segunda-feira, 11 de setembro de 2017

CRISE COLONIAL E INDEPENDÊNCIA DO BRASIL - HISTÓRIA 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História 2017

CRISE COLONIAL E INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

  • Contradições e declínio de um sistema de exploração
A partir do século XVIII, inúmeras transformações estimularam crises no sistema colonial na América.
A expansão do capitalismo industrial, cujas exigências, como o livre mercado e a necessidade de mercado consumidor com a transformação do trabalho escravo em trabalho assalariado, iam contra as características da ordem colonial, e o desenvolvimento das colônias, que gerava conflitos entre a elite colonial e a metrópole, constituíram as principais mudanças que enfraqueceram o sistema colonial.

  • Sociedade colonial
A população da colônia costuma ser dividida por alguns historiadores em três grupos básicos: os colonizadores ou reinóis: comerciantes de produtos importados e do tráfico negreiro e os que ocupavam os altos cargos da administração colonial (representavam, mais diretamente, os interesses do governo português e sua política colonial); os colonizados: escravos africanos, indígenas, brancos livres e pobres (correspondiam a mais de 80% da população colonial, constituindo o grupo socialmente oprimido); e os colonos: senhores de engenho, fazendeiros de algodão e tabaco, donos de charqueadas, proprietários de minas de ouro e diamante, traficantes de escravos (constituíam parte dos grupos dominantes da colônia e se sentiam prejudicados pelas normas pelo controle exercido pela metrópole).

  • Proibição do desenvolvimento econômico da colônia
A metrópole portuguesa impedia o desenvolvimento econômico da colônia, proibindo, por exemplo, a instalação de indústrias no Brasil. Isso era feito para concentrar a mão de obra na colônia apenas na agricultura de exportação e na mineração, obrigando a importação, por meio do comércio metropolitano, de todos os produtos manufaturados usados pelos colonos.

  • Rebeliões coloniais
Nas rebeliões ocorridas nas primeiras décadas do século XVIII (Revolta de Beckman, Guerra dos Mascates e Revolta de Vila Rica), os rebelados tinham por objetivo modificar aspectos da política colonial, mas não tinham intenção de separar o Brasil de Portugal. As revoltas ocorridas a partir do final daquele século (Conjuração Mineira, Conjuração Baiana e Revolução Pernambucana), por sua vez incluíam entre seus objetivos romper com a dominação colonial e estabelecer a independência política do Brasil.

  • Conjuração Mineira (1789)
Indiferente ao que acontecia com a população mineira, o governo português continuou cobrando dos mineradores pesados impostos, pois atribuía ao contrabando de ouro a queda na arrecadação.
Um clima de tensão e revolta tomou conta dos proprietários das minas de ouro quando o governo da capitania, visconde de Barbacena, anunciou que haveria uma nova derrama – a cobrança forçada dos impostos atrasados.
Membros da elite colonial começaram a se reunir e a planejar um movimento contra as autoridades portuguesas e a cobrança da derrama. Esse movimento ficou conhecido pelo nome de Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira.

  • Quem eram os inconfidentes
Entre os principais inconfidentes estavam Claudio Manuel da Costa (fazendeiro e poeta, formado em Portugal, na Universidade de Coimbra), Inácio de Alvarenga Peixoto (minerador e latifundiário), Tomás Antônio Gonzaga (poeta e jurista), Toledo e Melo (padre e minerador), Abreu  Vieira e Oliveira Lopes (coronéis). Um dos poucos participantes da Inconfidência que não fazia parte da elite econômica mineira era Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes porque exercia, entre outros, o ofício de dentista.
Boa parte dos líderes intelectuais desse movimento conhecia aspectos dos pensamentos de filósofos iluministas europeus (como Russeau, Montsquieu, Voltaire e Diderot) e inspirava-se em alguns ideais que impulsionaram a Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789).

  • Planos dos inconfidentes
Acredita-se que os projetos dos inconfidentes incluíam medidas como:
Ø  Separar a região de Portugal, criando uma república com capital em São João del Rei;
Ø  Adotar uma bandeira, que teria um triágulo no centro com a frase latina Libertas quae sera tamem (“Liberdade ainda que tardia”)
Ø  Implantar indústrias na região;
Ø  Criar uma universidade em Vila Rica, uma vez que a elite preocupava-se com a educação de nível superior;
Ø  Criar um tipo de serviço militar obrigatório;
Ø  Incentivar a natalidade (para favorecer o povoamento), oferecendo pensões para as mães com muitos filhos.

Na concepção de muitos historiadores, a Inconfidência Mineira não foi, portanto, uma revolta de caráter popular. Visava basicamente ao fim da opressão portuguesa, que prejudicava a elite mineira. Não havia propósito, entre os líderes, de acabar com a exploração social interna – a escravidão, por exemplo -, que atingia a maioria da população. Segundo parece, chegou-se a uma solução de compromisso, pela qual seriam libertados os escravos nascidos no Brasil.

  • A Conjuração Baiana
Quase dez anos depois da Inconfidência Mineira, ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário. Seus participantes eram: soldados, negros livres e escravos, e profissionais como alfaiates, pedreiros e sapateiros, motivo pelo qual o movimento também ficou conhecido pelo nome de Revolta dos Alfaiates.
Os objetivos da Conjuração Baiana eram: o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil; a proclamação de uma república democrática; a abolição da escravidão; o aumento da remuneração dos soldados; a abertura dos portos brasileiros aos navios de todas as nações; e a melhoria das condições de vida da população.

