quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

TEMPO E HISTÓRIA

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História

 “Tempo e história”

          • História e Historiadores
          A história escrita não pode ser isolada de sua época. Ela reflete o historiador e o tempo em que ele vive. Por isso, a objetividade em história é sempre muito relativa: as interpretações dos historiadores não podem ser consideradas verdades absolutas, variando de acordo com as mudanças ocorridas no processo histórico.
          O trabalho do historiador consiste em investigar e interpretar as ações humanas de modo a compreender o processo histórico.

          • Fontes históricas
          As principais fontes históricas são as escritas e as não-escritas.
          As fontes escritas são registros em forma de inscrições: cartas, livros, jornais, documentos públicos etc.; as fontes não escritas são registros das atividades humanas realizados em linguagens diferentes da escrita: pinturas, esculturas, vestimentas, armas, músicas, discos, fotografias, depoimentos (fontes orais) etc.

          • Sentidos da palavra história
          À palavra história com o sentido de ficção, estão relacionadas as fontes produzidas pela imaginação humana: livros de aventura, filmes, novelas de televisão; com o sentido de processo vivido, as fontes são principalmente os relatos de experiências, produzidos pela memória das pessoas que as viveram; com o sentido de produção de conhecimento, podem ser relacionados todos os tipos de fontes, porque essa produção não exclui os outros dois sentidos.

          • Concepções do tempo
          O modo como medimos o tempo pelo relógio não é universal, mas apenas uma possibilidade de medição desenvolvida em nossa cultura, sendo, portanto, uma construção histórica: O modo como o dia terrestre é dividido em horas, minutos e segundos é puramente convencional.
          Em muitas sociedades rurais, os trabalhadores vivenciam um “tempo da natureza”, relacionado ao dia e à noite, às variações do clima, às épocas de plantio e de colheita etc.
          Já nas sociedades industriais contemporâneas, os trabalhadores de uma fábrica, por exemplo, vivenciam um ritmo de tempo marcado pelas horas do relógio, mesmo porque as horas de trabalho, em geral, são vendidas por determinado preço, o salário.

          • Calendário
          É um sistema que estabelece um modo de contar o tempo. O termo deriva do latim calendarium (“livro de contas” do qual contavam os juros dos empréstimos, pagos nas calendae, que correspondiam o primeiro dia dos meses romanos).
          É uma criação sociocultural ligada a diversos fatores, como: observações astronômicas, crenças religiosas, valores sociais etc.

          • Calendário cristão
          Os povos cristãos têm como marco básico da contagem do tempo o nascimento de
          Cristo. As datas anteriores ao seu nascimento recebem a abreviatura a.C. (antes de Cristo); as datas posteriores podem vir acompanhadas ou não da abreviatura d.C.(depois de cristo).
          No calendário cristão (...), o ano fixado para o nascimento de Cristo foi considerado o ano 1 da era cristã e não o ano zero; possivelmente porque o conceito do zero ainda era pouco difundido na Europa Ocidental. (Bertília Leite e Othon Winter. Fim de milênio – uma história dos calendários, profecias e catástrofes cósmicas. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1999.p.18)
         No século XVI, o papa Gregório XIII convocou uma comissão de astrônomos que promoveu ajustes no calendário cristão (Reforma Gregoriana) que deu origem ao calendário que ainda hoje utilizamos. Esta reforma foi colocada em prática a partir de 1582.
          O calendário cristão agrupa o tempo em dias, semanas, meses e anos. Períodos maiores: dez anos (décadas), cem anos (séculos), mil anos (milênios).
          Costuma-se indicar os séculos por algarismos romanos, uma tradição que vem da Roma antiga: século XV (do ano 1401 ao ano 1500); século XXI (do ano 2001 ao 2100).
          Para saber a que século pertence determinado ano basta somar 1 ao número de centenas do ano. Por exemplo: no ano de 1997, o número de centenas é 19. Temos então:

          1997 – 19 + 1 = século XX

          Assim, 1997 pertence ao século XX.

          No entanto, quando um ano termina em 00, como o ano 2000, por exemplo, temos uma exceção à regra. Nesse caso, o número de centenas indica o século. Veja:

          2000 – século XX

          • Periodização histórica
          - Pré-história – do surgimento do ser humano até o aparecimento da escrita (c. 4000 a.C.);
          - Idade Antiga ou Antigüidade – do aparecimento da escrita até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.);
          - Idade Média – da queda do Império Romano do Ocidente até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453);
          - Idade Moderna – da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa (tomada da Bastilha, 1789);
          - Idade Contemporânea - da Revolução Francesa até os dias atuais.

          Esta divisão tradicional foi feita por historiadores europeus que, no século XIX, davam maior importância às fontes escritas e aos fatos políticos. Por isso, todo o período anterior à invenção da escrita foi chamado de Pré-história. E, por serem europeus, esses historiadores estabeleceram como marcos divisórios das “idades” da história acontecimentos ocorridos na Europa.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.