de recolonizar o Brasil. Reuniu-se cerca de 8 mil assinaturas pedindo que D. Pedro não voltasse a Portugal, apoiando-o para que ficasse e proclamasse a independência.
Ao receber esse documento, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro declarou: Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico. Esse episódio ficou conhecido como o Dia do Fico.

  • Objetivos da independência política do Brasil
A separação  política do Brasil teve como principais objetivos preservar a autonomia administrativa do país, para garantir a liberdade de comércio das elites nacionais. Assim, os mais beneficiados foram os grandes proprietários de terra e os grandes comerciantes, pois não havia a intenção de alterar as condições de vida da mais da população.


Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho – História: das cavernas ao terceiro milênio. 3. ed.. – São Paulo; Moderna, 2013.

ERA NAOLEÔNIVA - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História

ERA NAPOLEÔNICA

  • Domínio francês na Europa
Após o golpe de Estado de 18 Brumário, que marcou o final do processo revolucionário na França, a situação pareceu apaziguar-se.
Nesse contexto histórico, emergiu a figura de Napoleão Bonaparte, que em pouco tempo se tornou personagem relevante na vida pública francesa e mundial. Com sua habilidade de estrategista e seu talento para empolgar os soldados conquistou o poder na França e governou o país por aproximadamente 15 anos. Nesse período, comandou o processo que resultou na conquista de boa parte da Europa pelas forças armadas francesas.
O período de governo de Napoleão constituiu a denominada Era Napoleônica. De acordo com historiadores, esse período pode ser dividido em três momentos principais:
> Consulado (1799-1804);
> Império (1804-1814);
> Governo dos Cem Dias (1815).

  • Consulado
Durante o Consulado, o governo procurou promover a recuperação econômica e a reorganização política e administrativa do país. As principais realizações nesse sentido foram: centralização administrativa; criação do Banco da França, responsável pelo controle da emissão de moeda (o que permitiu a diminuição da inflação e, por meio de tarifas protecionistas e do estímulo à produção e ao consumo interno, o fortalecimento do comércio e da indústria); reorganização do ensino, voltado para o desenvolvimento do cidadão; elaboração do Código Civil, conhecido como Código Napoleônico; estabelecimento de um acordo com a Igreja Católica – a Concordata -, pelo qual o papa aceitava o confisco das propriedades da Igreja pelo Estado francês em troca do apoio do governo ao clero.

  • Império
Napoleão e o grupo que lhe dava apoio político resolveram, então, mobilizar a opinião pública para a implantação definitiva da monarquia hereditária.
Com o apoio das altas elites francesas, foi proclamado cônsul vitalício em 1802, com direito a indicar seu sucessor. Depois, em plebiscito realizado em 1804, quase 60% dos votantes confirmaram o restabelecimento do regime monárquico e a indicação de Napoleão para ocupar o trono francês com o título de imperador.

  • Política expansionista
Como imperador e comandante das Forças armadas, Napoleão liderou uma série de guerra para expandir o domínio da França. O exército francês tornou-se o mais poderoso da Europa, fortalecido em armas, soldados e munições.
Por volta de 1812, o Império Francês (ou Napoleônico) atingiu sua máxima extensão, dominando quase toda a Europa ocidental e boa parte da oriental.

  • Reação ao expansionismo francês
Na Europa daquele período, governantes e sociedades reagiram, por motivos variados, ao expansionismo francês. Os ingleses, por exemplo, perceberam que o fortalecimento militar e econômico da França constituía grave ameaça a seu país. Outros governantes europeus, de cunho absolutista, temiam a propagação de ideias originárias da Revolução Francesa.
Essas forças políticas empenharam-se em formar coligações internacionais contra os franceses e seu expansionismo. Entre as nações que participaram dessas coligações estavam Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia.

  • Bloqueio Continental
O Bloqueio Continental foi uma imposição de Napoleão, decretada em 1806, pela qual todos os países do continente europeu teriam de fechar seus portos ao comércio inglês. Os objetivos dessa medida eram: enfraquecer a economia inglesa, provocando uma crise na indústria do país, e beneficiar os produtores franceses, que, sem a concorrência inglesa, poderiam ampliar a venda de seus produtos para a Europa e para o mundo.

