terça-feira, 7 de novembro de 2017

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO - HISTÓRIA 2º ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História 2017

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO

  • Capitalismo financeiro e monopolista
Junto com os avanços científicos e tecnológicos e suas consequências, na segunda metade do século XIX instalou-se uma nova fase da economia capitalista, marcada pela concentração da produção e do capital nas mãos das grandes empresas ou associações de empresas.
Inicialmente, a livre concorrência – um dos princípios básicos do liberalismo – gerou uma batalha de preços. As empresas mais ricas e poderosas, entre outras estratégias, dispunham de mais recursos para manter preços menores por algum tempo. Assim, foram vencendo as empresas mais fracas e com menos recursos. Estas foram obrigadas a fechar ou acabaram absorvidas pelas maiores.
Desse modo, os empresários vitoriosos foram concentrando capitais e mercados, dominando a produção em certos setores. Surgiram, assim, os monopólios econômicos – representados basicamente pelo cartel (grupo de grandes empresas que estabelecem entre si um acordo com o objetivo de controlar a produção, os preços ou mercado de determinado setor); Holding (empresa que detém o controle acionário de outras empresas - possui a maioria das ações -, embora estas mantenham denominação própria e certa autonomia); Truste (fusão de diversas empresas do mesmo ramo).
Essa prática monopolista é um fenômeno que ocorre até hoje, embora muitos governos procurem controla-la ou evita-la, devido a seu efeito negativo sobre a economia, uma vez que pode gerar aumento de preços, inflação e desemprego.

  • A associação dos banqueiros aos industriais
O processo de concentração econômica também atingiu o setor financeiro. Os bancos associaram-se às grandes indústrias para financiar seus investimentos e participar dos lucros de seus projetos.
Assim, além da tendência monopolista, essa nova fase do capitalismo caracterizou-se também pela fusão do capital bancário com o capital industrial, dando origem ao capitalismo monopolista.
Duas principais características do capitalismo monopolista foram:
Ø  Aumento da produção industrial – que, para ser vendida, necessitava da ampliação dos mercados;
Ø  Acúmulo de capitais – que deveriam ser reinvestidos em novos projetos lucrativos para gerar mais capitais.

  • Um mundo partilhado entre grandes nações
Apesar de toda euforia com o crescimento industrial e o acúmulo de capitais a partir da segunda metade do século XIX, os capitalistas tinham de enfrentar a seguinte contradição: como vender a produção industrial cada vez maior e realizar novos investimentos com os capitais assim gerados, se a concorrência entre as grandes potências capitalistas fazia com que seus governos adotassem barreiras protecionistas para seus mercados internos,  afim de dificultar a invasão de produtos vindos de países concorrentes?
O caminho encontrado por governantes e empresários foi a conquista de novos mercados, numa nova corrida colonial. O principal alvo dessa nova corrida colonial foram as nações ainda não industrializadas da Ásia e da África, além da Oceania.
Para alcançar seus objetivos, as grandes potências capitalistas repartiram entre si essas regiões, integrando-as aos mercados mundiais. E adotaram um tipo de política que costuma ser chamada de imperialista, pois passaram a dominar essas regiões num processo que também ficou conhecido como neocolonialismo (neo = novo) do século XIX.

  • Imperialismo
O temo imperialismo foi utilizado para designar justamente essa política de dominação do governo de um país sobre outro, iniciada a partir da metade do século XIX. Esse domínio poder ser principalmente:
Ø  Territorial – exercido por intervenção militar, isto é, tropas do país imperialista instalam-se no país a ser dominado, ocupando seu território;
Ø  Econômico – concretizado por meio da interferência na vida econômica do país dominado. Esse era o maior interesse dos países imperialistas.
Por meio de uma estrutura que envolvia militares, funcionários e seus auxiliares, as metrópoles neocolonialistas exerceram essas duas formas de domínio, impondo um controle político e econômico às regiões colonizadas.

  • Colonialismo e neocolonialismo
Se compararmos s colonialismo do século XVI com o neocolonialismo, veremos que foram formas distintas de dominação. Sua finalidade, contudo, era basicamente a mesma: explorar as áreas dominadas em benefício da metrópole e da burguesia metropolitana.
As diferenças observadas entre um processo e outro decorrem das características específicas da fase da economia capitalista e do contexto histórico em que cada um deles ocorreu. Nesse sentido, no século XVI, a expansão capitalista comercial apresentava objetivos mais simples, que podiam ser alcançados por meio da garantia da exclusividade comercial dada pelo regime de monopólio, e se restringia à América. No século XIX, o capitalismo financeiro e monopolista tinha exigências e objetivos bem mais complexos, que resultavam da necessidade de controlar todo o processo produtivo e comercial; para a realização desse propósito, alcançou a África, a Ásia e a Oceania. Quanto à justificativa ideológica, pode-se dizer que a ideia de missão civilizadora, que tinha por base, no século XVI, a fé cristã, expandiu-se no século XIX, passando a fundar-se também na fé no progresso científico-tecnológico.

  • Razões econômicas para a expansão colonial do século XIX.
As necessidades de conseguir novos mercados para a produção industrial, de garantir a obtenção de matérias-primas (como carvão, ferro, petróleo e metais não ferrosos) e de conquistar mercados externos para neles investir capitais excedentes.

