sexta-feira, 11 de novembro de 2016

REFORMAS RELIGIOSAS - HISTÓRIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História – 2016

REFORMAS RELIGIOSAS

Críticas a Igreja Católica
As transformações ocorridas no final da Idade Média impulsionaram o surgimento de ideias contrárias às pregações católicas. As principais críticas feitas à igreja católica foram: A prática da simonia (comércio de relíquias sagradas, em geral falsas), a venda de indulgências, o despreparo e a corrupção do clero, a percepção de que a Bíblia continha ensinamentos diferentes das pregações dos padres e a contradição da pregação católica e o modo de vida luxuoso do alto clero.

O preço justo
A defesa do “preço justo” estava em descompasso com as necessidades da classe burguesa emergente. O preço justo determinava que a venda de mercadorias não deveria levar ao lucro excessivo. A burguesia, desconfortável com essa ideia, necessitava de uma ética religiosa que estivesse de acordo com sua atividade econômica.

Divergências entre as autoridades religiosas e os governos dos países europeus
Enquanto o papa e os membros do clero insistiam em considerar a Igreja como instituição universal e responsável pela união do mundo cristão, os governantes das monarquias europeias, representando a unidade nacional, passaram a encarar a Igreja (com sede em Roma e tendo o latim como língua oficial) como uma “entidade estrangeira”, cujo chefe (o papa) representava um obstáculo para o fortalecimento dos seus poderes.

LUTERANISMO

O rompimento de Lutero com a Igreja Católica
A Reforma Protestante teve como um dos principais iniciadores Martinho Lutero (1483-1546). Nascido em Eisleben, cidade que pertence à atual Alemanha, Lutero estudou Direito por influência do pai. Tinha, no entanto, inclinação para a vida religiosa e, em 1505, ingressou na Ordem dos Agostinianos, que segue as concepções de Santo Agostinho.
Em 1510, quando foi a Roma, Lutero decepcionou-se com o ambiente de corrupção e avareza do alto clero. E, em 1517, escandalizou-se com a aprovação, pelo papa Leão X, da concessão de indulgências (perdão aos pecados) aos fiéis que contribuíssem financeiramente para a reconstrução da Basílica de São Pedro. Em protesto, afixou na porta da Igreja de Wittenberg as suas 95 teses, nas quais expunha alguns elementos de sua doutrina religiosa. Lutero acabou sendo excomungado.

A importância da tradução da Bíblia
Um dos pontos mais importantes da doutrina luterana era a salvação pela fé através da leitura da Bíblia. Assim, o fiel deve ler as Escrituras sem intermediação de um membro do clero e isso só era possível se elas fossem escritas na língua corrente.

Protestante
A palavra protestante, usada nesse sentido, difundiu-se a partir de 1529, quando nobres alemães luteranos protestaram contra as medidas que impediam cada Estado de adotar sua própria religião.

CALVINISMO
João Calvino
Nas regiões de língua francesa, João Calvino (1509-1564) liderou o movimento conhecido como Reforma Calvinista.
Nascido em Noyon, na França, Calvino estudou Teologia e Direito. Aderindo às ideias de reformadores protestantes, como Lutero e o suíço Zwinglio (1484-1531), foi considerado herege e perseguido pelas autoridades católicas francesas. Em 1534, fugiu para a Suíça, onde o movimento reformista já se desenvolvia.

O acúmulo de capital
Apesar da Igreja Católica ser contra a usura (lucro), o trabalho intenso e constante, recompensado pela prosperidade econômica, foi interpretado pelos seguidores de Calvino como um “sinal” da predestinação para a salvação. E como o calvinismo pregava o estímulo ao trabalho, a condenação ao desperdício e a legitimidade ao lucro, as ideias calvinistas acabaram indo ao encontro dos interesses da burguesia, que identificava no sucesso de suas práticas econômicas algo merecedor da aprovação divina

Governo de Calvino em Genebra
De 1541 a 1564, Calvino governou a cidade suíça de Genebra, submetendo seus moradores a um governo que mesclava política e religião e impunha à população um sistema moral, por vezes, considerado severo.
Entre as condutas e práticas censuradas pelo calvinismo, a dança e o uso de roupas luxuosas e joias. Quem descumprisse as normas ou se rebelasse contra a doutrina era duramente punido.

REFORMA ANGLICANA

Uma igreja nacional na Inglaterra
A reforma religiosa promovida na Inglaterra nesse período, chama de Reforma Anglicana, teve características distintas das reformas Luterana e Calvinista. Sem motivações prioritariamente éticas ou doutrinárias, não constituiu um rompimento radical com o cristianismo católico, como nas reformas mencionadas anteriormente.
O principal articulador dessa reforma, Henrique VIII (rei da Inglaterra de 1509 a 1547), era um fiel aliado do papa, tendo recebido o título de “defensor da fé”. Entretanto, uma série de questões o levou a romper com a Igreja Católica e fundar uma Igreja nacional na Inglaterra: a Igreja Anglicana.

A Reforma Anglicana e o cristianismo católico
Embora tenha se desligado da instituição católica para constituir uma igreja nacional, produziu-se no anglicanismo uma mescla de elementos do catolicismo (liturgia e organização episcopal) e do protestantismo calvinista (um pouco do conteúdo doutrinário). Devido a isso se diz que a Reforma Anglicana “não constituiu um rompimento radical com o cristianismo católico”.

As motivações calvinistas e anglicanas
As motivações calvinistas foram de teor religioso/doutrinário, com repercussões nos campos econômico e social; as motivações anglicanas foram mais relacionadas a questões pessoais (o divórcio, desejado por Henrique VIII) e envolviam o poder político e econômico (o fortalecimento da monarquia inglesa e a posse dos bens da Igreja em território inglês).


A CONTRARREFORMA

Contrarreforma
Denomina-se Contrarreforma, ou Reforma católica, o movimento ocorrido na Igreja Católica para enfrentar a ameaça protestante e que resultou num conjunto de medidas adotado pela instituição com o objetivo de frear o avanço do protestantismo. Caracterizou-se pela reafirmação dos princípios da doutrina católica e por promover diversas medidas de reorganização e promoção da Igreja Católica.

As principais medidas da Reforma Católica
Entre as principais medidas estavam: a aprovação da criação da Ordem dos Jesuítas, que se dedicou à fundação dos cristãos, e à catequese, para converter os não cristãos (povos dos continentes recém-descobertos pelos europeus); e organização do Concílio de Trento, que, em 1563, reiterou os princípios tradicionais do catolicismo e estabeleceu um conjunto de medidas para garantir a unidade da fé católica e a criação de seminários para a formação dos sacerdotes; por último, a reativação de Tribunais da Inquisição, para combater e punir os desvios da fé católica.

Contrarreforma e liberdade religiosa
A Contrarreforma foi um movimento que não contribuiu para o estabelecimento da liberdade religiosa na Europa.
Numa época em que a religião marcava profundamente as pessoas, a liberdade religiosa era considerada incompatível com a paz social. Considerando que sem paz não existiria ordem pública, os soberanos pretendiam impor, em seus domínios, uma única religião para todos os súditos.
Os verdadeiros interesses que estavam por trás das medidas da Igreja Católica eram: A necessidade de manter a quantidade de fiéis, a arrecadação de impostos, as terras em territórios agora governados por reis e príncipes e o controle político dessas regiões.

Fonte Bibliográfica:


COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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