terça-feira, 11 de novembro de 2014

OS PAÍSES EMERGENTES

Col. Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    2º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia - 2014

OS PAÍSES EMERGENTES

·                            * NICs
                        NICs é a sigla, em inglês, para Newly industrialized Countries, ou seja, os novos países emergentes, com o advento da globalização.
Os países emergentes recentemente industrializados foram os últimos a se industrializar, em sua maioria após a Segunda Guerra, portanto, tiveram uma industrialização hipertardia. Para listar apenas os mais importantes, encaixam-se nesse grupo economias do Leste e Sudeste Asiático, como os Tigres Asiáticos – Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura -, os novos Tigres – Indonésia, Malásia e Tailândia -, da América Latina – Brasil, México, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile -, do grupo IBAS – África do Sul e Índia -, além de outros países de regiões diversas: Polônia (Leste Europeu), Turquia (Oriente Médio), Egito (Norte da África), etc. Sem contar que a China e a Rússia muitas vezes também são consideradas economias emergentes.
De acordo com o FMI e considerando o PIB, a classificação no mundo, de alguns desses países é: China (2º), Brasil (6º), Rússia (9º), Índia (11º), México (14º), Coreia do Sul (15º), Taiwan (26º), Argentina (27º), África do Sul (29º), Cingapura (38º). Portanto, em 2010, segundo o Banco Mundial, a China era a maior economia do grupo e o Brasil, a segunda.

·                            * As economias da América Latina
No início da industrialização das três maiores economias da América Latina foi importante a contribuição dos capitais privados, acumulados em atividades agropecuárias, como o café, no Brasil, e a carne e o trigo, na Argentina. No México a principal fonte de riqueza era o petróleo. Porém, em todos eles o fator mais importante foi a participação do Estado na economia, investindo sobretudo em infraestrutura e indústrias de bens intermediários, tanto que os símbolos mais importantes desse modelo econômico foram as estatais Petrobras (hoje uma empresa mista), a Pemex e a YPF (Repsol YPF, após ser privatizada em 1999 e voltou a pertencer ao governo argentino em 2012). A continuidade do processo de industrialização, após a Segunda Guerra, foi marcada pela entrada de empresas transnacionais que passaram a atuar especialmente nos setores mais avançados tecnologicamente, como o automobilístico, o químico-farmacêutico e o eletrodoméstico. Assim, o processo de industrialização acabou se assentando no tripé capital nacional (estatal e privado), e capital estrangeiro.

·                            * Os Tigres Asiáticos
A industrialização dos Tigres Asiáticos foi favorecida por uma conjunção de fatores políticos, culturais e sócio-econômicos, aliados a uma série de medidas governamentais que tornavam a produção barata e, portanto, garantiam a esses países alta competitividade no mercado internacional. Entre os fatores, destacam-se disponibilidade de mão de obra barata, disciplinada e relativamente qualificada; incentivos fiscais e subsídios às exportações; medidas restritivas às importações, aliadas a uma política de desvalorização cambial para baratear os produtos de exportação; altas taxas de poupança interna; altos investimentos em educação e em P&D. Atualmente esses países têm investido cada vez mais em indústrias de alta tecnologia.

·                            * O processo de industrialização na Índia
Na Índia, a enorme população garantiu a oferta de numerosa mão de obra barata, mas crescentemente qualificada, e de um amplo mercado consumidor. As grandes reservas minerais, sobretudo de carvão, garantiram o fornecimento de energia e matérias-primas. Os capitais vieram de investimentos estatais, especialmente em infraestrutura e indústrias de base e bélica.
No início os indianos contaram com assessoria e tecnologia soviética, mas com o tempo acabou sendo mais importante a entrada de empresas transnacionais, especialmente norte-americanas e britânicas.
Até hoje o Estado Indiano tem uma forte participação na economia e possui diversas empresas, como a Indian Oil, a maior do país, embora haja grupos privados e importantes no país, como o conglomerado Tata (Tata Motors, Tata Steel, Tata Technologies, etc).

·                            * Setores que se destacam na economia indiana
Os setores que mais se destacam na economia indiana são indústrias e os serviços de alta tecnologia, como a de informática, de biotecnologia e de TI. O país possui algumas das principais empresas desses setores e é um dos maiores exportadores mundiais de softwares.
Abriga um dos mais importantes parques tecnológicos do mundo – Bangalore – onde estão instaladas praticamente todas as empresas globais desses setores. Contribuíram para o desenvolvimento dos setores de alta tecnologia, especialmente da área de informática, a política governamental de estímulos ao setor, a existência de centros de pesquisas de excelência e a enorme quantidade de mão de obra qualificada, porém bem mais barata do que sua correlata do Vale do Silício (Estados Unidos) ou de Cambridge (Reino Unido). O retorno de muitos trabalhadores de alta qualificação que antes prestavam serviços naqueles dois países também contribuiu para o desenvolvimento das indústrias de alta tecnologia na Índia.

·                            * O processo de industrialização na África do Sul
                              Na África do Sul também foi importante para o processo de industrialização a razoável oferta de mão de obra barata, embora não tão numerosa e qualificada como na Índia. Importante lembrar que durante o apartheid a mão de obra da maioria negra sul-africana foi superexplorada. As enormes reservas minerais também favoreceram a industrialização do país, um dos mais ricos em minérios no mundo. Também, à semelhança da Índia, foi importante a intervenção do Estado na economia, seja implantando uma política industrial, seja criando empresas estatais. Apesar de ser o país mais industrializado do continente e ter importantes empresas, nenhuma delas consta na lista das 500 maiores da revista Fortune, num indício de que seu mercado interno é pequeno.

                              * Brics
                              Bric é a sigla formada pelas iniciais Brasil, Rússia, Índia e China, e o grupo só recebeu esse “apelido” porque a pronúncia da sigla se assemelha à da palavra tijolo (brick). O termo foi criado em 2001 pelo economista britânico Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs. A previsão é de que as quatro potências emergentes terão economia equivalente às do EUA e da Europa, somadas, em 2050.
                        Com o tempo, o Bric acabou se tornando um fórum de discussões entre as quatro potências emergentes, que passaram a afinar suas posições nas negociações do G20 (após a crise econômica de 2008), assim como nas negociações climáticas. Recentemente, os quatro países tiveram posição comum na crise da Líbia e na Costa do Marfim.
                    No fim de 2010, o Bric convidou a África do Sul a integrar o clube das potências emergentes. A inclusão foi criticada por Jim O’Neill, para quem o país não tem a mesma força nos parceiros. Os sul-africanos já vinham participando das reuniões do Bric.
                        Características comuns: - situação política estável; - mão de obra em grande quantidade e em processo de qualificação; - níveis de produção e exportação em crescimento; - investimentos em setores de infraestrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc); - PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento; Índices sociais em processo de melhorias; - mercados de capitais recebendo grandes investimentos estrangeiros.

Fonte Bibliográfica
MOREIRA, Carlos João, SENE, Estáquio de. GEOGRAFICA, Ensino Médio, volume dois, 2ª ed. São Paulo: Scipione, 2014.

Especial BRICS - BBC. Disponível em:

Década de 2020 deve consolidar poder dos BRICS. Disponível em:


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