terça-feira, 4 de junho de 2019

SÓCRATES: A DIALÉTICA - FILOSOFIA - 1° ANO


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça

Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 

Série:    1° Ano 

Disciplina:   Filosofia - 2019

Sócrates: a dialética

Vídeo: SÓCRATES

·      Sócrates

Imortalizado nos diálogos de Platão. Sócrates tornou-se um mestre e um exemplo da conduta ética até nossos dias.

Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C) é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos, porém, não deixou nada escrito. O que se sabe dele e de seu pensamento vem dos textos de seus discípulos e de seus adversários.

 Sócrates era filho de um escultor e de uma parteira – dupla herança que o levou a buscar esculpir simbolicamente, uma representação autêntica do ser humano e a ajudar seus discípulos a dar à luz suas próprias ideias.

·      Diferenças e semelhanças entre Sócrates e os sofistas

O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas, embora não “vendesse” seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência prática ou moral.

Tanto quanto os sofistas, Sócrates abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explica a natureza e concentrou-se problemática do ser humano. No entanto se opôs ao relativismo quanto à questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses particulares, entre outros aspectos que marcaram sua diferença com a tradição sofista.

·      Debate com os sofistas

Embora em sua época tenha sido confundido com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com esses filósofos. Ele procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça?), enquanto os sofistas – conforme a visão de seus críticos – situavam suas reflexões a partir dos dados empíricos, o sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência (da virtude, da justiça, do bem etc.) a partir da qual a própria realidade empírica pudesse ser avaliada.

·      A pergunta fundamental de Sócrates e a resposta

A pergunta fundamental de Sócrates era: qual é a essência do ser humano, ou o que o ser humano é essencialmente? Sua resposta apontava para a ideia de que o ser humano é sua alma, entendida aqui como a sede da razão, o nosso eu consciente (que inclui a consciência intelectual e a consciência moral), pois é o que nos distingue de todos os outros seres da natureza.

Por isso, o autoconhecimento era um dos pontos básicos da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase escrita no Oráculo de Delfos, era a recomendação primordial feita por Sócrates a seus discípulos.

·      Diálogo crítico

A filosofia de Sócrates era desenvolvida mediante o diálogo crítico (ou dialética) com seus interlocutores, o qual pode ser dividido em dois momentos básicos:

- refutação ou ironia – etapa em que o filósofo interroga seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber, formulando-lhes perguntas e procurando evidenciar suas contradições. Seu objetivo era fazê-los tomar consciência profunda de suas próprias respostas, das consequências que poderiam ser tiradas de suas reflexões, muitas vezes repletas de conceitos vagos e imprecisos:

- maiêutica – etapa em que ele propunha aos discípulos uma nova série de questões, com o objetivo de ajuda-los a conceber ou reconstruir suas próprias ideias. Por isso, essa fase é chamada de maiêutica, termo que em grego significa “arte de trazer a luz”.

·      Corruptor da juventude?

Sócrates não dava importância à condição socioeconômica de seus discípulos. Dialogava com ricos e pobres, cidadãos e escravos. O que importava eram as qualidades interiores de cada pessoa, condições indispensáveis ao processo de autoconhecimento.

Como não fazia distinção entre seus interlocutores e questionava tudo, incluindo crenças e valores comuns, foi considerado uma ameaça social, um subversivo. Interessado na prática da virtude e na busca da verdade, contrariava os valores dominantes da sociedade ateniense. Por isso, receber a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de corromper a juventude.

·      A morte de Sócrates

Após ser acusado de ser injusto com os deuses e de corromper a juventude, foi submetido ao um processo e, no final, foi condenado a beber cicuta (veneno mortal extraído de uma planta de mesmo nome).

Diante dos juízes, Sócrates assumiu uma postura altaneira e imperturbável, de quem nada teme. Permanecia absolutamente em paz com sua própria consciência.

·      Sua vida

Sócrates construiu uma personalidade corajosa, guiando sua conduta pelo critério de justiça que encontrou como correto. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a seus mais caros valores morais.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

DEMOCRACIA ATENIENSE E OS SOFISTAS - FILOSOFIA - 1° ANO


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo  
Série:    1° Ano  
Disciplina:   Filosofia - 2019

Democracia ateniense e os Sofistas

Vídeo: OS SOFISTAS


·      O surgimento da democracia ateniense

Até meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o poder do rei foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes da aristocracia ateniense (ou eupátridas), que comandavam o governo da cidade.

