sexta-feira, 18 de março de 2016

ECONOMIA COLONIAL: AÇÚCAR - 2° ANO



Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    2° Ano 
Disciplina:   História – 2016
 Economia colonial: açúcar
·         Decisão portuguesa de implantar a produção açucareira.
Um conjunto de elementos teria levado a essa decisão: as condições naturais favoráveis de nosso litoral para a lavoura canavieira, como o clima quente e úmido e o solo de massapê no Nordeste; a experiência anterior portuguesa nesse cultivo, bem-sucedida, na ilha da Madeira e no arquipélago dos Açores; e as perspectiva de grandes lucros, pois o açúcar alcançava então altos preços no mercado europeu.
·         Plantation
A plantation era a grande propriedade agrícola (latifúndio), monocultura, escravocrata e voltada para o mercado externo. Esse conjunto de elementos caracterizou a empresa açucareira colonial, constituindo a forma básica da colonização no Brasil, até a descoberta e exploração das minas, a partir do final do século XVII.
·         O mercado interno
A economia colonial, segundo estudos recentes, não ficava exclusivamente voltada para o mercado externo. Existia no Brasil Colônia, uma considerável quantidade de pecuaristas ou de pequenos proprietários de terras que produziam gêneros alimentícios (mandioca, milho, feijão, arroz) para o consumo do mercado interno, produção que era essencial para a população da colônia.
·         A pecuária na economia colonial
A pecuária se tornaria uma das principais atividades econômicas no período colonial, pois fornecia, além de alimento e couro, força motriz e meio de transporte para os habitantes das cidades e para os engenhos.
·         A sociedade colonial açucareira
Era constituída basicamente, dos senhores de engenho e sua família, os escravos e os trabalhadores assalariados que trabalhavam no engenho, além de funcionários do rei, padres e profissionais liberais (médicos, advogados, engenheiros).
·         O engenho
O engenho era formado por diferentes espaços: Senzala (moradia dos escravos), casa grande (moradia do senhor de engenho e centro administrativo), casa do engenho (lugar onde se localizavam instalações como a moenda e as fornalhas), casa de purgar (utilizada para o branqueamento do açúcar), galpões (utilizados para transformar o açúcar em pó).
·         A escravidão africana na América
Os principais argumentos para a utilização da escravidão africana na América foram: a não  adaptação do indígena ao trabalho da lavoura (que, na sua cultura, era incumbência das mulheres); o fato de os indígenas serem muito vulneráveis à doenças dos brancos, tornando arriscado investir tempo e capital no treinamento do trabalho indígena; a maior familiaridade de algumas culturas negras com atividades ligadas à empresa açucareira, metalurgia e criação do gado, por exemplo; a posição da Igreja, que se opunha à escravização dos indígenas, mas não combatia a dos africanos; a insubmissão dos indígenas; o fato de o tráfico negreiro ser muito lucrativo para a metrópole, enquanto o comércio de escravos indígenas servia a um mercado interno, que não pertencia à lógica mercantilista.
·         O papel do escravo africano na economia colonial
O escravo africano foi a base das atividades econômicas realizadas no Brasil colonial, sendo responsável pela maior parte dos trabalhos na produção do açúcar, na mineração, nos outros cultivos agrícolas, na criação de animais, no transporte, no serviço doméstico e no comércio.
Escravidão e resistência
·         O tráfico negreiro no Atlântico
Teve início nas mãos dos portugueses. Pioneiros nas grandes navegações pelo Atlântico, em busca de um novo caminho para o Oriente, eles realizaram o périplo africano, estabelecendo feitorias na costa da África e participando da escravização dos africanos.
·         O tráfico negreiro e os interesses em três continentes
O tráfico negreiro unia interesse nos três continentes no sentido de que articulava um comércio triangular entres esses três continentes; os navios europeus levavam mercadorias da colônia e da metrópole para a África e as trocavam por africanos escravizados por comerciantes e lideranças locais; depois, levavam esses escravos à América para vende-los aos colonos americanos.
