segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O RELEVO SUBMARINO E HIDROGRAFIA BRASILEIRA

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     3º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia  -  2014

O RELEVO SUBMARINO

·       Plataforma continental
A plataforma continental constitui a continuação da estrutura geológica do continente abaixo do nível do mar. A estrutura geológica continental termina no talude (borda da plataforma continental, marcada por um desnível abrupto de até 2 mil metros), com distância variável da costa. Ela apresenta grande importância econômica, por conter bacias sedimentares onde se encontram jazidas de petróleo, como as de Campos (RJ) e Santos (SP), além de ser o local do relevo submarino mais rico em espécies marinhas importantes para a atividade pesqueira.

·       Talude
É a borda da plataforma continental, marcada por um desnível abrupto de até 2 mil metros, na base do qual se encontram a crosta continental e a oceânica.

·       Região pelágica (abissal)
Corresponde à crosta oceânica propriamente dita, que é mais densa e geologicamente distinta da crosta continental.


·       Conceitos importantes – O Direito do Mar
Mar Territorial (MT):  até 12 milhas náuticas (cerca de 22 km) onde os Estados exercem soberania plena
Zona Econômica Exclusiva (ZEE): se estende do litoral continental e insular até 200 milhas náuticas (370 km) onde o a jurisdição se limita à exploração e ao aproveitamento dos recursos naturais. Todos os bens econômicos no seio da massa líquida, sobre o leito do mar e no subsolo marinho são privativos do país costeiro.
Plataforma continental (PC): é o prolongamento natural da massa terrestre de um Estado costeiro. Em alguns casos, ela ultrapassa a distância de 200 milhas da ZEE. Pela Convenção sobre o Direito do Mar, o Estado costeiro pode pleitear a extensão da sua Plataforma Costeira até o limite de 350 milhas náuticas (648 km). É o caso do Brasil, que apresentou às Nações Unidas, em setembro de 2004, o seu pleito de extensão da PC brasileira.





HIDROGRAFIA BRASILEIRA

·       Os rios brasileiros (aproveitamento econômico)
O Brasil, em razão de sua grande extensão territorial e da predominância de climas úmidos, possui uma extensa e densa rede hidrográfica. Os rios brasileiros têm diversos usos, como o abastecimento urbano e rural, a irrigação, o lazer, e a pesca. O transporte fluvial, embora ainda pouco utilizado, vem adquirindo cada vez mais importância no país. Em regiões planálticas, nossos rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante explorado no Centro-Sul e nos rios São Francisco e Tocantins, com tendência de crescimento na Amazônia e Centro-Oeste.

·       Características da hidrografia brasileira
- O Brasil não possui lagos tectônicos, poias as depressões tornaram-se bacias sedimentares. Em nosso território só há lagos de várzea (temporários, muito comuns no Pantanal) e lagunas ou lagoas costeiras (como a dos Patos, no Rio Grande do Sul, e a Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, ambas formadas por restingas).
- Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazonas, possuem regime simples pluvial.
- Todos os rios do país são exorreicos (exo, “fora” em grego), possuem drenagem que se dirige ao oceano, para fora do continente.
- Considerando-se os rios de maior porte, só encontramos regimes temporários no Sertão nordestino, onde o clima é semiárido. No restante do país, os grandes rios são perenes.
- Predominam os rios de planalto, muitos dos quais escoam por áreas de elevado índice pluviométrico. A existência de muitos desníveis no relevo e o grande volume de água proporcionam grande potencial hidrelétrico.

- Em vários pontos do país há corredeiras, cascatas e, em algumas áreas, rios subterrâneos (atravessando cavernas), o que favorece o turismo. As cataratas do Iguaçu (“água grande”, em tupi-guarani), situadas no rio de mesmo nome na fronteira Brasil-Argentina, nas proximidades da cidade de Foz do Iguaçu (PR), atraem visitantes de todo o mundo.
- Na região amazônica os rios têm grande importância como vias de transporte. Neles há barcos de todo tipo e tamanho, transportando pessoas e mercadorias. Nas demais regiões a navegação vem  crescendo nos últimos anos, sobretudo na bacia Platina, onde uma sequência de eclusas já permite a navegação em um trecho de 1400 quilômetros. É a hidrovia Tietê-Paraná.





