Col. Est. Dep. Manoel
Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 3° Ano
Disciplina: História -
2016
ERA VARGAS
(1930-1945) - 2
GOVERNO DITATORIAL –
ESTADO NOVO
- A Constituição
de 1937
As principais
“novidades” da Constituição de 1937 foram o fato de ela ter sido outorgada
(imposta) pelo próprio chefe do poder Executivo e estabelecer que este teria, a
rigor, todos os poderes, iniciando-se o período ditatorial conhecido como
Estado Novo.
- Instrumentos da
propaganda getulista
Uma variedade de recursos:
a) criou-se o Departamento de Imprensa e Propagada (DIP), encarregado de
coordenar a propaganda oficial e censurar os meios de comunicação social;
produziram-se milhares de cartazes e criou-se o programa radiofônico de
transmissão obrigatória em todas as rádios, Hora do Brasil, que divulgaria as
realizações do governo; b) por meio do Ministério da Educação, tornou-se
obrigatória a adoção, pelas escolas, de diversos instrumentos que difundiam a
ideologia governista entre os estudantes; c) na área cultural, o governo
esforçou-se por obter a colaboração de intelectuais, artistas e formadores de
opinião, como foi o caso do grupo Verde-Amarelo; “encomendava” canções
populares com letras favoráveis a sua política a compositores famosos, como
Ataulfo Alves e Wilson Batista, entre outros.
- O Brasil na 2ª
Guerra Mundial
No início da Segunda
Guerra, o governo Vargas, apesar de certas afinidades com os regimes fascistas,
manteve o Brasil em uma posição de neutralidade, procurando obter vantagens
político-econômicas. A partir de 1941, porém começou a fazer acordos
internacionais para apoiar os aliados. Em troca desse apoio (fornecimento de
borracha e minério de ferro), o Brasil obteve dos Estados Unidos grande parte
do financiamento para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda. Mas
quando, em 1942, submarinos alemães afundaram nove navios brasileiros, matando
mais de 600 pessoas, o governo brasileiro declarou guerra à Alemanha. Em 1944,
foram enviadas à Itália as primeiras tropas da Força Expedicionária Brasileira
(FEB), comandadas pelo general Mascarenhas de Morais. Mais de 25 mil soldados
participaram, na Itália, das batalhas de Monte Castello, Castelnuovo,
Collecchio e Fornovo.
- O fim do Estado
Novo
A guerra contra o
nazifascismo na Europa foi aproveitada, de certo modo, pelos grupos liberais
brasileiros para combater o “fascismo interno” do próprio Estado Novo. Atento
ao que acontecia, Vargas decidiu antecipar-se aos adversários e comandar uma
abertura democrática. Em fevereiro de 1945, fixou prazo para a eleição
presidencial e concedeu anistia ampla a todos os condenados políticos.
- O Queremismo
O Queremismo foi um
movimento popular que pedia a permanência de Vargas no poder, impulsionado por
membros do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e do Partido Comunista do
Brasil (PCB). Esse movimento expressava o jogo político contraditório de
Vargas, que, aparentemente, apoiava o candidato à presidência, general Eurico
Gaspar Dutra, mas estimulava a ação dos que queriam que ele continuasse no
poder.
- A renúncia de
Vargas
Aproveitando o
momento de prestígio popular com a campanha do queremismo, o governo decretou a
Lei Antitruste, que limitava a entrada do capital estrangeiro no Brasil. Essa
lei provocou forte reação dos representantes de empresas estrangeiras, especialmente
as estadunidenses. Por outro lado, setores da oposição, concentrados na UDN,
temiam que Vargas impedisse a realização das eleições presidenciais e
continuasse no poder. Assim, uniram forças para derrubá-lo da presidência. Em
29 de outubro de 1945, tropas do exército, lideradas pelos generais Góis
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, cercaram a sede do governo (Palácio do Catete)
e obrigaram Vargas a renunciar.
- Vargas e a crise
na produção do café
O governo Vargas
procurou agir em defesa da produção cafeeira adotando medidas como: a proibição
do plantio de novas mudas de café durante três anos; a queima de milhões de
sacas estocadas em depósitos do governo; o incentivo à diversificação da
produção agrícola por meio do cultivo de outros gêneros agrícolas (algodão,
cana-de-açúcar, óleos vegetais e frutas tropicais).
- Medidas para o
desenvolvimento industrial
- O governo Vargas
pretendia, por meio da elevação dos impostos sobre produtos importados e da
diminuição dos impostos sobre a indústria nacional, estimular o consumo dos
produtos nacionais, tornando-os mais baratos do que os artigos estrangeiros.
- A criação de
empresas estatais representou a intervenção do governo na economia do país.
Foram fundadas indústrias de base (voltadas para a produção de máquinas e
equipamentos pesados, produtos químicos, minérios etc.), mineração, como a
Companhia do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, instalada a partir da
construção da Usina de Volta Redonda, cuja produção de aço, matéria-prima para
outros setores de produção, foi fundamental para a industrialização do país.
- O principal
legado de Vargas
O principal legado de
Vargas foi a decretação de leis trabalhistas (como salário mínimo, férias
remuneradas, jornada diária não superior a oito horas, proteção ao trabalho da
mulher e do menor, estabilidade no emprego etc.). Algumas dessas leis já haviam
sido instituídas em meados da década de 1920, como resultado da luta dos
trabalhadores, mas eram sistematicamente descumpridas pelos empresários.
Durante o Estado Novo, porém, todas essas leis foram reunidas na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), decreto-lei assinado em 1° de maio 1943 por Getúlio
Vargas, constituindo um importante marco na história do direito laboral no
país.
- Trabalhismo e
populismo
Trabalhismo é uma
corrente política centrada nos direitos e no bem-estar dos trabalhadores e na
valorização do trabalho. Populismo é uma política fundada na sedução dos grupos
sociais de menor poder aquisitivo por meio de medidas que representem ou
parecem representar seus interesses. Ao adotar uma legislação social e
trabalhista que beneficiava uma grande massa de trabalhadores urbanos,
especialmente durante o Estado Novo, o governo Vargas inaugurou o trabalhismo
no Brasil. Mas, para muitos estudiosos, a adoção de leis trabalhistas pelo
governo Vargas não passou de uma tática populista, pois entendem que ele
percebeu a força política do operariado nas cidades e, por isso, procurou
adotar leis que os beneficiavam para, com isso, obter apoio deles e, ao mesmo
tempo, conseguir controla-los.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM,
Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
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