  • Paralelo entre as duas rebeliões
A Conjuração Mineira, tendo sido um movimento de elite, contou com a participação de intelectuais que conheciam o pensamento europeu e as ideias políticas mais avançadas da época e de pessoas que ocupavam cargos na administração colonial. Os objetivos propostos expressavam os interesses desse grupo: o ensino superior e o desenvolvimento da indústria, por exemplo. A Conjuração Baiana, ao contrário, deixou de contar com alguns líderes ricos e letrados, que se afastaram do movimento quando perceberam seu alcance popular. Os objetivos almejados expressavam esse alcance, principalmente a abolição da escravatura. Houve, porém, um aspecto comum: em ambos os movimentos, as penas mais rigorosas foram aplicadas aos participantes mais pobres.

  • Revolução Pernambucana (1817)
Ocorreu em 1817, durante o governo de D. João VI no Brasil, tendo sido causada pelo aumento crescente dos impostos; pela grande seca de 1816, que havia causado graves prejuízos à agricultura e provocado fome no nordeste; e pela queda de preços do açúcar e do algodão (os principais produtos cultivados em Pernambuco) no mercado internacional. O movimento era composto de grupos diversos. Ao tomar o poder, os rebeldes formaram um governo provisório, que decidiu extinguir alguns impostos, elaborar uma Constituição e decretar a liberdade religiosa e de imprensa, além da igualdade para todos, exceto para os escravos, para não se indispor com os senhores de engenho; a ideia era libertá-los posteriormente, de forma gradual.

  • Diferença entre a Revolução Pernambucana e as outras rebeliões coloniais.
Foi a única rebelião anterior à independência política do Brasil que ultrapassou a fase da conspiração. Os rebeldes tomaram o poder e permaneceram no governo por 75 dias, de 6 de maio de 1817 a 19 de maio do mesmo ano.

  • A Corte no Brasil
Para fugir das tropas francesas, que por determinação de Napoleão Bonaparte, invadiram Portugal, em reação ao fato do príncipe regente D. João não ter acatado o Bloqueio Continental.
Sob proteção britânica, D. João, a família real e a corte portuguesa, formada por cerca de 15 mil pessoas, deixaram Lisboa em novembro de 1807. Na viagem, as embarcações se dividiram, e a nau que conduzia o príncipe regente seguiu para Salvador, onde chegou no dia 22 de janeiro de 1808.

  • Medidas adotadas por D. João VI no Brasil que favoreceram a emancipação política.
Primeiramente, ocorreram a instalação de uma estrutura administrativa de Estado antes inexistente, com diversos órgãos públicos, como Tribunais de Justiça e o Banco do Brasil; a abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, acabando com o monopólio comercial de Portugal; a liberação da atividade industrial no Brasil; e a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, com o que o país adquiria autonomia administrativa e deixava de ser, na prática, colônia de Portugal.

  • A revolução do Porto
Por volta do ano de 1820, na cidade do Porto, iniciou-se um movimento revolucionário que apresentou como exigências básicas o imediato retorno do rei português para a Europa e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A Assembleia Nacional Constituinte seria responsável por elaborar uma nova Constituição par Portugal e, dessa forma, dar fim ao absolutismo monárquico.
Com a vitoriosa Revolução do Porto, instalaram-se as Cortes de Lisboa, que exigiram a volta do rei para Portugal e começaram a tomar medidas que visavam à recolonização do Brasil, inviabilizando o projeto político do grupo, que pretendia manter a unidade da monarquia sem prejuízo da autonomia administrativa brasileira. D. Pedro enfrentou as cortes, decidindo ficar no Brasil e estabelecendo que todas as medidas decretadas pelo governo português teriam de ser aprovadas por ele, antes de ser aplicadas. Desse modo, assumiu a liderança do grupo que pregava a independência do país. Por fim, continuando as pressões de Portugal, o rompimento político ficou inevitável.

  • O Partido Brasileiro e a Independência
O Partido Brasileiro reunia homens de diferentes posições políticas, como José Bonifácio, Cipriano Barata e Gonçalves Ledo, mas que tinham em comum o propósito de enfrentar as Cortes e seu projeto de recolonizar o Brasil. Reuniu-se cerca de 8 mil assinaturas pedindo que D. Pedro não voltasse a Portugal, apoiando-o para que ficasse e proclamasse a independência.
Ao receber esse documento, no dia 9 de janeiro de 1822, D. Pedro declarou: Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico. Esse episódio ficou conhecido como o Dia do Fico.

  • Objetivos da independência política do Brasil
A separação  política do Brasil teve como principais objetivos preservar a autonomia administrativa do país, para garantir a liberdade de comércio das elites nacionais. Assim, os mais beneficiados foram os grandes proprietários de terra e os grandes comerciantes, pois não havia a intenção de alterar as condições de vida da mais da população.


* BRASIL MONÁRQUICO

Vídeo
Governo de D. Pedro I, período regencial e Governo de D. Pedro II


Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Becho – História: das cavernas ao terceiro milênio. 3. ed.. – São Paulo; Moderna, 2013.

