sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O Capitalismo

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia

          O Capitalismo

          • Conceito
          Sistema político-econômico que visa a acumulação de capital através do lucro. Existe o domínio total ou parcial de todos os meios de produção pela iniciativa privada. A sociedade é dividida em classes onde algumas são donas dos meios de produção (elite) e outras contribuem apenas com o trabalho (trabalhadores)
          O lucro do capitalista vem do trabalho excedente do empregado que não lhe é remunerado (mais valia).
          Surgiu no séc. XVI, após o declínio do sistema feudal, através da burguesia. No Reino Unido (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) o seu desenvolvimento foi mais acelerado e no continente europeu a transição do feudalismo para o capitalismo aconteceu de forma desigual.

          • Fases do desenvolvimento do Capitalismo

          - Comercial, Industrial, Financeiro e Informacional

          Capitalismo Comercial – Fim do séc. XV até séc. XVIII. Aconteceu durante o período de expansão marítima, quando as potências da Europa Ocidental (Portugal, Espanha, Holanda e França) foram em busca de novas rotas de comércio para as índias. O objetivo era acabar com a hegemonia das cidades italianas no comércio com o Oriente pelo Mediterrâneo.
          Aconteceu a escravização e o genocídio de milhões de nativos (América e África). Praticamente tudo era comercializado (perfumes, sedas, tapetes, especiarias e até seres humanos). As mercadorias eram produzidas de forma artesanal.
          O acúmulo de capitais era conseguido através das trocas e ficou principalmente nas mãos da burguesia.
          Serviu para fortalecer os Estados Nacionais com centralização do poder nas mãos do Monarca. O Poder de um país era medido pela quantidade de metais preciosos que acumulava. Predominou o mercantilismo onde o estado interferia nas relações comerciais. Este mercantilismo levou ao colonialismo (mundo dividido entre as potências mundiais). Acontecia o comércio triangular (escravos da áfrica para as colônias, produtos tropicais para as metrópoles e produtos europeus para a África).

          Capitalismo Industrial – A 1ª Revolução Industrial provocou a transformação da natureza por máquinas a carvão mineral. Houve um aumento significativo da produção de bens e consequentemente o aumento do lucro.
          Aconteceu uma expansão das redes de transportes terrestre e marítimo – trem a vapor e barco a vapor).
         O lucro vinha na produção de mercadorias.
          Karl Marx (1818-1883) desvendou a exploração capitalista:
          - Mais valia – todo produto ou serviço está embutido um valor a mais que não é repassado a quem o produziu (acúmulo de lucro).
          Nesta fase o regime assalariado foi o mais indicado. O trabalhador apresenta maior produtividade porque tem o seu salário garantido e ainda tem renda para o consumo.
          A Industrialização se expande para a Europa (Bélgica, França, Alemanha e Itália) e outros países (E.U.A, Japão e Canadá).
          A principal doutrina econômica utilizada foi o Liberalismo (O Estado não intervém na economia, o mercado é conduzido pela livre concorrência, seus dois principais estudiosos foram:Adam Smith – 1723 – 1790 e Davi Ricardo – 1772 – 1823, ambos britânicos). Muitos usam a expressão “Mão invisível do Mercado” – Palavras francesas (laissez-faire, laissez-passer – deixe fazer, deixe passar).

          Capitalismo financeiro – Acontece a divisão do trabalho e a fabricação em série que provocam um aumento da produtividade e da capacidade de produção, caracterizando a Segunda Revolução Industrial.
          Acontece uma concentração e centralização de capitais. A concorrência favoreceu as grandes empresas, provocando fusões e incorporações, surgindo monopólios e oligopólios.
          Foram introduzidas novas tecnologias e novas fontes de energia.
          A ciência ficou a serviço do capital com as pesquisas visando novas técnicas de produção.
          O avanço da siderurgia e indústria mecânica aconteceu devido ao aperfeiçoamento da fundição do aço. A indústria química desenvolveu um novo setor: o petroquímico.
          A eletricidade melhorou as indústrias e a qualidade de vida. O motor a combustão ajudou a indústria automobilística e aeronáutica, melhorando os transportes.
          A necessidade de garantir novos mercados e novas fontes de matérias primas gerou o imperialismo. Na conferência de Berlim (1884-1885) ocorreu a divisão da África entre as potências européias. As colônias eram consideradas uma continuidade do território das metrópoles. Já o imperialismo americano era diferente do europeu. Era exercido através de interferência política, incentivando golpes de ditadores favoráveis aos seus interesses.
          Houve uma divisão internacional do trabalho;

          Colônias > matéria-prima barata com uma economia dependente da metrópole;
          Metrópole > produto industrializado.

