Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História – 2016
REFORMAS RELIGIOSAS
Críticas a Igreja
Católica
As transformações ocorridas no final da Idade Média
impulsionaram o surgimento de ideias contrárias às pregações católicas. As
principais críticas feitas à igreja católica foram: A prática da simonia
(comércio de relíquias sagradas, em geral falsas), a venda de indulgências, o
despreparo e a corrupção do clero, a percepção de que a Bíblia continha
ensinamentos diferentes das pregações dos padres e a contradição da pregação
católica e o modo de vida luxuoso do alto clero.
O preço justo
A defesa do “preço justo” estava em descompasso com as
necessidades da classe burguesa emergente. O preço justo determinava que a
venda de mercadorias não deveria levar ao lucro excessivo. A burguesia,
desconfortável com essa ideia, necessitava de uma ética religiosa que estivesse
de acordo com sua atividade econômica.
Divergências entre as
autoridades religiosas e os governos dos países europeus
Enquanto o papa e os membros do clero insistiam em
considerar a Igreja como instituição universal e responsável pela união do
mundo cristão, os governantes das monarquias europeias, representando a unidade
nacional, passaram a encarar a Igreja (com sede em Roma e tendo o latim como
língua oficial) como uma “entidade estrangeira”, cujo chefe (o papa)
representava um obstáculo para o fortalecimento dos seus poderes.
LUTERANISMO
O rompimento de Lutero
com a Igreja Católica
A Reforma Protestante teve como um dos principais
iniciadores Martinho Lutero (1483-1546). Nascido em Eisleben, cidade que
pertence à atual Alemanha, Lutero estudou Direito por influência do pai. Tinha,
no entanto, inclinação para a vida religiosa e, em 1505, ingressou na Ordem dos
Agostinianos, que segue as concepções de Santo Agostinho.
Em 1510, quando foi a Roma, Lutero decepcionou-se com o
ambiente de corrupção e avareza do alto clero. E, em 1517, escandalizou-se com
a aprovação, pelo papa Leão X, da concessão de indulgências (perdão aos
pecados) aos fiéis que contribuíssem financeiramente para a reconstrução da
Basílica de São Pedro. Em protesto, afixou na porta da Igreja de Wittenberg as
suas 95 teses, nas quais expunha alguns elementos de sua doutrina religiosa.
Lutero acabou sendo excomungado.
A importância da
tradução da Bíblia
Um dos pontos mais importantes da doutrina luterana era a
salvação pela fé através da leitura da Bíblia. Assim, o fiel deve ler as
Escrituras sem intermediação de um membro do clero e isso só era possível se
elas fossem escritas na língua corrente.
Protestante
A palavra protestante, usada nesse sentido, difundiu-se a
partir de 1529, quando nobres alemães luteranos protestaram contra as medidas
que impediam cada Estado de adotar sua própria religião.
CALVINISMO
João Calvino
Nas regiões de língua francesa, João Calvino (1509-1564)
liderou o movimento conhecido como Reforma Calvinista.
Nascido em Noyon, na França, Calvino estudou Teologia e
Direito. Aderindo às ideias de reformadores protestantes, como Lutero e o suíço
Zwinglio (1484-1531), foi considerado herege e perseguido pelas autoridades
católicas francesas. Em 1534, fugiu para a Suíça, onde o movimento reformista
já se desenvolvia.
O acúmulo de capital
Apesar da Igreja Católica ser contra a usura (lucro), o
trabalho intenso e constante, recompensado pela prosperidade econômica, foi
interpretado pelos seguidores de Calvino como um “sinal” da predestinação para
a salvação. E como o calvinismo pregava o estímulo ao trabalho, a condenação ao
desperdício e a legitimidade ao lucro, as ideias calvinistas acabaram indo ao
encontro dos interesses da burguesia, que identificava no sucesso de suas
práticas econômicas algo merecedor da aprovação divina
Governo de Calvino em
Genebra
De 1541 a 1564, Calvino governou a cidade suíça de Genebra,
submetendo seus moradores a um governo que mesclava política e religião e
impunha à população um sistema moral, por vezes, considerado severo.
Entre as condutas e práticas censuradas pelo calvinismo, a
dança e o uso de roupas luxuosas e joias. Quem descumprisse as normas ou se
rebelasse contra a doutrina era duramente punido.
REFORMA ANGLICANA
Uma igreja nacional na
Inglaterra
A reforma religiosa promovida na Inglaterra nesse período,
chama de Reforma Anglicana, teve características distintas das reformas
Luterana e Calvinista. Sem motivações prioritariamente éticas ou doutrinárias,
não constituiu um rompimento radical com o cristianismo católico, como nas
reformas mencionadas anteriormente.
O principal articulador dessa reforma, Henrique VIII (rei
da Inglaterra de 1509 a 1547), era um fiel aliado do papa, tendo recebido o
título de “defensor da fé”. Entretanto, uma série de questões o levou a romper
com a Igreja Católica e fundar uma Igreja nacional na Inglaterra: a Igreja
Anglicana.
A Reforma Anglicana e o
cristianismo católico
Embora tenha se desligado da instituição católica para
constituir uma igreja nacional, produziu-se no anglicanismo uma mescla de
elementos do catolicismo (liturgia e organização episcopal) e do protestantismo
calvinista (um pouco do conteúdo doutrinário). Devido a isso se diz que a
Reforma Anglicana “não constituiu um rompimento radical com o cristianismo
católico”.
As motivações
calvinistas e anglicanas
As motivações calvinistas foram de teor
religioso/doutrinário, com repercussões nos campos econômico e social; as
motivações anglicanas foram mais relacionadas a questões pessoais (o divórcio,
desejado por Henrique VIII) e envolviam o poder político e econômico (o
fortalecimento da monarquia inglesa e a posse dos bens da Igreja em território
inglês).
A CONTRARREFORMA
Contrarreforma
Denomina-se Contrarreforma, ou Reforma católica, o
movimento ocorrido na Igreja Católica para enfrentar a ameaça protestante e que
resultou num conjunto de medidas adotado pela instituição com o objetivo de
frear o avanço do protestantismo. Caracterizou-se pela reafirmação dos
princípios da doutrina católica e por promover diversas medidas de
reorganização e promoção da Igreja Católica.
As principais medidas
da Reforma Católica
Entre as principais medidas estavam: a aprovação da criação
da Ordem dos Jesuítas, que se dedicou à fundação dos cristãos, e à catequese,
para converter os não cristãos (povos dos continentes recém-descobertos pelos
europeus); e organização do Concílio de Trento, que, em 1563, reiterou os
princípios tradicionais do catolicismo e estabeleceu um conjunto de medidas
para garantir a unidade da fé católica e a criação de seminários para a
formação dos sacerdotes; por último, a reativação de Tribunais da Inquisição,
para combater e punir os desvios da fé católica.
Contrarreforma e
liberdade religiosa
A Contrarreforma foi um movimento que não contribuiu para o
estabelecimento da liberdade religiosa na Europa.
Numa época em que a religião marcava profundamente as
pessoas, a liberdade religiosa era considerada incompatível com a paz social.
Considerando que sem paz não existiria ordem pública, os soberanos pretendiam
impor, em seus domínios, uma única religião para todos os súditos.
Os verdadeiros interesses que estavam por trás das medidas
da Igreja Católica eram: A necessidade de manter a quantidade de fiéis, a
arrecadação de impostos, as terras em territórios agora governados por reis e
príncipes e o controle político dessas regiões.
Fonte
Bibliográfica:
COTRIM,
Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2013.
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