quinta-feira, 17 de novembro de 2016

GLOBALIZAÇÃO E COMÉRCIO INTERNACIONAL - GEOGRAFIA 2° ANO

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º Ano
Disciplina: Geografia - 2016

GLOBALIZAÇÃO E O COMÉRCIO INTERNACIONAL

O que é Globalização
Processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo.
Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

Fases da Globalização
A Globalização não é algo novo, ocorre na História da Humanidade desde muito tempo. Ex: Egito, Grécia, Roma, Pérsia.
O processo de Globalização atual, contudo, assume novas características, sendo considerado a quarta fase da expansão capitalista: CAPITALISMO COMERCIAL – CAPITALISMO INDUSTRIAL – CAPITALISMO FINANCEIRO – GLOBALIZAÇÃO (CAPITALISMO INFORMACIONAL).
A atual etapa do capitalismo é a globalização, o  fato está relacionado a própria evolução do modo de produção capitalista, que traz na sua essência o caráter expansionista, uma vez que, visa aumentar mercados consumidores e consequentemente ampliar os lucros.
A expansão traz um dado novo que é a forma como ela acontece, pois afinal agora a invasão é sutil e eficaz: a invasão high-tech, trata-se de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas.

Características da Globalização
As principais características da globalização atual são:
Ø A homogeneização dos centros urbanos,
Ø A expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos,
Ø A revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica,
Ø A reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais,
Ø A formação de uma cultura de massa que abrange o mundo como um todo, etc.
Ø Padronização de produtos em estratégia de marketing unificada para obter imagem padrão junto aos consumidores

Agentes
Os grandes agentes do processo de globalização são:
Ø  os países desenvolvidos,
Ø  as empresas multinacionais
Ø  organismos internacionais  (ex. FMI, OMC).


Polos de poder na economia globalizada
Ø  Bloco Americano: EUA e Canadá
Ø  Asiático: principal Japão
Ø  Europa: Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
Ø  Todos esses polos estão amparados por blocos econômicos!

Multilateralismo, Gatt, OMC e Regionalismo
Multilateralismo – são acordos comerciais que envolvem diversos países no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Surgiu com a criação do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em 1947. O princípio mais importante dessa entidade é o da Nação Mais Favorecida (NMF), que proíbe a discriminação entre países-membros. Toda vantagem, favor ou privilégio envolvendo tarifas aduaneiras e concedido bilateralmente deve ser estendido imediatamente ao comércio com os demais países signatários. Este princípio é conhecido como Princípio de Não-discriminação entre as Nações.

Gatt (Acordo Geral de Tarifas e comércio): surgiu com a Conferência de Havana, em 1947, com o objetivo de estimular o comércio multilateral entre os países signatários. No entanto, ele era apenas um fórum de negociações vinculados à ONU, não uma entidade como, por exemplo, o Bird e o FMI. Com a conclusão da Rodada do Uruguai, em abril de 1994, foi assinada, no Marrocos, por 122 países, a Declaração de Marrakesh, que criou a OMC.

OMC (Organização Mundial de Comércio) – com sede em Genebra foi criada para substituir o Gatt(era apenas um acordo) e passou a ter o mesmo status do Bird e do FMI. Adquiriu força política para fiscalizar o comércio mundial e fortalecer o multilateralismo. Começou a funcionar em 1° de janeiro de 1995, supervisionando os acordos comerciais e mediando disputas entre os países signatários. Quando um país se sente prejudicado recorre a OMC e esta deverá punir o outro país ou então mediar um acordo.

Regionalismo – é uma tendência de formação e consolidação de blocos regionais, como a União Européia (EU), o Acordo Norte-americano de Livre Comércio (Nafta) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Este movimento ocorre devido à uma lógica do sistema capitalista que apresenta uma constante necessidade de lucros e de acumulação de capitais para fazer frente a competitividade de uma economia globalizada. Os países membros dos blocos regionais procuram diminuir ao máximo as barreiras impostas pelas fronteiras nacionais aos fluxos de mercadorias, de capitais, de serviços ou de mão-de-obra. Os integrantes desses blocos fortalecem-se diante de países isolados ou de outros blocos de países.

*Principais tipos de blocos regionais
Zonas de livre comércio: busca-se apenas a gradativa liberalização do fluxo de mercadorias e de capitais dentro dos limites do bloco. Ex: Acordo Norte-americano de Livre Comércio –Nafta – (Estados Unidos, Canadá e México);.

União Aduaneira: é um estágio intermediário entre a zona de livre comércio e o mercado comum. Além da abolição das tarifas alfandegárias nas relações comerciais no interior do bloco, é definida a Tarifa Externa Comum, que é aplicada aos países de fora da união. Ex: Mercosul – Mercado Comum do Sul - (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai)

Mercados comuns: busca-se uma padronização da legislação econômica, fiscal, trabalhista, ambiental etc. Entre os resultados, estão a eliminação das barreiras alfandegárias internas, a uniformização das tarifas de comércio exterior e a liberalização da circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco. Ex: (UE)

União econômica e monetária: é o ponto máximo do mercado comum. Ocorre a implantação de uma moeda única. Exemplo: União Européia (UE) com o euro.

