segunda-feira, 8 de setembro de 2014

BIOMAS E FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     3º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia  -  2014

BIOMAS E FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL

·       Variedade de biomas
O Brasil possui um território com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados ocupando quase metade do continente sul-americano. Nosso país possui vários tipos climáticos. Essa diversificação contribui para a formação de diferentes biomas. Também possui um extenso mar territorial e zona econômica exclusiva de 200 milhas marítimas. Com cerca de 3,5 milhões de km2, o país tem soberania sobre essa área, que juntamente com o litoral apresenta grande variedade de ecossistemas, como os recifes de corais, as restingas, os manguezais, as lagoas, os estuários e as dunas.

·       Formações vegetais brasileiras
Floresta Amazônica(floresta pluvial equatorial): é a maior floresta tropical do mundo, totalizando cerca de 40% das florestas pluviais tropicais do planeta. No Brasil ela se estende por 3,7 milhões de km2 e 10% dessa área constituem unidades de conservação. Cerca de 15% da vegetação da Floresta Amazônica foi desmatada, sobretudo a partir da década de 1970 com a construção de rodovias e a instalação de atividades mineradoras e garimpeiras, agrícolas e de exploração madeireira.
Apresenta 3 estratos de vegetação: 1 -caaigapó(“mata molhada, em tupi-guarani) ou igapó: desenvolve-se ao longo dos rios, numa área permanentemente alagada. É a que possui menor quantidade de espécies e é constituída por árvores de menor porte, incluindo palmeiras, e plantas aquáticas, destacando a vitória-regia; 2 - Várzea: área sujeita a inundações periódica, com a vegetação de médio porte raramente ultrapassando os 20 m de altura, como o pau-mulato e a seringueira; 3 - Caaetê (“mata seca”, em tupi-guarani) ou terra firme: área que nunca inunda, na qual se encontra vegetação de grande porte, com árvores chegando a 60 metros de altura, como a castanheira-do-pará e o cedro.
Mata Atlântica (floresta pluvial tropical: é um dos biomas mais importantes para a preservação da biodiversidade brasileira e mundial, mas é também o mais ameaçado. Restam apenas 7% da área original da Mata Atlântica. Desses 7% remanescentes, quatro quintos estão localizados em propriedade privadas. As unidades de conservação abrangendo esse bioma constituem apenas 2% da Mata Atlântica original, que foi o habitat do pau-brasil, hoje quase extinto.
Mata de Araucárias ou Mata dos pinhais (floresta pluvial subtropical): nativa do Brasil, é uma floresta na qual predomina a araucária, também conhecida como pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro, espécie adaptada a climas de temperaturas moderadas a baixas no inverno, solos férteis e índice pluviométrico superior a 1000 mm anuais. Nesse bioma é comum a ocorrência de erva-mate, além de grande variedade de espécies valorizadas pela indústria madeireira, como os ipês. Foi desmatada, sobretudo com a retirada de madeira para a fabricação de móveis.
Mata dos cocais: esta formação vegetal se localiza no estado do Maranhão, encravada entre a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Caatinga, caracterizando-se como mata de transição entre formações bastante distinta. É constituída por palmeiras, com grande predominância do babaçu e ocorrência esporádica de carnaúba. Atualmente vem sendo desmatada pelo cultivo de grãos para exportação, com destaque para a soja.
Caatinga: vegetação xerófila, adaptada ao clima semiárido, na qual predominam arbustos caducifólios e espinhosos; ocorrem também cactáceas, como o xique-xique e o mandacaru, comuns no Sertão nordestino. A palavra caatinga significa, em tupi-guarani, “mata-branca”, com predominante da vegetação durante a estação seca. Sua área original era de 740 mil km2. Atualmente 50% de sua área foi devastada e menos de 1% está protegida em unidades de conservação.
Cerrado: originalmente cobria cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro, mas cerca de 40% de sua área foi desmatada. É constituído por vegetação caducifólia (ou estacional), predominantemente arbustiva, de raízes profundas, galhos retorcidos e casca grossa (que dificulta a perda de água). A vegetação próxima ao solo é composta por gramíneas que secam no período de estiagem. É uma formação adaptada ao clima tropical típico, com chuvas abundantes no verão e inverno seco, desenvolvendo-se, sobretudo, no Centro-oeste brasileiro.
Pantanal: estende-se, em território brasileiro, por 140 km2 dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em planícies sujeitas a inundações. No Pantanal há vegetação rasteira, floresta tropical e mesmo vegetação típica do cerrado nas regiões de maior altitude. O Pantanal, portanto, não é uma formação vegetal, mas um complexo que agrupa várias formações e que também abriga fauna muito rica. Esse bioma vem sofrendo diversos problemas ambientais, decorrentes principalmente da ocupação em regiões maís altas, onde nasce a maioria dos rios.
Campos naturais: formações rasteiras ou herbáceas constituídas por gramíneas que atingem até 60 cm de altura. Sua origem pode estar associada a solos rasos ou temperaturas baixas em regiões de altitudes elevadas, áreas sujeitas a inundação periódica ou ainda a solos arenosos. Os campos mais expressivos do Brasil localizam-se no Rio Grande do Sul, na chamada Campanha Gaúcha – apropriados inicialmente como pastagem natural, atualmente são amplamente cultivados tanto para alimentar o gado quanto para produção agrícola mecanizada.
Vegetação litorânea: são consideradas formações vegetais litorâneas a restinga e os manguezais. A restinga se desenvolve no cordão arenoso formado junto à costa, com predominância de vegetação rasteira, chamada de pioneira por possibilitar a fixação do solo e permitir a ocupação posterior por arbustos e algumas árvores, como chapéu-de-sol, coqueiro e goiabeira. Os manguezais são nichos ecológicos responsáveis pela reprodução de grande número de espécies de peixes, moluscos e crustáceos. Desenvolvem-se nos estuários (onde o rio desagua no mar) e a vegetação – arbustiva e arbórea – é halófila (adaptada ao sal da água do mar), podendo apresentar raízes  que, durante a maré baixa, ficam expostas. As principais ameaças à preservação dessas formações vegetais são o avanço da urbanização, a pesca predatória, a poluição dos estuários e o turismo desordenado.

