Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História
REVOLUÇÃO FRANCESA
- Movimento em busca de mudanças
A Revolução Francesa foi um movimento ocorrido naquele
país, no século XVIII, buscando mudanças no governo para melhorar a situação do
3º estado (povo). Surgiu e foi organizado pela burguesia que fazia parte do 3º
estado.
- Situação da França no final do séc. XVIII
A França no final do século XVIII(1778) era governada pelo
rei Luiz XVI, que conduzia o seu governo distante da população, que vivia em
plena miséria. Seu palácio ficava em Versalhes (arredores de Paris).
O rei, junto com a nobreza, vivia uma vida de ócio, e
dependia dos tributos pagos pela população pobre, gerando profundas
desigualdades sociais e políticas.
O clero e a nobreza possuíam privilégios originários do
feudalismo (cobrar impostos), já o povo não possuía nenhum direito.
O país enfrentava a dificuldade de mudar a economia agrária
(80 % da população vivia na zona rural) para uma economia industrial. Além
disso, o governo estava desorganizado provocando o surgimento de leis
diferentes em cada província. Para dificultar ainda mais, as contas do rei
misturavam-se com as do governo dificultando o controle das despesas oficiais.
- Causas da Revolução
As principais causas da Revolução foram:
- Falência financeira do governo (gastos com a Guerra de
Independência dos Estados Unidos);
- Tratado de comércio com a Inglaterra (1786), favorecia a
compra de manufaturas que provocou fechamento de empresas francesas, levando ao
desemprego.
- Inverno rigoroso prejudicou as colheitas de 1788 –
provocou a escassez de alimentos e alta nos preços.
- Os três estados
a)
Primeiro estado:
constituído pelo clero (120 mil pessoas), dividido em alto clero
(bispos, abades e cônegos de famílias da nobreza, com fortuna proveniente do
recebimento de dízimos e da renda de imóveis da Igreja) e baixo clero
(sacerdotes pobres, geralmente responsáveis pelas paróquias mais carentes,
simpatizantes dos ideais revolucionários)
b)
Segundo estado: constituído
pela nobreza (350 mil pessoas), dividida em nobreza cortesã (4 mil
pessoas que viviam no palácio de Versalhes, recebendo pensões do Estado), nobreza
provincial (empobrecida, vivia no interior à custa de direitos feudais
cobrados dos camponeses) e nobreza de toga (burgueses ricos que
compravam títulos de nobreza, cargos políticos e administrativos).
c)
Terceiro estado: 96 % da
população (24 milhões de pessoas), de diversos grupos sociais: camponeses
(livres, semi-livres e servos feudais), sans-culottes (camada social
urbana composta de aprendizes de ofícios assalariados e desempregados
marginalizados), pequena burguesia (pequenos comerciantes, artesãos), média
burguesia (profissionais liberais – médicos, advogados, professores,
comerciantes) e alta burguesia (banqueiros, grandes empresários e
comerciantes)
- Fases da revolução
O processo revolucionário francês, durou cerca de dez anos
e foi dividido nas seguintes etapas:
I -
Revolta Aristocrática;
II -
Assembléia Nacional Constituinte;
III -
Monarquia Constitucional;
IV -
República e Convenção Nacional;
V -
Governo do Diretório.
I - FASE
DA REVOLTA ARISTROCRÁTICA
- Reunião dos três estados
O agravamento da crise forçou o rei a convocar a reunião
dos três estados (clero, nobreza e povo) que não acontecia fazia muito tempo.
Nesta reunião o terceiro estado se rebela e se separa para
formar a Assembléia Nacional Constituinte. Os outros estados, sem outras
opções, são obrigados a se juntarem ao terceiro estado. Era o começo da
revolução.
