terça-feira, 28 de outubro de 2014

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Colégio Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     3º Ano – Ensino Médio  
Disciplina: Geografia  -  2014

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

·       Origens da industrialização
A industrialização brasileira começou de forma incipiente na segunda metade do século XIX, período em que se destacaram importantes empreendedores, como o barão de Mauá, no eixo São Paulo-Rio de Janeiro, e Delmiro Gouveia, em Pernambuco.
A partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) o país passou por um processo significativo de desenvolvimento industrial e de maior diversificação do parque fabril. Isso porque houve uma redução da entrada de mercadorias estrangeiras no Brasil por causa do conflito na Europa.
Em 1919, as fábricas de tecidos, roupas, alimentos, bebidas e fumo (indústrias de bem de consumo não duráveis) eram responsáveis por 70% da produção industrial brasileira; em 1939, no início da Segunda Guerra Mundial, essa porcentagem havia sido reduzida para 58% por causa do aumento da participação de outros produtos como aço, máquinas e material elétrico. Contudo a industrialização brasileira ainda contava, predominantemente, com indústrias de bens de consumo não duráveis e investimentos de capital privado nacional.



·       Fatos que desencadearam enorme impulso
A industrialização brasileira sofreu seu maior impulso a partir de 1929, com a crise econômica mundial decorrente da quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Principalmente na região Sudeste do Brasil, essa crise se refletiu na redução do volume de exportações de café e na perda da importância dessa atividade no cenário econômico, o que contribuiu para a diversificação da produção agrícola brasileira.


Outro acontecimento que contribuiu para o desenvolvimento industrial foi a Revolução de 1930, que desalojou a oligarquia agroexportadora paulista do poder e abriu novas possibilidades político-administrativas em favor da industrialização, uma que o grupo que tomou o poder com Getúlio Vargas era nacionalista e favorável a tornar o Brasil um país industrial. Apesar disso, a agricultura continuou responsável pela maior parte das exportações brasileiras até a década de 1970.



·       O ciclo do café e a indústria brasileira
Com a consolidação da atividade cafeeira, foi implantada, sobretudo em São Paulo, uma ampla infraestrutura – capital, mão de obra, ampliação do mercado consumidor, energia e rede de transportes – que contribuiu para o desenvolvimento do parque industrial brasileiro.

·       A política industrial do governo Getúlio Vargas
Os dois períodos de governo de Getúlio Vargas na presidência da República (1930-1945 e 1951-1954) caracterizam-se por grandes investimentos estatais na implantação de indústrias de base no país, como, por exemplo, a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 1942, e da Petrobras, em 1953. Nesta época, os investimentos estatais nas áreas de siderurgia e petroquímica foram muito importantes para impulsionar o crescimento do parque industrial brasileiro, já que esses setores, por exigirem um capital alto e não garantirem um rápido retorno, não atraíam o capital privado.


Foram criados órgãos estatais de regulamentação da atividade econômica, encabeçados pelo Conselho Nacional de Economia (CNE); e indústrias em setores estratégicos. A intervenção estatal no setor de base da economia foi priorizada.
Embora a expressão substituição de importação possa se utilizada desde que a primeira fábrica foi instalada no país, permitindo substituir a importação de determinado produto, foi o governo de Getúlio Vargas que iniciou a adoção de medidas fiscais e cambiais que caracterizaram uma política industrial voltada à produção interna de mercadorias que até então eram importadas.
Ao retornar à Presidência em 1951, eleito pelo povo, Getúlio Vargas retomou seu projeto nacionalista: passou a investir em setores que deram suporte e impulsionaram o crescimento econômico – sistemas de transportes, comunicações, produção de energia elétrica e petróleo – e restringiu a importação de bens de consumo. Apoiado por um grande movimento nacionalista popular, Getúlio dedicou-se à criação da Petrobras(1953) e o do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (1952).

·       O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek
O Plano de Metas teve como principais características os grandes investimentos estatais nos setores de energia e transportes (70% do orçamento do plano) e a maciça entrada de capital estrangeiro na implantação de novos setores industriais no Brasil: automobilístico, de eletrodomésticos, químico-farmacêutico, de máquinas e equipamentos.


Entre as principais consequências desse plano, destacam-se:
- aumento da dívida externa e da inflação;
- concentração do parque industrial na região sudeste;
- complementação do parque industrial brasileiro que, a partir do Plano de Metas, passou a dispor de indústrias de bens de produção e de bens de consumo duráveis e não duráveis.

·       O milagre econômico
O período que vai de 1968 a 1973, conhecido como o período do “milagre econômico”, caracterizou-se por elevados índices de crescimento econômico, sustentado por drástica elevação da dívida externa, contraída a taxas de juros flutuantes. A política industrial do período da ditadura militar (1964-1985) foi marcada pela internacionalização e estatização da economia nacional, acompanhada de grande crescimento do produto interno bruto (PIB).
O período dos governos militares no Brasil caracterizou-se pela apropriação do poder público por agentes que desviaram os interesses do Estado para as necessidades empresariais. As carências da população ficaram em segundo plano; as prioridades foram o crescimento do PIB e o aumento do superávit na balança comercial. O objetivo de qualquer governo é o de aumentar a produção econômica. O problema é saber como atingi-lo sem comprometer os investimentos em serviços públicos, que possibilitam a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

·   Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio de Sene – Geografia : volume um – São Paulo: Scipione, 2014.
- Vasentini, José Villian – Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio – São Paulo: Ática, 2010.



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