Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: Filosofia
- 2019
Democracia
ateniense e os Sofistas
Vídeo: OS SOFISTAS
·
O
surgimento da democracia ateniense
Até
meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o
poder do rei foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes
da aristocracia ateniense (ou eupátridas), que comandavam o governo da cidade.
Entre
os séculos VII e VI a.C., diversas reformas – promovidas sucessivamente por Drácon,
Sólon e Clístenes – foram criando uma nova forma de governar, que se guiava
basicamente pelo princípio da isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o
mesmo direito perante as leis. Nascia, assim, a democracia ateniense.
·
Diferenças
entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense
Apenas
uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como cidadão em
Atenas. Além disso, tratava-se de uma
sociedade escravista – escravos, mulheres e jovens menores de 21 anos não
tinham direitos políticos. Nem mesmo os estrangeiros (os metecos, pessoas não
nascidas em Atenas), que residiam em grande número na cidade, podiam participar
da vida democrática.
A
democracia Ateniense era uma democracia direta,
isto é, cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à palavra.
Já
a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o
cidadão elege os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores,
deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da
administração.
·
A
cultura da palavra e da razão
Com
as discussões em praça pública (ágora), propiciando a participação de um número
maior de habitantes na discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição
democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que
valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades
argumentativas e dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais
apreciado. Foi nesse contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.
·
A
preocupação dos sofistas
A
grande preocupação do período que se inicia com os sofistas, diferente do
período pré-socrático, foi a busca de explicações racionais para o próprio
ser humano, suas capacidades, sua natureza, sua essência, bem como para as
relações do indivíduo com a sociedade.
·
Os
sofistas
Os
sofistas eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Suas lições visavam principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do
poder de argumentação, da habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no
âmbito público como no privado. Seu surgimento foi
favorecido pelo momento histórico vivido pela civilização grega, uma época de
muitas lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias
democráticas.
·
Heróis
ou vilões?
O
termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o
decorrer do tempo, ganhou o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido
sobretudo às críticas de Platão.
Desde
então, considerou-se a sofística (ou arte dos sofistas) apenas uma atitude
viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso,
iludir os ouvintes, sem nenhum amor pela verdade. Os sofistas pareciam não
buscar a aletheia (verdade); contentavam-se com pseudos (o falso).
Entretanto, abordagens mais recentes
sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses
fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a sociedade e a
compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um único
sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.
·
Protágoras
de Abdera
Nascido
em Abdera (a mesma cidade natal de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é
considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas.
Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina
a ideia de que o homem é a medida de
todas as coisas.
Protágoras
afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social consegue
perceber que é. A realidade é relativa a cada um (indivíduo, grupo social,
cultural), ou seja, depende de suas disposições, concepções, modos de viver.
Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam, constroem ou
destroem.
A
filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um
grande subjetivismo: tal coisa será verdadeira se para mim parecer verdadeira,
mas falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia
ser encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de
cada um.
·
Górgias
de Leontini
Górgias
de Leontini (487-380 a.C). foi um dos grandes oradores da Grécia.
Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre
qualquer coisa.
Fonte
Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes ,
Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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