segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

TEMPO E HISTÓRIA - HISTÓRIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   História - 2017
“Tempo e História”
·       História e Historiadores
A história escrita não pode ser isolada de sua época. Ela reflete o historiador e o tempo em que ele vive. Por isso, a objetividade em história é sempre muito relativa: as interpretações dos historiadores não podem ser consideradas verdades absolutas, variando de acordo com as mudanças ocorridas no processo histórico.
O trabalho do historiador consiste em investigar e interpretar as ações humanas de modo a compreender o processo histórico.
·       Fontes históricas e sua importância
As fontes permitem que o historiador tenha acesso aos fatos do passado e, a partir deles, procure entender e interpretar como os humanos viveram e se organizaram, permitindo a compreensão das relações entre passado e presente.
As principais fontes históricas são as escritas e as não-escritas.
As fontes escritas são registros em forma de inscrições: cartas, livros, jornais, documentos públicos etc.; as fontes não escritas são registros das atividades humanas realizados em linguagens diferentes da escrita: pinturas, esculturas, vestimentas, armas, músicas, discos, fotografias, depoimentos (fontes orais) etc.
·       Sentidos da palavra história
A palavra história com o sentido de ficção, estão relacionadas as fontes produzidas pela imaginação humana: livros de aventura, filmes, novelas de televisão; com o sentido de processo vivido, as fontes são principalmente os relatos de experiências, produzidos pela memória das pessoas que as viveram; com o sentido de produção de conhecimento, podem ser relacionados todos os tipos de fontes, porque essa produção não exclui os outros dois sentidos.
·       Concepções do tempo
O modo como medimos o tempo pelo relógio não é universal, mas apenas uma possibilidade de medição desenvolvida em nossa cultura, sendo, portanto, uma construção histórica: O modo como o dia terrestre é dividido em horas, minutos e segundos é puramente convencional.
Em muitas sociedades rurais, os trabalhadores vivenciam um “tempo da natureza”, relacionado ao dia e à noite, às variações do clima, às épocas de plantio e de colheita etc.
Já nas sociedades industriais contemporâneas, os trabalhadores de uma fábrica, por exemplo, vivenciam um ritmo de tempo marcado pelas horas do relógio, mesmo porque as horas de trabalho, em geral, são vendidas por determinado preço, o salário.
·       Calendário
É um sistema que estabelece um modo de contar o tempo. O termo deriva do latim calendarium (“livro de contas” do qual contavam os juros dos empréstimos, pagos nas calendae, que correspondia o primeiro dia dos meses romanos).
É uma criação sociocultural ligada a diversos fatores, como: observações astronômicas, crenças religiosas, valores sociais etc.
·       Calendário cristão
Os povos cristãos têm como marco básico da contagem do tempo o nascimento de
Cristo. As datas anteriores ao seu nascimento recebem a abreviatura a.C. (antes de Cristo); as datas posteriores podem vir acompanhadas ou não da abreviatura d.C. (depois de cristo).
No calendário cristão (...), o ano fixado para o nascimento de Cristo foi considerado o ano 1 da era cristã e não o ano zero; possivelmente porque o conceito do zero ainda era pouco difundido na Europa Ocidental. (Bertília Leite e Othon Winter. Fim de milênio – uma história dos calendários, profecias e catástrofes cósmicas. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1999.p.18)
No século XVI, o papa Gregório XIII convocou uma comissão de astrônomos que promoveu ajustes no calendário cristão (Reforma Gregoriana) que deu origem ao calendário que ainda hoje utilizamos. Esta reforma foi colocada em prática a partir de 1582.
O calendário cristão agrupa o tempo em dias, semanas, meses e anos. Períodos maiores: dez anos (décadas), cem anos (séculos), mil anos (milênios).
Costuma-se indicar os séculos por algarismos romanos, uma tradição que vem da Roma antiga: século XV (do ano 1401 ao ano 1500); século XXI (do ano 2001 ao 2100).
Para saber a que século pertence determinado ano basta somar 1 ao número de centenas do ano. Por exemplo: no ano de 1997, o número de centenas é 19. Temos então:
1997 – 19 + 1 = século XX
Assim, 1997 pertence ao século XX.