·         Os tumbeiros
Tumbeiros (ou túmulos flutuantes) era a designação dada aos navios negreiros. Trata-se de uma referência a tumba (túmulo), devido à alta mortalidade de africanos escravizados durante seu traslado pelo Atlântico até a América (5% a 25%), em decorrência das péssimas condições de vida durante a longa viagem: espaço reduzido, calor quase insuportável, água suja, pouco alimento e os cativos acorrentados.
·         O trabalho dos escravos
Os escravos exerciam todos os tipos de trabalho: nas plantações de cana e de algodão, nos engenhos de açúcar, na mineração, nos serviços domésticos, no artesanato e nas cidades, onde trabalhavam como escravos de ganho.
A escolha para as diferentes atividades ocorria pela maior ou menor “adaptação” cultural: o escravo recém chegado da África, chamado de boçal, desconhecia a língua portuguesa e o trabalho a ser feito, enquanto o ladino (que já falava português) e o nascido no Brasil conheciam melhor a rotina do trabalho. O primeiro era utilizado nas tarefas mais rudes e pesadas, enquanto o ladino e o nascido no Brasil recebiam tarefas que exigiam mais habilidade. Os escravos domésticos eram escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis.
·         Formas de resistência dos escravos africanos
Violência contra si próprios (como o aborto feito por algumas mulheres, para que o filho não fosse escravo; suicídio); fugas individuais e coletivas; confrontação (reação violenta contra senhores e feitores); boicote (como redução do ritmo ou paralisação das atividades), sabotagem (como a quebra de ferramentas ou incêndio das plantações) ou mesmo negociações para minimizar aspectos do cativeiro.
·         Situações que os negros negociavam
Muitos escravos cumpriam as exigências de obediência e trabalho em troca de um melhor padrão de sobrevivência e da conquista de espaço para expressão de sua cultura e organização de festas.
·         Os quilombos
Os quilombos eram comunidades de diversos tamanhos formadas por negros fugidos da exploração escrava. Além da população africana e seus descendentes, acolhia também indígenas e brancos perseguidos pela justiça.
·         Palmares
Palmares, considerado o quilombo mais importante de nossa história, recebeu esse nome porque ocupava uma extensa região de palmeiras. Estava situado no atual estado de Alagoas, que, na época fazia parte da capitania de Pernambuco.
Em Palmares, os quilombolas, para sobreviverem, criavam gado e cultivavam milho, feijão, cana-de-açúcar e mandioca, além de realizar um razoável comércio com os povoados próximos.
Palmares resistiu por 65 anos (1629-1694), chegando a ter, segundo um governador da capitania de Pernambuco do período, aproximadamente 20 mil habitantes. Número questionável devido ao fracasso de diversas expedições militares, enviadas contra o quilombo.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba, que governou o quilombo de 1656 a 1678. Foi destituído por seu sobrinho Zumbi, que foi contra realização de acordos de paz com o governador de Pernambuco.
Zumba foi assassinado e Zumbi passou a liderar Palmares, comandando a luta contra vários ataques dos brancos
Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares, no entanto, sem lograr êxito.
Em 1964, o governo, em nova tentativa, enviou cerca de 6 mil homens para ajudar os bandeirantes comandados por Jorge Velho. Ao final do combate, o quilombo foi destruído e sua população, massacrada. Zumbi conseguiu escapar ao cerco, mas foi preso e morto em 1695. Cortaram-lhe a cabeça, que foi exposta em praça pública em Recife.
·         Zumbi – símbolo da resistência
A memória de Zumbi permaneceu viva devido a suas qualidades de liderança, capacidade de luta e de organização, características de usa atuação no comando do quilombo dos Palmares – o grande marco da resistência negra contra a escravidão, que, por praticamente um século, afrontou e enfrentou as autoridades coloniais.
O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente como o Dia da Consciência Negra.

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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