Entre os séculos VII e VI a.C., diversas reformas – promovidas sucessivamente por Drácon, Sólon e Clístenes – foram criando uma nova forma de governar, que se guiava basicamente pelo princípio da isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis. Nascia, assim, a democracia ateniense.

·      Diferenças entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense

Apenas uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como cidadão em Atenas. Além disso, tratava-se de uma sociedade escravista – escravos, mulheres e jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos. Nem mesmo os estrangeiros (os metecos, pessoas não nascidas em Atenas), que residiam em grande número na cidade, podiam participar da vida democrática.

A democracia Ateniense era uma democracia direta, isto é, cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à palavra.

a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão elege os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração.

·      A cultura da palavra e da razão

Com as discussões em praça pública (ágora), propiciando a participação de um número maior de habitantes na discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.

·      A preocupação dos sofistas

A grande preocupação do período que se inicia com os sofistas, diferente do período pré-socrático, foi a busca de explicações racionais para o próprio ser humano, suas capacidades, sua natureza, sua essência, bem como para as relações do indivíduo com a sociedade.

·      Os sofistas

Os sofistas eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Suas lições visavam principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do poder de argumentação, da habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no âmbito público como no privado. Seu surgimento foi favorecido pelo momento histórico vivido pela civilização grega, uma época de muitas lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas.

·      Heróis ou vilões?

O termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido sobretudo às críticas de Platão.

Desde então, considerou-se a sofística (ou arte dos sofistas) apenas uma atitude viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso, iludir os ouvintes, sem nenhum amor pela verdade. Os sofistas pareciam não buscar a aletheia (verdade); contentavam-se com pseudos (o falso).

          Entretanto, abordagens mais recentes sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a sociedade e a compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um único sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.

·      Protágoras de Abdera

Nascido em Abdera (a mesma cidade natal de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas.

Protágoras afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social consegue perceber que é. A realidade é relativa a cada um (indivíduo, grupo social, cultural), ou seja, depende de suas disposições, concepções, modos de viver. Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam, constroem ou destroem.

A filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa será verdadeira se para mim parecer verdadeira, mas falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de cada um.

·      Górgias de Leontini

Górgias de Leontini (487-380 a.C). foi um dos grandes oradores da Grécia. Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.

  



Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

ROMANOS


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo  
Série:    1° Ano  - Ensino Médio 
Disciplina:   História  - 2019



Romanos

Vídeo: IMPÉRIO ROMANO


  • Povos da península itálica

Os principais povos que habitaram a península itálica entre os séculos XX e VIII a.C. foram os italiotas (subdivididos em latinos, volscos, équos, úmbrios, sabinos, samnitas), os etruscos e os gregos.

  • Períodos da história política

1ª) Monarquia, (753-509 a.C) – época em que Roma era uma pequena cidade sob a influência dos etruscos.

2ª) República, (509-27 a.C)  - Roma desenvolveu suas instituições sociais e econômicas e expandiu seu território, tornando-se uma das maiores civilizações do mundo antigo.

3ª) Império, (27 a.C.-476 d.C) – os romanos enfrentaram inúmeros problemas internos e externos. A combinação desses problemas levou a civilização romana à decadência

  • A monarquia etrusca em Roma

A monarquia etrusca em Roma tinha três instâncias de poder: o rei, o Senado e a Assembléia Curial. O rei era o chefe militar e religioso e o juiz; era fiscalizado pelo Senado e pela Assembléia Curial. O Senado era um conselho formado por velhos cidadãos que chefiavam as grandes famílias (génos). A Assembléia Curial compunha-se de cidadãos (soldados) agrupados em cúrias (conjunto de dez clãs), e só se reunia quando convocada pelo rei.

  • A Sociedade

Os patrícios, eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos.

Os clientes, eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais. Constituíam ponto de apoio da dominação política e militar dos patrícios.

Os plebeus, eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e ao trabalhos agrícolas. Constituíam a maioria da população e não possuíam direitos de cidadãos.

Os escravos, inicialmente eram os devedores incapazes de pagar suas dívidas. Com a expansão militar o grupo passou a incluir prisioneiros de guerra. Era considerado um bem material, ou seja, podia ser vendido, castigado ou alugado.

