Col. Est.
Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História -
2014
IDADE MÉDIA E POVOS GERMÂNICOS
- A
Idade Média
De
acordo com historiadores, foi Cellarius (1638-1707) quem consagrou a divisão da
história ocidental em Antiga, Medieval e Moderna. A Idade Média foi associada a
um período de retrocesso, imobilismo e intolerância. Atualmente, ainda
encontramos considerável parcela de pessoas que associam o termo medieval “a
Idade das Trevas”, pois teria sido um período de pouca produção no
conhecimento. Essas ideias e esses valores não correspondem à realidade
demonstrada nas pesquisas dos historiadores, que descortinam uma incrível
variedade de produções culturais (artísticas, científica, tecnológica) e de
transformações políticas e econômicas no período medieval.
- As
fases do processo de penetração dos povos germânicos
Migrações
– nesta fase (séculos II e III) corresponde ao período em que populações
germânicas deslocaram-se em grande escala para os domínios do Império Romano,
de forma pacífica.
Invasões
– nesta fase (séculos IV e V), os germanos penetraram no Império romano de
forma violenta.
- Os
povos germânicos
Os
povos germânicos dividiam-se em vários grupos com culturas muito diferentes,
mas possuíam algumas características gerais comuns: eram politeístas,
cultuando divindades associadas a elementos da natureza (raio, trovão, vento,
Sol, etc.); eram costumeiros, isto é,
seguiam costumes, não existindo leis escritas; sua organização
sociopolítica era baseada na família
e patriarcal, havendo grupos formados por nobres, homens livres,
ex-escravos e escravos; cem famílias em uma região formavam uma aldeia, na qual
as decisões eram tomadas em assembleias de homens livres, e os líderes
guerreiros acabavam tornando-se reis hereditários; antes nômades, ao
invadir o Império Romano já haviam se tornado sedentários, desenvolvendo uma
economia baseada nas trocas comerciais entre as aldeias.
- A
germanização do Império Romano
Com
a presença cada vez maior dos povos bárbaros, o exército e boa parte da mão de
obra utilizada dentro do Império, tornou-se menos romana e mais bárbara, daí a
ideia de que o Império foi se
germanizando.
- As
modificações na Europa provocadas pelos povos germânicos
Houve
uma ruralização da região, com as cidades perdendo sua importância. A religião
cristã se manteve, pois boa parte dos germanos adotou a religião cristã. O
latim foi preservado, principalmente na linguagem escrita, junto com as línguas
germânicas, que continuaram sendo faladas, e esse contato deu origem às
principais línguas europeias. A economia manteve as práticas romanas. Na
organização política, o processo de centralização das tribos germânicas
acentuou-se, e, por volta do século VI,
diversos reinos haviam sido organizados nos territórios ocupados, embora
a maioria com vida curta.
Os francos
- As
dinastias do Reino Franco
O
Reino Franco foi governado por duas dinastias: a merovíngia (do século V
ao século VIII) e a carolíngia (entre os séculos VIII e IX). Os
merovíngios chegaram ao poder com a unificação das diversas tribos dos francos,
tendo se consolidado com Clóvis (que reinou entre 485 e 511), considerando um
dos unificadores dos francos. A dinastia carolíngia impôs-se após a crise da
dinastia merovíngia, em função da qual o trono passou a seu ocupado pelo
prefeito do palácio (um alto funcionário da corte). Carlos Martel, prefeito de
palácio de 714 a 741, conquistou muito poder e prestígio ao comandar o exército
cristão que deteve o avanço dos muçulmanos sobre a Europa. Em 751, Pepino, o
Breve (filho e sucessor de Carlos Martel) destronou o último rei merovíngio e
fundou a nova dinastia.
- A
formação do Império Carolíngio
O
Império Carolíngio formou-se a partir da atuação de Carlos Magno, que governou
de 768 a 814. Sob seu comando, os francos submeteram diversos povos germânicos
e conquistaram um vasto território. O império formado por suas conquistas foi
reconhecido como Novo Império Romano do Ocidente, tendo ele como imperador.
- A
relação entre a Igreja e o Reino Franco
A
relação foi de estreita ligação e cooperação. Clóvis converteu-se ao
cristianismo, iniciando um processo de ligação firmado com Pepino – que foi
reconhecido como rei dos francos pelo papa e, em troca, lutou contra os
lombardos, povo germânico que ameaçava o poder da Igreja Católica. Essa ligação
teve seu ponto alto no ano 800, quando o rei dos francos, Carlos Magno, recebeu
do papa Leão III o título de imperador do Novo Império Romano do Ocidente.
- O
objetivo da coroação de Carlos Magno
A
intenção era reviver a antiga unidade do mundo ocidental, sob o comando de um
imperador cristão. Para a Igreja Católica, especificamente, interessava obter a
proteção de um soberano poderoso e cristão que possibilitasse a expansão do
cristianismo.
O Império Carolíngio
- O
papel dos nobres e dos funcionários na administração
Os
nobres (condes e marqueses) eram responsáveis por defender o território, cobrar
impostos e realizar a manutenção de estradas e pontes. Os missi dominici
controlavam as atividades dos nobres.
- Beneficium
Beneficium
era a prática adotada pelo imperador de recompensar os súditos, geralmente
soldados, com terras, mas em troca estes lhe deviam fidelidade e prestação de
serviços. Assim, surgiram diversos nobres, como os condes, que administravam um
território (o condado), e os marqueses, que faziam o mesmo em territórios
situados na fronteira do império (as marcas).
- O
Renascimento Carolíngio
Renascimento
Carolíngio é a expressão utilizada pelos historiadores para designar o estímulo
que Carlos Magno, assessorado por intelectuais, deu às atividades e às
instituições intelectuais e artísticas. Esse impulso abrangeu as letras, as
artes e a educação, e teve seu maior vigor em meados do século IX.
- O
enfraquecimento do Império Carolíngio
Com
a morte de Luís I (filho de Carlos Magno), em 840, seus três filhos (Carlos,
Luís e Lotário) passaram a disputar o poder, travando um desgastante conflito
interno. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, eles estabeleceram a paz,
dividindo entre si o território carolíngio.
A
divisão do poder real entre os filhos de Luís I foi acompanhada de crescente
independência e autonomia dos administradores locais.
- Novas
invasões no território europeu
As
invasões ocorridas nos séculos IX e X criaram um clima de muita insegurança,
dque levou os europeus ocidentais a procurar refúgio no campo. Isso provocou um
enfraquecimento do poder central dos antigos reinos germânicos, e, ao mesmo
tempo, fortaleceu o poder local. O comércio também foi dificultado pela
insegurança geral.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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