REVOLUÇÃO INGLESA E REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - HISTÓRIA 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano – Ensino Médio
Disciplina:   História - 2017

REVOLUÇÃO INGLESA
  • Dinastia Tudor
A dinastia Tudor governou a Inglaterra de forma absoluta, com o apoio da burguesia e da nobreza rural(gentry), que, nessa época, tinham interesses comuns com a monarquia absolutista (demonstrados pela adoção de algumas medidas por parte da monarquia inglesa): centralização do poder político como garantia da ordem social; uniformização das moedas, do sistema de pesos e medidas e das tarifas para facilitar o comércio; permissão para que os corsários atacassem navios inimigos; e incentivo à expansão marítima e comercial. A Igreja Anglicana, controlada pelo Estado, participava do jogo de interesses, adotando a ética religiosa calvinista que estimulava o trabalho metódico, a eficiência, a poupança e a acumulação de riquezas, princípios mais adequados aos valores burgueses.
  • Pretensões dos Stuart
Pretendiam exercer um absolutismo de direito, reconhecido jurídicamente, com o que nem a burguesia nem a gentry concordavam, verificando-se o choque entre o rei e o parlamento (que era  dominado por representantes desses dois grupos).
  • Monarquia e Igreja no período dos Stuart
O rei, por meio de uma legislação rigorosa, estabeleceu que a Igreja Anglicana deveria valorizar a forma litúrgica católica (que fora mantida) em vez do conteúdo calvinista. A burguesia, descontente, manteve-se fiel aos princípios calvinistas e fundou novas seitas, entre elas a presbiteriana. Os presbiterianos, chamados de puritanos, queriam uma Igreja desligada do poder do Estado.
  • Petição de Direitos
Petição de Direitos foi uma medida baixada pelo parlamento inglês, por meio da qual se estabeleciam limites ao poder do rei, que não poderia mais criar impostos, convocar o exército ou mandar prender pessoas sem prévia autorização do parlamento. Após sua decretação, o rei Carlos I reagiu fechando o parlamento e perseguindo os líderes políticos que lhe faziam oposição. Em 1640, o rei viu-se obrigado a convocar o parlamento com o fim de obter recursos financeiros para combater uma revolução escocesa contra seu governo; os parlamentares, uma vez reunidos, adotaram medidas limitando o poder do rei (por exemplo, uma lei que proibia o monarca de dissolver o parlamento, que passaria a ser, obrigatoriamente, convocando pelo menos uma vez em cada três anos). Esses acontecimentos acabaram por desencadear a Revolução Inglesa.
  • Etapas principais da Revolução Inglesa
Guerra Civil (1642-1648);
Regime Republicano (1649-1659);
Restauração Monárquica (1660-1688)
Revolução Gloriosa (1688-1689)
  • Fim da Guerra Civil Inglesa no Séc. XVII
Terminou com a vitória do Parlamento; o rei Carlos I foi preso e condenado à morte, sendo decapitado em 30 de janeiro de 1649. Oliver Cromwell assumiu o poder e instalou uma república ditatorial – o protetorado -, governando de 1649 a 1658.
  • Característica do período republicano
A república de Cromwell foi caracterizada por: formação da Comunidade Britânica, com a unificação em uma só república da Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales; política de favorecimento da marinha inglesa, visando dominar o comércio marítimo, concretizada pela decretação do Ato de Navegação em 1641 (que determinava que o transporte de todas as mercadorias importadas ou exportadas deveria ser feito por navios ingleses); concorrência comercial com a Holanda, acarretando uma guerra entre os dois países (1652-1654), vencida pela Inglaterra, que se tornou a maior potência do mundo; hereditariedade do cargo de Lorde Protetor, assumido por Cromwell em 1653.
  • Revolução Gloriosa
A Revolução Gloriosa iniciou-se como reação à tentativa do rei Jaime II, da dinastia Stuart, de restabelecer o absolutismo. O parlamento inglês estabeleceu um acordo com o príncipe holandês Guilherme de Orange (Casado com Maria Stuart, filha de Jaime II), que assumiria o trono desde que respeitasse os poderes do parlamento; o monarca inglês foi derrotado e o príncipe assumiu o trono com o título de Guilherme III, com poderes limitados em vários aspectos.
  • A Declaração dos Direitos (1689)
A Declaração dos Direitos estabelecia a limitação dos poderes do rei pelo parlamento, isto é, a superioridade da lei sobre a vontade do rei, pondo fim ao absolutismo.
  • O fim do absolutismo
O estabelecimento de relações entre o rei, a burguesia e parte dos senhores rurais (a gentry), o que criou condições para que o capitalismo se desenvolvesse mais cedo, promovendo o avanço das forças burguesas e liberais.

