sábado, 25 de fevereiro de 2017

CIÊNCIA, SENSO COMUM E SOCIOLOGIA - SOCIOLOGIA 1° ANO



Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Sociologia - 2017
CIÊNCIA, SENSO COMUM E SOCIOLOGIA
·       Ciência
O termo ciência vem do latim scientia, que significa “conhecimento”. Assim, como ponto de partida, podemos definir ciência como o campo da atividade humana que se dedica à construção de um conhecimento sistemático e seguro a respeito dos fenômenos do mundo.
A palavra conhecimento pode ser usada em um sentido geral (lato sensu) e em um sentido estrito (stricto sensu), que é o conhecimento sólido e bem fundamentado. Este tipo de conhecimento é o que interessa à ciência.
O objetivo da ciência é tornar o mundo compreensível, proporcionando ao ser humano meios de prever situações e exercer controle sobre a natureza. Segundo Jacob Bronowski (1908-1974), matemático britânico de origem polonesa, pelo conhecimento científico, o “homem domina a natureza não pela força, mas pela compreensão” (Ciências e valores humanos, p. 16).
Para alcançar seus objetivos a ciência utiliza, desde a Idade Moderna, o método científico.
O termo método vem do grego meta, “através”, e hodos, “caminho”, significando “através de um caminho” ou de um procedimento. Assim, método científico é o núcleo de procedimentos que orienta o modo de conduzir uma investigação científica.
O método científico tem por base, de modo geral, uma estrutura lógica que engloba diversas etapas, as quais devem ser percorridas na busca de solução para o problema proposto.
Vejamos um esquema das etapas do método científico experimental:
1-    Enunciado de um problema;
2-    Formulação de uma hipótese;
3-    Testes experimentais da hipótese;
4-    Conclusão.
·       Senso comum
O senso comum refere-se a um “saber-fazer”, a uma habilidade baseada na experiência prática, cujo domínio possibilita a realização de tarefas específicas: para se fazer um ovo cozido, é preciso saber cozinhar. O senso comum inclui ainda o que a Filosofia chama de conhecimento proposicional, ou seja, um conhecimento que não é prático, um “saber que”: você não precisa ser sociólogo para saber que a sociedade é composta de pessoas com diferentes níveis de renda. Crenças sem qualquer justificação plausível, aquilo que chamamos de superstição, assim como convicções morais e políticas, também formam o senso comum. Por mais parcial ou fragmentada que seja a noção que as pessoas têm de como funciona o mundo social, esse é um conhecimento que fundamenta suas ações e interações cotidianas. A Sociologia como disciplina se vale do senso comum na medida em que usa essas explicações que as pessoas dão para sua existência social como objeto de estudo.
·       Surgimento da Sociologia
A Sociologia – ou ciência da sociedade – nasceu na segunda metade do século XIX. O tempo histórico que possibilitou o nascimento da Sociologia foi aquele que se sucedeu às duas grandes revoluções ocorridas no século XVIII, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, cujos desdobramentos alteraram profundamente a vida de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos. Essas mudanças provocaram expectativas e incertezas: o que era considerado certo foi caindo em descrédito, o que se julgava válido foi questionado. Os valores que orientavam a conduta das pessoas perderam gradativamente o sentido, sem que houvesse acordo sobre os novos valores que regeriam a vida em sociedade dali em diante. Em momentos como esses, ficam expostas as dificuldades e insegurança de pessoas, grupos e instituições.
Nesse sentido, podemos dizer que a Sociologia surgiu com o compromisso de responder ás questões que se apresentavam no dia a dia das pessoas que viviam nas cidades. Embora a Sociologia tenha se voltado também para o contexto rural, foi o ambiente urbano que possibilitou seu desenvolvimento, pois se configurou como área de conhecimento.
·       Diferenças e distâncias entre ricos e pobres
Nas cidades modernas, as diferenças e distâncias entre ricos e pobres acentuaram-se; a precariedade das relações de trabalho ficou evidente; as moradias foram desigualmente distribuídas; surgiram tentativas de renovação dos valores vigentes; havia resistência a obedecer ao que estava determinado; o sofrimento de quem não conseguia proteção exigia atenção, assim como os maus-tratos e as injustiças; enfim, havia muitos problemas que, ainda hoje, você pode identificar em sua comunidade. Basta olhar com atenção a sua volta.
·       O desafio
Nesse ambiente urbano, que abrigava um número cada vez maior de habitantes, o desafio era explicar por que as pessoas se distribuíam de forma tão desigual, ou, ainda, manter na mesma sociedade, compartilhando o mesmo tempo e território, grupos com pensamentos e atitudes tão diversos. Portanto, o desafio intelectual da Sociologia era compreender e explicar as diferenças entre aqueles que, mesmo fisicamente próximos, viam-se e/ou eram vistos distintamente.
·       Objeto de estudo da sociologia

A Sociologia se debruça sobre fenômenos sociais que afetam nosso dia a dia. Afinal, somos seres que, por definição, vivem em sociedade. Algumas vezes, colaboramos e competimos uns com os outros, e em outras entramos em conflito uns com os outros – qualquer que seja a alternativa, estamos sempre em relação. Somos criaturas que não podem abrir mão da convivência em grupo, somos “animais sociais”, como diria o filósofo Aristóteles. Mesmo os que optam por viver isoladamente, longe do contato com outros seres humanos, carregam consigo uma noção, uma ideia de “sociedade” da qual pretendem se afastar e cujos princípios renegam.
·       Indagações
O que estamos chamando aqui de fenômenos sociais muitas vezes provocam indagações. Por que a vida em sociedade é como é? Por que uns têm tanto e outros, tão pouco? Por que obedecemos ou contestamos? Por que as pessoas se unem ou se tornam rivais? O que é proibido e o que nos é imposto como obrigação? Por que os governos se organizam de determinada maneira, e não de outra? Essas e outras questões volta e meia nos intrigam, mesmo que não sejamos sociólogos de ofício. Quando, por exemplo, conversamos com um amigo ou colega, somos capazes de expressar opinião sobre qualquer um desses temas. Portanto, fazemos as mesmas perguntas que a Sociologia faz e identificamos os problemas nelas envolvidos. Nesse sentido, sabemos daquilo que a Sociologia trata. Mas será que a Sociologia usa mesmo “uma linguagem que ninguém entende”?
·       A linguagem da Sociologia
Sem dúvida, a Sociologia trata de questões que reconhecemos, mas com uma linguagem própria, diferente daquela a que estamos acostumados na vida cotidiana. Ela emprega uma maneira de falar e de escrever distinta da que utilizamos para emitir opiniões pessoais. É que a Sociologia se expressa por meio de conceitos, ou seja, noções formuladas de modo deliberado e preciso, e não por meio de noções do senso comum.
Fonte Bibliográfica:
BOMENY, Helena... [et ali] (coordenação), Tempos modernos, tempos de sociologia: ensino médio, volume único, 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
COTRIM, Gilberto, Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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