  • A República

A palavra república, em latim, quer dizer “coisa de todos”. No entanto, o que se viu em Roma não foi a distribuição do poder, mas  a instalação de uma organização política dominada pelos patrícios. Embora a maioria da população fosse composta de plebeus, eles não tinham o direito de participar das decisões políticas.

  • Patrícios e plebeus

Os plebeus constituíam a maior parte da população; a segurança da cidade dependia da existência de um exército forte e numeroso, por isso a participação deles no exército era fundamental. Ao perceberem sua importância, os plebeus passaram a se rebelar contra o domínio dos patrícios, recusando-se, por exemplo, a participar do exército. Essa situação gerou uma luta entre os dois grupos sociais que durou mais de um século.

  • Os direitos dos plebeus

Após as lutas políticas, os principais direitos conquistados pelos plebeus foram: a codificação escrita das leis (a Lei das Doze Tábuas, em 450 a.C.), que evitava a arbitrariedade; a Lei Canuléia, em 445 a.C., que autorizava o casamento entre patrícios e plebeus; a eleição de magistrados plebeus (367-366 a.C); e a lei que proibia a escravização por dívidas, por volta de 366 a.C., até a escravidão de romanos ser definitivamente abolida (em 326 a.C.).

  • Expansão territorial e Guerras Púnicas

O principal motivo que desencadeou as Guerras Púnicas (Guerras contra Cartago – cidade do norte da África) foi a disputa entre Roma e Cartago pela hegemonia comercial na região do Mediterrâneo.

Estas guerras foram favoráveis à expansão territorial romana porque a destruição da cidade rival abriu caminho para a dominação romana sobre as regiões ocidentais (península Ibérica e Gália) e sobre a região oriental (Macedônia, Grécia e Ásia menor). A expansão romana pôde ocupar todo o Mediterrâneo, que passou a ser chamado pelos romanos, de maré nostrum, “nosso mar”.

  • A expansão territorial e os grupos sociais

As conquistas militares, que garantiram a expansão territorial, acarretaram o acúmulo de riquezas em Roma. Com isso, o estilo de vida romano modificou-se: de simples e modesto tornou-se luxuoso e requintado. Os principais beneficiados foram os nobres ricos, que se apropriaram de grandes faixas de terra (latifúndios) cultivadas por escravos. Muitos plebeus, porém, voltaram para Roma empobrecidos, forçados a vender tudo que possuíam; sem suas terras, migraram para a cidade, aumentando o número de pobres e famintos.

  • Revoltas de escravos

As revoltas de escravos aconteceram devido à resistência que eles opunham à exploração a que eram submetidos.

A principal revolta foi liderada por Espártaco que reuniu, entre 73 e 71 a.C., quase 80 mil escravos, onde, com um forte exército, ameaçou o poder de Roma durante quase dois anos.

Espártaco e seu exército só foi derrotado em 71 a.C. por uma força do exército romano, sob o comando de Licínio Crasso.

  • A decadência da república

Do ponto de vista dos patrícios, a crise da República se apresentava como ações e pressão contra seus privilégios; do ponto de vista dos plebeus, representava a oportunidade de reivindicar reformas sociais, em benefício da massa do povo.

Os irmãos Graco propuseram reformas para diminuir as tensões sociais que incluíam: leis de reforma agrária, visando limitar o crescimento dos latifúndios e promover a distribuição de terras entre os camponeses plebeus. Tendo terra para trabalhar e, com isso, obter seu sustento, os plebeus deixariam de engrossar a massa de pobres que, na cidade, fazia pressão por mudanças, criando tensão social.

  • Governo de Júlio César

Durante o governo de Júlio César as principais medidas adotadas foram: reorganização político-administrativa em Roma, distribuição de terras entre os soldados, aumento da colonização das províncias romanas. Essas medidas causavam temor na aristocracia porque contribuíam para aumentar o prestígio e o poder de César, o que poderia levar à completa extinção das instituições da República.

  • O império

A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando poderes e títulos, entre eles o de augusto (divino, magestoso). Na prática, tornou-se o governante supremo de Roma, mas não assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas – como o Senado -  continuassem existindo na aparência.

  • O governo de Otávio

As principais características de seu governo foram: concentração de poderes em suas mãos, mas com as instituições republicanas, como o Senado, continuando a existir na aparência; a profissionalização do exército; e a organização interna do Império, com a interrupção do processo de conquistas militares.