No entanto, quando um ano termina em 00, como o ano 2000, por exemplo, temos uma exceção à regra. Nesse caso, o número de centenas indica o século. Veja:

2000 – século XX
  • Ano Bissexto
O ano bissexto é aquele que possui um dia a mais do que os outros anos que possuem 365 dias. No calendário gregoriano, este dia extra é contado a cada 4 anos, sendo incluído sempre no mês de fevereiro, que passa a ter 29 dias.
O ano bissexto acontece porque o ano-calendário tradicionalmente utilizado possui uma diferença em relação ao ano solar. Enquanto que no calendário tradicional o ano dura 365 dias para se completar; no calendário solar, dura 365,25 dias.  Sobram, portanto, aproximadamente 5h48m46 (0,2422 dia) a cada ano trópico. As horas excedentes são somadas e adicionadas ao calendário na forma inteira de um dia (4 x 6h = 1 dia).
Sendo assim, a cada quatro anos temos a diferença de um dia em relação ao calendário convencional e solar. Esse dia é justamente o que caracteriza o ano bissexto.
  • Origem do nome
O ano bissexto teve início no Egito em 238 a.C. Em 45 a.C. Entretanto, foi o imperador romano Júlio César quem trouxe a idéia do ano bissexto para o ocidente. 
O dia 3 de fevereiro, por exemplo, chamava-se “antediem III Nonas Februarii”, ou seja, “três dias antes da Nona de Fevereiro” e o dia 24 de fevereiro chamava-se “antediem VI Calendas Martii” ou “antediem sextum Calendas Martii”, ou seja “sexto dia antes da Calendas de Março”. 
O imperador romano Julio César ao fazer a introdução de mais um dia no ano, optou pelo o mês de fevereiro, e dentro deste mês escolheu por duplicar o dia 24, chamando-o de “antediem bis-sextum Calendas Martii” (De novo o sexto dia antes das Calendas de Março), surge então o nome “ bissexto”, que passou a designar o ano que tivesse este dia suplementar. 
Júlio César escolheu o mês de fevereiro para adicionar um dia porque, além de ser o mês mais curto do ano, com 28 dias, também era o último mês do ano entre os romanos, e que por eles era considerado como um mês negativo. Desta forma a escolha por duplicar o dia 24, ao invés de ser introduzido o novo dia 29 (como atualmente fazemos) se deu por motivos supersticiosos.
·       Periodização histórica tradicional
- Pré-história – do surgimento do ser humano até o aparecimento da escrita (c. 4000 a.C.);
- Idade Antiga ou Antigüidade – do aparecimento da escrita até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.);
- Idade Média – da queda do Império Romano do Ocidente até a tomada de Constantinopla pelos turcos (1453);
- Idade Moderna – da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa (tomada da Bastilha, 1789);
- Idade Contemporânea -  da Revolução Francesa até os dias atuais.
·       Críticas a periodização histórica tradicional
A denominação “Pré-história” gera alguns problemas. O termo “Pré-história”, que se refere ao período anterior à escrita, passa a impressão errônea de que antes da invenção da escrita não há história ou de que não é possível conhece-la. Na verdade, o ser humano, desde seu aparecimento no planeta, é um ser histórico, mesmo que não tenha utilizado a escrita em algum período, sendo possível conhece-lo por meio das fontes não escritas.
Esta divisão tradicional foi feita a partir do ponto de vista dos historiadores europeus que, no século XIX, davam maior importância às fontes escritas e aos fatos políticos. Por isso, todo o período anterior à invenção da escrita foi chamado de Pré-história. E, por serem europeus, esses historiadores estabeleceram como marcos divisórios das “idades” da história acontecimentos ocorridos na Europa, ou a ela relacionados, como a queda do Império Romano do Ocidente, a tomada de Constantinopla pelos turcos e a Revolução Francesa.
Deve-se ter em conta que os marcos dos períodos históricos fazem parte de um processo longo e gradativo e que as mudanças históricas não ocorrem repentinamente.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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