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
  • A Revolução Industrial
Foram mudanças radicais no modo de viver e de produzir mercadorias, iniciadas na segunda metade do século XVIII.
Por causa das grandes navegações, da colonização da América e do aumento da população na Europa, houve um aumento na procura por produtos europeus.
Os comerciantes, então, resolveram produzir suas próprias mercadorias. Forneciam a matéria prima e pagavam os trabalhadores
Os trabalhadores reuniam-se num galpão e trabalhavam em tarefas manuais. Cada um executava uma tarefa que correspondia a uma fase da produção daquela mercadoria. Este processo foi chamado de manufatura. Neste processo o trabalhador perde a noção do valor do  seu trabalho, pois deixa de produzir a mercadoria como um todo

  • A Inglaterra foi a primeira
Algumas condições favoreceram para que a Revolução Industrial começasse na Inglaterra. Podemos citar:
- Capitais acumulados pela burguesia com o comércio internacional e com a pirataria nas costas dos continentes descobertos (Ásia, África e América).
- Mão-de-obra farta e barata;
- Existência de ricas minas de carvão e ferro;
- Força do Protestantismo calvinista (não condenava o lucro e pregava a vida para o trabalho)
- Posição Geográfica.

  • As máquinas
A primeira indústria a se desenvolver foi a de algodão. Os fatores que favoreceram foram:
1) Grande procura por tecidos no mundo inteiro;
2) O algodão vindo do oriente, dos Estados Unidos e do Brasil era barato.
Como as máquinas de fiar tradicionais produziam poucos fios, os capitalistas ingleses incentivaram a invenção de outras máquinas. Surgiu então a Water-frame. Era uma máquina que produzia muitos fios, porém eram grosso.
Em seguida pra aproveitar a grande quantidade de fios foi inventado o tear mecânico.
Outro invento do de grande importância foi a máquina a vapor. Com isso surgiu o barco a vapor (facilitou o transporte de pessoas e de mercadorias) e a locomotiva (atingiu 45 Km/h, velocidade muito alta na época).
O uso do vapor exigiu materiais mais resistentes, forçando o desenvolvimento da indústria metalúgica para fundição do ferro.

  • As mudanças sociais
O principal fato foi a consolidação do  Capitalismo (Modo de produzir mercadorias que se baseia no trabalho assalariado e na buscado lucro.
Surgem, então, dois novos grupos sociais:
1-   Burguesia industrial: formada por donos de matérias primas, das fábricas e das máquinas.
2-   Operariado urbano: formado por aqueles que trocam sua força de trabalho por um salário.

  • A vida nas fábricas
O ambiente era muito prejudicial a saúde. Não existia ventilação suficiente, pouca luminosidade, falta de refeitórios e banheiros, o ar sobrecarregado com fiapos de lã e algodão.
Somando a estas condições o trabalhador, o trabalhador (homens, mulheres e crianças) era obrigado a cumprir de 14 a 18 horas por dia de trabalho, se não cumprisse era ameaçado com castigos.
Por tudo isso, começaram a surgir doenças típicas da vida urbana.
Fora das fábricas os trabalhadores viviam em casas simples, nos bairros próximos das indústrias. Os donos das fábricas, possuíam casas luxuosas em bairros afastados dos cortiços dos trabalhadores.
Estas diferenças, em prejuízo dos trabalhadores, geraram revoltas de operários, que deram início ao longo período de lutas entre a burguesia industrial e o trabalhador assalariado.

Neste período surgiram os primeiros sindicatos e depois vieram as leis trabalhistas que melhoraram, um pouco, a vida dos operários.


Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

MARX E A CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA - SOCIOLOGIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Sociologia – 2017

A CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
·       Karl Marx
O alemão, filósofo e economista Karl Marx (1818-1883), foi um dos responsáveis, se não o maior deles, em promover uma discussão crítica da sociedade capitalista que se consolidava, bem como da origem dos problemas sociais que este tipo de organização social originou.
Para ele “a história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classe”. A burguesia versus proletariado.
A teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’ O Manifesto Comunista: A história de toda sociedade no passado é a história da luta de classes. Classes essas que, para Engels são “os produtos das relações econômicas de sua época”. Assim, apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e Capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único.
A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as ideais econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que queria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista.

·       Ideologia da classe dominante
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as ideias que a burguesia espalha. O Capitalismo seria atingido por crise econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira dedicasse a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita do socialismo.
·       O Socialismo e o partido político
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do Capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o Socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e leva-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
·       Capitalismo, injustiça social e a mais-valia
Marx tentou demonstrar que no Capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o Capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão vai se utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas, por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial.
 Veja um exemplo. Quantos sofás por mês um trabalhador pode fazer? Vamos imaginar que sejam 15 sofás, os quais multiplicados a um preço de venda de R$ 300,00 daria o total de R$ 4.500,00.
E quanto ganha um trabalhador numa fábrica? Imagine que seja uns R$ 1.000,00, para sermos mais ou menos generosos.
Bem, os R$ 4.500,00 da venda dos sofás, menos o valor do salário do trabalhador, menos a matéria-prima e impostos (imaginemos R$ 1.000,000) resulta numa acumulação de R$ 2.500,00 para o dono da fábrica.
Esse lucro Marx chama de mais-valia, pois é um excedente que sai da força do trabalhador. Veja, se os meios de produção pertencessem a ele, o seu salário seria de R$ 3.500,00 e não apenas R$ 1.000,00.
Então podemos dizer que o trabalhador está sendo roubado? Não podemos dizer isso, pois o que aqui exemplificamos é consequência da existência da propriedade privada e de os meios de produção nas mãos de uma classe: a burguesia.
No Capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada de mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assina não deixa de ser o sistema semiescravista, pois “o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas”, o que faz com que ele “se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas”.