  • Pax Romana e o sistema de produção

A “Pax Romana”(período de paz) acarretou mudanças em relação ao trabalho escravo. Com a interrupção das conquistas, não havia mais prisioneiros de guerra, e o número de escravos tendeu a diminuir. Muitos senhores passaram a conceder liberdade para alguns escravos, que se transformaram em colonos ligados à terra do senhor, com uma série de obrigações a cumprir. Alguns ex-escravos chegaram a enriquecer.

  • A política do pão e circo

Roma foi uma das maiores cidades do mundo antigo. No século II, sua população era de aproximadamente 1.200.000 habitantes, de todas as partes do império.

Para manter sob controle esse grande número de pessoas, muitas sem ocupação, vivendo pelas ruas, as autoridades romanas distribuíam periodicamente alimentos (pão) e promoviam diversos espetáculos públicos (circo). Assim , “pão e circo” foi a fórmula utilizada para diminuir as tensões sociais. Eram tantas as festas e os espetáculos que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.

Entre os espetáculos mais populares estavam as lutas contra animais ferozes e os combates entre gladiadores. Os gladiadores eram, normalmente, escravos ou prisioneiros de guerra treinados em escolas especiais de lutas (ludus gladiatorius).

  • A crise do Império

A sustentação de um império tão vasto exigia elevados gastos públicos. Por isso, ao longo do tempo, a carga tributária foi ampliada, tornando-se pesada diante do enfraquecimento da economia, abalada pela diminuição do número de escravos. Essa situação provocou uma crise, agravada pela pressão militar dos povos que os romanos chamavam de “bárbaros” sobre as fronteiras do Império e por disputas internas entre os chefes militares romanos, o que gerou indisciplina no exército e levou à desestruturação do comando central de Roma.

  • Os bárbaros

Os “bárbaros” (visigodos, ostrogodos e alamanos, entre outros) eram povos que viviam fora do império e não falavam latim. Fizeram sucessivos ataques ao Império Romano do Ocidente, já enfraquecido por divisões internas, tomando parte, desse modo, do seu fim.

  • Legados deixados para o ocidente

Uma das mais significativas permanências de aspectos da cultura romana entre os povos ocidentais está no campo do direito, que ocupava posição central no conjunto do saber romano. Muitas legislações foram criadas pelos romanos para regular o comportamento social nos vastos domínios de Roma.

Mas, numa sociedade com tantas desigualdades, nem tudo o que o direito estabelecia formalmente se aplicava à vida cotidiana da maioria das pessoas.

            A língua latina constitui uma das mais importantes permanências culturais da Roma antiga entre os povos ocidentais. O latim, língua original dos habitantes do Lácio, difundiu-se na Antiguidade juntamente com as conquistas romanas. Dele se originaram os idiomas italiano, português, espanhol, francês e romeno.

  • Constantino I e o Cristianismo

Constantino I converteu-se ao cristianismo e, pelo Edito de Milão, em 313, concedeu liberdade religiosa em todo o Império Romano. Assim, foi permitido aos cristãos construir igrejas e celebrar seu culto publicamente, favorecendo a expansão do cristianismo por todo o Império.



Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

OS GREGOS 2 - HISTÓRIA - 1° ANO


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça

Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 

Série:    1° Ano 

Disciplina:   História - 2019



Os Gregos 2



  • A cultura helenística (Grega)

As principais características da cultura helenística são:

- O clima de incerteza, descrença e materialismo que dominava o campo filosófico, expresso no estoicismo (afirmava ser inútil lutar contra o inevitável, o homem devia aceitar seu destino) e no hedonismo (que ensinava que o homem devia buscar o prazer, pois este representa o bem, enquanto a dor representa o mal);

- O desenvolvimento do conhecimento científico;

- O caráter mais dramático, plástico e emotivo do equilíbrio e do racionalismo clássico grego.

A dramaticidade, plasticidade e emotividade características da arte helenística podem ser observadas na imagem, nas expressões faciais dos personagens, na postura de cada um e no próprio tema da escultura



  • Religião e Mitologia

A religião grega não tinha um conjunto fixo de normas (dogmas) escritas em um único livro sagrado. Seus princípios foram transmitidos pela tradição oral.

