Col. Est. Dep. Manoel
Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 3° Ano
Disciplina: História -
2016
SOCIALISMO: DA REVOLUÇÃO À CRISE
UNIÃO
SOVIÉTICA
- Planejamento
global da economia e terror político da ditadura stalinista
Os planejamentos globais
da economia eram expressões da economia estatal planificada, na qual a produção
econômica é dirigida pelo Estado, que detém todos os meios de produção. Durante
o governo de Stalin, esse tipo de organização levou o país a uma extraordinária
pujança econômica; mas com todo o poder concentrado nas mãos de Stalin (chefe
do Partido Comunista, do Estado e do exército), instalou-se o terror político:
o ditador usava todos os recursos de que dispunha para afastar e eliminar todos
os que se colocassem em desacordo com sua política.
·
Antistalinismo e coexistência pacífica
de Kruchev
No processo de
abertura política do Estado Soviético, a partir da era Kruchev, o governo
soviético adotou uma postura antisalinista, com
a denúncia e condenação do terror político implantado por Stalin; em
consequência, levou muitas lideranças e setores políticos da União Soviética e
de outros países a discordar e se afastar do PCURSS. O antistalinismo, no plano
externo, conduziu à política de coexistência pacífica, indicando que seria
possível conceber relações pacíficas entre os países comunistas e os
capitalistas.
- Glasnot e
perestroika
Glasnot (palavra russa que significa
transparência) e perestroika (expressão russa que significa reestruturação,
reconstrução, em referência a um conjunto de reformas político-econômicas)
foram medidas adotadas pelo governo Gorbachev com o objetivo de promover a
liberalização do regime soviético, tanto do ponto de vista político (liberdades
individuais de ação e de expressão) como do econômico, aproximando-se a
economia de mercado, característica do capitalismo.
·
O fim da União Soviética
Em agosto de 1991, um
golpe chegou a depor Gorbachev, que voltou ao governo devido à resistência dos reformistas e liberais. Teve
prosseguimento um movimento das organizações políticas por autonomia e poder
das repúblicas soviéticas, levando ao desmembramento da União Soviética e à
criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), congregando várias
repúblicas (Rússia, Ucrânia, Armênia etc.). Gorbachev reconheceu o fim da União
Soviética e renunciou ao cargo de presidente, em 25 de dezembro de 1991.
EUROPA ORIENTAL
- Implantação do
socialismo no Leste Europeu
A implantação do regime socialista nos
países do Leste Europeu teve como origem comum a luta contra o nazismo. Com o
fim da guerra, os colaboradores dos nazistas foram repelidos pela população, e
o partido comunista de cada país, apoiado pela União Soviética, conquistou o
poder e instalou um governo com base no modelo soviético.
- Lutas por
reformas na Europa Oriental
Com o tempo, os
regimes comunistas na Europa Oriental foram se desgastando, principalmente em
consequência da falta de liberdade política e da crise econômica. Diante das
revoltas populares, os governos desses países só resistiram com o apoio da
força militar soviética.
- Sobrevivência
dos regimes socialistas
Os regimes socialistas totalitários do
Leste Europeu não conseguiram sobreviver às lutas por reformas. Em consequência
da perestroika e da glasnot, as pressões militares de Moscou afrouxaram-se no Leste
Europeu, o que permitiu o fortalecimento das oposições aos regimes comunistas.
Reformas democráticas foram ocorrendo em toda a Europa Oriental, e os regimes
comunistas foram caindo nos diversos países: Hungria, Romênia, Bulgária,
Albânia, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Alemanha Oriental.
O SOCIALISMO NA CHINA
- O socialismo no
país mais populoso do mundo
A implantação do regime socialista na
China resultou da guerra civil de dois grupos rivais que, em 1930, disputavam o
poder: o que reunia as forças capitalista (comandado pelo general Chiang
Kai-shek) e o que reunia as forças
comunistas (liderado por Mao Tsé-tung). Em 1937, os dois grupos interromperam a
luta, firmando uma aliança provisória que durou até o término da guerra contra
o Japão, em 1945. Reiniciada a luta, as tropas de Mao-Tsé-tung saíram-se
vitoriosas. Em 1° de outubro de 1949, os comunistas venceram definitivamente
seus inimigos internos e criaram a República Popular da China.
- O socialismo
chinês e o soviético
No início, os comunistas chineses
estabeleceram laços de amizade e cooperação com o governo de Stalin, assinando
um tratado de amizade, aliança militar e assistência mútua e seguindo em boa
parte o modelo soviético. Mas essa relação não durou muito tempo, pois após a
morte de Stalin os chineses não aceitaram as teses de Kruchev sobre a
coexistência pacífica entre capitalismo e comunismo. Persistindo na ruptura
durante a década de 1960, passaram a enfatizar suas diferenças com os
soviéticos e a disputar com eles a liderança ideológica internacional do
movimento comunista.
