Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º E -
Disciplina: História - 2014
Antigo
Regime e Revolução Inglesa
- Atividades
da população rural
Além das pessoas que trabalhavam direto na
agricultura e na pecuária, numerosa parcela dessa população era composta de
comerciantes e artífices que exerciam os mais variados ofícios, como: ferreiro
metalúrgico, carpinteiro, ceramista, armeiro, moleiro, mineiro, seleiro. Havia
ainda os trabalhadores das pedreiras, da construção civil, os construtores de
carroças e carruagens etc. Muitos eram proprietários ou arrendatários que
exploravam o trabalho dos camponeses.
- As cidades
no Antigo Regime
As cidades eram, predominantemente, centros de
comércio permanente ou temporário (feiras), e considerável parcela de sua
população pertencia à burguesia comercial, do pequeno mercador ao grande
negociante que comercializava com diferentes regiões do mundo; por esses
motivos, em geral, nas grandes cidades se localizavam portos importantes.
- Estamentos
da sociedade do Antigo Regime
A sociedade do Antigo Regime dividia-se em três
estamentos (ordens ou estados): clero, nobreza e terceiro estado. Ao clero
competia praticar o ofício religioso, para conduzir os fiéis à salvação eterna;
a nobreza devia garantir a defesa militar da sociedade; e ao terceiro estado
cabia trabalhar para o sustento da sociedade. O clero tinha o direito de ser
alimentado e defendido; a nobreza contava com as orações e com o trabalho de
outros; e o terceiro estado tinha o direito de receber orações e segurança. O
clero e a nobreza formavam o grupo dirigente e detentor dos privilégios: eram
dispensados dos trabalhos, não pagavam impostos, eram julgados por tribunais
especiais e ocupavam os cargos mais elevados do Estado. O terceiro estado era
excluído das decisões políticas, não desfrutava de privilégios e, além de trabalhar, devia pagar
tributos.
- Conseqüências
da divisão em estamentos
A divisão em estamentos criou uma sociedade
caracterizada pela desigualdade entre as pessoas, havendo poucos meios de
acesso de um estamento a outro; uma das possibilidades era o ingresso de
membros do terceiro estado no clero. A desigualdade estava presente em,
praticamente, todos os aspectos da vida cotidiana (vestuário, alimentação,
diversas atividades culturais), marcados pelos contrastes entre suntuosidade e
fartura dos ricos e simplicidade e carência dos pobres.
- Absolutismo
O absolutismo monárquico resultou do
fortalecimento dos governos das monarquias nacionais e significativa a
concentração de toda autoridade e poder na figura do rei, que se tornou a fonte
suprema dos poderes do Estado.
- O Rei
A “fonte” da autoridade do rei era Deus.
Fazendo uma comparação do Estado com o Corpo Humano, o rei era a cabeça, à qual
competia deliberar e resolver; os demais membros da sociedade formavam o corpo,
que devia obedecer e executar as ordens recebidas.
- Hobbes e
Bossuet explicam o poder absolutista
O filósofo inglês Thomas Hobbes considerava
que, nas sociedades primitivas, “o homem era o lobo do próprio homem”, isto é,
cada um lutava pela sobrevivência olhando apenas para seus interesses
individuais. Essa situação, segundo ele, justificava o poder absoluto do
governante como condição necessária à paz e ao progresso da sociedade, pois só
esse poder, por meio do estabelecimento de um “contrato social” (no qual cada
um deveria renunciar à sua liberdade em favor de um governo absoluto), seria
capaz de garantir a ordem, a direção e a segurança do convívio social. Para
Bossuet, o rei era predestinado por Deus para governar, e seu poder, sendo de
origem divina, era absoluto.
REVOLUÇÃO
INGLESA
- Dinastia
Tudor
A dinastia Tudor governou a Inglaterra de forma
absoluta, com o apoio da burguesia e da nobreza rural(gentry), que, nessa
época, tinham interesses comuns com a monarquia absolutista (demonstrados pela
adoção de algumas medidas por parte da monarquia inglesa): centralização do
poder político como garantia da ordem social; uniformização das moedas, do
sistema de pesos e medidas e das tarifas para facilitar o comércio; permissão
para que os corsários atacassem navios inimigos; e incentivo à expansão
marítima e comercial. A Igreja Anglicana, controlada pelo Estado, participava
do jogo de interesses, adotando a ética religiosa calvinista que estimulava o
trabalho metódico, a eficiência, a poupança e a acumulação de riquezas,
princípios mais adequados aos valores burgueses.
