Colégio
Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de
Araújo
Série: 3º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia - 2014
BIOMAS E FORMAÇÕES
VEGETAIS DO BRASIL
· Variedade de biomas
O Brasil possui um
território com cerca de 8,5 milhões de quilômetros quadrados ocupando quase
metade do continente sul-americano. Nosso país possui vários tipos climáticos.
Essa diversificação contribui para a formação de diferentes biomas. Também
possui um extenso mar territorial e zona econômica exclusiva de 200 milhas
marítimas. Com cerca de 3,5 milhões de km2, o país tem soberania
sobre essa área, que juntamente com o litoral apresenta grande variedade de
ecossistemas, como os recifes de corais, as restingas, os manguezais, as
lagoas, os estuários e as dunas.
· Formações vegetais brasileiras
Floresta Amazônica(floresta
pluvial equatorial):
é a maior floresta tropical do mundo, totalizando cerca de 40% das florestas
pluviais tropicais do planeta. No Brasil ela se estende por 3,7 milhões de km2
e 10% dessa área constituem unidades de conservação. Cerca de 15% da vegetação
da Floresta Amazônica foi desmatada, sobretudo a partir da década de 1970 com a
construção de rodovias e a instalação de atividades mineradoras e garimpeiras,
agrícolas e de exploração madeireira.
Apresenta 3 estratos
de vegetação: 1 -caaigapó(“mata molhada, em tupi-guarani) ou igapó:
desenvolve-se ao longo dos rios, numa área permanentemente alagada. É a que
possui menor quantidade de espécies e é constituída por árvores de menor porte,
incluindo palmeiras, e plantas aquáticas, destacando a vitória-regia; 2 -
Várzea: área sujeita a inundações periódica, com a vegetação de médio porte
raramente ultrapassando os 20 m de altura, como o pau-mulato e a seringueira; 3
- Caaetê (“mata seca”, em tupi-guarani) ou terra firme: área que nunca
inunda, na qual se encontra vegetação de grande porte, com árvores chegando a
60 metros de altura, como a castanheira-do-pará e o cedro.
Mata Atlântica
(floresta pluvial tropical: é um dos biomas mais importantes para a preservação da
biodiversidade brasileira e mundial, mas é também o mais ameaçado. Restam
apenas 7% da área original da Mata Atlântica. Desses 7% remanescentes, quatro
quintos estão localizados em propriedade privadas. As unidades de conservação
abrangendo esse bioma constituem apenas 2% da Mata Atlântica original, que foi
o habitat do pau-brasil, hoje quase extinto.
Mata de Araucárias ou
Mata dos pinhais (floresta pluvial subtropical): nativa do Brasil, é
uma floresta na qual predomina a araucária, também conhecida como
pinheiro-do-paraná ou pinheiro brasileiro, espécie adaptada a climas de
temperaturas moderadas a baixas no inverno, solos férteis e índice
pluviométrico superior a 1000 mm anuais. Nesse bioma é comum a ocorrência de
erva-mate, além de grande variedade de espécies valorizadas pela indústria
madeireira, como os ipês. Foi desmatada, sobretudo com a retirada de madeira
para a fabricação de móveis.
Mata dos cocais: esta formação
vegetal se localiza no estado do Maranhão, encravada entre a Floresta
Amazônica, o Cerrado e a Caatinga, caracterizando-se como mata de transição
entre formações bastante distinta. É constituída por palmeiras, com grande
predominância do babaçu e ocorrência esporádica de carnaúba. Atualmente vem
sendo desmatada pelo cultivo de grãos para exportação, com destaque para a
soja.
Caatinga: vegetação xerófila,
adaptada ao clima semiárido, na qual predominam arbustos caducifólios e
espinhosos; ocorrem também cactáceas, como o xique-xique e o mandacaru, comuns
no Sertão nordestino. A palavra caatinga significa, em tupi-guarani,
“mata-branca”, com predominante da vegetação durante a estação seca. Sua área
original era de 740 mil km2. Atualmente 50% de sua área foi
devastada e menos de 1% está protegida em unidades de conservação.
Cerrado: originalmente
cobria cerca de 2 milhões de km2 do território brasileiro, mas cerca
de 40% de sua área foi desmatada. É constituído por vegetação caducifólia (ou
estacional), predominantemente arbustiva, de raízes profundas, galhos
retorcidos e casca grossa (que dificulta a perda de água). A vegetação próxima
ao solo é composta por gramíneas que secam no período de estiagem. É uma
formação adaptada ao clima tropical típico, com chuvas abundantes no verão e
inverno seco, desenvolvendo-se, sobretudo, no Centro-oeste brasileiro.
