quinta-feira, 15 de setembro de 2016

SOCIALISMO: DA REVOLUÇÃO À CRISE - 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016

SOCIALISMO: DA REVOLUÇÃO À CRISE
UNIÃO SOVIÉTICA
  • Planejamento global da economia e terror político da ditadura stalinista
Os planejamentos globais da economia eram expressões da economia estatal planificada, na qual a produção econômica é dirigida pelo Estado, que detém todos os meios de produção. Durante o governo de Stalin, esse tipo de organização levou o país a uma extraordinária pujança econômica; mas com todo o poder concentrado nas mãos de Stalin (chefe do Partido Comunista, do Estado e do exército), instalou-se o terror político: o ditador usava todos os recursos de que dispunha para afastar e eliminar todos os que se colocassem em desacordo com sua política.
·         Antistalinismo e coexistência pacífica de Kruchev
No processo de abertura política do Estado Soviético, a partir da era Kruchev, o governo soviético adotou uma postura antisalinista, com  a denúncia e condenação do terror político implantado por Stalin; em consequência, levou muitas lideranças e setores políticos da União Soviética e de outros países a discordar e se afastar do PCURSS. O antistalinismo, no plano externo, conduziu à política de coexistência pacífica, indicando que seria possível conceber relações pacíficas entre os países comunistas e os capitalistas.
  • Glasnot e perestroika
Glasnot (palavra russa que significa transparência) e perestroika (expressão russa que significa reestruturação, reconstrução, em referência a um conjunto de reformas político-econômicas) foram medidas adotadas pelo governo Gorbachev com o objetivo de promover a liberalização do regime soviético, tanto do ponto de vista político (liberdades individuais de ação e de expressão) como do econômico, aproximando-se a economia de mercado, característica do capitalismo.

·         O fim da União Soviética
Em agosto de 1991, um golpe chegou a depor Gorbachev, que voltou ao governo devido à  resistência dos reformistas e liberais. Teve prosseguimento um movimento das organizações políticas por autonomia e poder das repúblicas soviéticas, levando ao desmembramento da União Soviética e à criação da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), congregando várias repúblicas (Rússia, Ucrânia, Armênia etc.). Gorbachev reconheceu o fim da União Soviética e renunciou ao cargo de presidente, em 25 de dezembro de 1991.
EUROPA ORIENTAL
  • Implantação do socialismo no Leste Europeu
A implantação do regime socialista nos países do Leste Europeu teve como origem comum a luta contra o nazismo. Com o fim da guerra, os colaboradores dos nazistas foram repelidos pela população, e o partido comunista de cada país, apoiado pela União Soviética, conquistou o poder e instalou um governo com base no modelo soviético.

  • Lutas por reformas na Europa Oriental
Com o tempo, os regimes comunistas na Europa Oriental foram se desgastando, principalmente em consequência da falta de liberdade política e da crise econômica. Diante das revoltas populares, os governos desses países só resistiram com o apoio da força militar soviética.
  • Sobrevivência dos regimes socialistas
Os regimes socialistas totalitários do Leste Europeu não conseguiram sobreviver às lutas por reformas. Em consequência da perestroika e da glasnot, as pressões militares de Moscou afrouxaram-se no Leste Europeu, o que permitiu o fortalecimento das oposições aos regimes comunistas. Reformas democráticas foram ocorrendo em toda a Europa Oriental, e os regimes comunistas foram caindo nos diversos países: Hungria, Romênia, Bulgária, Albânia, Tchecoslováquia, Iugoslávia e Alemanha Oriental.

O SOCIALISMO NA CHINA
  • O socialismo no país mais populoso do mundo
A implantação do regime socialista na China resultou da guerra civil de dois grupos rivais que, em 1930, disputavam o poder: o que reunia as forças capitalista (comandado pelo general Chiang Kai-shek)  e o que reunia as forças comunistas (liderado por Mao Tsé-tung). Em 1937, os dois grupos interromperam a luta, firmando uma aliança provisória que durou até o término da guerra contra o Japão, em 1945. Reiniciada a luta, as tropas de Mao-Tsé-tung saíram-se vitoriosas. Em 1° de outubro de 1949, os comunistas venceram definitivamente seus inimigos internos e criaram a República Popular da China.

  • O socialismo chinês e o soviético
No início, os comunistas chineses estabeleceram laços de amizade e cooperação com o governo de Stalin, assinando um tratado de amizade, aliança militar e assistência mútua e seguindo em boa parte o modelo soviético. Mas essa relação não durou muito tempo, pois após a morte de Stalin os chineses não aceitaram as teses de Kruchev sobre a coexistência pacífica entre capitalismo e comunismo. Persistindo na ruptura durante a década de 1960, passaram a enfatizar suas diferenças com os soviéticos e a disputar com eles a liderança ideológica internacional do movimento comunista.