Entre as características da religião grega, cita-se o politeísmo (culto a vários deuses) e o antropomorfismo (do grego antropo=homem e morfismo=referente à forma – os deuses gregos eram representados com forma e comportamento semelhantes aos dos seres humanos. Os gregos reverenciavam também, os heróis, os semideuses, filhos de um deus imortal com uma pessoa morta. Entre os heróis gregos destaca-se Hércules, o mais forte de todos.

Filhos de Cronos e Reia: Héstia (deusa do lar); Hades (deus do mundo subterrâneo); Deméter (deusa da agricultura); Zeus (deus do céu e senhor do Olimpo); Hera (esposa e irmão de Zeus); Posêidon (deus dos mares).

Filhos de Zeus: Ares (deus da guerra); Atena (deusa da inteligência; nasceu da cabeça de Zeus e prestava serviços à guerra ou à paz; Afrodite (deusa do amor e da beleza); Dionísio (deus do vinho, do prazer e da aventura); Apolo (deus do Sol, das artes e da razão; era considerado o mais belo dos deuses; Ártemis (deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal, era irmã gêmea de Apolo; Hefesto (deus do fogo, patrono dos metalúrgicos); Hermes (deus do comércio e da comunicação (eloquência); era o mensageiro de Zeus).

Narrando a vida dos deuses e heróis e seus envolvimentos com os humanos, os gregos criaram um rico conjunto de mitos (mitologia), que exerceu grande influência sobre a arte e o pensamento dos povos ocidentais.

O termo mito tem diversos sentidos. Pode significar uma idéia falsa, como o “mito da superioridade racial dos germânicos”; uma crença exagerada no talento de alguém, algo como “Elvis Presley foi o maior mito do rock mundial”; ou ainda algo não comprovado, irreal supersticioso, como o mito da existência de marcianos. Na história dos gregos antigos, mito se refere aos relatos da tradição cultural daquele povo, que utilizava elementos simbólicos para explicar a realidade e dar sentido à vida. As lendas narradas pelos mitos são ricas em símbolos e imagens e propõem reflexões sobre os homens e sua condição no mundo.



  • Elementos culturais

Arquitetura: destacam-se os templos, cuja principal função era abrigar as esculturas dos deuses e deusas. Não eram locais para reunião ou adoração e sim para serem vistos do exterior. Os principais estilos arquitetônicos foram: dórico (as colunas eram simples e sóbrias), jônico (as colunas eram cheias de ornamentos, sugerindo leveza) e coríntio (as colunas apresentavam uma variação da ordem jônica, era mais rebuscada e exuberante).

Escultura: relacionada com à religião, mesclava o divino e o humano, o espiritual e o físico. Deuses e deusas eram representados em forma humana. Na época clássica idealizava conceitos e sentimentos, como a justiça, o amor, a guerra, a paz, a sabedoria etc.

Teatro: os autores criavam textos cômicos (comédias) ou dramáticos (tragédias). Os atenienses apreciavam os diferentes gêneros teatrais e havia festivais e concursos entre os autores.

Ciências: Os gregos aperfeiçoaram o alfabeto fenício, inserindo as vogais, e o transmitiram a diversos povos. Na escrita da história destacaram-se Heródoto (484-425 a.C.), conhecido como o “pai da história”, e Tucídides (460-396 a.C.). Na filosofia, Sócrates (469-399 a.C.), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), enfatizaram a importância da razão como instrumento para se adquirir conhecimento e sabedoria. Da filosofia desmembraram as outras ciências destacando nomes como os matemáticos Tales de Mileto e Pitágoras. Na medicina destacou-se Hipócrates (pai da medicina)



  • Guerras Médicas

A expansão econômica e cultural da Grécia, alcançando a costa ocidental da Ásia (Ásia Menor), provocou o confronto com o Império Persa, com a disputa de rotas comerciais, mercados e matérias-primas. Desse confronto resultou o conflito que se estendeu de 499 a 475 a.C. (Guerras Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas). A guerra promoveu a solidariedade entre os gregos, que, com a liderança de Atenas e Esparta, conseguiram deter a invasão persa. O papel de destaque coube aos atenienses: Atenas, após a guerra, tornou-se a mais poderosa cidade grega, tanto do ponto de vista militar quanto econômico.