Pantanal: estende-se, em
território brasileiro, por 140 km2 dos estados de Mato Grosso do Sul
e Mato Grosso, em planícies sujeitas a inundações. No Pantanal há vegetação
rasteira, floresta tropical e mesmo vegetação típica do cerrado nas regiões de
maior altitude. O Pantanal, portanto, não é uma formação vegetal, mas um
complexo que agrupa várias formações e que também abriga fauna muito rica. Esse
bioma vem sofrendo diversos problemas ambientais, decorrentes principalmente da
ocupação em regiões maís altas, onde nasce a maioria dos rios.
Campos naturais: formações rasteiras
ou herbáceas constituídas por gramíneas que atingem até 60 cm de altura. Sua
origem pode estar associada a solos rasos ou temperaturas baixas em regiões de
altitudes elevadas, áreas sujeitas a inundação periódica ou ainda a solos
arenosos. Os campos mais expressivos do Brasil localizam-se no Rio Grande do
Sul, na chamada Campanha Gaúcha – apropriados inicialmente como pastagem
natural, atualmente são amplamente cultivados tanto para alimentar o gado
quanto para produção agrícola mecanizada.
Vegetação litorânea: são consideradas
formações vegetais litorâneas a restinga e os manguezais. A restinga se
desenvolve no cordão arenoso formado junto à costa, com predominância de
vegetação rasteira, chamada de pioneira por possibilitar a fixação do solo e
permitir a ocupação posterior por arbustos e algumas árvores, como
chapéu-de-sol, coqueiro e goiabeira. Os manguezais são nichos ecológicos
responsáveis pela reprodução de grande número de espécies de peixes, moluscos e
crustáceos. Desenvolvem-se nos estuários (onde o rio desagua no mar) e a
vegetação – arbustiva e arbórea – é halófila (adaptada ao sal da água do mar),
podendo apresentar raízes que, durante a
maré baixa, ficam expostas. As principais ameaças à preservação dessas
formações vegetais são o avanço da urbanização, a pesca predatória, a poluição
dos estuários e o turismo desordenado.
· O Código Florestal
O Código Florestal
foi criado em 1934 e reformulado duas vezes: em 1965 e em 2013 (Lei n.
12561/12). Esta é uma das mais importantes leis ambientais do país e estabelece
as normas de ocupação e uso do solo em todos os biomas brasileiros.
Áreas de Preservação
Permanente (APPs):
só podem ser desmatadas com autorização do Poder Executivo Federal e em caso de
uso para utilidade pública ou interesse social, como a construção de uma
rodovia. São as margens de rios, lagos ou nascentes, várzeas, encostas
íngremes, mangues e outros ambientes. A principal função das APPs é preservar a
disponibilidade de água, a paisagem, o solo e a biodiversidade.
Reservas legais: em cada um dos sete
biomas brasileiros, os proprietários de terras são obrigados a preservar uma
parte de vegetação nativa. Na Amazônia são obrigados a manter 80% da
propriedade com floresta nativa, índice que cai para 35% no cerrado localizado
dentro da Amazônia e 20% em todas as demais regiões e biomas do país.
· As Unidades de Conservação
As unidades de
conservação são áreas de preservação agrupadas conforme a restrição ao uso. São
classificadas em: Unidades de Proteção Integral (restrição total) -
Estação ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e
Refúgio de Vida Silvestre; Unidades de Uso Sustentável (o nível de restrição
é menor e têm uso voltado ao desenvolvimento cultural, educacional e
recreacional) – Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse
Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva
de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
As Unidades de
Conservação fazem parte de um Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza criado pela Lei n. 9985/2000.
Os principais
objetivos da criação das unidades de conservação são:
I.
Contribuir para a manutenção da diversidade
biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas
jurisdicionais;
II.
Proteger as espécies ameaçadas de
extinção no âmbito regional e nacional;
III.
Contribuir para a preservação e a restauração da
diversidade de ecossistemas naturais;
IV.
Promover o desenvolvimento sustentável
a partir dos recursos naturais;
V.
Promover a utilização dos princípios e práticas de
conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI.
Proteger paisagens naturais e pouco
alteradas de notável beleza cênica;
VII.
Proteger as características relevantes
de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica,
paleontológica e cultural;
VIII. Proteger
e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX.
Recuperar ou restaurar ecossistemas
degradados;
X.
Proporcionar meios e incentivos para
atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI.
Valorizar econômica e socialmente a
diversidade biológica;
XII.
Favorecer condições e promover a
educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o
turismo ecológico;
XIII. Proteger
os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social
e economicamente.
· Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume um – São
Paulo: Scipione, 2014.
- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio
– São Paulo: Ática, 2010.
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