·       O Código Florestal
O Código Florestal foi criado em 1934 e reformulado duas vezes: em 1965 e em 2013 (Lei n. 12561/12). Esta é uma das mais importantes leis ambientais do país e estabelece as normas de ocupação e uso do solo em todos os biomas brasileiros.
Áreas de Preservação Permanente (APPs): só podem ser desmatadas com autorização do Poder Executivo Federal e em caso de uso para utilidade pública ou interesse social, como a construção de uma rodovia. São as margens de rios, lagos ou nascentes, várzeas, encostas íngremes, mangues e outros ambientes. A principal função das APPs é preservar a disponibilidade de água, a paisagem, o solo e a biodiversidade.
Reservas legais: em cada um dos sete biomas brasileiros, os proprietários de terras são obrigados a preservar uma parte de vegetação nativa. Na Amazônia são obrigados a manter 80% da propriedade com floresta nativa, índice que cai para 35% no cerrado localizado dentro da Amazônia e 20% em todas as demais regiões e biomas do país.

·       As Unidades de Conservação
As unidades de conservação são áreas de preservação agrupadas conforme a restrição ao uso. São classificadas em: Unidades de Proteção Integral (restrição total) - Estação ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre; Unidades de Uso Sustentável (o nível de restrição é menor e têm uso voltado ao desenvolvimento cultural, educacional e recreacional) – Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
As Unidades de Conservação fazem parte de um Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza criado pela Lei n. 9985/2000.
Os principais objetivos da criação das unidades de conservação são:
I.         Contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
II.       Proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III.     Contribuir  para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
IV.     Promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V.       Promover  a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI.     Proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII.   Proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII.  Proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX.      Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X.       Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI.     Valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII.   Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
XIII.  Proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.


·   Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume um – São Paulo: Scipione, 2014.

- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio – São Paulo: Ática, 2010.

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