Col. Est.
Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História -
2014
O DECLÍNIO DO FEUDALISMO
- O
período da Baixa Idade Média
O
período compreendido entre os séculos XI e XV é conhecido como Baixa Idade
Média. Ele pode ser dividido em duas grandes fases:
-
Primeira fase (séculos XI a XIII) – caracterizada pelo processo de expansão de
diversos setores na Europa ocidental. Entre as transformações que revelam essa
expansão, podemos citar: ampliação das culturas agrícolas, renascimento
comercial e urbano e fortalecimento da burguesia.
-
Segunda fase (séculos XIV e XV) – marcada por um processo de depressão (ou
contração na Europa ocidental, decorrente das crises econômicas, política e
religiosa.
- Expansão
Do
século XI ao XIII, a Europa ocidental viveu um período de relativa paz. Entre
os fatores que contribuíram para isso, destacam-se:
-
O fim das sucessivas ondas de invasões;
-
O direcionamento do espírito guerreiro da nobreza para a luta contra pagãos e
muçulmanos, por meio das cruzadas;
Isso
propiciou o crescimento populacional e a retomada das atividades econômicas.
- Desenvolvimento
agrícola
As
técnicas e os instrumentos utilizados na agricultura eram simples. A partir do
século XI, no entanto, as condições do mundo rural passaram por mudanças
significativas.
Houve
mudanças nas formas de uso da terra (sistemas rotativos). Ampliação do cultivo
agrícola, com ocupação de novas áreas e a expansão de novas culturas. Ao mesmo
tempo, aperfeiçoaram-se técnicas e instrumentos, o que aumentou a
produtividade. Entre os novos instrumentos usados na agricultura,
destacaram-se:
-
Charrua: um tipo de arado puxado por bois ou cavalos;
-
Peitoral: peça feita de madeira, bem almofadada, permitia a utilização do
cavalo para puxar a charrua;
-
Ferradura: peça fixada em cada pata do cavalo para proteger seu casco em
terrenos irregulares;
-
Moinho d’água: equipamento usado para moer cereais e esmagar olivas, acionar
foles, quebrar minérios etc.
- O
crescimento populacional
Nesse
cenário de expansão, houve crescimento demográfico por toda a Europa. Na área que hoje
compreende Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, França,
Inglaterra, Espanha e Portugal, de acordo com estimativas, no século X existiam
22,10 milhões de habitantes. Já no século XIII a população cresceu para 50,35
milhões de habitantes.
- Comércio
e o crescimento das cidades medievais
A
expansão comercial impulsionou a produção artesanal, pois era necessária uma
quantidade cada vez maior de produtos para serem comercializados, e demandava,
cada vez mais, serviços urbanos, promovendo o crescimento da burguesia e o
desenvolvimento das cidades.
- As
rotas de comércio e as corporações de ofício
As
rotas de comércio eram as grandes vias marítimas e
terrestres utilizadas para a realização das transações comerciais a longa
distância, no interior da Europa e em direção ao Oriente. Entre as principais
rotas marítimas, estavam a rota comercial do norte, realizada através do mar do
Norte, e a rota comercial do sul, através do Mediterrâneo; A rota comercial do
Sul tinha como portos mais importantes os de Barcelona, Marselha, Gênova,
Veneza, Túnis, Trípoli e Constantinopla. Os comerciantes mais atuantes eram os
de Gênova e Veneza, que se dedicavam principalmente à importação de especiarias
(cravo, canela, noz-moscada, pimenta) e artigos de luxo (perfumes, tecidos de
seda, porcelana, marfim) do Oriente. As rotas terrestres cruzavam todo o
território europeu, ligando as principais cidades.
As
corporações de ofício eram organizações de artesãos para defender seus
interesses, regulamentar o exercício da profissão e controlar o fornecimento de
produtos; elas dirigiam, também, o ensino artesanal, que se dividia em três
estágios: aprendiz, oficial e mestre (o único que podia se estabelecer por
conta própria).
- O
surgimento da burguesia
Os
burgos eram um núcleo urbano fortificado, que abrigava principalmente artesãos
e comerciantes. O termo “burguês” denominava genericamente o habitante do
burgo, mas com a ampliação e a complexidade das atividades comerciais, o termo
passou a designar o rico comerciante, livre dos laços feudais e da dependência
de um senhor.
A
comuna era um burgo que havia conseguido a independência de um senhor feudal. A
administração da comuna ficava a cargo dos comerciantes mais ricos, que se
encarregavam da defesa, da elaboração de leis e de tribunais, da cobrança de
impostos e da construção de obras.
- O
período de depressão
Os
séculos XIV e XV, foram marcados, em sociedade da Europa ocidental, por uma
série de momentos críticos, que traduzem a depressão e o esgotamento do sistema
feudal. Foi, em grande parte, a própria expansão econômica e populacional das
sociedades cristãs medievais, a partir do século XI, que contribuiu para essas
crises.
- A
crise agrícola e as pestes
O
declínio da produção agrícola acarretou períodos de fome, levando a população a
um estado de fraqueza e subnutrição que favoreceu a disseminação de doenças
contagiosas, como a Peste Negra.
- As
guerras internas na Europa
O
término das Cruzadas contra os muçulmanos costuma ser relacionado com esse
clima bélico entre a cristandade. Na ausência de um inimigo externo comum, os
cristãos voltaram-se um contra os outros. Esses conflitos foram motivadas por
disputas pela sucessão dinásticas e por rotas comerciais.
- O
Grande Cisma do Ocidente
Foi
um conflito causado pela transferência da sede da Igreja Católica, em 1309,
para a cidade francesa de Avignon, e que levou a uma divisão dessa instituição
de 1378 a 1417, período em que foi liderada por dois papas, um com sede em Roma
e outro em Avignon. Embora em 1418 a Igreja tenha recuperado sua unidade, essa
crise religiosa colaborou para gerar insegurança e desorientação entre os
membros da cristandade, fazendo surgir várias doutrinas contrárias aos dogmas
da Igreja Católica.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.