Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: História - 2016
Hebreus,
fenícios e persas
HEBREUS
- Origem do povo hebreu
Segundo a tradição, o povo hebreu tem sua
origem no clã do patriarca Abraão, que nasceu em Ur, sul da Mesopotâmia, por
voltado século XX a.C.
Abraão migrou para Canaã, a noroeste da
Mesopotâmia, e seus descendentes ali viveram até a terceira geração.
Quando uma grande seca gerou escassez de
alimentos, Israel (neto de Abraão) e seus descendentes partiram rumo ao Egito,
onde permaneceram por aproximadamente 400 anos. Em grande parte desse período,
estiveram sob o domínio dos faraós. No século XIII a.C., conduzidos por Moisés,
os hebreus saíram do Egito de volta a Canaã (posteriormente chamada Palestina).
Esse episódio ficou conhecido como êxodo.
- Fases do governo hebraico
1ª) Governo
dos patriarcas, no qual as
comunidades tribais eram comandadas por chefes denominados patriarcas,
venerados como “pais” (Abrão, Moisés) da
comunidade;
2ª) Governo
dos juízes, que exerciam o poder político, militar e religioso; comandavam
de forma enérgica o cumprimento dos costumes religiosos, mas não contavam com
uma estrutura administrativa regular;
3ª) Monarquia,
criada para centralizar o poder e organizar forças para enfrentar os
adversários.
·
Principais atividades econômicas
A princípio, a principal atividade
econômica era a criação de gado. Ao longo do tempo, diante das dificuldades de
fixação, o comércio também tornou-se atividade fundamental.
- A unidade religiosa e política
A unidade entre os hebreus, seja ela política
ou religiosa, ocorreu em momentos em que havia dificuldades a serem superadas
pela população.
A unidade religiosa dos hebreus ocorreu quando
Moisés recebeu os Dez Mandamentos no Monte Sinai. Essa unidade ocorreu quando o
povo hebreu migrava do Egito em direção a Canaã.
A unidade política ocorreu quando os hebreus
formaram uma monarquia quando foram chamados por Iavé a deslocar-se até Canaã.
As lutas contra os povos que também disputavam aquela região (como os filisteus
e os amonitas) levaram os hebreu a adotar a monarquia para centralizar o poder
e organizar forças para enfrentar seus adversários.
- A dispersão do povo hebreu
A dispersão do povo hebreu foi provocada pela
invasão dos romanos que destruíram o segundo Templo de Jerusalém.
A partir daí, os hebreus dispersaram-se pelo
mundo. É a chamada diáspora hebraica. Espalhados em pequenas comunidades,
preservaram elementos básicos de sua cultura (língua e religião) e alguns
objetivos comuns, como o retorno a sua terra.
- Manutenção da herança cultural
A história dos hebreus foi marcada por
migrações, perseguições, lutas, cativeiros, fugas e dispersão, contudo eles
mantiveram sua herança cultural devido à unidade lingüística e à manutenção de
uma forte tradição religiosa.
- Monoteísmo hebraico
Enquanto a maioria dos povos da Antiguidade era
politeísta, os hebreus eram monoteístas. Por meio da crença no deus único (Iavé)
e supremo (criador do universo, onipotente e onisciente), os hebreus edificaram
o judaísmo, cujos fundamentos foram assimilados na concepção do cristianismo e
do islamismo. Hoje, mais da metade da humanidade (dentre os quais 33% cristãos
e 19% muçulmanos, aproximadamente) convive com o legado ético e cultural dos
hebreus.
- Nação sem estado
Depois da destruição da monarquia hebraica
(domínio babilônico) e da perda sucessiva de autonomia política (dominação
persa, macedônica, romana), grupos de hebreus dispersaram-se pelo mundo todo,
mas conseguiram manter identidade cultural e, sobretudo, religiosa, Por isso,
pode-se afirmar que, embora não possuíssem um Estado (criado só em 1948) eles
formavam uma nação.
FENÍCIOS
- Origem do povo fenício
Os fenícios eram um povo de origem semita, como
os hebreus, e já habitavam a estreita planície entre o mar Mediterrâneo e as
montanhas do Líbano desde o III milênio a.C. As condições desse local eram
pouco favoráveis a um desenvolvimento agrícola abundante, o que fez com que os
fenícios se dedicassem à navegação marítima.
