Col. Est.
Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 3° Ano
Disciplina: História - 2016
REVOLTAS
NA PRIMEIRA REPÚBLICA
- Messianismo
Messianismo
foi a designação dada a movimentos sociais populares, principalmente de
sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram comunidades comandadas por um
líder religioso, ao qual se atribuíam dons de fazer milagres, realizar curas e
profetizar acontecimentos. Esse líder político-religioso (messiânico) era
considerado capaz de conduzir a comunidade a uma “nova era de justiça e
felicidade”. Sua base era a crença na vinda do “salvador, para libertar o povo
dos sofrimentos e conduzi-lo à felicidade eterna.
- Revolta
de Canudos
Aconteceu
em Canudos (sertão da Bahia) no povoado chamado Belo Monte. Seu principal líder
foi Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel).
20
mil a 30 mil sertanejos viviam com normas próprias: sistema comunitário;
propriedade privada apenas dos bens de uso pessoal; não havia cobrança de
impostos; era proibido a prostituição e venda de bebidas alcoólicas.
Seus
adversários foram a Igreja Católica, os fazendeiros, as elites políticas e o
governo.
Os
sertanejos foram perseguidos por forças locais, resistiram. No entanto, ocorreu a morte de quase todo o
povoado por tropas do governo federal, em 1897.
- Guerra
do Contestado
Aconteceu
em Contestado (entre Paraná e Santa Catarina) no povoado chamado Monarquia
Celeste. Seu principal líder foi João Maria (Atanás Mardaf): depois, José Maria
(Miguel Lucena Boaventura.
20
mil sertanejos viviam com governo próprio e normas igualitárias, sem obedecer
às autoridades da República.
Seus
adversários foram os Coronéis-fazendeiros, os donos de empresas estrangeiras e
o governo.
Os
sertanejos foram perseguidos violentamente, fundaram novos núcleos. Todos foram
destruídos em 1916 por tropas do governo federal.
- O
Cangaço
O
Cangaço desenvolveu-se no contexto de miséria, de injustiças praticadas pelos
coronéis-fazendeiros, de fome e secas que assolavam o nordeste, produzindo um
ambiente favorável à formação de grupos armados (os cangaceiros) que praticavam
assaltos a fazendas e, muitas vezes, matavam pessoas.
Para
alguns, o cangaço era uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade;
para outros, era uma forma de banditismo social, isto é, de revolta reconhecida
como legítima pelas pessoas que viviam oprimidas.
O
principal personagem foi Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião,
considerado o “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia massacrou o bando de
Lampião, em 1938, já durante o governo de Getúlio Vargas, o cangaço
praticamente desapareceu do nordeste.
- A
Revolta da Vacina
A
Revolta da Vacina resultou do descontentamento popular contra as medidas que
vinham sendo tomadas no mandato do presidente Rodrigues Alves (1901-1906) para
transformar a cidade do Rio de Janeiro na “capital do progresso”, entre elas:
demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais, ampliação da rede de
águas e esgotos, remodelação do porto e obras de saneamento e erradicação de
epidemias, como a varíola. Quando o médico sanitarista Oswaldo Cruz, diretor de
Saúde Pública, convenceu o presidente a decretar a lei de vacinação
obrigatória, parte da população se revoltou, por falta de esclarecimento sobe a
importância da vacina, somada a seu descontentamento com o governo. O governo
usou tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria para dominar os revoltosos.
Cerca de 30 pessoas foram mortas e mais de 100 foram feridas. Centenas de
participantes dos conflitos foram presos e deportados para o Acre.
- A
Revolta da Chibata
A
revolta teve início em 22 de novembro de 1910, quando cerca de 2 mil membros da
marinha brasileira, liderados pelos marinheiro João Cândido, tomaram o comando
do encouraçado Minas Gerais e, logo em seguida, dos navios São Paulo, Bahia e
Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um
comunicado ao presidente da República, explicando as razões da revolta.
Os
marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da marinha, que punia as
faltas graves com 25 chibatadas; além disso, reclamavam da má alimentação e dos
soldos (salários) miseráveis. O governo respondeu que atenderia as exigências
feitas, e os marinheiros entregaram os navios aos comandantes. Com os
marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus compromissos e puniu os
líderes da revolta. No dia 9 de dezembro, outra rebelião foi organizada, mas,
desta vez, o governo estava preparado e conteve os revoltosos. João Cândido,
depois de ter sido preso na ilha das Cobras (Rio de Janeiro), foi julgado e
absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirantes Negro, que acabou
com o castigo da chibata na marinha brasileira.
- Tenentismo
Tenentismo
foi o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das
forças armadas, principalmente tenentes, pretendia conquistar o poder pela luta
armada e promover reformas na Primeira República. Fazem parte do movimento
tenentista a Revolta de Copacabana, as Revoltas de 1924 e a Coluna Prestes.
- Coluna
Prestes
A
Coluna Prestes foi um destacamento militar, comandado pelo militar gaúcho Luís
Carlos Prestes, que unira suas forças à dos tenentes paulistas, percorrendo,
durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), 24 mil quilômetros, através de 12
estados brasileiros, procurando apoio popular para novas revoltas contra o governo.
A Coluna foi duramente perseguida pelas forças governamentais. Não conseguiu
provocar revoltas populares capazes de ameaçar o governo, mas também não chegou
a ser derrotada. Em 1926, a Coluna dispersou-se e foi finalmente desfeita;
alguns de seus integrantes ficaram na Bolívia.
- O
Modernismo
O
movimento modernista pretendia remodelar a arte brasileira, reagindo às formas
tradicionais de artes plásticas e da literatura e à invasão cultural
estrangeira. Ele teve início na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo
entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, e foi possível
em um contexto de mudanças, marcado pelas revoltas tenentistas, pela fundação
do Partido Comunista e pelo crescimento e modernização das cidades.
- O
Messianismo em Goiás – Um exército de homens descalços
Benedicta Cypriano Gomes -
foi a líder de um movimento social religioso iniciado na década de
1920, no distrito de Lagolândia, município de Pirenópolis, no
estado de Goiás.
Santa
Dica é assim chamada porque ainda na adolescência se tornou curandeira e logo
depois profetisa.
Para a população local, as curas e profecias de
Dica eram acreditados como verdadeiros milagres.
Dica devido aos seus poderes espirituais controlou os camponeses
de Goiás.
A influência religiosa de Dica tornou-a, conhecida por Santa Dica. Essa mulher liderou
os homens simples do campo na luta pelo repouso dominical, tornando-se uma
ameaça aos fazendeiros.
Santa Dica insere-se dentro do contexto do messianismo
brasileiro. (Antônio Conselheiro e José Maria).
A Santa Dica foi perseguida pelos coronéis da época e pelo
governo de Pedro Ludovico, que lutava pelo fim das lideranças locais.
Em 1932, a Santa Dica liderou uma coluna que foi lutar contra
os constitucionalistas de São Paulo.
Santa Dica foi condenada por bruxaria em Pirenópolis,
mudando-se para Goiânia onde viveu até sua morte.
Fontes:
COTRIM, Gilberto, História Global –
Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Dica_de_Goi%C3%A1s
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