Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História -
2016
A expansão territorial e seus conflitos
·
Conquista
e colonização
A
colonização se concentrou, basicamente no litoral, espalhando de forma descontínua
pela costa brasileira: desde Natal até Itanhaém, incluindo lugares como Olinda,
Salvador, Ilhéus, Vitória, Rio de Janeiro, Santos e São Vicente, próximo aos
portos, devido à dependência do comércio com Portugal. No séc. XVI apenas o
povoado de Piratininga (futura São Paulo) não ficava no litoral.
Os
principais grupos de colonizadores que atuaram para o interior da América
Portuguesa foram: exploradores em expedições militares, patrocinadas
pelo governo para expulsar estrangeiros que ocupavam partes do território; bandeirantes, que percorriam o sertão
aprisionando índios e escravos africanos fugidos ou procurando metais
preciosos; jesuítas missionários,
que fundaram aldeamentos para
catequização dos índios e exploração econômica de riquezas naturais do sertão; criadores de gado, que tiveram seus
rebanhos e fazendas “empurrados” para o interior do território em função de
interesses socioeconômicos.
·
Expedições
militares
As
expedições militares foram organizadas pela colônia com o objetivo de defender
as terras brasileiras que estavam ameaçadas pelos estrangeiros, principalmente
os franceses e espanhóis.
Embora
essas expedições contassem com orientação e apoio do governo, foram os colonos
luso-brasileiros e seus aliados indígenas que lutaram, efetivamente, pela
conquista do norte e nordeste do território da colônia. Guerreando contra os
estrangeiros e grupos indígenas que resistiam à ocupação, foram erguendo
fortificações no litoral, que deram origem a várias cidades. Na segunda metade
do século XVIII, as expedições foram direcionadas “sertão adentro”,
desrespeitando o Tratado de Tordesilhas, expandindo a ocupação territorial para
o oeste e o sudoeste.
- Bandeirismo
Entradas
eram expedições oficiais organizadas pelo governo, realizadas pelos colonos
portugueses, no início do século XVI, em busca de ouro.
Bandeiras
eram expedições patrocinadas por particulares que entravam pelo sertão, a pé, a
cavalo ou em canoas, em busca de riquezas.
Aconteceram
três tipos básicos de bandeirismo: apresadora
– dedicava-se à captura de índios para vendê-los como escravos; prospectora – dedicava-se à procura de
metais preciosos; sertanista de contrato
– dedicava-se ao combate de índios e à captura de escravos fugitivos, prestando
serviços à classe dominante da colônia.
·
Domínio
holandês e bandeirismo apresador
O
bandeirismo apresador era uma atividade muito lucrativa para os holandeses,
pois estes, desmontaram o tráfico negreiro organizado pelos portugueses e só
permitiram a vinda de escravos para as áreas sob o seu domínio. Como conseqüência,
nas regiões do Brasil que estavam fora da dominação holandesa, faltaram
escravos para as atividades produtivas. As bandeiras de apresamento passaram a
fornecer escravos índios para essas regiões, suprindo a carência de mão-de-obra
e desenvolvendo um grande negócio.
- Fatores que contribuíram para as bandeiras de prospecção e do sertanismo de contrato
A
expulsão dos holandeses do Brasil, permitindo a reorganização do tráfico
negreiro pelos portugueses na colônia, o que fez com que a escravização indígena
não fosse mais lucrativa como antes. Os bandeirantes buscaram, então, outras
formas de sobrevivência.
- Os bandeirantes e a expansão territorial
As
expedições, fosse para apresar indígenas ou procurar metais preciosos,
dirigiram-se para o sul e para o oeste, principalmente, promovendo a ocupação
de vastas áreas do interior do território.
A
medida que as bandeiras entravam no território brasileiro em busca de índios,
metais preciosos ou escravos fugitivos, avançavam além da linha do Tratado de
Tordesilhas, promovendo a ocupação que foi fundamental para a definição dos
futuros limites territoriais.
·
Monções
Foram
expedições com o objetivo de atender às necessidades de abastecimento das
pessoas isoladas no interior que foram atraídas para as regiões de metais
preciosos.