- As cidades-estados fenícias
A Fenícia era formada por cidades autônomas
(cidades-Estado), isto é, cidades que tinham governo próprio, independente das
demais, comandado geralmente por um rei que governava com o apoio dos grupos
sociais poderosos, dentre os quais se destacavam os sacerdotes e os
comerciantes.
- Navegação e comércio
O comércio marítimo era a principal atividade
econômica dos fenícios. Exportavam produtos artesanais fabricados em suas
oficinas, como artigos metalúrgicos (armas de bronze e de ferro, joias de ouro
e de prata, estátuas religiosas etc.) vidros coloridos e tinturas para tecidos.
Importavam, de várias regiões, marfim, metais, perfumes, pedras preciosas,
cavalos e cereais.
- Unificação política
As disputas político-econômicas por mercados
enfraquecia o poder das cidades-Estados fenícias, de modo que nenhuma delas se
tornou suficientemente forte para promover uma unificação política.
- O comércio e o alfabeto
O desenvolvimento da escrita alfabética entre
os fenícios esteve relacionado à necessidade de encontrar um meio mais prático
para auxiliar as transações comerciais com outros povos, principal atividade
econômica dos fenícios.
- A importância do alfabeto fenício para as
sociedades antigas
O alfabeto fenício permitiu que a escrita se
tornasse, aos poucos, um meio de comunicação acessível a um grupo cada vez
maior de pessoas: sacerdotes, estudiosos, funcionários etc. Composto de 22
sinais, foi posteriormente aperfeiçoado pelos gregos. Do alfabeto fenício
surgiram os alfabetos gregos, latino, árabe, hebreu e indiano.
- A escrita e o poder
O domínio da escrita era prerrogativa de poucos
nas sociedades antigas e quem era alfabetizado ocupava um lugar privilegiado na
sociedade. Hoje em dia, embora existam políticas de ampliação e mesmo
universalização da alfabetização, o acesso à leitura e interpretação de textos
escritos ainda é reduzido, dada a existência de muitos analfabetos funcionais.
OS PERSAS
- Origem do povo persa
Por volta do século 1500., povos indo-europeus
invadiram e conquistaram o planalto do Irã, situado a sudeste da Mesopotâmia.
Entre eles, destacaram-se os medos e os persas.
Ao final do século VII a.C., os medos já tinham
um Estado organizado e dominavam os persas. Por volta de 550 a.C., comandados
por Ciro, os persas venceram a dominação dos medos e promoveram a unificação
dos dois povos, formando um império.
- A administração persa
O Império Persa era dividido em províncias,
chamadas satrapias, cada uma governada por um administrador – o sátrapa. Essa
organização administrativa foi adotada para que fosse possível cuidar de todos
os domínios da vasta extensão territorial do Império.
- Principal atividade econômica
A principal atividade econômica dos persas era
a agricultura. A expansão territorial impulsionou a atividade comercial e a
cunhagem de moedas.
- Os transportes e as comunicações
Buscando manter a unidade do império habitado
por diferentes povos, os persas aperfeiçoaram os transportes e as comunicações.
Grandes estradas foram construídas para ligar as principais cidades do império,
destacando-se a Estrada Real, entre Susa e Sardes, com cerca de 2.600 km de extensão. A
boa condição das estradas possibilitou um eficiente serviço de correios. Além
disso, adotaram o aramaico como língua para todos os documentos oficiais visando a unidade do império.
- O zoroastrismo
O Zoroastra pregava a existência de uma
incessante luta entre Ormuz, deus do bem, e Arimã, deus do mal.
O zoroastrismo se assemelha às três grandes
religiões monoteístas, sobretudo em termos éticos: a idéia de que o bem depende
de opção e ação dos seres humanos, que podem, por meio do culto e de rituais,
complementados por ações concretas, se associar à obra do princípio (do bem)
que criou o mundo. Contudo, nas três religiões mencionadas, a crença na
existência do mal não significa a aceitação da existência de uma segunda
divindade, como ocorre no zoroastrismo.
Até o final do século XX, o zoroastrismo tinha
em todo o mundo, cerca de 200 mil adeptos, dos quais a maior parte (60%) estava
na Índia, seguida por Irã, Estados Unidos e Paquistão.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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