Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: Filosofia
- 2016
Democracia
ateniense e os Sofistas
·
O
surgimento da democracia ateniense
Até
meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o
poder do rei foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes
da aristocracia ateniense (ou eupátridas), que comandavam o governo da cidade.
Entre
os séculos VII e VI a.C., diversas reformas – promovidas sucessivamente por Drácon,
Sólon e Clístenes – foram criando uma nova forma de governar, que se guiava
basicamente pelo princípio da isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o
mesmo direito perante as leis. Nascia, assim, a democracia ateniense.
·
Diferenças
entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense
Apenas
uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como cidadão em
Atenas. Além disso, tratava-se de uma sociedade escravista – escravos, mulheres
e jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos. Nem mesmo os
estrangeiros (os metecos, pessoas não nascidas em Atenas), que residiam em
grande número na cidade, podiam participar da vida democrática.
A
democracia Ateniense era uma democracia direta, isto é, cada cidadão tinha não
apenas direito ao voto, mas também à palavra.
Já
a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão
elege os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados
e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração.
·
A
cultura da palavra e da razão
Com
as discussões em praça pública (ágora), propiciando a participação de um número
maior de habitantes na discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição
democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que
valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e
dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse
contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.
·
A
preocupação dos sofistas
A
grande preocupação do período que se inicia com os sofistas, diferente do
período pré-socrático, foi a busca de explicações racionais para o próprio ser
humano, suas capacidades, sua natureza, sua essência, bem como para as relações
do indivíduo com a sociedade.
·
Os
sofistas
Os
sofistas eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Suas lições visavam principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do
poder de argumentação, da habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no
âmbito público como no privado. Seu surgimento foi favorecido pelo momento
histórico vivido pela civilização grega, uma época de muitas lutas políticas e
intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas.
·
Heróis
ou vilões?
O
termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o
decorrer do tempo, ganhou o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido
sobretudo às críticas de Platão.
Desde
então, considerou-se a sofística (ou arte dos sofistas) apenas uma atitude
viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso,
iludir os ouvintes, sem nenhum amor pela verdade. Os sofistas pareciam não
buscar a aletheia (verdade); contentavam-se com pseudos (o falso).
Entretanto, abordagens mais recentes
sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses
fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a sociedade e a
compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um único
sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.
·
Protágoras
de Abdera
Nascido
em Abdera (a mesma cidade natal de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é
considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito
tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas.
Protágoras
afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social consegue
perceber que é. A realidade é relativa a cada um (indivíduo, grupo social,
cultural), ou seja, depende de suas disposições, concepções, modos de viver.
Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam, constroem ou
destroem.
A
filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um grande
subjetivismo: tal coisa será verdadeira se para mim parecer verdadeira, mas
falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia ser
encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de cada
um.
·
Górgias
de Leontini
Górgias
de Leontini (487-380 a.C). foi um dos grandes oradores da Grécia. Ele afirmava
que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Ele
afirmava que:
a) O
ser não existe;
b) Se
existisse, não poderia ser conhecido;
c) Mesmo
que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.