·       A alienação do trabalhador
Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocino de Marx é muito simples. Ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado.
Segundo Marx, a burguesia tomou posse dos meios de produção, enriqueceu e também obteve o controle do Estado (controle político), o qual acabou transformando-se numa espécie de “escritório burguês”, criando leis para proteger a propriedade privada (particular) e manter-se no poder, bem como difundindo sua ideologia de classe, isto é, os seus valores de interpretação do mundo.
Marx se empenhava em produzir escritos que ajudasse a classe proletária a organizar-se e assim sair de sua condição de alienação.
Alienado, segundo Marx, seria o homem que não tem o controle sobre o seu próprio trabalho, em termos de tempo e em termos daquilo que é produzido, coisa que o Capitalismo faz em larga escala, pois o tempo do trabalhador e o produto (mercadoria) pertencem a burguesia, bem como o lucro.
Para entender a sociedade, por Marx, devemos partir do entendimento de que as coisas materiais fazem a sociedade acontecer. De outra maneira, seria dizer que tudo o que acontece na sociedade tem ligação com a economia e que ela se transforma na mesma medida em que as formas de produção também se transformam. Por exemplo, com a consolidação do sistema capitalista, toda a sociedade teve que organizar-se de acordo com os novos moldes econômicos.
Marx também via o homem como aquele que pode transformar a sociedade fazendo sua história mas enfatiza que nem sempre ele o faz como deseja, pois as heranças da estrutura social influenciam-no. Assim sendo. Não é unicamente o homem quem faz a história da sociedade, pois a história da sociedade também constrói o homem, numa relação recíproca.
Vamos tentar explicar melhor. As condições em que se encontram a sociedade vão dizer até que ponto o homem pode construir a sua história. Por essa lógica podemos pensar que a classe dominante, a burguesia, tem maiores oportunidade de fazer sua história como deseja, pois tem o poder econômico e político nas mãos, ao contrário da classe proletária que, por causa da estrutura social, está desprovida de vários direitos. Para modificar essa situação somente uma revolução. Assumir o controle dos meios de produção e tomar o poder político e econômico da burguesia.
Para Marx, a classe trabalhadora deveria organizar-se politicamente, isto é, conscientizar-se de sua condição de explorada e dominada por meio do trabalho e transformar a sociedade capitalista em socialista por intermédio da revolução.


Fonte Bibliográfica:


PENA, Marcelo, Pré-Universitário: filosofia & Sociologia, anual, volume único – Fortaleza: FB Editora, 2014.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

MUNDO ISLÂMICO - HISTÓRIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2017

Mundo Islâmico

  • Arábia pré-islâmica
Diversos povos viviam na península Arábica, organizados em tribos ou clãs: árabes do litoral – povos sedentários que moravam em cidades próximas da costa, como Meca e Yatrib; árabe do deserto – povos seminômades que viviam em torno dos oásis da península.
A Arábia não teve unidade política até o século VII. Os povos ligavam-se uns aos outros pelos laços de parentesco e por elementos culturais comuns – falavam o mesmo idioma (apesar das variações regionais) e possuíam as mesmas crenças religiosas (eram politeístas).
Na cidade de Meca havia um templo que reunia os ídolos das principais divindades cultuadas à época. Nesse templo encontrava-se também a Pedra Negra, venerada pelos árabes.
A Pedra Negra é uma das relíquias mais sagradas dos povos árabes e do Islamismo. Segundo a tradição, a pedra foi recebida por Abraão das mãos do anjo Gabriel. Provavelmente um pedaço de meteorito, a Pedra Negra atualmente é conservada numa construção chamada Caaba.
A existência do templo na cidade de Meca fazia dela um importante ponto de encontro dos diversos povos da região. Além disso, nos períodos de paz, a cidade transformava-se no principal centro comercial dos árabes, recebendo pessoas e mercadorias de diversos locais.

  • Maomé
Maomé era um mercador da cidade de Meca que fundou o Islamismo e liderou o processo de unificação dos povos árabes. Segundo a tradição islâmica, teria sido escolhido por Deus para ser o último profeta enviado à humanidade. Maomé dizia que os ídolos da Caaba deviam ser destruídos, pois havia um só deus criador do universo. Alá.

  • A perseguição de Maomé
Maomé passou a ser perseguido porque ele colocava em questão a religião politeísta e os ídolos de Caaba, que haviam transformado Meca em um centro comercial e de peregrinação religiosa. Isso provocou a reação dos sacerdotes de Meca, já que, além de atacar a religião que eles representavam, o profeta poderia prejudicar o comércio gerado pelos rituais politeístas na cidade.

