Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Sociologia – 2017
MAX
WEBER E A ÉTICA PROTESTANTE
·
Ética protestante calvinista
Segundo a lógica de pensamento de Weber,
o Capitalismo teve parte de sua base inicial na ação social dos membros que
seguiam a ética protestante calvinista estudada por ele.
Os calvinistas tinham uma ética de vida
voltada ao trabalho e à disciplina muito forte, pois acreditavam que trabalho e
sucesso seriam indícios de que além de estarem glorificando a Deus estariam
garantindo a salvação.
Na crença dos calvinistas, os homens
nascem predestinados à salvação ou ao inferno. Assim sendo, como ninguém
poderia fazer nada contra o destino, para salvar-se, dedicavam-se a glorificar
a Deus pelo trabalho.
Com o passar dos tempos, essa ideia de
que a predestinação e o sucesso profissional seriam indícios de salvação da
alma foi perdendo força. Mas o interessante é que o trabalho disciplinado e a
busca do sucesso, diga-se, acúmulo de capital, continuaram a existir
independentemente da motivação religiosa. Isto resultou no aparecimento dos
primeiros capitalistas, segundo Weber.
Para Weber, ser capitalista é sinônimo
de ser disciplinado no que se faz. Seria pela grande dedicação ao trabalho que
resultaria o sucesso e o enriquecimento. Herança da ética protestante.
·
Os católicos, as outras religiões e o
capitalismo
Mas por que os católicos e as outras
religiões orientais não tiveram parte nesta construção capitalista analisada
por Weber?
Os católicos europeus não tinham a ideia
da predestinação e não viam o sucesso no trabalho como indícios de salvação e
nem como forma de glorificar a Deus, como faziam os calvinistas. Assim sendo,
sem motivos divinos para dedicarem-se tanto ao trabalho, não fizeram parte da
lista weberiana dos primeiros capitalistas. Ainda mais porque a ética católica
privilegiava o discurso pobreza.
Quanto às religiões do mundo oriental, a
explicação seria de que essas tinham uma imagem de Deus como sendo parte do
mundo, ao contrário da ética protestante ocidental que o concebia como estando
fora do mundo e puro. Assim sendo, os orientais valorizavam o mundo, pois Deus
estaria nele. O Budismo e o Confucionismo são exemplos do que falamos. E daí a
ideia e a prática de não se viver apenas para o trabalho, mas sim de poder
aproveitar tudo o que se ganha pelo trabalho com as coisas desta vida, entende?
·
Os problemas do mundo moderno
Em relação ao mundo moderno (científico),
Weber demonstrava um certo pessimismo e não encontrava saída para os problemas
culturais que nele surgiam, assim como para a “prisão” na qual o homem se
encontrava por causa do sistema capitalista.
Antes da sociedade moderna, a religião
era o que motivava a vida das pessoas e dava sentido para suas ações, inclusive
ao trabalho. Mas com o pensamento científico tomando espaço como referencial de
mundo, certos apegos culturais – crenças, formas de agir – vindos da
religiosidade foram confrontados. O problema que Weber via era que a Ciência
não poderia ocupar por completo o lugar que a Religião tinha ao dar sentido ao
mundo.
Se, em contextos históricos anteriores,
o trabalho poderia ser motivado pela religião, como foi explicado
anteriormente, e agora não é mais, devido à racionalização do mundo, por que,
então, o homem se prende tanto ao trabalho?
Porque o sistema capitalista – da
produção industrial em série e da exploração da mão de obra – deixou o homem
ocidental sem uma “válvula de escape”. Preso, agora ele vive do e para o
trabalho.
E para resolver tal crise? Weber não
apresenta solução, apenas refletiu sobre o problema sem demonstrar como poderia
ser superado.
·
Max Weber e sua visão de poder
Weber considera que as relações de mando
e obediência estão baseadas em aspectos materiais, no hábito de obediência e na
legitimidade. O poder legítimo pode ser chamado de “autoridade” e assume três tipos:
O poder é definido como a
probabilidade de um ator impor a sua vontade a outro, mesmo contra a
resistência deste. Está situado dentro de uma relação social, e indica a
situação de desigualdade que faz com que um dos atores possa impor a sua
vontade ao outro. Estes atores podem ser grupos – por exemplo, Estados – ou
indivíduos.
A dominação pode ser definida
pela probabilidade que tem um ator de contar com a obediência dos que, em
teoria, devem obedecê-lo.
A diferença entre poder e dominação está
em que, no primeiro caso, o comando não é necessariamente um dever; no segundo,
a obediência se fundamenta no reconhecimento, por aqueles que obedecem, das
ordens que lhes são dadas.
·
Tipos puros de dominação
“No cerne de relações sociais, moldadas
pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada
em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação
estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar ordens, por isso ele
acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de
dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de
encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo
determinado.
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado
e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a
“burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os princípios
fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a Administração
baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições
são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A
obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra,
que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de
obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez
que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são criadas e
modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de
autoridade é legalmente assegurado.
“Como exemplo podemos citar os agentes
tributários, o conjunto da gestão administrativa das sociedades modernas
(regulamentação dos automóveis, exames universitários etc.)”
Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e
simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o
governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário
é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se
obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade
pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas
tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de
um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da
tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável,
devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência
direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.
“Como exemplo podemos citar o poder dos
reis, se exercerem o poder efetivo.”
Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças
a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças”
transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam
os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas
tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes
são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas
qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação
e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por
parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma
mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo.
Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo instável, pois
nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte
dos dominados.
Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em
suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional
a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde alcance a missão
do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.”
WILD, Bianca. “Os tipos de dominação segundo Max Weber”;
Brasil Escola. Disponível em http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-tipos-dominacao-segundo-max-weber.htm. Acesso em 12 de outubro de 2017.
Como
exemplo podemos citar Lênin, General de Gaulle e mais recentemente Lula aqui no
Brasil
PENA, Marcelo, Pré-Universitário: filosofia &
Sociologia, anual, volume único – Fortaleza: FB Editora, 2014.
WILD, Bianca. “Os tipos de dominação segundo Max Weber”;
Brasil Escola. Disponível em http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-tipos-dominacao-segundo-max-weber.htm. Acesso em 12 de outubro de 2017.
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