• Os blocos econômicos regionais e as fronteiras da economia mundial
O surgimento de blocos econômicos significa que regionalmente, em maior ou menor grau, as fronteiras econômicas entre os países estão sendo abolidas. Em âmbito mundial, no entanto, a disputa econômica tende a continuar existindo, sendo cada vez mais intermediada por esses organismos supranacionais – os blocos econômicos regionais – e, no plano multilateral, pela OMC.

• O comércio internacional na atualidade
O comércio internacional é um dos aspectos mais importantes da globalização. As trocas comerciais desde a Segunda Guerra têm crescido num ritmo mais rápido do que a produção em escala mundial, aprofundando a interdependência dos países. Essa tendência só foi interrompida em 2001, quando houve uma queda de 1,5% no comércio mundial. A consolidação dos blocos comerciais tem fortalecido as trocas não só em escala regional, mas também mundial. De qualquer maneira, o comércio internacional está concentrado fortemente no Hemisfério Norte (85% do comércio mundial é feito entre os países desenvolvidos). Os maiores comerciantes do mundo são os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a França, o Reino Unido, a China e o Canadá. No entanto, o México e os Tigres Asiáticos têm aumentado sensivelmente sua participação nos últimos tempos.

• O Mercosul
O Mercosul foi formado em 26 de março de 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai com a assinatura do Tratado de Assunção, e seu secretariado está sediado em Montevidéu (Uruguai). Sua meta inicial era estabelecer uma zona de livre-comércio entre os países-membro por meio da eliminação de tarifas alfandegárias e restrições não tarifárias, liberando a circulação da maioria de mercadorias. Alcançada essa meta, em 1194 foi assinado o Protocolo de Ouro Preto e fixou-se uma política comercial conjunta dos países do Mercosul em relação a nações integrantes do bloco, medida que definiu a Tarifa Externa Comum (TEC) e transformou o bloco em união aduaneira. A TEC serve para que todos cobrem um imposto de importação comum, para evitar que álbum membro dê tratamento diferenciado a determinado setor e se torne porta de entrada de produtos que depois poderiam circular livremente dentro do bloco. Entretanto, como há uma lista grande de exceções, isto é, de produtos que não se enquadram na TEC, diz-se que o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita.
       Em reunião extraordinária em 31 de julho de 2013, após processo de impeachment do Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, Brasil, Argentina e Uruguai reuniram em Brasília (DF) e aprovaram a entrada da Venezuela no bloco.

• A União Europeia (UE)
A União Européia representa o estágio mais avançado do processo de formação de blocos econômicos no contexto da globalização.
Originada da Comunidade Econômica Européia (CEE) e do BENELUX, foi oficializada em 1957 pelo Tratado de Roma, como Mercado Comum Europeu.
A União Européia (UE) é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB: 8 trilhões de dólares.
Bloco liderado por países da Europa Ocidental.
Uma união supranacional econômica e política de 27 Estados-membros.
Apresenta elevado grau de integração.
Estágio atual: União Econômica e Monetária.

• A fragilidade dos blocos africanos
A fragilidade dos blocos africanos é nada mais do que o reflexo da fragilidade dos países do continente. Estes são marcados por dependência econômica, carência de infra-estrutura, baixo nível de industrialização, pobreza, fome, epidemias e guerras civis. O mais importante bloco econômico da África é a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), à qual pertence a maior e mais diversificada economia do continente, a África do Sul.

• BRICS
Brics é um grupo formado por cinco importantes países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (que se juntou ao grupo em 2011).
A sigla Bric foi criada em 2003 pelo economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs. Apareceu em um documento, do qual O’Neill foi um dos autores, que mostrava diversas projeções para os quatro países. Com base em uma série de dados – tamanho do PIB, taxa de crescimento econômico, renda per capita, tamanho da população, participação no consumo global e movimentação financeira -, os autores desse documento previram que esses quatro países estarão entre as seis maiores potências econômicas do mundo em 2050
O grupo Bric não é um bloco econômico nem uma aliança política ou militar. Há, contudo, apesar de muitas diferenças internas, ponto em comum e interesses convergentes entre seus membros, e ele acabou tomando forma de um fórum de discussões.

Fonte Bibliográfica

MOREIRA, Carlos João, SENE, Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2014

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

CARACTERÍSTICAS E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL - GEOGRAFIA 2° ANO

Col. Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:   1º Ano Matutino
Disciplina: Geografia  -  2016

CARACTERÍSTICAS E CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL

  • População povo e etnia
População é o conjunto de pessoas que residem num determinado lugar, que pode ser uma cidade, um estado, um país ou mesmo o planeta como um todo. Já o povo é constituído pelos habitantes de um território nacional que têm direitos e deveres de cidadania. Etnia é o conjunto de indivíduos que possuem a mesma história (memória, tradições, costumes) e estão inseridos em um mesmo padrão cultural, independentemente da base territorial em que se acham instalados. Etnia é sinônimo de nação e povo, como conceitos antropológicos.

