Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Filosofia - 2017
LÓGICA
· Aristóteles e a lógica
Aristóteles afirmava que a lógica não entra em
nenhuma das classificações nas quais ele dividiu as ciências (técnicas,
teoréticas e práticas. Ela seria um
pré-requisito para o estudo de todas as ciências
Em outras palavras, Aristóteles demonstrou que
a lógica é necessária para a busca da verdade em todas as ciências, porque ela
analisa o modo como o pensamento é estruturado, indicando por isso a maneira
correta de pensar. Desde que um determinado raciocínio seja conduzido
adequadamente – isto é, segundo os preceitos da lógica -, garante-se que a
conclusão a que ele chega será verdadeira.
Segundo o filósofo, a lógica estuda o
raciocínio por meio da análise das proposições, quer dizer, das afirmações que
são proferidas, escritas ou simplesmente pensadas pelo indivíduo que estuda uma
determinada ciência ou procura a verdade sobre algum fenômeno.
· Raciocínio
Raciocínio propriamente dito é um processo
mental no qual se interconectam ideias para se chegar a algum entendimento,
solução ou decisão sobre determinado assunto. Geralmente nem percebemos que
estamos raciocinando, mas há momentos em que nos empenhamos em um raciocínio
com toda a atenção e intenção.
· Argumento
Quando se aplica o pensamento para chegar a um
novo conhecimento ou compreensão, as proposições são encadeadas de modo que
delas seja possível extrair uma nova proposição denominada conclusão, que
contém uma ideia que antes não estava expressa claramente, ou era desconhecida.
Esses encadeamentos de proposições recebem o nome de argumento.
· Silogismo
O Silogismo é, para Aristóteles, a forma mais
adequada de estrutura lógica de pensamento. É o encadeamento de duas premissas
(uma geral e outra particular) que levam a uma conclusão particular.
Silogismo vem do grego syllogismós, que quer
dizer “argumento”.
Premissa, do latim praemissa (“a que é enviada
primeiro”), é uma proposição da qual se extrairá uma nova afirmação; para isso,
ela deve se relacionar com outra premissa, num raciocínio lógico.
· As qualificações “geral
e particular”
As qualificações geral e particular referem-se
à “amplitude” da proposição. Ela é geral quando diz algo sobre todos os
representantes individuais de um determinado conjunto. Por exemplo, a frase
“Todos os mamíferos respiram” é uma proposição geral, porque comunica uma
característica que pertence a cada um dos elementos do conjunto denominado
mamíferos.
A proposição particular é aquela que afirma
alguma coisa sobre apenas um ou alguns seres ou objetos. “Esse elefante é um
mamífero” é uma proposição particular: ela informa um aspecto correspondente a
determinado sujeito (“este elefante”, e nenhum outro).
No silogismo tem de haver um relacionamento
específico entre as premissas; de forma abstrata, ele pode ser descrito da
seguinte forma:
Premissa
1: Todo A é B.
Premissa
2: C é um exemplar de A.
Conclusão:
C é B.
Vejamos agora algo mais concreto:
Os
mamíferos (A) respiram (B).
O
elefante (C) é um mamífero (A).
Logo,
o elefante (C) respira (B)
Esse é um exemplo de silogismo válido, assim
denominado porque está organizado segundo a estrutura que Aristóteles
demonstrou ser correta. Quando ambas as premissas são verdadeiras, a conclusão
será necessariamente verdadeira.
· Falácias
O termo latino fallacia significa “engano,
trapaça”. Assim, em sua acepção comum, a palavra falácia costuma ser usada para
referir uma ideia equivocada ou um a crença falsa, como em “Dizer que o mundo
vai acabar é uma falácia”. No âmbito da lógica, falácia é qualquer erro de raciocínio
ou argumentação. No entanto, esse termo costuma ser reservado mais comumente
aos raciocínios ou argumentos enganosos, isto é, após um exame cuidadoso, se
percebe que não são. Vejamos um exemplo:
Todo
gato perfeito tem quatro patas.
Todo
gato que conheço tem quatro patas.
Logo,
todo gato que conheço é perfeito.
O silogismo categórico acima poder parecer
correto à primeira vista. No entanto, se prestar atenção um pouco mais, notará
que a conclusão é precipitada e injustificada, mesmo que sejam verdadeiras as
premissas: não é possível concluir que todos os gatos que conheço são perfeitos
só porque têm quatro patas. As quatro patas são apenas uma das condições de
perfeição física nos gatos.
