Col. Est. Dep. Manoel
Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: Filosofia - 2016
LÓGICA
·
Aristóteles e a lógica
Aristóteles afirmava
que a lógica não entra em nenhuma das classificações nas quais ele dividiu as
ciências (técnicas, teoréticas e práticas.
Ela seria um pré-requisito para o estudo de todas as ciências
Em outras palavras,
Aristóteles demonstrou que a lógica é necessária para a busca da verdade em
todas as ciências, porque ela analisa o modo como o pensamento é estruturado,
indicando por isso a maneira correta de pensar. Desde que um determinado
raciocínio seja conduzido adequadamente – isto é, segundo os preceitos da
lógica -, garante-se que a conclusão a que ele chega será verdadeira.
Segundo o filósofo, a
lógica estuda o raciocínio por meio da análise das proposições, quer dizer, das
afirmações que são proferidas, escritas ou simplesmente pensadas pelo indivíduo
que estuda uma determinada ciência ou procura a verdade sobre algum fenômeno.
·
Raciocínio
Raciocínio propriamente
dito é um processo mental no qual se interconectam ideias para se chegar a
algum entendimento, solução ou decisão sobre determinado assunto. Geralmente
nem percebemos que estamos raciocinando, mas há momentos em que nos empenhamos
em um raciocínio com toda a atenção e intenção.
·
Argumento
Quando se aplica o
pensamento para chegar a um novo conhecimento ou compreensão, as proposições
são encadeadas de modo que delas seja possível extrair uma nova proposição
denominada conclusão, que contém uma ideia que antes não estava expressa
claramente, ou era desconhecida. Esses encadeamentos de proposições recebem o
nome de argumento.
·
Silogismo
O Silogismo é, para
Aristóteles, a forma mais adequada de estrutura lógica de pensamento. É o
encadeamento de duas premissas (uma geral e outra particular) que levam a uma
conclusão particular.
Silogismo vem do
grego syllogismós, que quer dizer “argumento”.
Premissa, do latim
praemissa (“a que é enviada primeiro”), é uma proposição da qual se extrairá
uma nova afirmação; para isso, ela deve se relacionar com outra premissa, num
raciocínio lógico.
·
As qualificações “geral e particular”
As qualificações
geral e particular referem-se à “amplitude” da proposição. Ela é geral quando
diz algo sobre todos os representantes individuais de um determinado conjunto.
Por exemplo, a frase “Todos os mamíferos respiram” é uma proposição geral,
porque comunica uma característica que pertence a cada um dos elementos do
conjunto denominado mamíferos.
A proposição
particular é aquela que afirma alguma coisa sobre apenas um ou alguns seres ou
objetos. “Esse elefante é um mamífero” é uma proposição particular: ela informa
um aspecto correspondente a determinado sujeito (“este elefante”, e nenhum
outro).
No silogismo tem de
haver um relacionamento específico entre as premissas; de forma abstrata, ele
pode ser descrito da seguinte forma:
Premissa 1: Todo A é B.
Premissa 2: C é um exemplar de A.
Conclusão: C é B.
Vejamos agora algo
mais concreto:
Os mamíferos (A) respiram (B).
O elefante (C) é um mamífero (A).
Logo, o elefante (C) respira (B)
Esse é um exemplo de
silogismo válido, assim denominado porque está organizado segundo a estrutura
que Aristóteles demonstrou ser correta. Quando ambas as premissas são
verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira.
·
Falácias
O termo latino
fallacia significa “engano, trapaça”. Assim, em sua acepção comum, a palavra
falácia costuma ser usada para referir uma ideia equivocada ou um a crença
falsa, como em “Dizer que o mundo vai acabar é uma falácia”. No âmbito da
lógica, falácia é qualquer erro de raciocínio ou argumentação. No entanto, esse
termo costuma ser reservado mais comumente aos raciocínios ou argumentos
enganosos, isto é, após um exame cuidadoso, se percebe que não são. Vejamos um
exemplo:
Todo gato perfeito tem quatro patas.
Todo gato que conheço tem quatro patas.
Logo, todo gato que conheço é perfeito.
O silogismo
categórico acima poder parecer correto à primeira vista. No entanto, se prestar
atenção um pouco mais, notará que a conclusão é precipitada e injustificada,
mesmo que sejam verdadeiras as premissas: não é possível concluir que todos os
gatos que conheço são perfeitos só porque têm quatro patas. As quatro patas são
apenas uma das condições de perfeição física nos gatos.