  • Resultados negativos da política expansionista
Internamente, a política expansionista começou a ser contestada por milhares de pessoas que lamentavam a morte de seus familiares nos campos de batalha. Externamente, as invasões napoleônicas despertaram a reação nacionalista dos povos conquistados. Além disso, o Bloqueio Continental não surtiu o efeito desejado: como a indústria francesa não tinha condições de abastecer todos os mercados da Europa, e economia da maior parte dos países sob influência da França era basicamente agrícola, dependente dos produtos industrializados da Inglaterra, estimulou-se o contrabando, o que significou a ruptura do bloqueio comercial decretado, como foi o caso da Rússia.

  • Derrota e inverno russo
Em represália à decisão do czar Alexandre I de abandonar o bloqueio, o governo francês decidiu invadir a Rússia, em 1812. Para isso, preparou um exército poderoso do qual faziam parte aproximadamente 600 mil homens e 180 mil cavalos.
Mas apesar desse contingente, o exército francês foi derrotado. A derrota deu-se por motivos militares e geográficos. Os generais franceses conduziam seus exércitos pelo imenso território russo, enquanto as tropas czaristas fugiam incendiando as plantações e tudo o que pudesse ser útil aos invasores. As tropas francesas chegaram a Moscou desgastadas pela escassez de alimentos, pelo rigoroso inverno e pela reação do exército russo e tiveram de fazer uma retirada dramática, da qual a maioria dos seus soldados foi morta.

  • O Governo dos Cem Dias
Foi o último período de permanência de Napoleão no poder. Fugindo da ilha de Elba, para onde fora enviado depois da derrota diante o exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos, Napoleão foi recebido como herói em Paris e reinstalou-se no poder, obrigando a família real a fugir. Mas sua permanência à frente do governo francês durou apenas cem dias: a coligação europeia se reorganizou, derrotando Napoleão e suas tropas, definitivamente, na Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815. No mesmo ano, Luís XVIII foi reconduzido ao trono francês. Preso pelos ingleses, Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, onde permaneceu até a morte, em 1821.

  • O Congresso de Viena
O Congresso de Viena (1814-1815) foi uma organização formada pelos países vencedores na guerra contra o exército de Napoleão (principalmente Áustria, Inglaterra, Rússia, Prússia e França), para restabelecer a antiga divisão política do continente europeu.

  • As principais diretrizes do Congresso de Viena
As principais diretrizes nele firmadas foram: restauração, isto é, retorno à situação política europeia de 1792; legitimidade, determinando a devolução do governo a cada país aos herdeiros das antigas monarquias absolutistas; solidariedade, expressa na aliança política entre as monarquias europeias, para reprimir a onda liberal e democrática deflagrada pela Revolução e ampliada pelas conquistas napoleônicas.

  • A Santa Aliança
A Santa Aliança foi uma aliança formada entre monarquias europeias tradicionais e cristãs (Rússia, Prússia e Áustria), buscando colocar em prática a política de solidariedade estabelecida no Congresso de Viena. Teve como objetivos a mútua defesa das monarquias que a integravam, a contenção de movimentos nacionalistas na Europa e a repressão dos movimentos emancipacionistas de colônias americanas em relação a suas metrópoles europeias.

  • A não participação da Inglaterra na Santa Aliança
A Inglaterra não participou da Santa Aliança porque ela promovia, nesta época, a industrialização de sua economia, sendo de seu interesse ampliar os mercados consumidores de seus produtos industriais. Para tanto, necessitava de mercados livres, razão pela qual defendia o liberalismo, opondo-se, portanto, aos objetivos da Santa Aliança.

  • A impossibilidade de restauração das monarquias absolutistas do século XIX
Não foi possível restaurar as monarquias absolutistas do século XIX, porque, a partir de 1825, a Santa Aliança e o sistema conservador europeu começaram a enfraquecer. Revoluções liberais e nacionalistas irromperam em várias regiões da Europa, e as grandes potências conservadoras começaram a enfrentar divergências entre si.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.