terça-feira, 24 de maio de 2016

DOMÍNIO ESPANHOL E BRASIL HOLANDÊS - 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    2° Ano 
Disciplina:   História – 2016
 Domínio espanhol e Brasil holandês
·         União Ibérica
União Ibérica (ou União Peninsular) é a expressão usada para designar o domínio espanhol sobre Portugal de 1580 a 1640, resultado da ascensão do rei espanhol Felipe II ao trono português, pela falta de herdeiros da dinastia de Avis.
·         Restauração
Foi o episódio da história da nação portuguesa em que o duque de Bragança recuperou o governo de Portugal das mãos dos espanhóis e pôs fim ao seu domínio, dando início à dinastia de Bragança.
·         Motivos para os conflitos entre Espanha e Holanda e as invasões no Brasil
A região da Holanda era posse dos espanhóis no século XVI. No entanto, em 1581, foi declarada a independência de algumas dessas regiões, que passaram a se chamar República das Províncias Unidas. Como represália, a Espanha proibiu o comércio com os holandeses, pretendendo impor ao território recém-independente um embargo econômico. Isso iniciou o conflito entre espanhóis e holandeses – conflito, esse, que permitiu a invasão do Brasil pelos holandeses.
·         As invasões holandesas
Os holandeses invadiram, no Brasil, as áreas que constituíam os mais importantes centros açucareiros: Bahia e Pernambuco. Em reação, os luso-brasileiros adotaram táticas de guerrilha, contando com reforços de tropas espanholas e guerreiros indígenas. Na Bahia, os invasores foram forçados a se render depois de um ano de lutas; em Pernambuco, houve um longo período de confrontos.
·         Calabar
Calabar foi um pernambucano, grande conhecedor da região, que ajudava os holandeses, atuando como guia e negociador entre estes e os indígenas. Considerado traidor pelos portugueses, foi preso e enforcado sob essa acusação.
Dentro de certa tradição historiográfica, Calabar foi considerado um “traidor” do Brasil, mas esse julgamento tem sido questionado. Afinal, que Brasil Calabar traiu? O Brasil que, antes, era dominado pelos portugueses e, na época, estava dominado pela Espanha? Além disso, muitos outros luso-brasileiros (lavradores, senhores de engenho etc.) auxiliaram os holandeses e não foram considerados traidores, nem condenados à morte.
·         O governo de Nassau e a presença dos holandeses
O governo de Nassau adotou medidas para pacificar a área dominada, buscando a colaboração dos luso-brasileiros. Para tanto, concedeu crédito aos senhores de engenho, a fim de que eles pudessem reativar a produção açucareira; estabeleceu tolerância religiosa, procurando evitar confrontos entre os diferentes grupos religiosos (católicos, judeus e protestantes) que passaram a conviver na região; investiu em obras urbanas, que beneficiaram, principalmente, a cidade de Recife; e estimulou a vida cultural, trazendo para Pernambuco muitos artistas europeus.
·         A restauração portuguesa e a expulsão dos holandeses
Com a Restauração (a reconquista da independência de seu país), em 1640, os portugueses negociaram um acordo de paz de dez anos com os holandeses. Entretanto, esse acordo encerrou-se antes do prazo, pois, em 1645, grupos de luso-brasileiros iniciaram as lutas pela expulsão dos holandeses da colônia (Insurreição Pernambucana), que se renderam em 1654.
·         Motivos da Insurreição Pernambucana
Após a saída de Nassau do Brasil, a administração holandesa intensificou a busca de lucros na colônia. Os dirigentes da Companhia das Índias Ocidentais passaram a pressionar os senhores de engenho: exigiam o aumento da produção de açúcar e a liquidação das dívidas atrasadas, passando a cobrar mais impostos e a confiscar bens dos que não cumpriam as exigências. Reagindo a essa pressão, os luso-brasileiros iniciaram, em 1645, a luta contra os holandeses.
·         Crise econômica portuguesa ao final da União Ibérica
As principais causas da crise econômica foram: A perda de parte das colônias para holandeses, franceses e ingleses, durante o período à dominação espanhola, o que prejudicou o comércio colonial, do qual Portugal dependia em grande media. Também contribuíram para essa crise as sucessivas guerras empreendidas contras espanhóis e holandeses e a crise do açúcar, devido à concorrência antilhana.
·         Consequências da crise econômica portuguesa para o Brasil
Portugal recorreu ao apoio da Inglaterra, país com o qual assinou diversos tratados e contraiu empréstimos, a fim de dinamizar a economia do país. Também adotou uma política rigorosa de explorações das riquezas do Brasil, uma das poucas colônias que lhe restaram.
·         Os prejuízos do Tratado de Methuen para a economia portuguesa
Houve aumento da exploração das riquezas do Brasil, principalmente do açúcar, e a canalização de parte do ouro brasileiro para a Inglaterra, em consequência do Tratado de Methuen. Por esse tratado, Portugal se comprometia a comprar os tecidos de lã fabricados na Inglaterra, que, em troca, compraria os vinhos portugueses. Isso contribuiu para a estagnação industrial portuguesa e provocou a canalização de parte do ouro do Brasil para a Inglaterra.
·         O açúcar antilhano e a Guerra dos Mascates
A Guerra dos Mascates foi um conflito ocorrido entre os comerciantes (mascates) de Recife e os senhores de engenho de Olinda. Estes haviam contraído empréstimos com aqueles devido à crise econômica por que passaram, em decorrência da concorrência do açúcar antilhano e da queda dos preços do produto no mercado internacional. Quando o rei D. João V, atendendo ao pedido dos comerciantes, elevou o povoado de Recife à condição de vila, tornando-o independente de Olinda, os senhores de engenho se rebelaram, e instalou-se o conflito. Pode-se dizer, portanto, que a concorrência antilhana foi a causa indireta da Guerra dos Mascates.


COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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