sexta-feira, 11 de novembro de 2016

TEORIAS SOCIAIS - HISTÓRIA 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História

TEORIAS SOCIAIS

  • O debate sobre a nova ordem econômica e social
O rápido processo de industrialização logo repercutiu em vários aspectos da vida social, gerando um intenso debate sobre ele e suas consequências. No centro desse debate, estavam trabalhadores e empresários, com seus interesses conflitantes e polarizados.
A polêmica decorrente desse conflito de interesses contribuiu para a elaboração de várias teorias sociais. Algumas justificavam os rumos da nova sociedade industrial capitalista; outras identificadas com os interesses dos operários, denunciavam a exploração do trabalho e pregavam uma sociedade mais livre e menos injusta.

            LIBERALISMO ECONÔMICO
  • Malthus e a miséria dos trabalhadores
Os principais representantes do liberalismo econômico foram: os economistas britânicos Adam Smith (1723-1790), Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823).
Malthus era também demógrafo e escreveu o Ensaio sobre os princípios da população (1798), no qual expôs a tese de que a miséria dos trabalhadores era consequência de uma lei da natureza, e não responsabilidade da burguesia. Para ele, a população crescia num ritmo bem mais rápido do que os meios de subsistência; para evitar esse descompasso, seria necessário restringir a procriação humana.

  • David Ricardo e o salário dos trabalhadores
Para David Ricardo os baixos salários pagos pelos capitalistas ingleses eram o resultado natural de uma “lei do mercado”.
Trata-se da “lei da oferta e da procura”. O salário, para Ricardo, seria uma mercadoria como qualquer outra e, portanto, estava sujeito a essa lei do mercado: quanto maior a oferta da mercadoria, menor o seu preço. Como havia uma grande oferta de mão de obra, seu preço diminuía, resultando em baixos salários.

            SOCIALISMO
  • Pensamentos contrários ao liberalismo
Entre as teorias que criticavam a exploração dos trabalhadores e as injustiças da sociedade industrial, destacou-se o socialismo, que reunia correntes político-ideológicas que se opunhas, de modo geral, ao liberalismo burguês e ao capitalismo.

  • Teóricos Socialismo (socialismo utópico)

Em relação às injustiças da sociedade industrial, alguns teóricos do Socialismo propuseram algumas alternativas.
Saint-Simon defendia que as diferenças de classe deveriam ser extintas, dando lugar dando lugar em que cada um ganhasse de acordo com o real valor de seu trabalho.
Proudhon pregava a igualdade e a liberdade para todos os indivíduos, que deveriam viver sem a força do Estado (organizado para proteger a propriedade).
Owen acreditava na organização da sociedade em comunidade cooperativas (trade unions), em que cada operário receberia de acordo com as suas horas de trabalho.

  • Socialismo Marxista (socialismo científico)
Os pensadores alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) desenvolveram posteriormente a corrente socialista conhecida como marxismo. Entre suas principais obras estão: Manifesto comunista (1848), Contribuição à crítica da economia política (1859) e O Capital (1867), as duas últimas escritas apenas por Marx.

  • Luta de classes
Para Marx e Engels, a luta de classes é um denominador comum da história de todas as sociedades humanas que existiram até nossos dias, pois em todas elas sempre houve dois grupos sociais opostos que se enfrentaram: de um lado, os opressores; de outro, os oprimidos.
Em termos sociais, “o motor da história humana” é a luta de classes, que só terminaria com a construção da sociedade comunista perfeita. Nela desapareceriam a exploração de classes e as injustiças sociais.

  • Dialética
A natureza e a sociedade passam por um processo permanente de transformações. Esse processo é dialético, isto é, move-se pela luta de forças contrárias (o positivo e o negativo, a vida e a morte, o explorado e o explorador, o amor e o ódio et.). Esse confronto promove mudanças quantitativas e qualitativas na realidade.

  • Modo de produção
Toda sociedade possui uma base material (estrutura) representada pelas forças de produção econômica (os instrumentos e as experiências das pessoas no manejo desses instrumentos) e pelas relações sociais de produção (de dominação, de solidariedade etc.). Esse modo de produção condiciona, de maneira geral, a vida social, política e intelectual. Assim, para Marx, não é a consciência dos homens que determina sua existência, mas, ao contrário, é a existência que determina a sua consciência.

