Prof.: Cássio Vladimir de
Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História - 2014
A África
- Fatores responsáveis pela ideia, no século XIX, de que a África não tinha história
- A suposição de que o continente africano era
dividido em dois: um ao norte do Saara (África Setentrional) e outro ao sul
(África Subsaariana).
- Os povos do sul (África Subsaariana) eram chamados
de “bárbaros” por causa da cor de sua pele e de seus costumes. Faziam parte de
um mundo sem história, sem Estados, e, portanto, povos homogêneos, fechados,
sem desenvolvimento.
- A escassez de registros escritos dos povos da
África.
- Os europeus consideravam só os documentos escritos
como fontes da verdade histórica e não compreendiam a oralidade africana.
Veja o vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=RQD1HTnegh0- A oralidade africana
A tradição oral da África constitui uma fonte
indispensável de transmissão de informações. Por meio dela os povos africanos
preservam sua memória.
Existem os sábios, “guardiões da palavra falada”,
também chamados de “tradicionalistas”, que são responsáveis em transmitir, de
geração em geração, as tradições de seus povos. Também existem os “griôs”, que
são contadores de histórias e animadores públicos. Estes não tem o mesmo
compromisso rígido dos “tradicionalistas”.
- O Reino de Kush
Ao sul do antigo Egito desenvolveu-se uma sociedade
de população negra, chamada pelos nativos da região de Núbia. Esta sociedade
foi registrada pelos egípcios e pela Bíblia com nome de Kush, cuja capital
ficava em Kerma.
No início,
egípcios e núbios, mantinham relações comerciais e alianças militares. Mas o
desenvolvimento das duas civilizações também teve momentos de conflitos.
Por volta de 1580 a.C., querendo controlar a minas
de ouro da região, os egípcios conquistaram e anexaram a Núbia.
Em 750 a.C., porém, Khasta, rei de Kush, invadiu o
Egito e derrubou o faraó. Seu filho, Pianky, assumiu o título de faraó e
inaugurou a 25ª dinastia egípcia.
No século IV, o Reino de Kush foi dominado por
guerreiros do reino de Axum, situado a sudeste , nas margens do mar Vermerlho.
Axum foi o primeiro reino cristão da África, considerado potência comercial do
nordeste africano.
- Os reinos de Gana e Mali
Entre o deserto do Saara, que atravessa o norte da
África de leste a oeste, e a floresta úmida, mais ao sul, existe uma faixa de
terra conhecida como Sahel. Foi no oeste dessa região que se desenvolveram,
depois de Kush, alguns dos principais reinos africanos. Um desses reinos
chamava-se Gana.
No reino de Gana a produção de alimentos era um dos
pontos altos da economia, mas em seu período mais brilhante, entre os séculos
IX e Xi, o ouro tornou-se a principal riqueza do reino. Sua produção era tão
grande que Gana chegou a ser o principal fornecedor de ouro do mundo
mediterrâneo.
Uma das características do Reino de Gana foi a ausência
de fronteiras bem definidas. Na verdade, Gana nunca chegou a se constituir um
império territorial, mas sua influência se fez sentir em ampla região
circunvizinha.
Nesta região também viviam os povos mandingas,
organizados em clãs mais ou menos dispersos. Em 1230, em quanto Gana decaía,
esses clãs eram unificados por Sundiata Keita. Surgiu assim o reino do Mali.
Uma vez constituídos em reino, os mandingas
começaram a expandir seu território, que chegou a ser maior do que o de Gana.
Nessa expansão, o Reino de Mali passou a controlar grandes jazidas de ouro e
importantes rotas do comércio transaariano.
- Os Bantos
O termo Bantos abrange diversos povos africanos
cujos idiomas são originários de um mesmo tronco linguístico. Por volta do
século XII, os bantos viviam sobretudo da caça e da pesca e da coleta de
alimentos. Isso os obrigava a procurar novos territórios sempre que se
esgotavam os recursos naturais do lugar em que estavam. Nesse processo,
ocuparam todo o centro e centro-sul do continente africano.
Originários da
região-centro oeste da África onde hoje se encontram a Nigéria e a República
dos Camarões, a expansão dos bantos iniciou-se, provavelmente, nos primeiros
anos da era cristã e durou até o século XIX. Foi no decorrer dessa expansão que
fundaram os reinos do Congo e do Zimbábue.
- A Escravidão na África
Bem antes da chegada dos primeiros europeus, no
século XV, em muitas regiões da África vigorava, ao lado do trabalho livre, o
trabalho escravo. Geralmente, os escravos eram membros dominados de grupos
familiares que não tinham ligações com a rede de parentesco dominante.
Nessas regiões, os escravos desempenhavam
praticamente as mesmas funções que os membros da linhagem dominante: trabalho
cooperativo nos campos, expedições de caça, defesa das cidades e participação
em cerimônias religiosas. A escravidão não era, portanto, uma instituição
essencial, coexistindo com outras formas de dependência. Não se pode, neste
caso, falar de sociedades escravistas.
Com a chegada dos portugueses, no começo do século
XV, teve início o comércio de grande escala de escravos, envolvendo a aplicação
de vultosos capitais.
Com a conquista da América por espanhóis,
portugueses e outros povos europeus, o tráfico negreiro pelo Atlântico
chegaria, segundo estimativas mais aceitas, a 11.313.000 escravos, entre os
séculos XVI e XIX. Esse comércio provocou profundas mudanças na organização
social da África. Com tráfico negreiro em grande escala a escravidão na África
deixou de ser uma entre outras formas de dependência pessoal, como ocorria
anteriormente. A partir de então, o continente africano foi integrado a uma
rede internacional de escravidão controlada pela burguesia mercantil européia.
Veja o vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=HvbJw1ejTQA
Fonte Bibliográfica:
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