  • População absoluta, população relativa, país populoso e país povoado
População absoluta é número total de habitantes e população relativa é o numero de habitantes por quilômetros quadrados. Um país é chamado populoso quando a sua população absoluta é alta e povoado quando a sua população relativa é alta.

  • Indicadores demográficos e as condições de vida da população nos países subdesenvolvidos e emergentes.
Os indicadores demográficos (taxas de natalidade e de mortalidade, expectativa de vida, renda per capita, entre outros) são uma média aritmética e, em países subdesenvolvidos, os contrastes e desigualdades sociais são enormes. Para o cidadão desse grupo de países não interessa a expectativa média de vida da população, mas sim a expectativa de vida em sua faixa de renda.

  • Crescimento populacional ou demográfico
O crescimento populacional possui duas variáveis: crescimento vegetativo ou natural e taxa de migração.
 O crescimento vegetativo corresponde a diferença entre nascimentos (natalidade) e óbitos (mortalidade).
A taxa de migração é a diferença entre a entrada e a saída de pessoas da área considerada.
Tendo como referência essas duas taxas, o crescimento populacional poderá ser positivo ou negativo.

  • Urbanização e taxas de natalidade e mortalidade
Com a urbanização, ocorre uma grande alteração no comportamento social, que explica a queda nos índices de natalidade: maior custo de criação dos filhos, acesso a métodos anticoncepcionais, trabalho feminino extradomiciliar, aborto etc. O processo de urbanização promove também o decréscimo das taxas de mortalidade, á medida que, nas cidades, o acesso ao saneamento básico (abastecimento de água, rede de esgotos) bem como à medicina preventiva e curativa (médicos, hospitais, postos de saúde, programas de vacinação), é facultado à maioria da população

  • Teoria de Malthus
Malthus (1798) desenvolveu dois postulados:
1- A população, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais, tenderia a duplicar a cada 25 anos. Ela cresceria em progressão aritmética (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator variável, que cresceria sem parar.
2- O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.
Malthus concluiu que o crescimento populacional seria mais acelerado que o crescimento da produção de alimentos. Previu que um dia as áreas cultivadas estariam esgotadas e a população mundial ainda continuaria crescendo. A conseqüência seria a fome, falta de alimentos para as necessidades do planeta. Malthus era economista e pastor, sugeriu como solução para o problema, que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis.
Os erros de previsão desta teoria estão ligados as limitações da época para coleta de dados, pois observou o comportamento de uma região com população predominantemente rural e considerou válido para todo o planeta. Não previu, também, os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.

  • Teoria neomalthusiana
Após a Segunda Guerra Mundial foi criada a Organização das Nações Unidas(ONU). Na ocasião foram discutidas estratégias para evitar novo conflito mundial. Mas a paz dependeria da diminuição das desigualdades econômicas do planeta.
Neste contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica neomalthusiana, defendida por alguns setores da população e dos governos dos países desenvolvidos. De acordo com esta teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade verificadas em quase todos os países subdesenvolvidos, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde.
Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores agrícola e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições de vida da população. Quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído.
Essa teoria chega à seguinte conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da miséria. A solução seria a utilização de programas de controle de natalidade nos países subdesenvolvidos mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais

  • Teoria populacional reformista
A teoria reformista foi elaborada durante a criação da ONU, por representantes dos países subdesenvolvidos, em resposta à teoria neomalthusiana.
Em síntese, ela defende a idéia de que as elevadas taxas de natalidade dos países subdesenvolvidos são conseqüência, e não causa, da miséria que assola a população.
Para que ocorra, uma queda desses índices, há a necessidade de melhorar a qualidade de vida e investir recursos nos setores sociais (saúde, educação, habitação, transportes coletivos, alimentação e lazer), levando a um controle espontâneo das taxas de natalidade, à medida que aumenta o grau de informação e conscientização dos cidadãos.

·   Fonte


- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2005.

IMPACTOS AMBIENTAIS - GEOGRAFIA 1° ANO

Col. Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:   1º Ano
Disciplina: Geografia  -  2016

HIDROGRAFIA

  • Níveo freático e nascentes
A água que se infiltra no solo alimenta os aquíferos – zonas do subsolo saturadas de água (encharcadas), ou seja, camadas de solo cujos poros encontram-se preenchidos por água (podem ser profundas ou mais próximas da superfície). Nos períodos mais chuvosos, o nível freático, que é o limite dessa zona encharcada, se eleva, e na época de estiagem, abaixa. Ao cavar um poço, encontra-se água assim que o nível freático é atingido.
Quando o nível freático atinge a superfície, aparecem as nascentes dos rios.

  • Aquífero Guarani
A água subterrânea também é muito importante para a manutenção da umidade do solo, que garante sua disponibilidade para a vegetação e para o abastecimento humano. Em regiões de clima árido e semiárido, ela pode ser o principal recurso hídrico disponível para a população e, às vezes, o único. Estima-se que metade da população mundial utilize a água subterrânea para suas necessidades diárias de consumo.
A maior disponibilidade de água subterrânea do Brasil é encontrada no aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Ele possui uma área de 1,2 milhão de km2 e abrange vários estados brasileiros, além de partes dos territórios do Paraguai, Argentina e Uruguai.

