Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2°
Ano
Disciplina: História – 2016
Economia
colonial: açúcar
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Decisão portuguesa de implantar a produção açucareira.
Um conjunto de elementos teria levado a essa
decisão: as condições naturais favoráveis de nosso litoral para a lavoura
canavieira, como o clima quente e úmido e o solo de massapê no Nordeste; a
experiência anterior portuguesa nesse cultivo, bem-sucedida, na ilha da Madeira
e no arquipélago dos Açores; e as perspectiva de grandes lucros, pois o açúcar
alcançava então altos preços no mercado europeu.
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Plantation
A plantation era a grande propriedade agrícola
(latifúndio), monocultura, escravocrata e voltada para o mercado externo. Esse
conjunto de elementos caracterizou a empresa açucareira colonial, constituindo
a forma básica da colonização no Brasil, até a descoberta e exploração das
minas, a partir do final do século XVII.
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O mercado interno
A economia colonial, segundo estudos recentes,
não ficava exclusivamente voltada para o mercado externo. Existia no Brasil
Colônia, uma considerável quantidade de pecuaristas ou de pequenos
proprietários de terras que produziam gêneros alimentícios (mandioca, milho,
feijão, arroz) para o consumo do mercado interno, produção que era essencial
para a população da colônia.
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A pecuária na economia colonial
A pecuária se tornaria uma das principais
atividades econômicas no período colonial, pois fornecia, além de alimento e
couro, força motriz e meio de transporte para os habitantes das cidades e para
os engenhos.
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A sociedade colonial açucareira
Era constituída basicamente, dos senhores de
engenho e sua família, os escravos e os trabalhadores assalariados que
trabalhavam no engenho, além de funcionários do rei, padres e profissionais liberais
(médicos, advogados, engenheiros).
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O engenho
O engenho era formado por diferentes espaços:
Senzala (moradia dos escravos), casa grande (moradia do senhor de engenho e
centro administrativo), casa do engenho (lugar onde se localizavam instalações
como a moenda e as fornalhas), casa de purgar (utilizada para o branqueamento
do açúcar), galpões (utilizados para transformar o açúcar em pó).
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A escravidão africana na América
Os principais argumentos para a utilização da
escravidão africana na América foram: a não
adaptação do indígena ao trabalho da lavoura (que, na sua cultura, era
incumbência das mulheres); o fato de os indígenas serem muito vulneráveis à
doenças dos brancos, tornando arriscado investir tempo e capital no treinamento
do trabalho indígena; a maior familiaridade de algumas culturas negras com
atividades ligadas à empresa açucareira, metalurgia e criação do gado, por
exemplo; a posição da Igreja, que se opunha à escravização dos indígenas, mas
não combatia a dos africanos; a insubmissão dos indígenas; o fato de o tráfico
negreiro ser muito lucrativo para a metrópole, enquanto o comércio de escravos
indígenas servia a um mercado interno, que não pertencia à lógica
mercantilista.
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O papel do escravo africano na economia colonial
O escravo africano foi a base das atividades
econômicas realizadas no Brasil colonial, sendo responsável pela maior parte
dos trabalhos na produção do açúcar, na mineração, nos outros cultivos
agrícolas, na criação de animais, no transporte, no serviço doméstico e no comércio.
Escravidão
e resistência
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O tráfico negreiro no Atlântico
Teve início nas mãos dos portugueses. Pioneiros
nas grandes navegações pelo Atlântico, em busca de um novo caminho para o
Oriente, eles realizaram o périplo africano, estabelecendo feitorias na costa
da África e participando da escravização dos africanos.
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O tráfico negreiro e os interesses em três continentes
O tráfico negreiro unia interesse nos três
continentes no sentido de que articulava um comércio triangular entres esses
três continentes; os navios europeus levavam mercadorias da colônia e da
metrópole para a África e as trocavam por africanos escravizados por
comerciantes e lideranças locais; depois, levavam esses escravos à América para
vende-los aos colonos americanos.
