Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História – 2014
“Expansão européia e a conquista da América”
- Centralização política e sociedades nacionais
Nos séculos finais da
Idade Média, uma série de fatores, ligados à desestruturação do feudalismo,
concorreram para a formação das monarquias nacionais e o fortalecimento da
autoridade do rei. Entre esses fatores, destacam-se o desaparecimento gradual
da servidão, as revoltas camponesas contra a exploração feudal, o
desenvolvimento do comércio e o enfraquecimento do poder da nobreza feudal.
- Instrumentos dos Estados nacionais.
Os
governos das monarquias nacionais desenvolveram uma série de métodos para
garantir o controle político do Estado. Entre eles citamos: burocracia administrativa; força militar;
leis e justiça unificadas; sistema tributário.
- Portugal (a formação de um país)
Nos
séculos V e VI, a maior pare dos povos que habitavam a península ibérica
(romanos e germanos) converteu-se ao cristianismo. No século VIII, a península
foi conquistada por muçulmanos vindos do norte da África. Durante toda essa
ocupação, que prolongou até o século XV, cristãos e muçulmanos alternaram
momentos de luta com relativa paz, o que possibilitou intercâmbios culturais.
Durante
a reconquista – nome dado pelos cristãos à luta contra a presença muçulmana na
península ibérica, com o objetivo de retomar os antigos territórios ocupados –
formaram-se alguns reinos católicos no norte da península. As terras
reconquistadas dos árabes eram transformadas em condados (territórios
administrados por condes); do condado de Portucale ou Portucalense (século IX),
Portugal originou-se como país.
- O desenvolvimento comercial português
Apesar
das diferenças religiosas entre católicos e muçulmanos que habitavam a
península, os portugueses foram muito influenciados pelas práticas muçulmanas
de comércio e navegação. A economia de Portugal, que era basicamente agrária
(seus principais produtos eram o vinho e o azeite), foi-se voltando também para
as atividades comercial-marítimas (pesca e comércio de sardinha, baleia, atum,
bacalhau), devido ao crescimento de grupos sociais ligados a essas atividades.
Comerciantes
e banqueiros interessados no desenvolvimento da atividade marítima queriam
preservar a independência de Portugal sob o comando de um rei que apoiasse o
crescimento comercial. Com esse objetivo, uniram-se em torno de D. João, irmão
bastardo do rei falecido e mestre da Ordem de Cavalaria de Avis.
- Especiarias e a Expansão marítima
As especiarias (cravo, pimenta, noz-moscada, canela,
gengibre) eram utilizadas principalmente em remédios , perfumes, temperos e na
conservação de alimentos. Muitas regiões agropastoris da Europa sofriam com a
falta de forragem de inverno para alimentar o gado. Assim grande parte dos
animais era abatida no outono, e sua carne tinha de ser conservada para o
consumo do inverno.
No século XI, em Portugal, setores ligados à burocracia e à
burguesia ambicionavam enriquecer por meio da expansão da atividade comercial-marítima.
Para participar do comércio das especiarias, os comerciantes portugueses tinham
de romper o monopólio dos genoveses e venezianos, buscando contato direto com o
Oriente. Restavam aos portugueses encontrar um novo caminho pelo oceano
Atlântico.
- Motivos para a expansão marítima portuguesa
Havia
muitos motivos para os portugueses buscarem a expansão marítima no século XV:
-
Conquista de Constantinopla;
-
Necessidade de novos mercados;
-
Falta de metais preciosos;
-
Interesse dos Estados nacionais;
-
Propagação da fé cristã;
-
Ambição material;
-
Progresso tecnológico;
- As inovações técnicas para as navegações
A
expansão marítima tornou-se possível graças ao desenvolvimento
científico-tecnológico. Ilustram esse desenvolvimento: o uso da bússola, do astrolábio
e do quadrante; a invenção da caravela pelos portugueses; o aperfeiçoamento dos
mapas geográficos; e a aceitação da noção de que a Terra é redonda.
A
caravela – era um navio de estrutura leve movido pelo vento; sua principal
característica era a vela de formato triangular (latina), que podia se ajustada
em varias direções para captar a força do vento. Assim qualquer que fosse o
sentido do vento, a caravela podia navegar na direção desejada pelo piloto.
A
cartografia – A partir do século XV, surgiram mapas com os primeiros registros
das terras descobertas na África e na América. Esses mapas eram considerados
verdadeiros segredos de Estado, mas as informações circulavam quando o
navegador de um país passava a servir o outro.
A
bússola – sua invenção é atribuída aos antigos chineses. Foram, porém, os
árabes que a levaram para a Europa, onde começou a ser utilizada pelos
navegadores.
- Fatores que contribuíram para a expansão marítima portuguesa
Muitos
fatores contribuíram para o pioneirismo português, dentre eles: centralização administrativa;
mercantilismo; ausência de guerras e posição geográfica.
·
Principais
expedições marítimas portuguesas
-
1419 – Expedição portuguesa chega à ilha da Madeira;
-
1431 – Reconhecimento do arquipélago dos Açores;
-
1434 – Gil Eanes ultrapassa o cabo Bojador, na costa noroeste da África;
-
1443 – Nuno Tristão atinge a Senegâmbia; Diniz Dias ultrapassa a foz do
Senegal;
-
1482 – Diogo Cão descobre o Zaire.
-
1488 – Bartolomeu Dias atinge o cabo sul-africano, onde enfrenta uma
tempestade. Por essa razão, denomina-o cabo das Tormentas
1498
– Vasco da Gama, comandando uma frota de quatro navios, atinge a cidade de
Calicute, na Índia.
1500
– Pedro Álvares Cabral atinge o Brasil.
- A Espanha
Os
espanhóis só conseguiram partir para as navegações após expulsarem os
muçulmanos da cidade de granada no ano de 1492. Depois disso, deram atenção aos
planos do genovês Cristóvão Colombo, que apresentou um novo projeto de
navegação para atingir a Índia. Baseando-se na ideia de que a Terra era
redonda, Colombo pretendia atingir o Oriente dando a volta em torno do mundo,
ou seja, partiria da Europa e seguiria no sentido oeste.
- A divisão das terras encontradas
Em
4 de maio de 1493, por meio de um documento chamado Bula Inter Coetera, o papa
estabeleceu que as terras da América seriam divididas entre os reis de Portugal
e Espanha. Inconformado com a divisão estabelecida, o governo português forçou a
negociação de um novo acordo, conhecido pelo nome de Tratado de Tordesilhas,
por meio do qual se traçou uma nova linha imaginária a 370 léguas das ilhas de
Cabo verde. As terras a oeste dessa linha pertenceriam à Espanha, enquanto as
terras a leste seriam dos reis de Portugal.
- Os franceses, holandeses e ingleses
Interessados
também em descobrir novos caminhos para a Índia, franceses, holandeses e
ingleses lançaram-se às navegações marítimas, concentrando-se no Atlântico
Norte, pois espanhóis e portugueses já se dedicavam às rotas do Atlântico Sul.
Com isso, supunham que poderiam encontrar uma “passagem noroeste” para a Ásia.
Embora
essa passagem não tenha sido encontrada, os navegadores passaram a explorar e a
ocupar parte da América do Norte, além de praticar a pirataria.
- A Pirataria
Na
Inglaterra, a pirataria foi oficializada. A monarquia inglesa autorizava
ataques e pilhagens contra navios de nações inimigas, desde que os piratas
(chamados de corsários) dividissem os lucros dos saques com o governo inglês.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
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