  • Rios efluentes e influentes
Em algumas regiões, principalmente nas tropicais semiúmidas e nas temperadas, o lençol freático abastece os rios em época de estiagem (neste caso os rios são chamados efluentes). Em outras, como nas regiões semidesérticas, são os rios que abastecem de água o solo quando chega a época da estiagem (rios influentes).

  • Montante e jusante
Os maiores rios nas proximidades de suas nascentes são pequenos córregos. Á medida que avançam para a foz, isto é, de seu alto curso (ou montante) para o baixo curso (ou jusante), vão recebendo água de seus afluentes. Com isso ocorre um aumento gradativo no volume de água, aprofundando e/ou alargando o leito do rio.
Na foz, quando o rio encontra obstáculos (bancos de areia e ilhas) formados por seus próprios sedimentos e outros trazidos pelo mar, é chamada de foz em delta. Já, quando o rio desagua livremente no mar, é chamada foz em estuário.

  • Regime de um rio
Regime de um rio é a variação do nível das águas em seu leito ao longo do ano. O abastecimento pode estar relacionado ao índice de chuvas e demais formas de precipitação e ao derretimento de neve ou geleiras (regime pluvial, nival ou glacial, respectivamente); o regime pode ser simples, quando o abastecimento se dá por uma só forma, ou complexo, quando se conjugam duas ou três formas de abastecimento.

  • Planície de inundação
No período das cheias, a calha de muitos rios não suporta o escoamento de um volume maior de chuvas e as águas passam a ocupar um leito maior, a várzea, também chamada planície de inundação. A várzea pertence ao rio tanto quanto suas margens. Portanto, ocupar uma área de várzea com casas, fábricas, armazéns, etc. significa construir sobre uma parte integrante do rio onde podem ocorrer inundações periódicas.

  • Rios perenes, intermitentes e efêmeros
Os rios perenes nunca secam, porque possuem grande volume de água. Em áreas de clima semiárido, os rios muitas vezes são intermitentes (ou temporários), secando no período de estiagem. Há, ainda, principalmente nos desertos, os cursos de água efêmeros, que se formam somente durante a ocorrência de chuvas; quando as chuvas cessam, tais rios secam rapidamente. Se um rio atravessa um deserto e é perene, isso indica que chove bastante na região de sua nascente e em seu alto curso, e que a captação de suas águas ocorre fora da região árida (Rio Nilo e São Francisco).

  • Assoreamento
É o preenchimento do leito de rios, lagos e mares por sedimentos de qualquer natureza. Suas principais conseqüências são o aumento das superfícies de inundação e comprometimento da navegabilidade.

  • Canais fluviais
- Canal retilíneo: geralmente corre em relevos com declividade acentuada, portanto as águas escoam com grande velocidade e os desvios tendem a ser pequenos.
- Canal meandrante: meandros são as curvas dos rios; formam-se em relevos planos, onde a baixa declividade e conseqüente pequena velocidade de escoamento das águas faz com que os desvios sejam mais acentuados.
- Canais anastomosados: formam-se em relevos com presença de vários morros, colinas ou pequenas elevações que fazem os cursos d’água se dividirem e se entrelaçarem, constituindo um rio sem canal principal.
- Canais entrelaçados: formam-se em rios permeados por ilhas e barras que se originam por assoreamento do material transportado em suspensão por suas próprias águas.

  • Bacias hidrográficas
As bacias hidrográficas são constituídas pelas vertentes e pela rede de rios principais, afluentes e subafluentes, cujo conjunto formam sua rede hidrográfica (ou rede de drenagem). Se a drenagem se dirige ao oceano, é denominada exorréica; se a água fica retida no interior do continente, por exemplo, num lago ou num deserto, a drenagem é endorréica.
As bacias hidrográficas são importantes para a irrigação agrícola e o fornecimento de água potável à população.

  • Rios de planalto e de planície
Os rios de planalto que apresentam grande desnível ao longo de seu curso podem ser aproveitados para a produção de hidroeletricidade. Nesse caso, por causa da construção das barragens, a navegação depende da construção de eclusas para que as embarcações possam passar de um nível a outro.
Os rios de planície, bem como os lagos, são facilmente navegáveis, desde que não se formem bancos de areia em seu leito (comum em áreas onde o solo está exposto à erosão) e não ocorra grande diminuição do nível das águas. Essas condições desfavoráveis podem impedir a navegação de embarcações com maior calado (a parte da embarcação que fica abaixo do nível da água).

  • Bacia do Rio Tocantins-Araguaia
Esta bacia drena 11% do território nacional (922 mil km2) e possui vazão média de cerca de 13 mil m3/s. No Bico do Papagaio, região que abrange parte dos estados do Tocantins, do Pará e do Maranhão, o rio Tocantins recebe seu principal afluente, o Araguaia, onde se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal. O rio Tocantins é utilizado para escoar parte da produção de grãos (principalmente soja) das regiões próximas a nele foi construída a usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda maior do país (em 2010).