·       As bacias hidrográficas brasileiras



Bacia do rio Amazonas (ou Amazônica):  a maior bacia hidrográfica do planeta. Drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de Km2) e tem suas vertentes delimitadas pelos divisores de água da cordilheira dos Andes, pelo planalto das Guianas e pelo planalto Central. Seu rio principal nasce no córrego Apacheta, no Peru, onde o curso de água recebe ainda os nomes de Lloqueta, Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali; passa a ser denominado Solimões da fronteira brasileira até o encontro com o rio negro e, a partir daí, recebe o nome de Amazonas.


Bacia do rio Tocantins-Araguaia: esta bacia drena 11% do território nacional (922 mil km2) e possui vazão média de cerca de 13 mil m3/s. No Bico do Papagaio, região que abrange parte dos estados do Tocantins, do Pará e do Maranhão, o rio Tocantins recebe seu principal afluente, o Araguaia, onde se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal. O rio Tocantins é utilizado para escoar parte da produção de grãos (principalmente soja) das regiões próximas a nele foi construída a usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda maior do país (em 2010).


Bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai: estas bacias drenam 16% do território brasileiro (1,4 milhão de km2) e são subdivisões da bacia do rio da Prata (ou Platina), a segunda maior bacia hidrográfica do planeta.


Aquífero Guarani – é a maior reserva subterrânea de água doce da América do Sul e uma das maiores do mundo, constitui importante reserva estratégica para abastecimento da população e desenvolvimento de atividades econômicas. Esta imensa reserva já é intensamente utilizada para abastecimento público, industrial e irrigação, entre outras finalidades, e está localizado numa região de grande concentração populacional e intensa ocupação do solo. Sua conservação demanda uma política de manejo e gestão ambiental adequados, caso contrário suas águas subterrâneas correm sérios riscos de contaminação por uso indiscriminado de agrotóxicos, dejetos de animais, esgoto e resíduos industriais presentes nos rios da região e pelo lixo despejado em aterros sanitários.

Bacia do rio São Francisco: embora esta seja a menor das quatro grandes bacias hidrográficas brasileiras, ela é responsável pela drenagem de 7,5% do território nacional (639 km2). O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa o sertão semiárido e desemboca no oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas.

Transposição do São Francisco – Denominado oficialmente Integração de Bacias Hidrográficas, o projeto visa desviar parte das águas do São Francisco para alimentar rios temporários e açudes por meio de 720 km de canais construídos em dois eixos de transposição: o Norte e o Leste. A primeira etapa compreende a revitalização das águas do São Francisco. As etapas posteriores consistem na construção de canais, de estações elevatórias para transpor as regiões de relevo mais elevado e de pequenas usinas hidrelétricas. As críticas à transposição são numerosas: Primeiro, a revitalização da água do rio é um processo complexo, que depende de modificações na rede de esgoto de mais de 400 cidades que têm o rio como destino, da recuperação de mananciais e matas ciliares e do dasassoreamento do rio, entre outras providências. Segundo, é praticamente impossível prever o impacto ambiental, tanto nas regiões doadoras como nas regiões receptoras de água. Por fim, alega-se que a transposição não garantirá o acesso à água à maior parte da população sertaneja mais carente, justamente a que deveria ser prioritariamente contemplada pelo projeto.


Bacia do rio Parnaíba: drena 3,9% do território nacional e é a segunda mais importante da região Nordeste. Como parte desta bacia está localizada em região de clima semiárido, apresenta pequena vazão média ao longo do ano. Possui afluentes temporários e perenes.
Bacias atlânticas ou costeiras: o Brasil possui cinco conjuntos, ou agrupamentos de rios, chamados bacias hidrográficas do Atlântico: Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Leste, Sudeste e Sul. As bacias que compõem cada um desses conjuntos não possuem ligação entre si; elas foram agrupadas por sua localização geográfica ao longo do litoral. O rio principal de cada uma delas tem sua própria bacia hidrográfica.


·   Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume um – São Paulo: Scipione, 2014.

- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio – São Paulo: Ática, 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.