  • Guerra do Peloponeso

O poderio de Atenas, decorrente das Guerras Médicas, provocou a reação de outras cidades gregas, comandadas por Esparta, que organizou e liderou a Liga do Peloponeso. A guerra entre as cidades rivais durou 27 anos (431-404 a.C.) e terminou com a vitória de Esparta; os aristocratas espartanos estenderam sua influência sobre o mundo grego durante cerca de 30 anos. Essa liderança, contudo, foi interrompida por novas revoltas comandadas por habitantes da cidade de Tebas, que contavam com um poderoso exército.



  • Consequências das guerras para a vida política

Após vencer as tropas espartanas, as lideranças tebanas instituíram um período de hegemonia entre os gregos, que durou de 371 a 362 a.C. Mas, após anos de guerras internas, as cidades gregas ficaram enfraquecidas nas suas instituições públicas, debilitando o mundo grego. Aproveitando-se desta “crise” da polis, o rei Filipe da Macedônia preparou um forte exército para conquistar a Grécia.



  • O Império Macedônico

Liderando o exército macedônico, Alexandre Magno (o Grande, como ficou conhecido), filho do rei Filipe da Macedônia, sufocou definitivamente as revoltas das cidades gregas (Tebas e Atenas) e, depois partiu com mais de 40 mil homens em direção ao Oriente.

Alexandre obteve vitórias militares na Ásia Menor, Egito, Mesopotâmia, Pérsia e em regiões da Índia, até o vale do rio Indo. Em dez anos, o Império Macedônico transformou-se em um dos maiores de toda a Antiguidade.

Alexandre não consegui, no entanto, montar um governo estável para administrar seu vasto império. Quando morreu, em 323 a.C. (pouco antes de completar 33 anos), seus generais disputaram o poder entre si, cada qual defendendo os interesses da região que comandava.

O Império Macedônico foi responsável pela difusão da cultura grega desde o Egito até o Extremo Oriente, e promoveu trocas culturais com o mundo oriental.







Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

OS GREGOS 1 - HISTÓRIA - 1° ANO


Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo  
Série:    1° Ano  
Disciplina:   História - 2019



Os Gregos I

Vídeo grandes civilizações: GRÉCIA ANTIGA


  • Divisão histórica

A Grécia foi palco de uma civilização que se desenvolveu para além de seus limites geográficos. Sua história costuma ser dividida nos períodos: Micênico ( 1650 a 1150 a.C), Homérico (séculos XV a VIII a.C.), Arcaico (séculos VIII a VI a.C.), Clássico (séculos VI a IV a.C.)  e Helenístico (séculos IV a I a.C.).



  • Primeiros povoadores

A partir do ano 2000 a.C., aqueus, jônios, eólios e dórios começaram a se estabelecer nas áreas que ficaram conhecidas como Grécia antiga. Conquistando populações já existentes nessa regiões (cretenses e micênicos, entre outros), esses povos estão entre os principais formadores dos helenos (povo grego) – uma mescla de etnias e culturas que, ao longo do tempo, por intercâmbios socioculturais, foi adquirindo certa unidade.



  • Creta

Há cerca de 5 mil anos, a ilha de Creta, por sua localização, tornou-se ponto de encontro entre a Grécia e as civilizações do Crescente Fértil, o que favoreceu o desenvolvimento de atividades marítimas e comerciais. Entre 1700 e 1450 a.C. instalou-se na cidade de Cnossos uma poderosa monarquia que impôs sua supremacia sobre as demais cidades e expandiu a dominação cretense, formando um império comercial-marítimo que, por se basear na navegação marítima, foi denominada talassocracia.



  • As cidades-Estados

As cidades-Estados originaram-se das transformações ocorridas na organização dos génos (grandes famílias). No início, a vida econômica era baseada na fraternidade e na cooperação social, com a terra, a colheita e o rebanho pertencendo à comunidade. Posteriormente, alguns grupos acumularam riqueza e poder, e passaram a se considerar os melhores (aristoi, em grego). Com isso a vida comunitária dos génos foi-se dissolvendo, formando-se a pólis (ou cidade-Estado), com governo, leis, calendário e moeda próprios.

As cidades-Estado gregas eram independentes entre si, isto é, cada uma tinha governo, leis, calendário e moeda próprios. Ocupavam em média de 1.000 a 3.000 km2 de área, dividida em zona rural e zona urbana.



  • A fragmentação política da Grécia Antiga

A fragmentação política ocorreu devido a duas características físicas marcantes: o território montanhoso (cerca de 80%), fazendo com que os grupos humanos se instalassem em distintas planícies, separadas pelo relevo, e o litoral bastante recortado e fragmentado em ilhas.