·   Fonte


- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2014

HIDROGRAFIA - GEOGRAFIA 1° ANO

Col. Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:   1º Ano
Disciplina: Geografia  -  2016

HIDROGRAFIA

  • Níveo freático e nascentes
A água que se infiltra no solo alimenta os aquíferos – zonas do subsolo saturadas de água (encharcadas), ou seja, camadas de solo cujos poros encontram-se preenchidos por água (podem ser profundas ou mais próximas da superfície). Nos períodos mais chuvosos, o nível freático, que é o limite dessa zona encharcada, se eleva, e na época de estiagem, abaixa. Ao cavar um poço, encontra-se água assim que o nível freático é atingido.
Quando o nível freático atinge a superfície, aparecem as nascentes dos rios.

  • Aquífero Guarani
A água subterrânea também é muito importante para a manutenção da umidade do solo, que garante sua disponibilidade para a vegetação e para o abastecimento humano. Em regiões de clima árido e semiárido, ela pode ser o principal recurso hídrico disponível para a população e, às vezes, o único. Estima-se que metade da população mundial utilize a água subterrânea para suas necessidades diárias de consumo.
A maior disponibilidade de água subterrânea do Brasil é encontrada no aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. Ele possui uma área de 1,2 milhão de km2 e abrange vários estados brasileiros, além de partes dos territórios do Paraguai, Argentina e Uruguai.

  • Rios efluentes e influentes
Em algumas regiões, principalmente nas tropicais semiúmidas e nas temperadas, o lençol freático abastece os rios em época de estiagem (neste caso os rios são chamados efluentes). Em outras, como nas regiões semidesérticas, são os rios que abastecem de água o solo quando chega a época da estiagem (rios influentes).

  • Montante e jusante
Os maiores rios nas proximidades de suas nascentes são pequenos córregos. Á medida que avançam para a foz, isto é, de seu alto curso (ou montante) para o baixo curso (ou jusante), vão recebendo água de seus afluentes. Com isso ocorre um aumento gradativo no volume de água, aprofundando e/ou alargando o leito do rio.
Na foz, quando o rio encontra obstáculos (bancos de areia e ilhas) formados por seus próprios sedimentos e outros trazidos pelo mar, é chamada de foz em delta. Já, quando o rio desagua livremente no mar, é chamada foz em estuário.

  • Regime de um rio
Regime de um rio é a variação do nível das águas em seu leito ao longo do ano. O abastecimento pode estar relacionado ao índice de chuvas e demais formas de precipitação e ao derretimento de neve ou geleiras (regime pluvial, nival ou glacial, respectivamente); o regime pode ser simples, quando o abastecimento se dá por uma só forma, ou complexo, quando se conjugam duas ou três formas de abastecimento.

  • Planície de inundação
No período das cheias, a calha de muitos rios não suporta o escoamento de um volume maior de chuvas e as águas passam a ocupar um leito maior, a várzea, também chamada planície de inundação. A várzea pertence ao rio tanto quanto suas margens. Portanto, ocupar uma área de várzea com casas, fábricas, armazéns, etc. significa construir sobre uma parte integrante do rio onde podem ocorrer inundações periódicas.

  • Rios perenes, intermitentes e efêmeros
Os rios perenes nunca secam, porque possuem grande volume de água. Em áreas de clima semiárido, os rios muitas vezes são intermitentes (ou temporários), secando no período de estiagem. Há, ainda, principalmente nos desertos, os cursos de água efêmeros, que se formam somente durante a ocorrência de chuvas; quando as chuvas cessam, tais rios secam rapidamente. Se um rio atravessa um deserto e é perene, isso indica que chove bastante na região de sua nascente e em seu alto curso, e que a captação de suas águas ocorre fora da região árida (Rio Nilo e São Francisco).

  • Assoreamento
É o preenchimento do leito de rios, lagos e mares por sedimentos de qualquer natureza. Suas principais conseqüências são o aumento das superfícies de inundação e comprometimento da navegabilidade.

  • Canais fluviais
- Canal retilíneo: geralmente corre em relevos com declividade acentuada, portanto as águas escoam com grande velocidade e os desvios tendem a ser pequenos.
- Canal meandrante: meandros são as curvas dos rios; formam-se em relevos planos, onde a baixa declividade e conseqüente pequena velocidade de escoamento das águas faz com que os desvios sejam mais acentuados.
- Canais anastomosados: formam-se em relevos com presença de vários morros, colinas ou pequenas elevações que fazem os cursos d’água se dividirem e se entrelaçarem, constituindo um rio sem canal principal.
- Canais entrelaçados: formam-se em rios permeados por ilhas e barras que se originam por assoreamento do material transportado em suspensão por suas próprias águas.

  • Bacias hidrográficas
As bacias hidrográficas são constituídas pelas vertentes e pela rede de rios principais, afluentes e subafluentes, cujo conjunto formam sua rede hidrográfica (ou rede de drenagem). Se a drenagem se dirige ao oceano, é denominada exorréica; se a água fica retida no interior do continente, por exemplo, num lago ou num deserto, a drenagem é endorréica.
As bacias hidrográficas são importantes para a irrigação agrícola e o fornecimento de água potável à população.

