terça-feira, 7 de novembro de 2017

MAX WEBER E A ÉTICA PROTESTANTE - SOCIOLOGIA 1º ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Sociologia – 2017

MAX WEBER E A ÉTICA PROTESTANTE

·       Ética protestante calvinista
Segundo a lógica de pensamento de Weber, o Capitalismo teve parte de sua base inicial na ação social dos membros que seguiam a ética protestante calvinista estudada por ele.
Os calvinistas tinham uma ética de vida voltada ao trabalho e à disciplina muito forte, pois acreditavam que trabalho e sucesso seriam indícios de que além de estarem glorificando a Deus estariam garantindo a salvação.
Na crença dos calvinistas, os homens nascem predestinados à salvação ou ao inferno. Assim sendo, como ninguém poderia fazer nada contra o destino, para salvar-se, dedicavam-se a glorificar a Deus pelo trabalho.
Com o passar dos tempos, essa ideia de que a predestinação e o sucesso profissional seriam indícios de salvação da alma foi perdendo força. Mas o interessante é que o trabalho disciplinado e a busca do sucesso, diga-se, acúmulo de capital, continuaram a existir independentemente da motivação religiosa. Isto resultou no aparecimento dos primeiros capitalistas, segundo Weber.
Para Weber, ser capitalista é sinônimo de ser disciplinado no que se faz. Seria pela grande dedicação ao trabalho que resultaria o sucesso e o enriquecimento. Herança da ética protestante.

·       Os católicos, as outras religiões e o capitalismo
Mas por que os católicos e as outras religiões orientais não tiveram parte nesta construção capitalista analisada por Weber?
Os católicos europeus não tinham a ideia da predestinação e não viam o sucesso no trabalho como indícios de salvação e nem como forma de glorificar a Deus, como faziam os calvinistas. Assim sendo, sem motivos divinos para dedicarem-se tanto ao trabalho, não fizeram parte da lista weberiana dos primeiros capitalistas. Ainda mais porque a ética católica privilegiava o discurso pobreza.
Quanto às religiões do mundo oriental, a explicação seria de que essas tinham uma imagem de Deus como sendo parte do mundo, ao contrário da ética protestante ocidental que o concebia como estando fora do mundo e puro. Assim sendo, os orientais valorizavam o mundo, pois Deus estaria nele. O Budismo e o Confucionismo são exemplos do que falamos. E daí a ideia e a prática de não se viver apenas para o trabalho, mas sim de poder aproveitar tudo o que se ganha pelo trabalho com as coisas desta vida, entende?

·       Os problemas do mundo moderno
Em relação ao mundo moderno (científico), Weber demonstrava um certo pessimismo e não encontrava saída para os problemas culturais que nele surgiam, assim como para a “prisão” na qual o homem se encontrava por causa do sistema capitalista.
Antes da sociedade moderna, a religião era o que motivava a vida das pessoas e dava sentido para suas ações, inclusive ao trabalho. Mas com o pensamento científico tomando espaço como referencial de mundo, certos apegos culturais – crenças, formas de agir – vindos da religiosidade foram confrontados. O problema que Weber via era que a Ciência não poderia ocupar por completo o lugar que a Religião tinha ao dar sentido ao mundo.
Se, em contextos históricos anteriores, o trabalho poderia ser motivado pela religião, como foi explicado anteriormente, e agora não é mais, devido à racionalização do mundo, por que, então, o homem se prende tanto ao trabalho?
Porque o sistema capitalista – da produção industrial em série e da exploração da mão de obra – deixou o homem ocidental sem uma “válvula de escape”. Preso, agora ele vive do e para o trabalho.
E para resolver tal crise? Weber não apresenta solução, apenas refletiu sobre o problema sem demonstrar como poderia ser superado.

·       Max Weber e sua visão de poder
Weber considera que as relações de mando e obediência estão baseadas em aspectos materiais, no hábito de obediência e na legitimidade. O poder legítimo pode ser chamado de         “autoridade” e assume três tipos:
O poder é definido como a probabilidade de um ator impor a sua vontade a outro, mesmo contra a resistência deste. Está situado dentro de uma relação social, e indica a situação de desigualdade que faz com que um dos atores possa impor a sua vontade ao outro. Estes atores podem ser grupos – por exemplo, Estados – ou indivíduos.
A dominação pode ser definida pela probabilidade que tem um ator de contar com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo.
A diferença entre poder e dominação está em que, no primeiro caso, o comando não é necessariamente um dever; no segundo, a obediência se fundamenta no reconhecimento, por aqueles que obedecem, das ordens que lhes são dadas.

·       Tipos puros de dominação
“No cerne de relações sociais, moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta, assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos, dominação estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar ordens, por isso ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um tipo de dominação particular. Weber definiu as dominações como a oportunidade de encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
“Como exemplo podemos citar os agentes tributários, o conjunto da gestão administrativa das sociedades modernas (regulamentação dos automóveis, exames universitários etc.)”
Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação. Presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição de uma dignidade pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende intrinsecamente a normas tradicionais (não legais) ao meu ver seria um tipo de “lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social, que se acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição na consciência coletiva.
“Como exemplo podemos citar o poder dos reis, se exercerem o poder efetivo.”

Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e não é requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.
Max Weber observa que o poder racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos carismáticos pessoais.”
WILD, Bianca. “Os tipos de dominação segundo Max Weber”; Brasil Escola. Disponível em http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-tipos-dominacao-segundo-max-weber.htm. Acesso em 12 de outubro de 2017.
            Como exemplo podemos citar Lênin, General de Gaulle e mais recentemente Lula aqui no Brasil

Fonte Bibliográfica:

PENA, Marcelo, Pré-Universitário: filosofia & Sociologia, anual, volume único – Fortaleza: FB Editora, 2014.

WILD, Bianca. “Os tipos de dominação segundo Max Weber”; Brasil Escola. Disponível em http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/os-tipos-dominacao-segundo-max-weber.htm. Acesso em 12 de outubro de 2017.

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