  • Elementos de união do mundo grego

Apesar da divisão em cidades-Estado, existiam elementos que uniam o mundo grego. O que integrava as diversas populações das cidades gregas eram elementos culturais comuns: a língua (apesar dos diferentes dialetos), uma base religiosa comum, certos eventos periódicos em que se reuniam (como os Jogos Olímpicos) etc.



  • A colonização grega

A expansão colonizadora dos gregos deveu-se a questões sociais originadas por problemas de posse da terra, dificuldades na agricultura e aumento da população, o que levou grande parte dos gregos a procurar novas terras para se fixar.

Após os primeiros momentos de expansão, as regiões colonizadas tornaram-se centros comerciais, impulsionando as trocas entre as cidades da Hélade e as colônias. A expansão colonizadora também impulsionou a navegação marítima, as trocas culturais e a produção artesanal



  • Esparta

A sociedade espartana, marcada pelo caráter militarista da cidade (que se justificava devido as constantes revoltas dos hilotas) era constituída por três grupos sociais: os esparciatas (cidadãos espartanos), homens livres, proprietários de terras, que não podiam exercer o comércio e ficavam à disposição do exército ou dos negócios públicos: os periecos, também homens livres, que não tinham direitos políticos e se dedicavam principalmente ao comércio e ao artesanato; e os hilotas, que tinham obrigação de cultivar as terras dos esparciatas, das quais não podiam ser expulsos. Desprezados socialmente, promoviam frequentes revoltas contra os grupos dominantes.

Essa organização se traduzia na estrutura de poder, com o domínio político exclusivo dos esparciatas, que exerciam todos os cargos e funções de governo.



  • Atenas

A sociedade ateniense era agrupada em três grandes categorias: cidadãos, metecos e escravos.

Cidadãos: homens adultos (maiores de 21 anos), filhos de pai e mãe atenienses. Eram pessoas de diferentes condições econômicas: grandes e pequenos proprietários de terra, grandes e pequenos comerciantes etc. tinham direitos políticos e participavam do governo da cidade. Raramente os atenienses concediam o direito de cidadania a pessoas de outras cidades.

Metecos: pessoas que viviam em Atenas, mas não haviam nascidos na cidade. Não tinham direitos políticos e eram proibidos de comprar terras, mas podiam trabalhas no comércio e o artesanato. Em geral, pagavam impostos para viver na cidade e, em certas épocas, podiam ser convocados para o serviço militar.

Escravos: geralmente prisioneiros de guerra, comprados de estrangeiros nos mercados de escravos, ou filhos de escravos que já viviam na cidade.



  • A democracia ateniense

A democracia grega surgiu a partir da reação de grande parte dos atenienses frente aos abusos e à concentração de poder da aristocracia (classe formada por um grupo reduzido de pessoas que detêm o poder econômico ou político).

Com a ação de alguns reformadores, nos séculos VII e VI a.C., a situação política foi sendo, aos poucos, modificada. Drácon impôs leis escritas acabando com as vendetas (guerras entre famílias por vingança); Sólon libertou os cidadãos transformados em escravos. Esse processo culminou com a criação de um novo modo de governar Atenas – a democracia, que se consolidou com Clístenes (510 a 507 a.C). O princípio básico do regime democrático dizia que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis” – princípio da isonomia.



  • Democracias

Há várias diferenças entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense.

A democracia ateniense não atingia igualmente a todos os que lá viviam.  Restringia-se aos cidadãos (pequena parte da população masculina). Os estrangeiros (metecos), os escravos, as mulheres e os jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos e estavam excluídos da vida democrática. Hoje, em uma sociedade democrática, a cidadania é uma condição a que todos os seus membros têm direito.

Outra diferença é que, em Atenas, a democracia era direta, ou seja, todo cidadão apresentava-se pessoalmente na Assembleia para votar sobre diferentes assuntos da vida pública.

Já a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão ele os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração pública.



  • Aristóteles e a escravidão

Aristóteles justifica a escravidão pela própria natureza, que, segundo ele, faz o corpo dos escravos e o do homem livre diferentes. O corpo do escravo seria forte, adaptado para a atividade servil; o do homem livre, ereto, seria inadequado para o trabalho, porém apto para a vida do cidadão.







Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.



COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.