  • Rios de planalto e de planície
Os rios de planalto que apresentam grande desnível ao longo de seu curso podem ser aproveitados para a produção de hidroeletricidade. Nesse caso, por causa da construção das barragens, a navegação depende da construção de eclusas para que as embarcações possam passar de um nível a outro.
Os rios de planície, bem como os lagos, são facilmente navegáveis, desde que não se formem bancos de areia em seu leito (comum em áreas onde o solo está exposto à erosão) e não ocorra grande diminuição do nível das águas. Essas condições desfavoráveis podem impedir a navegação de embarcações com maior calado (a parte da embarcação que fica abaixo do nível da água).

  • Bacia do Rio Tocantins-Araguaia
Esta bacia drena 11% do território nacional (922 mil km2) e possui vazão média de cerca de 13 mil m3/s. No Bico do Papagaio, região que abrange parte dos estados do Tocantins, do Pará e do Maranhão, o rio Tocantins recebe seu principal afluente, o Araguaia, onde se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal. O rio Tocantins é utilizado para escoar parte da produção de grãos (principalmente soja) das regiões próximas a nele foi construída a usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda maior do país (em 2010).

·   Fonte


- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume único – São Paulo: Scipione, 2014

GOVERNOS MILITARES NO BRASIL II - HISTÓRIA 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

OS GOVERNOS MILITARES NO BRASIL II
GOVERNO GEISEL
·         O lento caminho da abertura política
Terminado o mandato de Médici, o general Ernesto Geisel foi indicado pelo alto comando militar para sucedê-lo. Pela primeira vez, no entanto, havia um concorrente indicado pelo partido de oposição: foi a chamada “anticandidatura” do deputado Ulysses Guimarães, do MDB, cujo objetivo era denunciar a farsa do processo eleitoral. Como não se tratava de uma disputa democrática, Geisel foi eleito pelo Colégio Eleitoral, com os votos dos membros da Arena. O novo presidente assumiu o cargo em 15 de março de 1994.
·         A situação econômica encontrada
No plano econômico, Geisel recebeu um país com dificuldades que anunciavam o fim do “milagre brasileiro”, com queda do PIB, aumento da inflação e uma enorme dívida externa. Com a crise do petróleo, viu que era necessário modificar os fundamentos da política econômica, tanto no plano interno como no plano externo. Assim, por meio do Itamaraty, intensificou o estabelecimento de relações bilaterais com países africanos, asiáticos e europeus. Sem restrições ideológicas, próprias da Guerra Fria, adotou o chamado pragmatismo responsável e ecumênico da diplomacia brasileira. No plano interno, o governo buscou diminuir a dependência externa do país, desenvolvendo setores estratégicos da economia nacional. Lançou o II Plano Nacional de Desenvolvimento – PND (1975-1979), que previa a expansão das indústrias de bens de produção e deu ênfase ao setor energético, com o início da construção de grandes hidrelétricas, com as usinas de Tucuruí e Itaipu, e a diversificação da matriz energética do país, mediante programas como o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e o Programa Nuclear Brasileiro.
·         Início da abertura democrática
No plano político, o governo Geisel deu início ao processo de abertura ou distensão política do regime militar. Começou sua ação democratizante diminuindo a censura severa sobre os meios de comunicação. Depois, garantiu a realização, em 1974, de eleições livres para senador, deputado e vereador.
Nessas eleições, o MDB, único partido de oposição, alcançou uma vitória significativa sobre a Arena, o partido do governo. Isso assustou os militares da “linha dura”, isto é, os mais intransigentes com as oposições.
·         Resistência nos quartéis
Uma parte do comando militar não estava de acordo com a abertura. Assim, os comandantes dos órgãos de repressão continuaram agindo com violência. Em São Paulo, foram presos e mortos, nas dependências do II Exército, o jornalista Vladimir Herzog (1975) e o operário Manuel Fiel Filho (1976). Esses atos, praticados em nome da “segurança nacional”, escandalizaram a opinião pública. Geisel afastou o general comandante do II Exército, tentando pôr fim à onda de violência, dando, desse modo, outros sinais da intenção de promover a abertura democrática.
·         Retrocesso na abertura democrática?
Sem esquecer a derrota do governo nas eleições de 1974, Geisel decidiu recuar no processo de abertura política. Sua preocupação eram as eleições municipais de 1976 e, depois, as eleições estaduais e federais de 1978. Assim, foram decretadas novas normas restritivas em relação ao processo eleitoral.
Geisel decretou a Lei Falcão, que limitava a propaganda eleitoral no rádio e na televisão à exibição do retrato dos candidatos e à apresentação de um breve resumo de suas atividades políticas, impedindo o debate político. Depois, fechou o Congresso por duas semanas e decretou o Pacote de Abril, uma série de normas autoritárias que, entre outras coisas, determinava que um terço dos senadores seria escolhido diretamente pelos representantes do poder público federal.
·         Revogação do AI-5
Apesar de todos os esforços em contrário, nas eleições de 15 de novembro de 1978 o MDB superou a Arena na votação para o Senado e quase igualou na votação para a Câmara.
Pressionado pelas oposições e pelos problemas econômicos, Geisel fez seu último gesto na direção da abertura política: em outubro de 1978, revogou o AI-5 e demais atos institucionais que marcaram a legislação arbitrária da ditadura.

