Col. Est.
Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 3° Ano
Disciplina: História –
2016
Totalitarismo
- Ideologias totalitárias
O
chamado totalitarismo é um regime político marcado por um Estado forte,
absoluto, isto é, que estende seu poder osbre todos os setores da sociedade,
supondo alcançar a completa submissão dos indivíduos. Sua denominação
derivou-se de uma frase proferida pelo líder fascista Benito Mussolini: “Tudo
no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”.
- Elementos que caracterizam o totalitarismo
Partido
único – determinação da linha política do Estado por um único partido, de
hierarquia rígida, conduzido em geral por um líder autoritário; Ideologia
oficial – existência de uma ideologia de Estado bastante abrangente,
representada pelo partido único, que deve ser seguida por todos os cidadãos;
Estado policial – controle estrito da sociedade por órgãos de repressão
política (polícia política, exército etc.) e eliminação das oposições por
intermédio, por exemplo, de prisões, censura aos meios de comunicação, coerção
física e psicológica; Propaganda estatal – adoção de vigorosa propaganda com o
propósito de divulgar a ideologia oficial e promover o culto à personalidade
dos líderes do regime; Intervencionismo econômico – direção e controle geral da
economia pelo Estado.
- Fatores que favoreceram o surgimento de regimes totalitários
Diversos
fatores costumam ser apontados: as dificuldades sociais e econômicas do
pós-guerra na Europa; a crise do capitalismo internacional, que levou a uma
queda na atividade econômica mundial e aumentou a inflação e o desemprego em
vários países, gerando uma situação socialmente explosiva; a debilidade das
diversas democracias liberais, que não conseguiam dar solução a esses graves
problemas da época; o avanço do socialismo, que conquistava cada vez mais
adeptos com a crise do capitalismo e o exemplo da Revolução Russa – a crise só
favorecia a conquista de mais adeptos pelo socialismo. Assim, para defender
seus interesses, grande parcela das elites apoiou a ascensão das ideologias
totalitárias que prometiam acabar com o socialismo, como o fascismo e o
nazismo, entre outras tendências que abundariam nesse período.
- A ascensão do Partido Nacional Fascista ao poder na Itália
O
Partido Fascista, fundado em 1921, apresentou-se como solução para a grave
crise italiana decorrente da Primeira Guerra Mundial. Os fascistas afirmavam
ser capazes de acabar com as greves operárias e com a agitação dos socialistas,
bem como de encaminhar a economia do país ao crescimento. Foram, por isso,
apoiados e financiados por muitos industriais, conquistando o poder em 1922.
Em
relação a educação, o governo fascista tinha o propósito de tornar a educação
pública um meio de impor sua doutrina à sociedade, submetendo o indivíduo à
total obediência ao Estado. À medida que o fascismo firmava-se como regime de
governo, ampliava-se o processo de transformação das instituições educacionais,
incluindo, por exemplo, o lançamento de um livro didático único para as classes
elementares e a militarização da vida escolar.
- As ideias fascistas
Segundo
o próprio Mussolini, em 1919, o movimento fascista não tinha uma doutrina
claramente elaborada. Era impulsionado por uma vontade de ação de cunho
nacionalista dirigida contra o liberalismo e o socialismo. Sendo também
antiproletário, o movimento fascista atraiu parcela das classes médias
conservadoras e da alta burguesia.
Aos
poucos, porém, os fascistas foram definindo suas concepções sobre o modelo de
sociedade a ser construído. Nele, o indivíduo deveria ser submisso às
necessidades do Estado, que se tornaria, então, uma instituição poderosa, capaz
de controlar, inclusive, a vida pública e a vida privada.
- O governo de Mussolini
Nos
primeiros dois anos (1922-1924), Mussolini empenhou-se na construção do Estado
totalitário, na divulgação do nacionalismo fascista e no terrorismo das
milícias, para acabar com as oposições. Nos anos seguintes (1925-1939), já
instalada a ditadura. Dedicou-se à transformação das instituições educacionais
e à militarização da sociedade italiana. No plano externo, conduziu a expansão
colonial italiana na África, ocupando em maio de 1936, a capital da Etiópia.
- A Alemanha após a Primeira Guerra Mundial
Após
a derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha apresentava imensas
dificuldades socioeconômicas (apesar da retomada do desenvolvimento
industrial), com elevado número de desempregados e altas taxas de inflação.
Diversos setores do operariado protestavam contra a exploração capitalista em
greves organizadas pelo Partido Comunista Alemão (KPD) e pelo Partido Social
Democrata (SPD). O temor da expansão do socialismo fez com que considerável
parcela da elite política e econômica alemã apoiasse o Partido Nazista,
autoritário e antidemocrático, liderado por Adolf Hitler.
- A ascensão do Partido Nazista ao poder
Em
1923, os nazistas tentaram tomar o poder por meio de um golpe militar para
derrubar o governo alemão. O golpe fracassou, e Hitler foi preso. Von
Hindenburg, eleito presidente da Alemanha em 1925, não conseguiu promover a
estabilização política nem superar as dificuldades econômicas do país. Os
nazistas acabaram por conquistar a maior bancada do Parlamento (38% dos
deputados) nas eleições de julho de 1932, o que favoreceu a ascensão de Hitler,
nomeado chanceler (chefe de governo) em 1933.
- Nazi
A
palavra nazi é formada de duas sílabas extraídas da palavra alemã Nationalsozialistische (Nacional-Socialista), que compõe o nome do partido
liderado por Hitler. Daí derivaram-se os termos nazista e nazismo. Os
partidários eram também chamados de nazis.
- A doutrina nazista
Suas principias teses eram: a ideia da superioridade
da raça ariana; o antissemitismo; o total fortalecimento do Estado,
personificado na figura do Führer (chefe), ao qual o indivíduo devia
submeter-se totalmente; e o expansionismo, isto é, o direito do povo alemão de
conquistar seu espaço vital, expandindo militarmente seu território para reunir
as comunidades alemãs em outros países e sustentar seu desenvolvimento.
- Os regimes totalitários de Portugal e da Espanha
Na
primeira metade do século XX, expandiram-se em toda a Europa e em diversas
partes do mundo doutrinas totalitárias de inspiração nazifacista. Na Espanha,
uma violenta Guerra Civil (1936-1939) resultou na tomada de poder pelo general
Francisco Franco, com o apoio dos proprietários de terra, do alto clero e de
setores do exército, governando até sua morte, em 1976. Em Portugal, Antônio de
Oliveira Salazar assumiu, em 1932, a presidência do Conselho de Ministros e
conduziu a vida política do país, como chefe de governo, até se afastar por
motivo de doença, 1968.
Fonte
Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global –
Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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