·
Dedução
A maioria dos
exemplos de argumentos que vimos até agora são dedutivos. O ideal da lógica tem
sido encontrar as condições necessárias para que, de proposições verdadeiras,
se obtenham conclusões verdadeiras. E é apenas o método dedutivo que oferece
essa possibilidade e garantia.
A dedução é um modo
de raciocinar, argumentar e demonstrar em que a conclusão é uma consequência
lógica das premissas (ou pelo menos a pessoa que o utiliza pensa ser). Isso
quer dizer que, dedução e argumento válido se identificam, pois têm a mesma
definição – ou seja, toda dedução é um argumento válido e vice-versa. Mas se
pensarmos na dedução em sentido amplo, também é possível dizer que as pessoas
podem “deduzir” erroneamente sempre que usarem esse método com uma forma
inválida, o que de fato fazem com muita frequência.
Há, porém, outra
maneira de caracterizar a dedução que a diferencia nitidamente da indução: o
argumento dedutivo é aquele que vai do maior ao menor, ou do geral
ao particular ou singular, de tal modo que sua conclusão constitui
algo que já estava contido, mesmo que implicitamente, nas premissas.
Isso pode ficar mais
claro com o seguinte argumento dedutivo como exemplo:
“Todos os suspeitos são (ou devem ser) pessoas que
estavam no prédio entre 12 e 14 horas.
Lana não é uma pessoa que estava no prédio entre 12
e 14 horas.
Logo, Lana não é (ou deve ser) suspeita.”
Observe que o
argumento parte da premissa universal (iniciada por todos) e conclui com
uma proposição singular, referente a apenas um único indivíduo (Lana).
Sua forma lógica é “Todo A é B. C não é B. Logo, C não é A” (forma válida).
Esse tipo de raciocínio é comum na aplicação das leis científicas – que são
enunciados gerais – a situações específicas (como, por exemplo, quando você
resolve um problema de física.) As demonstrações matemáticas, como a realizada
na lousa pelo professor, são todas baseadas no raciocínio dedutivo.
Note também que o
conteúdo da conclusão não excede os limites das informações contidas nas
premissas – ele é extraído delas. Por isso costuma-se dizer que os
argumentos dedutivos, embora forneçam provas conclusivas de uma proposição, não
são ampliativos, tendo em vista que nada acrescentam ao que já se sabia, ou
seja, ao que estava implícito nas premissas. O trabalho do argumento dedutivo
seria “apenas” o de explicitar essa informação.
·
Indução
A indução, por sua
vez, costuma ser caracterizada como um modo de raciocinar que vai do menor
ao maior, ou do singular ou particular ao geral, de tal maneira que
sua conclusão vai além do que enunciam suas premissas.
Nós raciocinamos
dessa forma com muita frequência: temos uma experiência, fazemos um juízo sobre
ela e o generalizamos. No exemplo a seguir, podemos identificar, de forma
implícita, o seguinte argumento indutivo:
“Um dia meu joelho doeu e depois choveu.
Repetidas vezes meu joelho doeu e depois choveu.
Logo, sempre que meu joelho doer vai chover”.
Observe que o argumento parte de
proposições que enunciam uma observação individual relativa a um ou mais
momentos e, por analogia (relação de semelhança), a generaliza
(aplica-a a momentos similares ainda não experimentados). Note também que a
conclusão não é uma consequência lógica das premissas, extrapolando as
informações disponíveis nelas, ou seja, a conclusão estende a afirmação contida
nas premissas além dos seus limites (para todas as situações futuras).
A indução tem um lugar de destaque na
ciência, onde costuma ser aplicada de maneira criteriosa e controlada. Um
cientista, por exemplo, observa o momento em que a água entra em ebulição sob
determinadas condições e vê que o termômetro marca certa temperatura; depois
ele realiza a experiência reiteradas vezes sob as mesmas condições, comprovando
que o resultado é sempre o mesmo. Desse modo, ele induz (conclui por indução)
que a água sempre entra em ebulição a 100°C ao nível do mar. Mas essa conclusão
não foi obtida por dedução lógica, e sim por observação (ou seja, indução).
Por isso, costuma-se dizer que o
raciocínio indutivo é ampliativo, tendo em vista que sua conclusão vai
além do enunciado nas premissas. Essa é sua riqueza, mas também será sempre provável
(provavelmente verdadeira), mas não garantida ou necessária, no sentido
estritamente lógico-dedutivo.
Fonte Bibliográfica:
CHALITA,
Gabriel, Vivendo a filosofia: ensino médio, volume único, 4. ed. São Paulo:
Ática, 2011.
COTRIM,
Gilberto, Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
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