II - FASE DA ASSEMBLÉIA NACIONAL
CONSTITUINTE
- Queda da Bastilha
A Bastilha era uma antiga prisão, símbolo do
poder absoluto do rei, onde ficavam enclausurados os inimigos políticos da
monarquia francesa. O fato de uma multidão de populares parisisienses tê-la tomado,
em 14 de julho de 1789, soltando os presos e apoderando-se das armas ali
estocadas, significou a queda do poder por ela simbolizado; por esse motivo,
para muitos historiadores, ela representa o grande marco da Revolução Francesa.
- Declaração Universal dos Direitos do Homem
Em 1789, inspirada nos ideais iluministas, foi proclamada a
“Declaração Universal dos Direitos do Homem”. Documento de muita importância
que reconhecia os direitos individuais. Neste documento ressaltava os ideais da
Revolução Francesa que são: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.
III - FASE
DA MONARQUIA CONSTITUCIONAL
- Nova Constituição
Em 1791, passou a vigorar, na França, uma nova constituição
com a idéia da divisão dos poderes do Estado (Teoria de Montesquieu):
- Executivo – exercido pelo rei que nomeava os ministros;
- Legislativo – Deputados eleitos pelo voto censitário (de
acordo com a renda);
- Judiciário – exercido por juízes eleitos.
- A traição do rei
O rei Luis XVI, não satisfeito com a Revolução, tramou
contra o movimento, utilizando alguns membros da nobreza e com ajuda de alguns
países (Áustria e Prússia) que abrigavam nobres refugiados.
Por causa desta traição a Assembléia Legislativa, então,
suspendeu os poderes do rei.
IV - FASE
DA REPÚBLICA E CONVENÇÃO NACIONAL
- Jacobinos e Girondinos
Os grupos principais que formavam a Assembléia eram:
- Jacobinos – representantes da pequena e da média
burguesia, ocupavam o lado esquerdo da sala de reuniões, eram deputados mais
radicais e queriam uma república democrática e igualitária. Seus principais
componentes eram: Maximilien Robespierre, Georges Danton e Jean-Paul Marat.
Eram chamados jacobinos porque suas reuniões eram realizadas em um convento de
monges da ordem dos Jacobinos;
- Girondinos – representantes da alta burguesia. Eram deputados
da província de Gironda (sul da França). Ocupavam o lado direito da sala de
reuniões. Possuíam idéias moderadas e queriam uma república liberal com defesa
da propriedade privada;
- Da planície ou centristas – eram deputados indecisos
(ficavam em cima do muro). Suas decisões ora acompanhavam um grupo, ora
acompanhavam outro.
Neste período os dois partidos mais poderosos da convenção
eram os Jacobinos e Girondinos. Sob o comando destes dois partidos a Convenção
iniciou uma perseguição aos suspeitos de traição contra a Revolução que
culminou com a morte de Luis XVI, decapitado na guilhotina.
- Robespierre e o Comitê de Salvação Pública
Robespierre fazia parte do partido dos Jacobinos, que era o
partido mais forte na Convenção. Após desentendimentos com os Girondinos e os
próprios companheiros de partido, constituiu o Comitê de Salvação Pública,
tornando seu líder. A frente deste comitê, Robespierre perseguiu e condenou a
morte todos os políticos que eram contra o governo, inclusive antigos companheiros,
implantando então a ditadura.
V - FASE
DO GOVERNO DO DIRETÓRIO
- Diretório e os Girondinos
Por causa de sua política radical, Robespierre também caiu
e morreu na guilhotina. Os girondinos retornaram ao poder e concluíram, em
1795, uma nova constituição (mais moderada).
O governo passou a seu exercido por um diretório que não
conseguiu resolver os problemas do país (desorganização da economia, inflação,
corrupção e outros).
- Napoleão Bonaparte
Por causa da crise, a burguesia e o exército incentivaram
Napoleão Bonaparte (General de prestígio) a dar um golpe de estado. Este foi
chamado o “Golpe do 18 brumário de 1779” (brumário era o nome de um dos meses do
ano)
A partir deste momento, os ideais da Revolução Francesa se
expandiram por toda a Europa e o mundo.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História
Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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