GOVERNO FIGUEIREDO
·         A transição do regime militar para a democracia
A sucessão de Geisel foi decidida novamente em eleição indireta, com o Congresso Nacional convertido em Colégio Eleitoral.
O general João Baptista de Oliveira Figueiredo foi o vencedor, com 335 votos, contra 266 dados ao general Euler. Assumiu a presidência da República em 15 de março de 1979, permanecendo no cargo durante seis anos (normalmente, seriam cinco anos), de acordo com uma das medidas decretadas por Geisel no Pacote de Abril.
·         Movimento sindicalista
Durante o processo de abertura política, destacou-se o surgimento no país de um novo sindicalismo, de perfil oposicionista em relação às diretrizes governamentais. Esse movimento liderou as primeiras greves operárias contra o achatamento salarial e o autoritarismo do governo. Em 1979, mais de 3 milhões de trabalhadores fizeram greve. Entre as paralizações mais importantes, destacaram-se as greves dos operários metalúrgicos de São Bernardo do Campo, em São Paulo, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
·         Marcos da abertura política
Os principais marcos da abertura política e da redemocratização do país durante o governo Figueiredo foram:
>Lei da Anistia, que anistiou todos os que tinham sido punidos pela ditadura militar, permitindo a volta de muitos brasileiros que estavam no exílio e a reabilitação da cidadania de muitas pessoas que tiveram seus direitos políticos cassados.
>O fim do bipartidarismo, por meio de edição de uma nova Lei Orgânica dos Partidos, que restabeleceu o pluripartidarismo. Criaram-se, então, diversos partidos: Partido Democrático Social – PDS (no lugar da Arena), Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB (no lugar do MDB), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Partido Popular (PP); também ressurgiu o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Foram estabelecidas eleições diretas para governador de estado.
·         Dívida externa
Para obter empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo brasileiro era obrigado a aceitar as exigências dos banqueiros internacionais. Não podendo pagar os empréstimos já obtidos, o governo e as empresas passaram a pedir outros para saldar a dívida anterior; esse processo fazia a dívida externa aumentar extraordinária e continuamente.
·         Inflação
Os índices de inflação bateram recordes históricos, superando a cifra de 200% ao ano; os trabalhadores tinham seus salários cada vez mais corroídos pela elevação do custo de vida.
·         Desemprego
A falta de investimento no setor produtivo resultou em redução do crescimento econômico, tendo como consequência o aumento do desemprego; em desespero, desempregados chegaram a saquear lojas e supermercados.


Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

GOVERNOS MILITARES NO BRASIL I - HISTÓRIA 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

OS GOVERNOS MILITARES NO BRASIL I
  • Os militares no poder
Segundo os novos comandantes do país, a intervenção militar seria de caráter provisório, tendo como principais finalidades: restabelecer a ordem social; conter o avanço do comunismo e da corrupção; retomar o crescimento econômico.
·         O modelo econômico
Foi adotado um modelo econômico centrado num projeto desenvolvimentista baseado na aliança de três grandes grupos sociais: a burocracia estatal (civil e militar), os grandes empresários estrangeiros e os grandes empresários nacionais.
  • Características do governo militar
O que mais caracterizou a forma de governar dos militares foi o autoritarismo. Esse autoritarismo fez uso dos chamados Atos Institucionais (AI), instrumento jurídico por meio do qual os governos militares foram restringindo as instituições democráticas.

GOVERNO CASTELO BRANCO
·         Proposta econômica
A proposta econômica do governo Castelo Branco era baseada no combate à inflação, mediante favorecimento do capital estrangeiro, restrições ao crédito e redução dos salários dos trabalhadores. A situação dos trabalhadores era muito precária; perderam o direito de estabilidade no emprego, tiveram reduções salariais, foram reprimidos em suas tentativas de protestos e seus sindicatos sofrem intervenção.
  • Restrição as instituições democráticas
As medidas adotadas para restringir as instituições democráticas foram:
>Ato institucional n° 2: conferia poderes ao presidente para cassar mandatos e direitos políticos e extinguia todos os partidos políticos.
>Ato institucional n° 3: estabelecia o fim das eleições diretas para governador, que passariam a ser indicados pelo presidente e submetidos à aprovação das Assembleias Legislativas, e para prefeitos das capitais, que passariam a ser indicados pelos governadores.
>Ato institucional n° 4: conferia ao governo poderes para produzir uma nova Constituição, tendo sido elaborada a Constituição de 1967.
>Lei de Segurança Nacional: instrumento jurídico destinado a enquadrar como inimigos da pátria aqueles que se opunham às diretrizes do governo.
  • A Constituição de 1967
Em 24 de janeiro de 1967, foi promulgada a Constituição de 1967, que teve como uma de suas características o fortalecimento do poder do presidente da República e o enfraquecimento institucional do Legislativo e do Judiciário.
  • O Bipartidarismo
O bipartidarismo surgiu no contexto da escalada autoritária do governo Castelo Branco, quando foi editado o AI-2, que extinguiu os partidos, em outubro de 1965. Um mês depois, o governo instituiu nova organização partidária, com dois partidos, um representando o governo e outro, a oposição. Assim, surgiram a Aliança Renovadora Nacional (Arena), para apoiar o governo, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), para fazer oposição, dentro de limites considerados “aceitáveis”.
GOVERNO COSTA E SILVA

