terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    3° Ano 
Disciplina:   História - 2016
REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA
  • Messianismo
Messianismo foi a designação dada a movimentos sociais populares, principalmente de sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram comunidades comandadas por um líder religioso, ao qual se atribuíam dons de fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos. Esse líder político-religioso (messiânico) era considerado capaz de conduzir a comunidade a uma “nova era de justiça e felicidade”. Sua base era a crença na vinda do “salvador, para libertar o povo dos sofrimentos e conduzi-lo à felicidade eterna.
  • Revolta de Canudos
Aconteceu em Canudos (sertão da Bahia) no povoado chamado Belo Monte. Seu principal líder foi Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes Maciel).
20 mil a 30 mil sertanejos viviam com normas próprias: sistema comunitário; propriedade privada apenas dos bens de uso pessoal; não havia cobrança de impostos; era proibido a prostituição e venda de bebidas alcoólicas.
Seus adversários foram a Igreja Católica, os fazendeiros, as elites políticas e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos por forças locais, resistiram.  No entanto, ocorreu a morte de quase todo o povoado por tropas do governo federal, em 1897.
  • Guerra do Contestado
Aconteceu em Contestado (entre Paraná e Santa Catarina) no povoado chamado Monarquia Celeste. Seu principal líder foi João Maria (Atanás Mardaf): depois, José Maria (Miguel Lucena Boaventura.
20 mil sertanejos viviam com governo próprio e normas igualitárias, sem obedecer às autoridades da República.
Seus adversários foram os Coronéis-fazendeiros, os donos de empresas estrangeiras e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos violentamente, fundaram novos núcleos. Todos foram destruídos em 1916 por tropas do governo federal.
  • O Cangaço
O Cangaço desenvolveu-se no contexto de miséria, de injustiças praticadas pelos coronéis-fazendeiros, de fome e secas que assolavam o nordeste, produzindo um ambiente favorável à formação de grupos armados (os cangaceiros) que praticavam assaltos a fazendas e, muitas vezes, matavam pessoas.
Para alguns, o cangaço era uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade; para outros, era uma forma de banditismo social, isto é, de revolta reconhecida como legítima pelas pessoas que viviam oprimidas.
O principal personagem foi Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião, considerado o “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia massacrou o bando de Lampião, em 1938, já durante o governo de Getúlio Vargas, o cangaço praticamente desapareceu do nordeste.
  • A Revolta da Vacina
A Revolta da Vacina resultou do descontentamento popular contra as medidas que vinham sendo tomadas no mandato do presidente Rodrigues Alves (1901-1906) para transformar a cidade do Rio de Janeiro na “capital do progresso”, entre elas: demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais, ampliação da rede de águas e esgotos, remodelação do porto e obras de saneamento e erradicação de epidemias, como a varíola. Quando o médico sanitarista Oswaldo Cruz, diretor de Saúde Pública, convenceu o presidente a decretar a lei de vacinação obrigatória, parte da população se revoltou, por falta de esclarecimento sobe a importância da vacina, somada a seu descontentamento com o governo. O governo usou tropas do corpo de bombeiros e da cavalaria para dominar os revoltosos. Cerca de 30 pessoas foram mortas e mais de 100 foram feridas. Centenas de participantes dos conflitos foram presos e deportados para o Acre.
  • A Revolta da Chibata
A revolta teve início em 22 de novembro de 1910, quando cerca de 2 mil membros da marinha brasileira, liderados pelos marinheiro João Cândido, tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e, logo em seguida, dos navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de Janeiro e enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as razões da revolta.
Os marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da marinha, que punia as faltas graves com 25 chibatadas; além disso, reclamavam da má alimentação e dos soldos (salários) miseráveis. O governo respondeu que atenderia as exigências feitas, e os marinheiros entregaram os navios aos comandantes. Com os marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus compromissos e puniu os líderes da revolta. No dia 9 de dezembro, outra rebelião foi organizada, mas, desta vez, o governo estava preparado e conteve os revoltosos. João Cândido, depois de ter sido preso na ilha das Cobras (Rio de Janeiro), foi julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o Almirantes Negro, que acabou com o castigo da chibata na marinha brasileira.
  • Tenentismo
Tenentismo foi o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das forças armadas, principalmente tenentes, pretendia conquistar o poder pela luta armada e promover reformas na Primeira República. Fazem parte do movimento tenentista a Revolta de Copacabana, as Revoltas de 1924 e a Coluna Prestes.
  • Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um destacamento militar, comandado pelo militar gaúcho Luís Carlos Prestes, que unira suas forças à dos tenentes paulistas, percorrendo, durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), 24 mil quilômetros, através de 12 estados brasileiros, procurando apoio popular para novas revoltas contra o governo. A Coluna foi duramente perseguida pelas forças governamentais. Não conseguiu provocar revoltas populares capazes de ameaçar o governo, mas também não chegou a ser derrotada. Em 1926, a Coluna dispersou-se e foi finalmente desfeita; alguns de seus integrantes ficaram na Bolívia.
  • O Modernismo
O movimento modernista pretendia remodelar a arte brasileira, reagindo às formas tradicionais de artes plásticas e da literatura e à invasão cultural estrangeira. Ele teve início na Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, e foi possível em um contexto de mudanças, marcado pelas revoltas tenentistas, pela fundação do Partido Comunista e pelo crescimento e modernização das cidades.
  • O Messianismo em Goiás – Um exército de homens descalços
Benedicta Cypriano Gomes - foi a líder de um movimento social religioso iniciado na década de 1920, no distrito de Lagolândia, município de Pirenópolis, no estado de Goiás.
Santa Dica é assim chamada porque ainda na adolescência se tornou curandeira e logo depois profetisa. Para a população local, as curas e profecias de Dica eram acreditados como verdadeiros milagres.
Dica devido aos seus poderes espirituais controlou os camponeses de Goiás.
A influência religiosa de Dica tornou-a, conhecida por Santa Dica. Essa mulher liderou os homens simples do campo na luta pelo repouso dominical, tornando-se uma ameaça aos fazendeiros.
Santa Dica insere-se dentro do contexto do messianismo brasileiro. (Antônio Conselheiro e José Maria).
A Santa Dica foi perseguida pelos coronéis da época e pelo governo de Pedro Ludovico, que lutava pelo fim das lideranças locais.
Em 1932, a Santa Dica liderou uma coluna que foi lutar contra os constitucionalistas de São Paulo.
Santa Dica foi condenada por bruxaria em Pirenópolis, mudando-se para Goiânia onde viveu até sua morte.

Fontes:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Dica_de_Goi%C3%A1s

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.