  • Mais valia
O trabalhador, para sobreviver, vende sua força de trabalho para os capitalistas em troca de um salário. No entanto, ele não recebe o valor total do fruto do seu trabalho. O que ele recebe é um salário que, na maioria das vezes, é suficiente apenas para sua subsistência e a de seus filhos, ou seja, para a reposição de sua força de trabalho. Assim, o capitalista nunca remunera o trabalhador de acordo com a riqueza que ele produz. A diferença entre o valor gerado pelo trabalho do operário e o que ele recebe em forma de salário é o que Marx chamou de mais-valia. Esse excedente não pago ao trabalhador constitui o lucro dos capitalistas.

  • A sociedade da Revolução Industrial
A sociedade que se formou com a Revolução Industrial é entendida como uma sociedade que não aboliu os antagonismos sociais, que apenas substituiu velhas formas de opressão por outras, opondo duas novas classes: a burguesia e o proletariado.

  • Os trabalhadores e a mudança na sociedade
De acordo com o Manifesto Comunista, os trabalhadores de todos os países, são conclamados a se unirem num movimento da “imensa maioria, em prol da imensa maioria”.

  • O Socialismo Cristão
Foi uma corrente de pensadores cristãos, como Lamennais, Wagner, Maurice e o próprio papa Leão XIII, que lançaram distintos apelos aos capitalistas para que, aplicando os ensinamentos evangélicos de amor e respeito pelo próximo, amenizassem a exploração das classes trabalhadoras e reconhecessem suas reivindicações básicas, como as sugeridas por Leão XIII:  limitação das horas de trabalho, descanso semanal, estabelecimento de salários dignos etc.

O ANARQUISMO

  • Ausência de governo e da propriedade privada
O anarquismo foi uma filosofia política que defendia a ausência de governo ou de autoridade. Entre os representantes dessa corrente destacaram se Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Mikail Alexandrovich Bakunin (1814-1876).

  • Diferenças e semelhanças entre o socialismo cristão e o anarquismo
Ambas as teorias criticam a exploração desumana das classes trabalhadoras por uma minoria. No entanto, enquanto o anarquismo há a defesa de uma socialização dos bens e uma luta por uma sociedade na qual todos “produziriam o necessário para a sobrevivência de cada um de seus membros”, no socialismo cristão do papa Leão XIII existe o reconhecimento do direito à propriedade privada. Nesse sentido, Leão XIII, um dos representantes do socialismo cristão, propunha uma reforma por meio do reconhecimento das reivindicações dos trabalhadores pelos empregadores, enquanto os anarquistas propunham uma revolução. Outra diferença  a ser analisada é a defesa do fim do governo e das autoridades pelo anarquismo, aspecto não contemplado pelo socialismo cristão.

FEMINISMO

  • A luta feminina
As mudanças decorrentes da industrialização e da expansão das ideias liberais, nos séculos XVIII e XIX, foram mais intensas na Grã-Bretanha, na França e nos Estados Unidos. Muitas intelectuais, atentas a essas transformações, passaram a questionar o papel ocupado pelas mulheres na sociedade europeia e na nascente sociedade norte-americana.
Influenciadas por pensadores socialistas utópicos, mulheres como Jeanne Deroin, Suzanne Voilquin, Pauline Roland, Mary Wollstonecraft, Flora Tristan, Aurore Dupin e outras intelectuais tornaram-se ativistas em prol dos direitos das mulheres e dos trabalhadores e engajaram-se ativamente na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
Entre outras coisas, elas reivindicavam igualdade de direitos entre os sexos, direito a educação de qualidade para as mulheres, defesa da livre associação entre trabalhadores, legalização do divórcio e sufrágio feminino. Elas organizaram marchas e petições, fundaram clubes populares, editaram jornais e publicaram manifestos e romances.

Fonte Bibliográfica:
BRAICK, Patrícia Ramos, MOTA, Myrian Becho. História: das cavernas ao terceiro milênio. – 3. ed. – São Paulo: Moderna, 2013.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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