Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia - 2014
O
COMÉRCIO INTERNACIONAL
• Multilateralismo, Gatt, OMC e Regionalismo
Multilateralismo – são
acordos comerciais que envolvem diversos países no âmbito da Organização
Mundial do Comércio (OMC). Surgiu com a criação do Gatt (Acordo Geral de
Tarifas e Comércio), em 1947. O princípio mais importante dessa entidade é o da
Nação Mais Favorecida (NMF), que proíbe a discriminação entre países-membros.
Toda vantagem, favor ou privilégio envolvendo tarifas aduaneiras e concedido
bilateralmente deve ser estendido imediatamente ao comércio com os demais
países signatários. Este princípio é conhecido como Princípio de
Não-discriminação entre as Nações.
Gatt
(Acordo Geral de Tarifas e comércio): surgiu com a
Conferência de Havana, em 1947, com o objetivo de estimular o comércio
multilateral entre os países signatários. No entanto, ele era apenas um fórum
de negociações vinculados à ONU, não uma entidade como, por exemplo, o Bird e o
FMI. Com a conclusão da Rodada do Uruguai, em abril de 1994, foi assinada, no
Marrocos, por 122 países, a Declaração de Marrakesh, que criou a OMC.
OMC
(Organização Mundial de Comércio) – com sede em Genebra foi
criada para substituir o Gatt(era apenas um acordo) e passou a ter o mesmo
status do Bird e do FMI. Adquiriu força política para fiscalizar o comércio
mundial e fortalecer o multilateralismo. Começou a funcionar em 1° de janeiro
de 1995, supervisionando os acordos comerciais e mediando disputas entre os
países signatários. Quando um país se sente prejudicado recorre a OMC e esta
deverá punir o outro país ou então mediar um acordo.
Regionalismo – é uma
tendência de formação e consolidação de blocos regionais, como a União Européia
(EU), o Acordo Norte-americano de Livre Comércio (Nafta) e o Mercado Comum do
Sul (Mercosul). Este movimento ocorre devido à uma lógica do sistema
capitalista que apresenta uma constante necessidade de lucros e de acumulação
de capitais para fazer frente a competitividade de uma economia globalizada. Os
países membros dos blocos regionais procuram diminuir ao máximo as barreiras
impostas pelas fronteiras nacionais aos fluxos de mercadorias, de capitais, de
serviços ou de mão-de-obra. Os integrantes desses blocos fortalecem-se diante
de países isolados ou de outros blocos de países.
*Principais
tipos de blocos regionais
Zonas de
livre comércio: busca-se apenas a gradativa liberalização do fluxo de
mercadorias e de capitais dentro dos limites do bloco. Ex: Acordo
Norte-americano de Livre Comércio –Nafta – (Estados Unidos, Canadá e México);.
União
Aduaneira: é um estágio intermediário entre a zona de livre comércio e o
mercado comum. Além da abolição das tarifas alfandegárias nas relações
comerciais no interior do bloco, é definida a Tarifa Externa Comum, que é
aplicada aos países de fora da união. Ex: Mercosul – Mercado Comum do Sul -
(Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai)
Mercados
comuns: busca-se uma padronização da legislação econômica, fiscal,
trabalhista, ambiental etc. Entre os resultados, estão a eliminação das
barreiras alfandegárias internas, a uniformização das tarifas de comércio
exterior e a liberalização da circulação de capitais, mercadorias, serviços e
pessoas no interior do bloco. Ex: (UE)
União
econômica e monetária: é o ponto máximo do mercado
comum. Ocorre a implantação de uma moeda única. Exemplo: União Européia (UE)
com o euro.
• Os
blocos econômicos regionais e as fronteiras da economia mundial
O
surgimento de blocos econômicos significa que regionalmente, em maior ou menor
grau, as fronteiras econômicas entre os países estão sendo abolidas. Em âmbito
mundial, no entanto, a disputa econômica tende a continuar existindo, sendo
cada vez mais intermediada por esses organismos supranacionais – os blocos
econômicos regionais – e, no plano multilateral, pela OMC.
• O
comércio internacional na atualidade
O
comércio internacional é um dos aspectos mais importantes da globalização. As
trocas comerciais desde a Segunda Guerra têm crescido num ritmo mais rápido do
que a produção em escala mundial, aprofundando a interdependência dos países.
Essa tendência só foi interrompida em 2001, quando houve uma queda de 1,5% no
comércio mundial. A consolidação dos blocos comerciais tem fortalecido as
trocas não só em escala regional, mas também mundial. De qualquer maneira, o
comércio internacional está concentrado fortemente no Hemisfério Norte (85% do
comércio mundial é feito entre os países desenvolvidos). Os maiores
comerciantes do mundo são os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a França, o
Reino Unido, a China e o Canadá. No entanto, o México e os Tigres Asiáticos têm
aumentado sensivelmente sua participação nos últimos tempos.
• O
Mercosul
O
Mercosul foi formado em 26 de março de 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai com a assinatura do Tratado de Assunção, e seu secretariado está
sediado em Montevidéu (Uruguai). Sua meta inicial era estabelecer uma zona de
livre-comércio entre os países-membro por meio da eliminação de tarifas
alfandegárias e restrições não tarifárias, liberando a circulação da maioria de
mercadorias. Alcançada essa meta, em 1194 foi assinado o Protocolo de Ouro
Preto e fixou-se uma política comercial conjunta dos países do Mercosul em
relação a nações integrantes do bloco, medida que definiu a Tarifa Externa
Comum (TEC) e transformou o bloco em união aduaneira. A TEC serve para que
todos cobrem um imposto de importação comum, para evitar que álbum membro dê
tratamento diferenciado a determinado setor e se torne porta de entrada de
produtos que depois poderiam circular livremente dentro do bloco. Entretanto,
como há uma lista grande de exceções, isto é, de produtos que não se enquadram
na TEC, diz-se que o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita.
Em reunião extraordinária em 31 de julho
de 2013, após processo de impeachment do Presidente do Paraguai, Fernando Lugo,
Brasil, Argentina e Uruguai reuniram em Brasília (DF) e aprovaram a entrada da
Venezuela no bloco.
• A
fragilidade dos blocos africanos
A fragilidade
dos blocos africanos é nada mais do que o reflexo da fragilidade dos países do
continente. Estes são marcados por dependência econômica, carência de
infra-estrutura, baixo nível de industrialização, pobreza, fome, epidemias e
guerras civis. O mais importante bloco econômico da África é a SADC (Comunidade
de Desenvolvimento da África Austral), à qual pertence a maior e mais
diversificada economia do continente, a África do Sul.
Fonte Bibliográfica
MOREIRA, Carlos João, SENE,
Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2014
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