Em
canoas carregadas de mercadorias (alimentos, roupas e outros produtos), elas
subiam e desciam os rios de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Além de abastecer
as regiões mineradoras, mantinham a comunicação e o transporte entre elas
·
Os
jesuítas e a expansão territorial da colônia
Para
a catequização, os jesuítas obtiveram dos governantes a concessão de sesmarias,
onde foram construídos aldeamentos (ou missões) que reuniam os indígenas. À
medida que os grupos indígenas se afastavam do litoral, fugindo das invasões de
suas terras, os jesuítas também seguiam para o interior do território,
fundando, entre os séculos XVII e XVIII, aldeamentos na Amazônia e no sul e
sudeste do Brasil atual. Com isso, essas missões, “invadiram” o território
espanhol vizinho estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas, contribuindo também,
para a expansão territorial do Brasil.
·
A
vida nos aldeamentos
Nos
aldeamentos ocorria a aculturação
dos indígenas: ali, eles aprendiam a doutrina católica, alguns ofícios e os
costumes da cultura européia. Além disso, nas missões do norte os jesuítas
faziam com que eles trabalhassem na extração de riquezas naturais, conhecidas
como drogas do sertão (guaraná,
pimenta, castanha, baunilha, plantas aromáticas e medicinais), cuja venda
proporcionava grandes lucros aos padres da Companhia de Jesus. Também
aprenderam ofícios e passaram a realizar tarefas que atendiam às necessidades
dos missionários, despertando o interesse dos compradores de escravos.
·
A
Revolta de Beckman
Foi
um movimento de um grupo de senhores de engenho maranhenses, liderado por Manuel Beckman, para acabar com a
Companhia de Comércio e com a influência dos jesuítas. Queriam, também, obter
de Portugal autorização para escravizar os índios.
A
rebelião eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684. Os armazéns da Companhia
foram destruídos, a escola dos jesuítas foi invadida e estes foram expulsos do
Maranhão.
Os
rebeldes constituíram um governo provisório e o irmão de Manuel Beckman, Tomás,
foi encarregado de ir a Lisboa expor a situação ao rei de Portugal. Este, ao
saber dos acontecimentos, não aceitou a atitude dos revoltosos: ordenou a
prisão de Tomás Beckman e enviou ao Maranhão um novo governador, Gomes Freire
de Andrade, que, ali chegando, em 1685, mandou enforcar Manuel Beckman e outros
líderes do movimento.
·
A
pecuária e a expansão territorial
A
pecuária promoveu a ocupação e integração econômica das áreas das caatingas do
nordeste e das campinas do sul, que não eram apropriadas à agricultura
exportadora.
Ela
foi considerada uma atividade singular na colônia porque, ao contrário das
atividades principais, voltadas para a exportação, a pecuária tinha como
finalidade básica atender ao mercado interno, e seus lucros ficavam na colônia
·
A
pecuária nordestina e a sulina
A
pecuária nordestina avançava em direção ao sertão, seguindo, geralmente, o
curso dos rios; tinha, no início, a finalidade de abastecer a área açucareira
com carne e força motriz. Com o desenvolvimento da mineração, passou a atender
também a demandas das áreas mineradoras. Começou a declinar em meados do século
XVIII, devido à concorrência de Minas Gerais, que passou a abastecer as zonas
mineradoras; no final do século, sofreu o golpe final provocado pelas secas.
A
pecuária sulina desenvolveu-se nas vastas campinas do atual estado do Rio
Grande do Sul, tendo sido a única atividade econômica da região no período
colonial. O trabalho era feito nas estâncias por capatazes e peões (na maioria
brancos, índios e mestiços assalariados) e, em geral, era administrado pelo
próprio dono da estância e sua família. Até fins do século XVIII, antes de
surgir a indústria do charque, apenas o couro era aproveitado, pois não havia
quem consumisse carne. Além do gado bovino, havia a criação de cavalos e,
principalmente, mulas (muares), que eram exportadas para a região de Minas
Gerais
Fontes:
COTRIM,
Gilberto. História Global - Brasil e
Geral: 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM,
Gilberto, História Global – Brasil e
Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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