  • Outras justificativas para a expansão colonial do século XIX
A conquista de territórios em diversas partes do mundo foi também justificada, por um lado, como um problema político-estratégico pelos governantes das grandes potências, por questões militares e de segurança nacional; por outro, do ponto de vista ideológico, foi defendida como um direito e um dever das “raças europeias”, com base no mito de sua superioridade o qual, por sua vez, lhes conferia uma missão civilizadora.

  • A partilha da África e da Ásia
O processo de dominação imperialista europeia sobre os continentes africano e asiático ficou conhecido, respectivamente, como Partilha da África e Partilha da Ásia.
Os maiores impérios coloniais foram estabelecidos, principalmente, pelos governantes e grupos econômicos da Inglaterra e da França. Mas governos de outros países, como Portugal, Bélgica, Espanha, Alemanha, Itália, Holanda e Japão, também desenvolveram políticas voltadas à conquista colonial. No caso de Portugal e Espanha, possuíam colônias como decorrência de permanências e desdobramentos do antigo colonialismo mercantilista.

  • Impérios da Inglaterra e da França
Com a expansão, o império neocolonial britânico chegou a ocupar um quinto da superfície do planeta – área compreendida por Canadá, Austrália e grandes porções da Ásia e da África, onde viviam aproximadamente 23% da população mundial.
Na Ásia, os britânicos conquistaram vasta região, que incluía África do Sul, Rodésia, Nigéria, Tanganica, Quênia, Uganda e Sudão, além de manterem influência sobre o Egito.
Na Ásia, uma das principais regiões sob o domínio imperialista britânico foi a Índia, cuja dominação, iniciado no século XVIII, estendeu-se por uma área que hoje corresponde aos territórios da índia, do Paquistão e de Bangladesh.
A China foi outra importante região asiática de atuação do imperialismo britânico. Ali, os ingleses dedicaram-se principalmente ao comércio do ópio, que era cultivado na índia. Quando, por volta de 1840, as autoridades chinesas decidiram reprimir o comércio ilegal de ópio, os ingleses declaram-lhes guerra.
O império neocolonial francês foi o segundo no mundo em extensão, menor apenas que o britânico. As conquistas coloniais francesas tiveram impulso durante o governo de Luís Filipe (1830-1848). Em 1832, os franceses conquistaram a Argélia, situada no norte da África. O domínio do território argelino foi assegurado por tropas especiais pertencentes à chamada Legião Estrangeira.
Os domínios franceses na África ampliaram-se com o a conquista do Senegal, Guiné, Costa do Marfim e Marrocos. Criaram-se, assim, vastas regiões conhecidas como África Ocidental Francesa e África Equatorial Francesa.
Na Ásia, as forças da França conquistaram a indochina (que atualmente corresponde ao Vietnã), o Camboja e o Laos Nessas áreas, foram exploradas plantações de seringueiras para fabricação de borracha.

  • A resistência dos povos dominados
A formação dos impérios coloniais não foi pacífica; ela resultou de verdadeiras guerras de conquista, nas quais as potências coloniais tiveram de enfrentar a resistência dos povos que habitávamos territórios invadidos; na Ásia, por exemplo, a expansão europeia enfrentou a forte resistência organizada pela China e pelo Japão. Além disso, uma vez estabelecido o domínio, os governos coloniais sempre enfrentaram oposição e contestações locais, o que os fez manter um rígido sistema policial/militar de controle. Foi o que ocorreu, por exemplo, na Índia, onde a Revolta dos Cipaios foi duramente reprimida pelas forças inglesas.

  • A América para os Americanos
No final do século XIX, os Estados Unidos já eram uma das maiores potências industriais do mundo, e seus governantes começaram a intervir em outros países. Procurando isolar-se das questões europeias, ou seja da expansão imperialista realizada pelos países da Europa na África, na Ásia e na Oceania, centraram seus interesses predominantemente na América Latina.
O imperialismo exercido pelos Estados Unidos nesse período tinha sua justificativa na doutrina “A América para os americanos”, lançada em 1823 pelo presidente estadunidense James Monroe. Era uma advertência direta aos governantes europeus para que não interferissem nos assuntos do continente americano. Mas essa doutrina também expressava o desejo – do governo e da elite dos Estados Unidos – de ampliar seu domínio na América Latina.
A política estadunidense de intervenção externa tornou-se mais explícita no governo de Theodore Roosevelt (1901-1909). Ele lançou uma doutrina que estabelecia o direito de o governo dos Estados Unidos intervir militarmente nos países da América Latina sempre que os interesses estadunidenses estivessem em jogo. Seus críticos afirmavam que, em política externa, a frase preferida de Theodore Roosevel era “Fale suave, mas tenha nas mãos um grande porrete”. Por isso, essa política externa estadunidense foi apelidada por seus opositores de Big Stik (“grande porrete”). Já a expressão “fale suave” refere-se às formas de corromper os dirigentes latino-americanos.
A partir da primeira década do século XX, em vez da força militar, os governos estadunidenses passaram a utilizar a força econômica para impor sua dominação na América Latina. “Comprando” favores dos políticos latino-americanos, as elites financeiras e industriais dos Estados Unidos obtiveram muitos dos benefícios econômicos que desejavam dos governos da América Latina, em prejuízo da maioria da população dessa área.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.


VÍDEO:  IMPERIALISMO

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