· Dedução
A maioria dos exemplos de argumentos que vimos
até agora são dedutivos. O ideal da lógica tem sido encontrar as condições
necessárias para que, de proposições verdadeiras, se obtenham conclusões
verdadeiras. E é apenas o método dedutivo que oferece essa possibilidade e
garantia.
A dedução é um modo de raciocinar, argumentar e
demonstrar em que a conclusão é uma consequência lógica das premissas (ou pelo
menos a pessoa que o utiliza pensa ser). Isso quer dizer que, dedução e
argumento válido se identificam, pois têm a mesma definição – ou seja, toda
dedução é um argumento válido e vice-versa. Mas se pensarmos na dedução em
sentido amplo, também é possível dizer que as pessoas podem “deduzir”
erroneamente sempre que usarem esse método com uma forma inválida, o que de
fato fazem com muita frequência.
Há, porém, outra maneira de caracterizar a
dedução que a diferencia nitidamente da indução: o argumento dedutivo é aquele
que vai do maior ao menor, ou do geral ao particular ou singular,
de tal modo que sua conclusão constitui algo que já estava contido, mesmo que
implicitamente, nas premissas.
Isso pode ficar mais claro com o seguinte
argumento dedutivo como exemplo:
“Todos
os suspeitos são (ou devem ser) pessoas que estavam no prédio entre 12 e 14
horas.
Lana
não é uma pessoa que estava no prédio entre 12 e 14 horas.
Logo,
Lana não é (ou deve ser) suspeita.”
Observe que o argumento parte da premissa
universal (iniciada por todos) e conclui com uma proposição singular,
referente a apenas um único indivíduo (Lana). Sua forma lógica é “Todo A
é B. C não é B. Logo, C não é A” (forma válida). Esse tipo de raciocínio é
comum na aplicação das leis científicas – que são enunciados gerais – a situações
específicas (como, por exemplo, quando você resolve um problema de física.) As
demonstrações matemáticas, como a realizada na lousa pelo professor, são todas
baseadas no raciocínio dedutivo.
Note também que o conteúdo da conclusão não
excede os limites das informações contidas nas premissas – ele é extraído
delas. Por isso costuma-se dizer que os argumentos dedutivos, embora forneçam
provas conclusivas de uma proposição, não são ampliativos, tendo em
vista que nada acrescentam ao que já se sabia, ou seja, ao que estava implícito
nas premissas. O trabalho do argumento dedutivo seria “apenas” o de explicitar
essa informação.
· Indução
A indução, por sua vez, costuma ser
caracterizada como um modo de raciocinar que vai do menor ao maior, ou
do singular ou particular ao geral, de tal maneira que sua conclusão vai
além do que enunciam suas premissas.
Nós raciocinamos dessa forma com muita
frequência: temos uma experiência, fazemos um juízo sobre ela e o
generalizamos. No exemplo a seguir, podemos identificar, de forma implícita, o
seguinte argumento indutivo:
“Um
dia meu joelho doeu e depois choveu.
Repetidas
vezes meu joelho doeu e depois choveu.
Logo,
sempre que meu joelho doer vai chover”.
Observe que o argumento parte de proposições que enunciam
uma observação individual relativa a um ou mais momentos e, por analogia
(relação de semelhança), a generaliza (aplica-a a momentos similares
ainda não experimentados). Note também que a conclusão não é uma consequência
lógica das premissas, extrapolando as informações disponíveis nelas, ou seja, a
conclusão estende a afirmação contida nas premissas além dos seus limites (para
todas as situações futuras).
A indução tem um lugar de destaque na ciência, onde costuma
ser aplicada de maneira criteriosa e controlada. Um cientista, por exemplo,
observa o momento em que a água entra em ebulição sob determinadas condições e
vê que o termômetro marca certa temperatura; depois ele realiza a experiência
reiteradas vezes sob as mesmas condições, comprovando que o resultado é sempre
o mesmo. Desse modo, ele induz (conclui por indução) que a água sempre entra em
ebulição a 100°C ao nível do mar. Mas essa conclusão não foi obtida por dedução
lógica, e sim por observação (ou seja, indução).
Por isso, costuma-se dizer que o raciocínio indutivo é ampliativo,
tendo em vista que sua conclusão vai além do enunciado nas premissas. Essa é
sua riqueza, mas também será sempre provável (provavelmente verdadeira),
mas não garantida ou necessária, no sentido estritamente lógico-dedutivo.
Fonte Bibliográfica:
CHALITA,
Gabriel, Vivendo a filosofia: ensino médio, volume único, 4. ed. São Paulo:
Ática, 2011.
COTRIM,
Gilberto, Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
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