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Os tumbeiros
Tumbeiros (ou túmulos flutuantes) era a
designação dada aos navios negreiros. Trata-se de uma referência a tumba
(túmulo), devido à alta mortalidade de africanos escravizados durante seu traslado
pelo Atlântico até a América (5% a 25%), em decorrência das péssimas condições
de vida durante a longa viagem: espaço reduzido, calor quase insuportável, água
suja, pouco alimento e os cativos acorrentados.
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O trabalho dos escravos
Os escravos exerciam todos os tipos de
trabalho: nas plantações de cana e de algodão, nos engenhos de açúcar, na
mineração, nos serviços domésticos, no artesanato e nas cidades, onde
trabalhavam como escravos de ganho.
A escolha para as diferentes atividades ocorria
pela maior ou menor “adaptação” cultural: o escravo recém chegado da África,
chamado de boçal, desconhecia a língua portuguesa e o trabalho a ser feito,
enquanto o ladino (que já falava português) e o nascido no Brasil conheciam
melhor a rotina do trabalho. O primeiro era utilizado nas tarefas mais rudes e
pesadas, enquanto o ladino e o nascido no Brasil recebiam tarefas que exigiam
mais habilidade. Os escravos domésticos eram escolhidos entre aqueles que os
senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis.
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Formas de resistência dos escravos africanos
Violência contra si próprios (como o aborto
feito por algumas mulheres, para que o filho não fosse escravo; suicídio);
fugas individuais e coletivas; confrontação (reação violenta contra senhores e
feitores); boicote (como redução do ritmo ou paralisação das atividades),
sabotagem (como a quebra de ferramentas ou incêndio das plantações) ou mesmo
negociações para minimizar aspectos do cativeiro.
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Situações que os negros negociavam
Muitos escravos cumpriam as exigências de
obediência e trabalho em troca de um melhor padrão de sobrevivência e da
conquista de espaço para expressão de sua cultura e organização de festas.
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Os quilombos
Os quilombos eram comunidades de diversos
tamanhos formadas por negros fugidos da exploração escrava. Além da população
africana e seus descendentes, acolhia também indígenas e brancos perseguidos
pela justiça.
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Palmares
Palmares, considerado o quilombo mais
importante de nossa história, recebeu esse nome porque ocupava uma extensa
região de palmeiras. Estava situado no atual estado de Alagoas, que, na época
fazia parte da capitania de Pernambuco.
Em Palmares, os quilombolas, para sobreviverem,
criavam gado e cultivavam milho, feijão, cana-de-açúcar e mandioca, além de
realizar um razoável comércio com os povoados próximos.
Palmares resistiu por 65 anos (1629-1694),
chegando a ter, segundo um governador da capitania de Pernambuco do período,
aproximadamente 20 mil habitantes. Número questionável devido ao fracasso de
diversas expedições militares, enviadas contra o quilombo.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi
Ganga Zumba, que governou o quilombo de 1656 a 1678. Foi destituído por seu
sobrinho Zumbi, que foi contra realização de acordos de paz com o governador de
Pernambuco.
Zumba foi assassinado e Zumbi passou a liderar
Palmares, comandando a luta contra vários ataques dos brancos
Em 1687, o governo e os senhores de engenho
contrataram o bandeirante Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir
Palmares, no entanto, sem lograr êxito.
Em 1964, o governo, em nova tentativa, enviou
cerca de 6 mil homens para ajudar os bandeirantes comandados por Jorge Velho.
Ao final do combate, o quilombo foi destruído e sua população, massacrada.
Zumbi conseguiu escapar ao cerco, mas foi preso e morto em 1695. Cortaram-lhe a
cabeça, que foi exposta em praça pública em Recife.
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Zumbi – símbolo da resistência
A memória de Zumbi permaneceu viva devido a
suas qualidades de liderança, capacidade de luta e de organização,
características de usa atuação no comando do quilombo dos Palmares – o grande
marco da resistência negra contra a escravidão, que, por praticamente um
século, afrontou e enfrentou as autoridades coloniais.
O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado
atualmente como o Dia da Consciência Negra.
COTRIM, Gilberto, História
Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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