Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História
ERA NAPOLEÔNICA
- Domínio francês na Europa
Após o golpe de Estado de 18 Brumário, que marcou o final
do processo revolucionário na França, a situação pareceu apaziguar-se.
Nesse contexto histórico, emergiu a figura de Napoleão
Bonaparte, que em pouco tempo se tornou personagem relevante na vida pública
francesa e mundial. Com sua habilidade de estrategista e seu talento para
empolgar os soldados conquistou o poder na França e governou o país por
aproximadamente 15 anos. Nesse período, comandou o processo que resultou na
conquista de boa parte da Europa pelas forças armadas francesas.
O período de governo de Napoleão constituiu a denominada
Era Napoleônica. De acordo com historiadores, esse período pode ser dividido em
três momentos principais:
> Consulado (1799-1804);
> Império (1804-1814);
> Governo dos Cem Dias (1815).
- Consulado
Durante o Consulado, o governo procurou promover a
recuperação econômica e a reorganização política e administrativa do país. As
principais realizações nesse sentido foram: centralização administrativa;
criação do Banco da França, responsável pelo controle da emissão de moeda (o
que permitiu a diminuição da inflação e, por meio de tarifas protecionistas e
do estímulo à produção e ao consumo interno, o fortalecimento do comércio e da
indústria); reorganização do ensino, voltado para o desenvolvimento do cidadão;
elaboração do Código Civil, conhecido como Código Napoleônico; estabelecimento
de um acordo com a Igreja Católica – a Concordata -, pelo qual o papa aceitava
o confisco das propriedades da Igreja pelo Estado francês em troca do apoio do
governo ao clero.
- Império
Napoleão e o grupo que lhe dava apoio político resolveram,
então, mobilizar a opinião pública para a implantação definitiva da monarquia
hereditária.
Com o apoio das altas elites francesas, foi proclamado
cônsul vitalício em 1802, com direito a indicar seu sucessor. Depois, em
plebiscito realizado em 1804, quase 60% dos votantes confirmaram o
restabelecimento do regime monárquico e a indicação de Napoleão para ocupar o
trono francês com o título de imperador.
- Política expansionista
Como imperador e comandante das Forças armadas, Napoleão
liderou uma série de guerra para expandir o domínio da França. O exército
francês tornou-se o mais poderoso da Europa, fortalecido em armas, soldados e
munições.
Por volta de 1812, o Império Francês (ou Napoleônico)
atingiu sua máxima extensão, dominando quase toda a Europa ocidental e boa
parte da oriental.
- Reação ao expansionismo francês
Na Europa daquele período, governantes e sociedades
reagiram, por motivos variados, ao expansionismo francês. Os ingleses, por
exemplo, perceberam que o fortalecimento militar e econômico da França
constituía grave ameaça a seu país. Outros governantes europeus, de cunho
absolutista, temiam a propagação de ideias originárias da Revolução Francesa.
Essas forças políticas empenharam-se em formar coligações
internacionais contra os franceses e seu expansionismo. Entre as nações que
participaram dessas coligações estavam Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia.
- Bloqueio Continental
O Bloqueio Continental foi uma imposição de Napoleão,
decretada em 1806, pela qual todos os países do continente europeu teriam de
fechar seus portos ao comércio inglês. Os objetivos dessa medida eram:
enfraquecer a economia inglesa, provocando uma crise na indústria do país, e
beneficiar os produtores franceses, que, sem a concorrência inglesa, poderiam
ampliar a venda de seus produtos para a Europa e para o mundo.
- Resultados negativos da política
expansionista
Internamente, a política expansionista começou a ser
contestada por milhares de pessoas que lamentavam a morte de seus familiares
nos campos de batalha. Externamente, as invasões napoleônicas despertaram a
reação nacionalista dos povos conquistados. Além disso, o Bloqueio Continental
não surtiu o efeito desejado: como a indústria francesa não tinha condições de
abastecer todos os mercados da Europa, e economia da maior parte dos países sob
influência da França era basicamente agrícola, dependente dos produtos
industrializados da Inglaterra, estimulou-se o contrabando, o que significou a
ruptura do bloqueio comercial decretado, como foi o caso da Rússia.
- Derrota e inverno russo
Em represália à decisão do czar Alexandre I de abandonar o
bloqueio, o governo francês decidiu invadir a Rússia, em 1812. Para isso,
preparou um exército poderoso do qual faziam parte aproximadamente 600 mil
homens e 180 mil cavalos.
Mas apesar desse contingente, o exército francês foi
derrotado. A derrota deu-se por motivos militares e geográficos. Os generais
franceses conduziam seus exércitos pelo imenso território russo, enquanto as
tropas czaristas fugiam incendiando as plantações e tudo o que pudesse ser útil
aos invasores. As tropas francesas chegaram a Moscou desgastadas pela escassez
de alimentos, pelo rigoroso inverno e pela reação do exército russo e tiveram
de fazer uma retirada dramática, da qual a maioria dos seus soldados foi morta.
- O Governo dos Cem Dias
Foi o último período de permanência de Napoleão no poder.
Fugindo da ilha de Elba, para onde fora enviado depois da derrota diante o
exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos, Napoleão foi
recebido como herói em Paris e reinstalou-se no poder, obrigando a família real
a fugir. Mas sua permanência à frente do governo francês durou apenas cem dias:
a coligação europeia se reorganizou, derrotando Napoleão e suas tropas,
definitivamente, na Batalha de Waterloo, em 18 de junho de 1815. No mesmo ano,
Luís XVIII foi reconduzido ao trono francês. Preso pelos ingleses, Napoleão foi
exilado na ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, onde permaneceu até a morte,
em 1821.
- O Congresso de Viena
O Congresso de Viena (1814-1815) foi uma organização
formada pelos países vencedores na guerra contra o exército de Napoleão
(principalmente Áustria, Inglaterra, Rússia, Prússia e França), para
restabelecer a antiga divisão política do continente europeu.
- As principais diretrizes do Congresso de
Viena
As principais diretrizes nele firmadas foram: restauração,
isto é, retorno à situação política europeia de 1792; legitimidade,
determinando a devolução do governo a cada país aos herdeiros das antigas
monarquias absolutistas; solidariedade, expressa na aliança política entre as
monarquias europeias, para reprimir a onda liberal e democrática deflagrada
pela Revolução e ampliada pelas conquistas napoleônicas.
- A Santa Aliança
A Santa Aliança foi uma aliança formada entre monarquias
europeias tradicionais e cristãs (Rússia, Prússia e Áustria), buscando colocar
em prática a política de solidariedade estabelecida no Congresso de Viena. Teve
como objetivos a mútua defesa das monarquias que a integravam, a contenção de
movimentos nacionalistas na Europa e a repressão dos movimentos
emancipacionistas de colônias americanas em relação a suas metrópoles
europeias.
- A não participação da Inglaterra na Santa
Aliança
A Inglaterra não participou da Santa Aliança porque ela
promovia, nesta época, a industrialização de sua economia, sendo de seu
interesse ampliar os mercados consumidores de seus produtos industriais. Para
tanto, necessitava de mercados livres, razão pela qual defendia o liberalismo,
opondo-se, portanto, aos objetivos da Santa Aliança.
- A impossibilidade de restauração das
monarquias absolutistas do século XIX
Não foi possível restaurar as monarquias absolutistas do
século XIX, porque, a partir de 1825, a Santa Aliança e o sistema conservador
europeu começaram a enfraquecer. Revoluções liberais e nacionalistas irromperam
em várias regiões da Europa, e as grandes potências conservadoras começaram a
enfrentar divergências entre si.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História
Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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