- Pretensões
dos Stuart
Pretendiam exercer um absolutismo de direito,
reconhecido jurídicamente, com o que nem a burguesia nem a gentry concordavam,
verificando-se o choque entre o rei e o parlamento (que era dominado por representantes desses dois
grupos).
- Monarquia
e Igreja no período dos Stuart
O rei, por meio de uma legislação rigorosa,
estabeleceu que a Igreja Anglicana deveria valorizar a forma litúrgica católica
(que fora mantida) em vez do conteúdo calvinista. A burguesia, descontente,
manteve-se fiel aos princípios calvinistas e fundou novas seitas, entre elas a
presbiteriana. Os presbiterianos, chamados de puritanos, queriam uma Igreja
desligada do poder do Estado.
- Petição de
Direitos
Petição de Direitos foi uma medida baixada pelo
parlamento inglês, por meio da qual se estabeleciam limites ao poder do rei,
que não poderia mais criar impostos, convocar o exército ou mandar prender
pessoas sem prévia autorização do parlamento. Após sua decretação, o rei Carlos
I reagiu fechando o parlamento e perseguindo os líderes políticos que lhe
faziam oposição. Em 1640, o rei viu-se obrigado a convocar o parlamento com o
fim de obter recursos financeiros para combater uma revolução escocesa contra
seu governo; os parlamentares, uma vez reunidos, adotaram medidas limitando o
poder do rei (por exemplo, uma lei que proibia o monarca de dissolver o
parlamento, que passaria a ser, obrigatoriamente, convocando pelo menos uma vez
em cada três anos). Esses acontecimentos acabaram por desencadear a Revolução
Inglesa.
- Etapas
principais da Revolução Inglesa
Guerra Civil (1642-1648);
Regime Republicano (1649-1659);
Restauração Monárquica (1660-1688)
Revolução Gloriosa (1688-1689)
- Fim da
Guerra Civil Inglesa no Séc. XVII
Terminou com a vitória do Parlamento; o rei
Carlos I foi preso e condenado à morte, sendo decapitado em 30 de janeiro de
1649. Oliver Cromwell assumiu o poder e instalou uma república ditatorial – o protetorado -, governando de 1649 a 1658.
- Característica
do período republicano
A república de Cromwell foi caracterizada por:
formação da Comunidade Britânica, com a unificação em uma só república da
Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales; política de favorecimento da
marinha inglesa, visando dominar o comércio marítimo, concretizada pela
decretação do Ato de Navegação em 1641 (que determinava que o transporte de
todas as mercadorias importadas ou exportadas deveria ser feito por navios
ingleses); concorrência comercial com a Holanda, acarretando uma guerra entre
os dois países (1652-1654), vencida pela Inglaterra, que se tornou a maior
potência do mundo; hereditariedade do cargo de Lorde Protetor, assumido por
Cromwell em 1653.
- Revolução
Gloriosa
A Revolução Gloriosa iniciou-se como reação à
tentativa do rei Jaime II, da dinastia Stuart, de restabelecer o absolutismo. O
parlamento inglês estabeleceu um acordo com o príncipe holandês Guilherme de
Orange (Casado com Maria Stuart, filha de Jaime II), que assumiria o trono
desde que respeitasse os poderes do parlamento; o monarca inglês foi derrotado
e o príncipe assumiu o trono com o título de Guilherme III, com poderes
limitados em vários aspectos.
- A
Declaração dos Direitos (1689)
A Declaração dos Direitos estabelecia a
limitação dos poderes do rei pelo parlamento, isto é, a superioridade da lei
sobre a vontade do rei, pondo fim ao absolutismo.
- O fim do
absolutismo
O estabelecimento de relações entre o rei, a
burguesia e parte dos senhores rurais (a gentry), o que criou condições para
que o capitalismo se desenvolvesse mais cedo, promovendo o avanço das forças
burguesas e liberais.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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