  • A Revolução Cultural chinesa
A Revolução Cultural chinesa tinha como objetivo declarado revitalizar o espírito revolucionário chinês contra os privilégios de classes e o modo de vida burguês, expressos e mantidos basicamente pelas manifestações culturais. Visava também livrar a sociedade chinesa da influência da cultura ocidental, considerada nociva, promovendo uma revolução permanente.  No entanto assumiu feições autoritárias, mobilizando a Guarda Vermelha (formada por jovens estudantes) contra os inimigos políticos de Mao, acusados de reacionários e imperialistas. Seria uma estratégia de Mao Tsé-tung para retomar o controle sobre o Partido Comunista
  • As mudanças ocorridas na China nas últimas décadas
Após a morte de Mao-Tsé-tung, em 1976, os novos dirigentes chineses, em especial Deng Xiaoping, passaram a estimular a modernização do país, promovendo um processo de abertura econômica para o mundo capitalista e promulgando uma nova Constituição. Também se reaproximaram do governo dos Estados Unidos, em 1979, e adotaram o “socialismo de mercado”, uma combinação de controle estatal dos meios de produção com certos mecanismos de mercado, o que tem trazido bons resultados para a economia. Do ponto de vista político, porém, pouco fizeram para criar instituições mais democráticas, mantendo o país em regime de partido único e reprimindo brutalmente manifestações populares e a livre expressão.
SOCIALISMO NA AMÉRICA LATINA
  • A Revolução Cubana
Desde sua independência, Cuba foi dominada pelo governo dos Estados Unidos, mantendo a mesma estrutura econômica herdada dos tempos coloniais (baseada na exportação do açúcar), mas implantando também uma infraestrutura voltada para o turismo estrangeiro, especialmente de estadunidenses. Durante a ditadura de Fulgêncio Batista (1933-1959), este e seus aliados políticos acumularam fortuna de forma ilícita. Utilizando métodos violentos contra seus inimigos, levaram ao máximo o servilismo em relação aos governos e empresas estadunidenses. Reagindo a essa situação, um grupo de guerrilheiros, comandado por Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, começou a lutar contra o governo de Batista. Ao longo de dois anos de combates, conquistou a simpatia popular e acabou por derrubar a ditadura de Batista, em janeiro de 1959. Após a tomada do poder, a Revolução caminhou para o socialismo, adotando, entre suas primeiras medidas, a reforma agrária, pela qual o uso da terra por estrangeiros e latifundiários cubanos foi proibido e as propriedades foram confiscadas pelo Estado.
·         A crise dos mísseis e a Guerra Fria
Os conflitos entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos levaram à aproximação dos cubanos com o governo da União Soviética. Em 1962, mísseis nucleares soviéticos foram instalados em Cuba, em resposta à instalação de igual armamento pelos estadunidenses na Turquia. O presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, considerando a estratégia soviética uma ameaça à segurança nacional estadunidense, reagiu impondo um bloqueio à ilha de Cuba pela marinha dos Estados Unidos, impedindo a chegada das embarcações soviéticas. Durante 13 dias, na iminência de uma guerra nuclear, os governos das duas superpotências negociaram um acordo, que acabou determinando a retirada dos mísseis dos territórios cubano e turco e o fim da crise.
·         O regime socialista cubano
Depois de décadas priorizando as áreas de educação e saúde, o governo de Fidel Castro passou a exibir seus melhores êxitos no campo social, conseguindo eliminar o analfabetismo, reduzir o desemprego e implantar assistência médico-hospitalar gratuita a toda a população. Isso favoreceu a queda significativa na taxa de mortalidade infantil, além de promover pesquisas tecnológicas no campo da saúde pública. Os maiores problemas de Cuba têm sido nos campos político e econômico. No campo político, são inúmeras as críticas feitas ao regime cubano, que permanece como uma ditadura do Partido Comunista, alheio as reformas democráticas. No campo econômico, não houve diversificação da produção agrícola nem estímulo concreto à industrialização, de tal modo que a economia cubana continuou dependendo, principalmente, das exportações de açúcar e tabaco. Com o fim da União Soviética, em 1991, a situação econômica de Cuba ficou bastante delicada, pois o governo soviético era o principal parceiro comercial de Cuba, comprando cerca de 60% do açúcar produzido na ilha. Os soviéticos também forneciam aos cubanos petróleo, veículos, máquinas etc. por baixos preços.
Os novos governos das ex-repúblicas soviéticas não mantiveram esses acordos. Assim, os cubanos passaram a enfrentar grave crise econômica, que se traduziu na falta de alguns gêneros alimentícios, combustíveis, máquinas e inúmeros outros artigos. Em busca de dólares, o governo cubano passou a investir no turismo. Também flexibilizou a economia, permitindo, dentro da estrutura socialista, a abertura para as atividades capitalistas.
Cuba se tornou uma sociedade entre dois mundos. Não é mais completamente socialista nem, muito menos capitalista. Nem fechada, como era antigamente, mas ainda muito longe da abertura.
Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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