  • Hégira
Obrigado a deixar Meca em 622, Maomé refugiou-se em Yatrib (posteriormente denominada Medina, ou “acidade do profeta”). Esse episódio é chamado de Hégira (palavra de origem árabe que significa “emigração”) e marca o início do calendário muçulmano

  • A unificação dos povos árabes
Maomé e seus seguidores difundiram a nova religião em Medina e organizaram um exército de fiéis. O profeta pregava o monoteísmo e a impossibilidade de representar a figura de Alá.
Em 630, conquistaram Meca e destruíram os ídolos de Caaba, exceto a Pedra Negra, considerada símbolo de união. A partir daí, os islamismo expandiu-se pela Arábia, e os diversos povos foram se unificando em torno da nova religião.
Assim, por meio da identidade religiosa, criou-se uma nova organização política e social e formou-se o Estado islâmico, de governo teocrático. Após a morte de Maomé, em 632, o Estado Muçulmano passou a ser governado por califas, que concentravam os poderes religioso, político e militar.

  • Submissão ao Deus único
A religião islâmica prega a submissão plena do ser humano aos preceitos de Alá, o Deus único, criador do Universo. A palavra Alá significa, em árabe, Deus.
O Islamismo é uma das religiões mais influentes na atualidade. Suas cidades sagradas – Meca e Medina -, situadas na atual Arábia Saudita, recebem cerca de 2 milhões de peregrinos muçulmanos no mês sagrado de seu calendário (Ramadã).

  • Princípios básicos
Entre os princípios básicos do Islamismo, destacam-se:
- crer em Alá, o Deus único, e em Maomé, seu profeta;
- fazer cinco orações diárias com o rosto voltado na direção de Meca;
- ser generoso com os pobres e dar esmolas;
- cumprir o jejum religioso durante o Ramadã (mês sagrado).
- ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.

  • O Alcorão
O Alcorão ou Corão (livro sagrado dos muçulmanos) contém normas religiosas, preceitos jurídicos, morais, econômicos e políticos. O muçulmano, por exemplo, deve rezar cinco vezes ao dia voltado para Meca, deve cumprir jejum durante o Ramadã. Os homens podem exercer a poligamia, mas não podem comer carne de porco.

  • Islã e muçulmano
Do árabe Islam, “submissão”, a palavra islã significa submissão plena do ser humano aos preceitos de Alá. Do árabe muslim, “aquele que se submeteu” a Alá, a palavra muçulmano designa aquele que segue o islamismo.

  • Sunitas e xiitas
Os sunitas (aproximadamente 84% dos muçulmanos atuais) defendem que o chefe do Estado muçulmano – o califa – deve ser alguém com sólidas virtudes morais: honra, respeito pelas leis e capacidade de trabalho. Os xiitas (cuja maioria encontra-se no Irã, no Iraque e no Iêmen) consideram que a chefia do Estado muçulmano só pode ser ocupada por um legítimo descendente de Maomé ou seu parente; eles afirmam que o chefe da comunidade islâmica é uma pessoa diretamente inspirada por Alá e que os fiéis lhe devem obediência absoluta.

  • Diversificação econômica e tolerância
Nas regiões conquistadas, os muçulmanos desenvolveram uma produção agrícola variada graças à construção de grandes obras de irrigação, que tornaram produtivas terras antes estéreis e empobrecidas.
Ao mesmo tempo em que ampliavam seus territórios, os muçulmanos expandiram a atividade comercial, dominando grandes rotas, desde as regiões da atual Índia até a península ibérica.
Também se tornaram habilidosos comerciantes, criando diversos instrumentos jurídicos para a realização dos negócios: cheques, letras de câmbio, recibos e sociedades comerciais.
A cultura e a religião islâmica não foram impostas aos povos das regiões conquistadas, embora muitas pessoas tenham se convertido aos preceitos de Maomé. Historiadores apontam, por exemplo, que as comunidades cristãs e judaicas na península ibérica mantiveram suas crenças, mesmo durante a presença do Império Islâmico na região.

  • O declínio
Os aspectos mais relevantes que levaram ao declínio do Império Islâmico foram: uma série de crises do poder político centralizado, motivados por problemas internos e externos. As crises internas foram provocadas pelas rivalidades entre os califas, levando ao desmembramento do Império e à formação de Estados muçulmanos independentes. Externamente, os árabes foram afetados pela reação dos povos conquistados e pelas lutas pela reconquista de sua autonomia.

  • Cultura árabe
Durante a Idade Média, os árabes assimilaram e reelaboraram produções culturais de diversos povos, criando, ao mesmo tempo, uma cultura rica e singular.
Em muitas situações, eles difundiram aspectos econômicos e culturais do Oriente e do Ocidente. Foi, por exemplo, por intermédio deles que chegaram à Europa inventos dos povos orientais, como a bússola, a pólvora e o papel. E também muitos textos da Antiguidade Clássica, como as obras de Aristóteles. Nas ciências, podemos destacar contribuições árabes nas seguintes áreas: matemática, medicina e química. Também ajudaram à difusão do idioma árabe.

  • Impacto sobre a cultura ibérica
Os muçulmanos chegaram à península ibérica em 711 e lá ficaram quase oito séculos, quando foram definitivamente expulsos. Assim, o domínio árabe impactou fortemente as culturas dos povos português e espanhol, que chamavam os árabes de mouros ou sarracenos. Até hoje, a exuberante arquitetura árabe destaca-se nas ruas, praças e construções de cidades de Portugal e, especialmente, da Espanha.




Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

IMPÉRIO BIZANTINO - HISTÓRIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2017


Império Bizantino

  • Constantinopla
Também chamada de Bizâncio, cidade fundada por marinheiros gregos em 657 a.C. Situada na passagem do mar Egeu para o mar Negro, Bizâncio era um importante entroncamento das rotas comerciais que integravam os dois continentes (Europa e Ásia).
Constantino (Imperador Romano em 330), devido a crise no ocidente, transferiu a capital do Império Romano para Bizâncio e reuniu arquitetos, engenheiros e artesãos para remodelar a cidade, ordenando a construção de novas estradas, casas, igrejas, muralhas e outras edificações. Para a população, a cidade passou a se chamar Constantinopla, em homenagem ao seu fundador.

  • O Império Bizantino
No século VI, o Império Bizantino, praticamente, dominava a área mediterrânea, alcançando os três continentes que o circundam. Foram incorporados: no continente europeu, as penínsulas Balcânica e Itálica, estendendo-se a norte até a Bulgária e o extremo sul da península Ibérica; na Ásia Ocidental, a região sírio-palestina e Ásia Menor, englobando a Turquia e ocupando quase todo o litoral do mar Negro; e na África, todo o litoral norte, alcançando grande extensão do Egito.

  • A população do Império Bizantino
Havia grande número de escravos; os pobres recebiam do Estado, gratuitamente, alimentos e diversão (meio empregado para controlar os descontentes). Os trabalhadores livres, porém, eram mal remunerados e muitos viviam desabrigados nas ruas, porque o preço das moradias era muito elevado. Ainda assim, as condições de vida em Bizâncio eram consideradas as melhores do império.

  • Revolta de Nika
Nika foi uma revolta popular contra a opressão dos governantes e a cobrança de elevados tributos para custear gastos militares e demais despesas do império. As tensões sociais extravasaram num movimento de protesto contra as injustiças. A revolta iniciou-se no hipódromo, aos brados de nika, nika, (vitória, vitória), e adquiriu o caráter de rebelião contra o imperador (que tentara interferir no resultado da competição). Foi duramente reprimida, e quase 35 mil pessoas foram mortas.


  • Realizações na área do Direito
A área do Direito foi a mais destacada durante o governo de Justiniano. Foi elaborado o Código de Justiniano, que serviu de base para a legislação de muitos países ocidentais, incluindo o Brasil.

  • Cesaropapismo
Cesaropapismo é a união dos poderes estatal  e religioso, dando ao governante o comando do Estado e a proteção da Igreja. No Império Bizantino, essa união não foi pacífica, havendo muitos conflitos entre os imperadores e os papas. Os conflitos culminaram, em 1054, com o Grande Cisma do Oriente, isto é, a divisão do mundo cristão em duas Igrejas: a Igreja Católica do Oriente, conhecida como Igreja Ortodoxa, e a Igreja Católica do Ocidente, conhecida como Igreja Católica Apostólica Romana.

  • A economia bizantina
Era baseada no comércio (com a agricultura como atividade fundamental). O desenvolvimento das atividades urbanas (principalmente a manufatura de artigos de luxo) também teve muita importância. Outro aspecto que interferia na economia eram as condições dos trabalhadores urbanos e rurais.

  • A cultura bizantina
A cultura bizantina caracterizou-se pela integração do Oriente com o Ocidente, a importância do Cristianismo e a grande influência da Igreja; a diversidade no campo da arte.
A produção cultura bizantina, incluindo as realizações no campo da arte, integrava o luxo e o exotismo orientais como o equilíbrio e a leveza da arte clássica greco-romana. As principais realizações foram: a construção de igrejas com cúpula (arquitetura); a arte do mosaico, empregando pedra e vidro coloridos sobre um vidro claro, recoberto por ouro em folhas; a produção de esculturas, que serviam aos ideais religiosos, utilizando ouro, marfim e vidro em estatuetas caracterizadas por cores vivas e pelo aspecto místico.

  • Conseqüências da conquista de Constantinopla pelos turcos
As principais conseqüências foram: a migração de intelectuais bizantinos para a península itálica (o que exerceu influência sobre o movimento conhecido como Renascimento) e o aumento nos preços e os impostos cobrados dos comerciantes europeus que se abastecem de produtos orientais em Constantinopla. Com isto os europeus foram obrigados a buscar novas rotas de comércio dando início ao processo das grandes navegações.





Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

IGREJA E CULTURA MEDIEVAL - HISTÓRIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2017

IGREJA E CULTURA MEDIEVAL

Igreja Católica

  • Organização do Clero
Na Idade Média, o clero se organizava em clero secular – estruturado numa hierarquia composta de pároco, bispo, arcebispo e papa – e clero regular, formado por sacerdote (monges) que viviam nos mosteiros e conventos, obedecendo às regras estabelecidas por uma ordem religiosa.

  • O controle de terras pela Igreja
O poder do Papa chegava até as paróquias através da hierarquia eclesiástica, de maneira a permitir-lhe o controle das regiões que faziam parte das paróquias, dioceses e províncias eclesiásticas.

  • O poder temporal da Igreja
Além do poder espiritual a Igreja também adquiriu poder temporal (material). Isso ocorreu porque muitos sacerdotes e ordens religiosas enriqueceram com as doações dos fiéis, chegando a controlar um terço das terras cultiváveis da Europa ocidental, num tempo em que a terra era uma das principais bases da riqueza.

