segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ESTADOS UNIDOS: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA SUPERPORTÊNCIA

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia

ESTADOS UNIDOS: O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO DA SUPERPOTÊNCIA

• Formação territorial
Desde sua independência, em 1776, os Estados Unidos foram ampliando cada vez mais o seu território, a partir das treze colônias. Alguns territórios foram conquistados após vitória em guerras, como as terras que se estendem dos Apalaches até o Mississipi, pertencentes ao Reino Unido até 1783. Após anexar o Texas, que se separou do México, em 1845, houve uma guerra entre os Estados Unidos e aquele país, Vitorioso, esse país ampliou o território até a Califórnia, em 1848, à custa de mais da metade do território mexicano. Outros territórios foram incorporados por meio de compra: Louisiana, em 1803, comprada da França; Flórida, em 1819, adquirida da Espanha; Alasca, em 1867, comprado da Rússia. Um acordo firmado com o Reino Unido, em 1846, garantiu o acesso a territórios no noroeste, em troca de não-agressão ao Canadá. Finalmente, o Havaí, em disputa com o Japão, foi anexado em 1898, transformando-se no qüinquagésimo estado norte-americano.

• Fatores que contribuíram para a industrialização
Uma combinação de fatores de ordem política, social, econômica, cultural e natural explica a industrialização dos Estados Unidos, concentrada inicialmente no nordeste do país. A hegemonia política e econômica do modelo de sociedade originada das colônias de povoamento, a hegemonia da burguesia nortista após a Guerra de Secessão, leis que favoreceram a entrada de imigrantes, que constituíram uma ampla reserva de mão-de-obra e um amplo mercado consumidor, a enorme disponibilidade de minérios e combustíveis fósseis, o fortalecimento da ética do trabalho entre a população, a facilidade de escoamento da produção pelos Grandes Lagos, ligados com o oceano através de rios, entre outros fatores.

• A importância de não nascer importante
O fato de o norte das treze colônias ter nascido sem importância para o Reino Unido fez com que essa metrópole exercesse um controle pouco rígido sobre a região, em comparação ao que exercia em suas outras colônias, como a Índia ou as da África e do Caribe, muito mais importantes do ponto de vista econômico. Isso ocorreu porque o norte das treze colônias não tinha muita coisa valiosa a oferecer aos colonizadores. Não tinha clima tropical para a introdução de plantations, não tinha metais preciosos, nem era estratégico, daí o controle flexível. Isso foi de suma importância para os Estados Unidos, pois acabou criando as condições para a separação e, posteriormente, para a industrialização dessa região, que, com o passar do tempo, tornou-se a mais importante dentro do território norte-americano.

• Guerra de Secessão
O fim da Guerra de Secessão, com a vitória nortista, marcou a hegemonia da burguesia urbano-industrial ascendente sobre a aristocracia rural-agrária do sul. Com a vitória nortista, a burguesia impôs seu modelo de sociedade e seus interesses ao restante do país. Passou a controlar o Estado norte-americano e, interessada em ampliar o mercado consumidor para seus produtos, acabou com a escravidão, desenvolveu uma política de doação terras no oeste, uma política de modernização do campo etc. Essas medidas colaboraram para a industrialização do país.

• Concentrações industriais
As principais concentrações industriais estão no nordeste do país, desde a costa litorânea até o sul dos Grandes Lagos, porque, como já foi dito, essa região reuniu os fatores mais importantes para o início da industrialização. Apesar da descentralização recente, essa ainda é a região mais industrializada dos Estados Unidos.

• Descentralização industrial após a Segunda Guerra
Com o exagerado crescimento das megalópodes do nordeste dos Estados Unidos, gradativamente foi havendo uma elevação dos custos gerais de produção. A descentralização no pós-guerra é uma tentativa de baixar custos de produção, garantindo, portanto, maiores lucros. As regiões que mais se beneficiaram dessa tendência foram o Sul e o Oeste. As cidades que mais têm crescido nos Estados Unidos são Orlando, Dallas, Houston, Seatle, Phoenix, Portland, Atlanta etc.

• Fator locacional e indústria de alta tecnologia
As indústrias de alta-tecnologia – microeletrônica, informática etc. -, típicas da atual revolução técnico-científica, tendem a se localizar em torno de centros de pesquisa e de universidades, pois necessitam de mão-de-obra altamente qualificada. Poderíamos citar como exemplo o tecnopolo do Vale do Silício, a maior concentração mundial dessas indústrias, localizado ao sul de São Francisco (Califórnia), que se desenvolveu em torno da Universidade Stanford.

• O Vale do Silício
            O parque tecnológico mais importante dos Estados Unidos é o Vale do Silício, Localizado no norte do estado da Califórnia, costa oeste do país. O grande impulso para seu desenvolvimento se deu durante a Guerra Fria, devido à corrida armamentista e aeroespacial. Foram as indústrias eletrônicas da região que forneceram transistores e circuitos integrados para computadores e foguetes do programa espacial. Mas já nos anos 1950, a criação do Stanford Industrial Park teve um importante papel no desenvolvimento desse parque tecnológico, pois atraiu indústrias de alta tecnologia, principalmente do setor de informática. Desde o início, essas indústrias estiveram ligadas à Universidade Stanford, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. Outras universidades da região tiveram papel crucial na formação de mão de obra qualificada e na produção de pesquisa de ponta, entre as quais a Universidade da Califórnia (em Berkeley e São Francisco). Foi graças aos pesquisadores dessas universidades que o Vale do Silício se tornou o principal polo de alta tecnologia do mundo, especialmente dos setores de microeletrônica, informática e biotecnologia. A existência de um espírito empreendedor, de capitais de risco e de um ambiente que favorecia os investimentos e a gestação de novas empresas também colaboraram para o desenvolvimento desse tecnopolo.

Fonte Bibliográfica


MOREIRA, Carlos João, SENE, Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2014.

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