quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

REPÚBLICA NO BRASIL - 3° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2015

REPÚBLICA
  • População excluída do processo
A queda do regime monárquico e a proclamação da República ocorreram num clima de ordem e de concordância entre as elites. Provavelmente, a ideia predominante era mudar a forma de governo sem revolucionar a sociedade brasileira. Por isso, não houve interesse, por parte das elites, em convocar a população em geral para participar desse processo.
Num relato que ficou famoso, Aristides da Silveira Lobo, jornalista e ministro do primeiro governo republicano, expressou a ausência popular no dia em que foi proclamada a República, 15 de novembro. Ele conta que, naquela ocasião, o povo assistiu a tudo “bestializado”, supondo que estivesse vendo, talvez, uma para militar.
  • As principais decisões do Governo Provisório para a República.
Na noite de 15 de novembro de 1889, formou-se o governo provisório republicano para dirigir o país. O novo governo foi organizado pelos grupos sociais que promoveram a República, entre eles militares, cafeicultores e profissionais liberais. Era liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, que deixara de ser monarquista às vésperas do golpe republicano.
De modo geral, foram as seguintes: instituição do federalismo (as províncias foram transformadas em estados-membros da federação, com maior autonomia administrativa em relação ao governo federal); separação ente Igreja e Estado (foi extinto o regime de padroado, o catolicismo deixou de ser a religião oficial do Estado e foram criados o registro civil de nascimento e o casamento civil); criação de novos símbolos nacionais (como bandeira nacional, com o lema Ordem e Progresso, inspirado na filosofia de Auguste Comte); promulgação da lei da grande naturalização, em 1890 (que declarava que os estrangeiros residentes no Brasil seriam cidadãos brasileiros, uma tentativa do governo de amenizar o sentimento antilusitano que existia, sobretudo, por parte dos brasileiros pobres que se sentiam explorados).

  • Encilhamento e suas consequências.
Foi a reforma financeira lançada pelo ministro da Fazenda, Rui Barbosa, a partir de janeiro de 1890, com o objetivo de estimular o crescimento econômico, principalmente o desenvolvimento da indústria. Para isso, os bancos do país foram autorizados a emitir grande quantidade de moeda. Esse volume de dinheiro em circulação, que não correspondia à produção real da economia, gerou grande inflação e incentivou o aparecimento de “empresas-fantasma”, criadas apenas para obter o crédito facilitado dos bancos. A especulação financeira tornou-se cada vez maior, agravando ainda mais a desorganização econômica. A crise e as pressões fizeram com que Rui Barbosa se demitisse do cargo, em janeiro de 1891.

  • A primeira Constituição da República
Os pontos fundamentais da primeira Constituição da República foram: Adoção do sistema presidencialista, com a criação de um Estado federalista, no qual os estados-membros ganharam autonomia para eleger seu governador e seus deputados estaduais;  criação de três poderes independentes (Executivo, Legislativo e Judiciário);  garantia do direito de voto aos brasileiros maiores de 21 anos, excluindo mulheres, analfabetos, mendigos, soldados e religiosos sujeitos à obediência eclesiástica; além disso, o voto era aberto, o que permitia que o eleitor fosse pressionado na hora de votar (voto de cabresto).

  • A gestão dos primeiros presidentes (militares)
Governo constitucional de Deodoro da Fonseca (1891) – Contrariando o desejo da elite cafeeira, Deodoro da Fonseca foi eleito em 1891 por um Congresso pressionado pelos militares. Sem saber lidar com a forte oposição parlamentar a seu governo, Deodoro fechou o Congresso, em novembro de 1891. Esse desrespeito à Constituição fez com que a oposição se organizasse contra ele: houve protestos e greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil, e membros da marinha, liderados pelo almirante Custódio de Melo, ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro (episódio conhecido como Primeira Revolta Armada). Deodoro não encontrou outra saída senão renunciar, em 23 de novembro de 1891.
Governo de Floriano Peixoto (1891-1894) – O marechal Floriano Peixoto chegou ao poder apoiado pelas forças políticas de São Paulo e por influentes setores das forças armadas. Também não agradou à todos e o principal motivo foi sua face autoritária, apesar de seu perfil popular. Os oposicionistas defendiam que deveria ser convocada uma nova eleição; entretanto, Floriano cumpriu o mandato até o final. O perfil popular foi adquirido devido algumas medidas: Floriano baixou o preço da carne e dos aluguéis residenciais e aprovou uma lei que previa a construção de casas populares.
          Floriano ficou conhecido como “Marechal de Ferro” devido à sua maneira enérgica de enfrentar os adversários políticos.

  • Conflitos ocorridos no governo de Floriano Peixoto
Segunda Revolta da Armada, causada pelo fato de o governo não ter acatado a exigência dos militares de convocação de novas eleições presidenciais. Revolução Federalista, causada pelo violento conflito ocorrido no Rio Grande do Sul entre o Partido Republicano Rio-grandense (que era adepto do positivismo e tinha o apoio político-militar de Floriano) e o Partido Federalista (que defendia o parlamentarismo e pretendia revogar a Constituição gaúcha, que permitia a reeleição indefinida do presidente do estado).

  • Goiás na Virada do Século (1889-1900)
No final do século passado e início deste, o recém-criado Estado de Goiás, apesar de ocupar 7,75% do território nacional constituía na realidade uma “ilha” de isolamento dentro de nosso país, em todos os sentidos: econômico, social, demográfico, político, cultural.
Como Goiás ainda não tinha telégrafo, a notícia da Proclamação da república aqui chegou através de uma carta vinda de Franca, no dia 28 de novembro.
A nova proclamação colheu de surpresa todos os políticos da província. O povaréu não participava da vida política, portanto o 15 de novembro nada representou para ele.
Os efeitos do 15 de novembro em Goiás prenderam – se as questões administrativas e políticas. Os fatores sócio-econômico e culturais não sofreram abalo: O liberto continuou flutuante, caminhando para o marginalismo social; as elites dominantes continuaram as mesmas; não ocorreu a imigração europeia; os latifúndios improdutivos, áreas imensas para povoar e explorar; decadência sem se pensar em modificar a estrutura de produção; pecuária e agricultura deficitárias; educação em estado embrionário; povo esquecido em suas necessidades, mas usado pelos hábeis políticos, que baixavam decretos em seu nome.


Fonte Bibliográfica:

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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