Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2°
Ano
Disciplina: História – 2016
Domínio
espanhol e Brasil holandês
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União Ibérica
União Ibérica (ou União Peninsular) é a
expressão usada para designar o domínio espanhol sobre Portugal de 1580 a 1640,
resultado da ascensão do rei espanhol Felipe II ao trono português, pela falta
de herdeiros da dinastia de Avis.
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Restauração
Foi o episódio da história da nação portuguesa
em que o duque de Bragança recuperou o governo de Portugal das mãos dos
espanhóis e pôs fim ao seu domínio, dando início à dinastia de Bragança.
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Motivos para os conflitos entre Espanha e Holanda e as
invasões no Brasil
A região da Holanda era posse dos espanhóis no
século XVI. No entanto, em 1581, foi declarada a independência de algumas
dessas regiões, que passaram a se chamar República das Províncias Unidas. Como
represália, a Espanha proibiu o comércio com os holandeses, pretendendo impor
ao território recém-independente um embargo econômico. Isso iniciou o conflito
entre espanhóis e holandeses – conflito, esse, que permitiu a invasão do Brasil
pelos holandeses.
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As invasões holandesas
Os holandeses invadiram, no Brasil, as áreas
que constituíam os mais importantes centros açucareiros: Bahia e Pernambuco. Em
reação, os luso-brasileiros adotaram táticas de guerrilha, contando com
reforços de tropas espanholas e guerreiros indígenas. Na Bahia, os invasores
foram forçados a se render depois de um ano de lutas; em Pernambuco, houve um
longo período de confrontos.
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Calabar
Calabar foi um pernambucano, grande conhecedor
da região, que ajudava os holandeses, atuando como guia e negociador entre
estes e os indígenas. Considerado traidor pelos portugueses, foi preso e
enforcado sob essa acusação.
Dentro de certa tradição historiográfica,
Calabar foi considerado um “traidor” do Brasil, mas esse julgamento tem sido
questionado. Afinal, que Brasil Calabar traiu? O Brasil que, antes, era
dominado pelos portugueses e, na época, estava dominado pela Espanha? Além disso,
muitos outros luso-brasileiros (lavradores, senhores de engenho etc.)
auxiliaram os holandeses e não foram considerados traidores, nem condenados à
morte.
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O governo de Nassau e a presença dos holandeses
O governo de Nassau adotou medidas para
pacificar a área dominada, buscando a colaboração dos luso-brasileiros. Para
tanto, concedeu crédito aos senhores de engenho, a fim de que eles pudessem
reativar a produção açucareira; estabeleceu tolerância religiosa, procurando
evitar confrontos entre os diferentes grupos religiosos (católicos, judeus e
protestantes) que passaram a conviver na região; investiu em obras urbanas, que
beneficiaram, principalmente, a cidade de Recife; e estimulou a vida cultural,
trazendo para Pernambuco muitos artistas europeus.
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A restauração portuguesa e a expulsão dos holandeses
Com a Restauração (a reconquista da
independência de seu país), em 1640, os portugueses negociaram um acordo de paz
de dez anos com os holandeses. Entretanto, esse acordo encerrou-se antes do
prazo, pois, em 1645, grupos de luso-brasileiros iniciaram as lutas pela
expulsão dos holandeses da colônia (Insurreição Pernambucana), que se renderam
em 1654.
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Motivos da Insurreição Pernambucana
Após a saída de Nassau do Brasil, a
administração holandesa intensificou a busca de lucros na colônia. Os
dirigentes da Companhia das Índias Ocidentais passaram a pressionar os senhores
de engenho: exigiam o aumento da produção de açúcar e a liquidação das dívidas
atrasadas, passando a cobrar mais impostos e a confiscar bens dos que não cumpriam
as exigências. Reagindo a essa pressão, os luso-brasileiros iniciaram, em 1645,
a luta contra os holandeses.
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Crise econômica portuguesa ao final da União Ibérica
As principais causas da crise econômica foram:
A perda de parte das colônias para holandeses, franceses e ingleses, durante o
período à dominação espanhola, o que prejudicou o comércio colonial, do qual
Portugal dependia em grande media. Também contribuíram para essa crise as
sucessivas guerras empreendidas contras espanhóis e holandeses e a crise do
açúcar, devido à concorrência antilhana.
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Consequências da crise econômica portuguesa para o Brasil
Portugal recorreu ao apoio da Inglaterra, país
com o qual assinou diversos tratados e contraiu empréstimos, a fim de dinamizar
a economia do país. Também adotou uma política rigorosa de explorações das
riquezas do Brasil, uma das poucas colônias que lhe restaram.
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Os prejuízos do Tratado de Methuen para a economia
portuguesa
Houve aumento da exploração das riquezas do
Brasil, principalmente do açúcar, e a canalização de parte do ouro brasileiro
para a Inglaterra, em consequência do Tratado de Methuen. Por esse tratado,
Portugal se comprometia a comprar os tecidos de lã fabricados na Inglaterra,
que, em troca, compraria os vinhos portugueses. Isso contribuiu para a
estagnação industrial portuguesa e provocou a canalização de parte do ouro do
Brasil para a Inglaterra.
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O açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates
A Guerra dos Mascates foi um conflito ocorrido
entre os comerciantes (mascates) de Recife e os senhores de engenho de Olinda.
Estes haviam contraído empréstimos com aqueles devido à crise econômica por que
passaram, em decorrência da concorrência do açúcar antilhano e da queda dos
preços do produto no mercado internacional. Quando o rei D. João V, atendendo
ao pedido dos comerciantes, elevou o povoado de Recife à condição de vila,
tornando-o independente de Olinda, os senhores de engenho se rebelaram, e
instalou-se o conflito. Pode-se dizer, portanto, que a concorrência antilhana
foi a causa indireta da Guerra dos Mascates.
COTRIM, Gilberto, História
Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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