Col. Est. Dep. Manoel
Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 3° Ano
Disciplina: História -
2017
Totalitarismo
- Ideologias
totalitárias
O chamado totalitarismo é um regime
político marcado por um Estado forte, absoluto, isto é, que estende seu poder
osbre todos os setores da sociedade, supondo alcançar a completa submissão dos
indivíduos. Sua denominação derivou-se de uma frase proferida pelo líder
fascista Benito Mussolini: “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do
Estado”.
- Elementos que
caracterizam o totalitarismo
Partido único – determinação da linha
política do Estado por um único partido, de hierarquia rígida, conduzido em
geral por um líder autoritário; Ideologia oficial – existência de uma ideologia
de Estado bastante abrangente, representada pelo partido único, que deve ser
seguida por todos os cidadãos; Estado policial – controle estrito da sociedade
por órgãos de repressão política (polícia política, exército etc.) e eliminação
das oposições por intermédio, por exemplo, de prisões, censura aos meios de
comunicação, coerção física e psicológica; Propaganda estatal – adoção de
vigorosa propaganda com o propósito de divulgar a ideologia oficial e promover
o culto à personalidade dos líderes do regime; Intervencionismo econômico –
direção e controle geral da economia pelo Estado.
- Fatores que
favoreceram o surgimento de regimes totalitários
Diversos fatores costumam ser apontados:
as dificuldades sociais e econômicas do pós-guerra na Europa; a crise do
capitalismo internacional, que levou a uma queda na atividade econômica mundial
e aumentou a inflação e o desemprego em vários países, gerando uma situação
socialmente explosiva; a debilidade das diversas democracias liberais, que não
conseguiam dar solução a esses graves problemas da época; o avanço do
socialismo, que conquistava cada vez mais adeptos com a crise do capitalismo e
o exemplo da Revolução Russa – a crise só favorecia a conquista de mais adeptos
pelo socialismo. Assim, para defender seus interesses, grande parcela das elites
apoiou a ascensão das ideologias totalitárias que prometiam acabar com o
socialismo, como o fascismo e o nazismo, entre outras tendências que abundariam
nesse período.
- A ascensão do Partido
Nacional Fascista ao poder na Itália
O Partido Fascista, fundado em 1921,
apresentou-se como solução para a grave crise italiana decorrente da Primeira
Guerra Mundial. Os fascistas afirmavam ser capazes de acabar com as greves
operárias e com a agitação dos socialistas, bem como de encaminhar a economia
do país ao crescimento. Foram, por isso, apoiados e financiados por muitos
industriais, conquistando o poder em 1922.
Em relação a educação, o governo
fascista tinha o propósito de tornar a educação pública um meio de impor sua
doutrina à sociedade, submetendo o indivíduo à total obediência ao Estado. À
medida que o fascismo firmava-se como regime de governo, ampliava-se o processo
de transformação das instituições educacionais, incluindo, por exemplo, o
lançamento de um livro didático único para as classes elementares e a
militarização da vida escolar.
- As ideias
fascistas
Segundo o próprio Mussolini, em 1919, o
movimento fascista não tinha uma doutrina claramente elaborada. Era
impulsionado por uma vontade de ação de cunho nacionalista dirigida contra o
liberalismo e o socialismo. Sendo também antiproletário, o movimento fascista
atraiu parcela das classes médias conservadoras e da alta burguesia.
Aos poucos, porém, os fascistas foram
definindo suas concepções sobre o modelo de sociedade a ser construído. Nele, o
indivíduo deveria ser submisso às necessidades do Estado, que se tornaria,
então, uma instituição poderosa, capaz de controlar, inclusive, a vida pública
e a vida privada.
- O governo de
Mussolini
Nos primeiros dois anos (1922-1924),
Mussolini empenhou-se na construção do Estado totalitário, na divulgação do
nacionalismo fascista e no terrorismo das milícias, para acabar com as
oposições. Nos anos seguintes (1925-1939), já instalada a ditadura. Dedicou-se
à transformação das instituições educacionais e à militarização da sociedade
italiana. No plano externo, conduziu a expansão colonial italiana na África,
ocupando em maio de 1936, a capital da Etiópia.
- A Alemanha após
a Primeira Guerra Mundial
Após a derrota na Primeira Guerra
Mundial, a Alemanha apresentava imensas dificuldades socioeconômicas (apesar da
retomada do desenvolvimento industrial), com elevado número de desempregados e
altas taxas de inflação. Diversos setores do operariado protestavam contra a
exploração capitalista em greves organizadas pelo Partido Comunista Alemão
(KPD) e pelo Partido Social Democrata (SPD). O temor da expansão do socialismo
fez com que considerável parcela da elite política e econômica alemã apoiasse o
Partido Nazista, autoritário e antidemocrático, liderado por Adolf Hitler.
- A ascensão do
Partido Nazista ao poder
Em 1923, os nazistas tentaram tomar o
poder por meio de um golpe militar para derrubar o governo alemão. O golpe
fracassou, e Hitler foi preso. Von Hindenburg, eleito presidente da Alemanha em
1925, não conseguiu promover a estabilização política nem superar as
dificuldades econômicas do país. Os nazistas acabaram por conquistar a maior
bancada do Parlamento (38% dos deputados) nas eleições de julho de 1932, o que
favoreceu a ascensão de Hitler, nomeado chanceler (chefe de governo) em 1933.
- Nazi
A palavra nazi é formada de duas sílabas
extraídas da palavra alemã Nationalsozialistische (Nacional-Socialista), que
compõe o nome do partido liderado por Hitler. Daí derivaram-se os termos
nazista e nazismo. Os partidários eram também chamados de nazis.
- A doutrina
nazista
Suas principias teses eram: a ideia da superioridade da raça ariana; o
antissemitismo; o total fortalecimento do Estado, personificado na figura do
Führer (chefe), ao qual o indivíduo devia submeter-se totalmente; e o
expansionismo, isto é, o direito do povo alemão de conquistar seu espaço vital,
expandindo militarmente seu território para reunir as comunidades alemãs em
outros países e sustentar seu desenvolvimento.
- Os regimes
totalitários de Portugal e da Espanha
Na primeira metade do século XX,
expandiram-se em toda a Europa e em diversas partes do mundo doutrinas
totalitárias de inspiração nazifacista. Na Espanha, uma violenta Guerra Civil
(1936-1939) resultou na tomada de poder pelo general Francisco Franco, com o
apoio dos proprietários de terra, do alto clero e de setores do exército,
governando até sua morte, em 1976. Em Portugal, Antônio de Oliveira Salazar
assumiu, em 1932, a presidência do Conselho de Ministros e conduziu a vida
política do país, como chefe de governo, até se afastar por motivo de doença,
1968.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.