terça-feira, 28 de outubro de 2014

O DECLÍNIO DO FEUDALISMO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 

Disciplina:   História - 2014

O DECLÍNIO DO FEUDALISMO

  • O período da Baixa Idade Média
O período compreendido entre os séculos XI e XV é conhecido como Baixa Idade Média. Ele pode ser dividido em duas grandes fases:
- Primeira fase (séculos XI a XIII) – caracterizada pelo processo de expansão de diversos setores na Europa ocidental. Entre as transformações que revelam essa expansão, podemos citar: ampliação das culturas agrícolas, renascimento comercial e urbano e fortalecimento da burguesia.
- Segunda fase (séculos XIV e XV) – marcada por um processo de depressão (ou contração na Europa ocidental, decorrente das crises econômicas, política e religiosa.

  • Expansão
Do século XI ao XIII, a Europa ocidental viveu um período de relativa paz. Entre os fatores que contribuíram para isso, destacam-se:
- O fim das sucessivas ondas de invasões;
- O direcionamento do espírito guerreiro da nobreza para a luta contra pagãos e muçulmanos, por meio das cruzadas;
Isso propiciou o crescimento populacional e a retomada das atividades econômicas.

  • Desenvolvimento agrícola
As técnicas e os instrumentos utilizados na agricultura eram simples. A partir do século XI, no entanto, as condições do mundo rural passaram por mudanças significativas.
Houve mudanças nas formas de uso da terra (sistemas rotativos). Ampliação do cultivo agrícola, com ocupação de novas áreas e a expansão de novas culturas. Ao mesmo tempo, aperfeiçoaram-se técnicas e instrumentos, o que aumentou a produtividade. Entre os novos instrumentos usados na agricultura, destacaram-se:
- Charrua: um tipo de arado puxado por bois ou cavalos;
- Peitoral: peça feita de madeira, bem almofadada, permitia a utilização do cavalo para puxar a charrua;
- Ferradura: peça fixada em cada pata do cavalo para proteger seu casco em terrenos irregulares;
- Moinho d’água: equipamento usado para moer cereais e esmagar olivas, acionar foles, quebrar minérios etc.

  • O crescimento populacional
Nesse cenário de expansão, houve crescimento demográfico  por toda a Europa. Na área que hoje compreende Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, França, Inglaterra, Espanha e Portugal, de acordo com estimativas, no século X existiam 22,10 milhões de habitantes. Já no século XIII a população cresceu para 50,35 milhões de habitantes.

  • Comércio e o crescimento das cidades medievais
A expansão comercial impulsionou a produção artesanal, pois era necessária uma quantidade cada vez maior de produtos para serem comercializados, e demandava, cada vez mais, serviços urbanos, promovendo o crescimento da burguesia e o desenvolvimento das cidades.

  • As rotas de comércio e as corporações de ofício
As rotas de comércio eram as grandes vias marítimas e terrestres utilizadas para a realização das transações comerciais a longa distância, no interior da Europa e em direção ao Oriente. Entre as principais rotas marítimas, estavam a rota comercial do norte, realizada através do mar do Norte, e a rota comercial do sul, através do Mediterrâneo; A rota comercial do Sul tinha como portos mais importantes os de Barcelona, Marselha, Gênova, Veneza, Túnis, Trípoli e Constantinopla. Os comerciantes mais atuantes eram os de Gênova e Veneza, que se dedicavam principalmente à importação de especiarias (cravo, canela, noz-moscada, pimenta) e artigos de luxo (perfumes, tecidos de seda, porcelana, marfim) do Oriente. As rotas terrestres cruzavam todo o território europeu, ligando as principais cidades.
As corporações de ofício eram organizações de artesãos para defender seus interesses, regulamentar o exercício da profissão e controlar o fornecimento de produtos; elas dirigiam, também, o ensino artesanal, que se dividia em três estágios: aprendiz, oficial e mestre (o único que podia se estabelecer por conta própria).

  • O surgimento da burguesia
Os burgos eram um núcleo urbano fortificado, que abrigava principalmente artesãos e comerciantes. O termo “burguês” denominava genericamente o habitante do burgo, mas com a ampliação e a complexidade das atividades comerciais, o termo passou a designar o rico comerciante, livre dos laços feudais e da dependência de um senhor.
A comuna era um burgo que havia conseguido a independência de um senhor feudal. A administração da comuna ficava a cargo dos comerciantes mais ricos, que se encarregavam da defesa, da elaboração de leis e de tribunais, da cobrança de impostos e da construção de obras.

  • O período de depressão
Os séculos XIV e XV, foram marcados, em sociedade da Europa ocidental, por uma série de momentos críticos, que traduzem a depressão e o esgotamento do sistema feudal. Foi, em grande parte, a própria expansão econômica e populacional das sociedades cristãs medievais, a partir do século XI, que contribuiu para essas crises.

  • A crise agrícola e as pestes
O declínio da produção agrícola acarretou períodos de fome, levando a população a um estado de fraqueza e subnutrição que favoreceu a disseminação de doenças contagiosas, como a Peste Negra.

  • As guerras internas na Europa
O término das Cruzadas contra os muçulmanos costuma ser relacionado com esse clima bélico entre a cristandade. Na ausência de um inimigo externo comum, os cristãos voltaram-se um contra os outros. Esses conflitos foram motivadas por disputas pela sucessão dinásticas e por rotas comerciais.

  • O Grande Cisma do Ocidente
Foi um conflito causado pela transferência da sede da Igreja Católica, em 1309, para a cidade francesa de Avignon, e que levou a uma divisão dessa instituição de 1378 a 1417, período em que foi liderada por dois papas, um com sede em Roma e outro em Avignon. Embora em 1418 a Igreja tenha recuperado sua unidade, essa crise religiosa colaborou para gerar insegurança e desorientação entre os membros da cristandade, fazendo surgir várias doutrinas contrárias aos dogmas da Igreja Católica.

Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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