          O capital industrial (agrícola, comercial e de serviços) não se distingue mais do capital bancário. A expressão mais indicada passa a ser Capital Financeiro.
          Os bancos financiam e incorporam indústrias e vice-versa. As empresas familiares negociam suas ações (capital aberto).
          Após a crise de 1929, estado intervém na economia, planejando, coordenando, produzindo e agindo também como empresário. Esta doutrina é chamada de Keynesianismo por causa do inglês John Maynard Keynes – 1883-1846.
          Em 1933, o Presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt coloca em ação o New Deal (“novo plano” ou “novo acordo). Através deste plano promove a construção de obras públicas e estímulos a produção visando reduzir o desemprego.

          Através de fusões e incorporações surgem os trustes – grandes grupos que dominavam todas as etapas do processo de produção (retirada da matéria prima, transformação e distribuição).
          No capitalismo financeiro era comum a formação de cartéis – acordo entre trustes para controle de preço e eliminar concorrência em determinado setor. No cartel não há perda de autonomia de empresas.
          Surgem também os conglomerados, quando acontece uma ampliação e diversificação dos negócios de alguns trustes. Visa a manutenção da estabilidade do grupo.
          Os principais grupos mundiais são:
          - General Eletric (E.U.A.) – lâmpadas, fogões, geladeiras, equipamentos médicos, motores de avião e turbinas para hidrelétricas.
          - Sony (Japão);
          - Petrobrás, Vale do Rio Doce, Votorantim, Ambev e Gerdau (Brasil).
          Após a Segunda Guerra Mundial a maioria das grandes potências européias entra em decadência, perdendo os domínios coloniais. Emerge então, duas superpotências: Estados Unidos e União Soviética.

          Capitalismo informacional – acontece a 3ª Revolução industrial, também chamada de Revolução tecno-científica ou Revolução Informacional.
          Principais características:
          - O capitalismo passa pela fase informacional-global;
          - Começa após a 2ª Guerra Mundial, aproximadamente, aproximadamente a partir de 1970.
          - Surge a Internet que proporciona aumento de produtividade econômica e aceleração do fluxo de capitais.
          - O Capitalismo continua industrial financeiro.
          Industrial – novas tecnologias (robótica)
          Financeiro – cada vez mais bits de computador proporcionam uma circulação rápida pelo sistema mundial.
          Característica principal:
          Crescente importância do conhecimento.
          A primeira revolução industrial teve como fonte de recursos o carvão. A segunda o petróleo e a terceira o conhecimento.
          Na fase industrial as indústrias se instalaram próximas as jazidas de carvão. Na fase informacional elas se instalaram próximas as universidades (Vale do Silício – Informática, telecomunicações, robótica, etc. próximo a Universidade de Stanford)

          Globalização
          Conceito: atual momento da expansão capitalista. Esta expansão visa aumentar os mercados, portanto os lucros, movendo tanto os capitais produtivos quanto os especulativos. Ajudou a disseminação do Neoliberalismo (comandados por EUA e Inglaterra).
          Na globalização o Capitalismo não precisa da expansão territorialista (diferente da fase colonialista e imperialista). Exceção – Guerra do Iraque.
          A expansão também é silenciosa, através de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas.
          Apesar da facilidade de circulação de bens, serviços, capitais, junto com a adoção de medidas neoliberais, isto tudo favorece mais aos países desenvolvidos, pois são quebradas as barreiras para que suas grandes empresas possam atuar, em detrimento dos países emergentes.
          A facilidade de circulação de informações se dá, principalmente devido à internet. Isto levou a uma maior integração em escala mundial. Mas isto de forma desigual, pois algumas regiões estão mais integradas do que outras, atendendo principalmente os países desenvolvidos. Existe também uma desigualdade nos fluxos de capitais. Algumas regiões acabam recebendo mais que outras.

          Capitais especulativos
          - Também chamados de smart Money(“dinheiro esperto”) ou hotmoney(“dinheiro quente”);
          - Pequenos poupadores dos países desenvolvidos investem em fundos de pensão (aposentadorias);
          - A administração é feita por bancos, corretoras e outras;
          - Transferências para mercados mais lucrativos e seguros.
          - Curto prazo.

          Capitais produtivos
          - Investimento a longo prazo
          - Visa lucro através da redução nos custos de produção (baixo custo do transporte, proximidade dos mercados de mão-de-obra e de consumidores).

          Multinacionais
          São empresas que assumiram proporções maiores que na época dos trustes, cresceram pelo mundo, ultrapassando as fronteiras de seu país de origem e globalizando, não somente a produção, mas também o consumo. Nos países subdesenvolvidos o custo da produção era menor.
           Expandiram após a 2ª Guerra Mundial quando a economia voltou a crescer em ritmo mais acelerado, gerando um quadro de grande prosperidade.

          • Fontes

- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2005.