  • Movimentos de protestos
Durante o governo Costa e Silva, apesar da violenta repressão policial, aumentaram no país as manifestações públicas contrárias à ditadura militar. As manifestações reuniam diversos grupos sociais:
>Estudantes – saíam às ruas em passeatas;
>Operários – organizavam greves contra o arrocho salarial;
>Políticos de oposição – faziam pronunciamentos criticando as arbitrariedades da ditadura;
>Padres denominados “progressistas” – denunciavam, por exemplo, a fome do povo e a tortura praticada por órgãos de segurança contra os adversários da ditadura.

  • O Ato Institucional n° 5 (AI-5)
O AI-5 conferia ao presidente da República amplos poderes para reprimir as oposições. Podia decretar o estado de sítio, intervir, nos estados e municípios, cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, demitir funcionários públicos. Seus atos não podiam sequer ser submetidos ao exame do Judiciário. Utilizando o AI-5, o governo Costa de Silva prendeu milhares de pessoas em todo o país, entre eles Carlos Lacerda, o marechal Lott e Juscelino Kubistchek. Fechou o congresso (que só foi reaberto dez meses depois), cassou o mandato de centenas de deputados federais e estaduais, vereadores e prefeitos, afastou quatro ministros do Supremo Tribunal Federal. Assim, praticamente eliminou qualquer possibilidade de contestação ao seu poder.

  • Governo da Junta Militar
A legislação arbitrária parecia preocupar o presidente Costa e Silva, que não queria passar à história apenas como o criador do AI-5. Por isso, confiou ao vice-presidente, Pedro Aleixo (advogado e civil, que era contrário ao AI-5), a missão de elaborar o anteprojeto de uma nova Constituição para o país. A nova Carta Magna estava praticamente concluída, quando Costa e Silva foi obrigado a se afastar da presidência por razões de saúde.
Pedro Aleixo foi impedido de substituí-lo: os militares não queriam um civil no poder. Assim, durante dois meses (de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969), o país foi governado por uma Junta Militar, composta dos ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

GOVERNO MÉDICI
·         Os “anos de chumbo” do regime militar
Reconhecendo a impossibilidade de Costa e Silva reassumir a presidência, o alto comando militar indicou como seu sucessor o general Emílio Garrastazu Médici. Seu nome foi referendado pelos parlamentares da Arena no Congresso, e no novo presidente assumiu o cargo em 30 de outubro de 1969.
Apoiado na legislação instituída no final do governo Costa e Silva, o governo Médici representou os chamados “anos de chumbo” da ditadura, sendo o período em que o poder ditatorial e a violência repressiva do governo contra as oposições chegaram ao seu auge.
·         Luta armada
Com o fechamento político, alguns grupos opositores não viram outra saída senão se lançar na luta armada.
Os grupos guerrilheiros desse período lançaram-se na luta armada contra o fechamento político do regime militar. Promoveram diversas ações, como assaltos a bancos e sequestros de diplomatas estrangeiros, com o propósito de conseguir dinheiro para financiar a luta política e trocar os sequestrados por companheiros presos e torturados nos órgãos de segurança.
·         O milagre brasileiro
O “milagre brasileiro” foi a denominação que a propaganda oficial deu ao desenvolvimento econômico que marcou o governo Médici. Caracterizou-se pelo crescimento da economia (comandada pelo ministro da Fazenda Delfim Netto), que alcançava altas taxas anuais, tendo por base o aumento da produção industrial, o crescimento das exportações e a acentuada utilização de empréstimos do exterior. Paralelamente, no entanto, o governo adotou uma rígida política de arrocho salarial, diante da qual os trabalhadores e os sindicatos não podiam reagir, devido à repressão política.
·         Crise econômica
O “milagre” durou pouco porque não se baseava de forma predominante nas próprias forças econômicas do país, mas numa situação externa favorável e na tomada de empréstimos internacionais. Quando essa situação desapareceu (com o aumento do preço do petróleo no mercado externo, entre outros fatores), a economia brasileira sofreu grande impacto; verificou-se, então, o crescimento acelerado da inflação e da dívida externa. Teve início uma longa crise econômica, acarretando, para o governo militar, a perda de um de seus principais argumentos para se sustentar no poder: ficou demonstrado que a ditadura não garantia o desenvolvimento econômico. Essa nova conjuntura político-econômica abriu espaço para as oposições, que foram lentamente se reorganizando e passaram a exigir, cada vez mais, a volta da democracia.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.