- A Revolução
Cultural chinesa
A Revolução Cultural
chinesa tinha como objetivo declarado revitalizar o espírito revolucionário
chinês contra os privilégios de classes e o modo de vida burguês, expressos e
mantidos basicamente pelas manifestações culturais. Visava também livrar a
sociedade chinesa da influência da cultura ocidental, considerada nociva,
promovendo uma revolução permanente. No
entanto assumiu feições autoritárias, mobilizando a Guarda Vermelha (formada
por jovens estudantes) contra os inimigos políticos de Mao, acusados de
reacionários e imperialistas. Seria uma estratégia de Mao Tsé-tung para retomar
o controle sobre o Partido Comunista
- As mudanças
ocorridas na China nas últimas décadas
Após a morte de Mao-Tsé-tung,
em 1976, os novos dirigentes chineses, em especial Deng Xiaoping, passaram a
estimular a modernização do país, promovendo um processo de abertura econômica
para o mundo capitalista e promulgando uma nova Constituição. Também se
reaproximaram do governo dos Estados Unidos, em 1979, e adotaram o “socialismo
de mercado”, uma combinação de controle estatal dos meios de produção com
certos mecanismos de mercado, o que tem trazido bons resultados para a
economia. Do ponto de vista político, porém, pouco fizeram para criar
instituições mais democráticas, mantendo o país em regime de partido único e
reprimindo brutalmente manifestações populares e a livre expressão.
SOCIALISMO NA AMÉRICA LATINA
- A Revolução
Cubana
Desde sua
independência, Cuba foi dominada pelo governo dos Estados Unidos, mantendo a
mesma estrutura econômica herdada dos tempos coloniais (baseada na exportação
do açúcar), mas implantando também uma infraestrutura voltada para o turismo
estrangeiro, especialmente de estadunidenses. Durante a ditadura de Fulgêncio
Batista (1933-1959), este e seus aliados políticos acumularam fortuna de forma
ilícita. Utilizando métodos violentos contra seus inimigos, levaram ao máximo o
servilismo em relação aos governos e empresas estadunidenses. Reagindo a essa
situação, um grupo de guerrilheiros, comandado por Fidel Castro e Ernesto “Che”
Guevara, começou a lutar contra o governo de Batista. Ao longo de dois anos de
combates, conquistou a simpatia popular e acabou por derrubar a ditadura de
Batista, em janeiro de 1959. Após a tomada do poder, a Revolução caminhou para
o socialismo, adotando, entre suas primeiras medidas, a reforma agrária, pela
qual o uso da terra por estrangeiros e latifundiários cubanos foi proibido e as
propriedades foram confiscadas pelo Estado.
·
A crise dos mísseis e a Guerra Fria
Os conflitos entre os
governos de Cuba e dos Estados Unidos levaram à aproximação dos cubanos com o
governo da União Soviética. Em 1962, mísseis nucleares soviéticos foram
instalados em Cuba, em resposta à instalação de igual armamento pelos
estadunidenses na Turquia. O presidente dos Estados Unidos, John Kennedy,
considerando a estratégia soviética uma ameaça à segurança nacional
estadunidense, reagiu impondo um bloqueio à ilha de Cuba pela marinha dos
Estados Unidos, impedindo a chegada das embarcações soviéticas. Durante 13
dias, na iminência de uma guerra nuclear, os governos das duas superpotências
negociaram um acordo, que acabou determinando a retirada dos mísseis dos
territórios cubano e turco e o fim da crise.
·
O regime socialista cubano
Depois de décadas
priorizando as áreas de educação e saúde, o governo de Fidel Castro passou a
exibir seus melhores êxitos no campo social, conseguindo eliminar o
analfabetismo, reduzir o desemprego e implantar assistência médico-hospitalar
gratuita a toda a população. Isso favoreceu a queda significativa na taxa de
mortalidade infantil, além de promover pesquisas tecnológicas no campo da saúde
pública. Os maiores problemas de Cuba têm sido nos campos político e econômico.
No campo político, são inúmeras as críticas feitas ao regime cubano, que
permanece como uma ditadura do Partido Comunista, alheio as reformas
democráticas. No campo econômico, não houve diversificação da produção agrícola
nem estímulo concreto à industrialização, de tal modo que a economia cubana
continuou dependendo, principalmente, das exportações de açúcar e tabaco. Com o
fim da União Soviética, em 1991, a situação econômica de Cuba ficou bastante
delicada, pois o governo soviético era o principal parceiro comercial de Cuba,
comprando cerca de 60% do açúcar produzido na ilha. Os soviéticos também
forneciam aos cubanos petróleo, veículos, máquinas etc. por baixos preços.
Os novos governos das
ex-repúblicas soviéticas não mantiveram esses acordos. Assim, os cubanos
passaram a enfrentar grave crise econômica, que se traduziu na falta de alguns
gêneros alimentícios, combustíveis, máquinas e inúmeros outros artigos. Em
busca de dólares, o governo cubano passou a investir no turismo. Também
flexibilizou a economia, permitindo, dentro da estrutura socialista, a abertura
para as atividades capitalistas.
Cuba se tornou uma
sociedade entre dois mundos. Não é mais completamente socialista nem, muito
menos capitalista. Nem fechada, como era antigamente, mas ainda muito longe da
abertura.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM,
Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
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