  • As investiduras
Na Idade Média houve muitas disputas entre bispos, reis e papas pelo poder, e estes tiveram de promover negociações para manter a unidade do cristianismo e obter a proteção de reis poderosos. Uma dessas disputas referia-se ao seguinte: a quem caberia nomear e investir sacerdotes para os cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador? Esse problema ficou conhecido como  Questão das Investiduras.
As investiduras (ato de dar posse no cargo) feitas pelo imperador visavam a interesses pessoais e do reino. Nesse cenário, bispos e padres passaram a colocar seu compromisso com o soberano acima da fidelidade do papa.
Esses conflitos só foram resolvidos em 1122, pela Concordata de Worms, que adotou uma solução de meio termo: caberia ao papa a investidura espiritual dos bispos, cabendo ao imperador a investidura temporal.

  • Heresia
Os grupos que se desviavam dos ensinamentos da Igreja (Católica) foram perseguidos pelas autoridades religiosas, acusados de serem heréticos ou hereges, isto é, de cometer heresia. Consideravam-se heresia a concepção religiosa distinta da doutrina oficial católica, sendo, por isso, tida como falsa pela Igreja.

  • As principais heresias:
As principais heresias medievais foram: os cátaros (conhecidos como albigenses) acreditavam em um deus do Bem e um deus do Mal e que Cristo teria sido enviado pelo deus do Bem para libertar as almas humanas; os valdenses pregavam a virtude da pobreza voluntária; os patarinos questionavam a validade dos sacramentos ministrados por sacerdotes pecadores; os bogomilos acreditavam que a Igreja de Roma havia sido corrompida pela riqueza e que o cristianismo verdadeiro só existia na pobreza e na vida simples; combatiam o culto à Virgem Maria, aos santos e às virgens.

  • O surgimento das heresias
Segundo os historiadores, as heresias surgiram como reação de grupos religiosos populares a vários aspectos do cristianismo da época, principalmente ao despreparo dos sacerdotes paroquiais para atender às necessidades espirituais dos fiéis, à vida luxuosa do alto clero (que se preocupava mais com a acumulação de riquezas do que com a pregação evangélica) e ao fato de a Igreja aprovar um sistema social que explorava a maioria da população.

  • Os tribunais da Inquisição
Os Tribunais da Inquisição foram criados com o propósito de descobrir heresias e julgar os hereges. As pessoas condenadas eram excomungadas (excluídas da comunidade dos católicos) e entregues às autoridades do Estado, que se encarregavam de puni-las. As penas aplicadas a cada caso iam desde o confisco de bens até a morte na fogueira.
As heresias e a instituição da Inquisição nos mostra que a Idade Média não foi um período de estagnação. Mostra-nos que havia ideias que contradiziam e ameaçavam a Igreja Católica. De acordo com Georges Duby, as heresias eram a prova de que fervilhava, irreprimível, a liberdade de pensamento.

  • As Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares organizadas entre os séculos XI e XIII, por autoridades da Igreja Católica e pelos nobres mais poderosos da Europa. Seu objetivo declarado era libertar os lugares considerados santos que estavam em poder dos muçulmanos. O surgimento das Cruzadas costuma ser relacionado também com o hábito guerreiro dos nobres feudais e o interesse econômico em retomar importantes cidades comerciais que haviam sido ocupadas pelos muçulmanos.

  • O impacto das Cruzadas no Ocidente medieval
Suas consequências mais evidentes foram: empobrecimento dos senhores feudais, que custearam as guerras; fortalecimento do poder real, pois os senhores feudais perderam suas forças; “reabertura” do Mar Mediterrâneo, tendo como efeito o desenvolvimento do intercâmbio comercial entre a Europa e o Oriente; e a ampliação do universo cultural europeu, devido ao contato com os povos orientais.

Cultura Medieval

  • A Igreja e a Educação
A Igreja controlava as principais instituições de ensino: as escolas medievais ficavam, em geral, nos mosteiros e, depois, junto às catedrais. A partir do final do século XII, também esteve ligada ao surgimento e controle, em diversas cidades europeias, das primeiras universidades de que se tem notícia.

  • O papel unificador da Igreja Católica na Idade Média
A Igreja Católica desempenhou um papel unificador durante a Idade Média, porque, em meio à fragmentação política da época, ela foi capaz de promover a articulação cultural entre os elementos romanos e germânicos. Além disso, por meio da manutenção de alguns valores comuns, como a fé cristã e o latim, a Igreja conseguiu sintetizar as duas sociedades, forjando a unidade espiritual que marcou o mundo medieval.

  • A influência do Cristianismo na cultura da Idade Média
Na arquitetura: construção de igrejas, sobretudo as catedrais; na música sacra, resultado da adaptação desta arte aos ideais religiosos do cristianismo; na literatura: poesia épica, que exaltava a coragem dos cavaleiros em prol do cristianismo; na ciência e na filosofia (que eram interligadas): produção dos monges e pensadores religiosos.

  • A cultura popular medieval
A cultura popular medieval, em contraponto à austera cultura oficial, era impregnada de humor, manifestando-se em festejos carnavalescos, encenações teatrais burlescas (cômicas, satíricas), que recriavam as manifestações da cultura oficial, criticando os costumes e promovendo o riso e o divertimento público.


Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.