Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2°
Ano
Disciplina: História – 2017
Economia colonial: açúcar
· Decisão portuguesa de
implantar a produção açucareira.
Um conjunto de elementos teria levado a essa decisão: as condições
naturais favoráveis de nosso litoral para a lavoura canavieira, como o clima
quente e úmido e o solo de massapê no Nordeste; a experiência anterior
portuguesa nesse cultivo, bem-sucedida, na ilha da Madeira e no arquipélago dos
Açores; e as perspectiva de grandes lucros, pois o açúcar alcançava então altos
preços no mercado europeu.
· Plantation
A plantation era a grande propriedade agrícola
(latifúndio), monocultura, escravocrata e voltada para o mercado externo. Esse
conjunto de elementos caracterizou a empresa açucareira colonial, constituindo
a forma básica da colonização no Brasil, até a descoberta e exploração das
minas, a partir do final do século XVII.
· O mercado interno
A economia colonial, segundo estudos recentes, não ficava
exclusivamente voltada para o mercado externo. Existia no Brasil Colônia, uma
considerável quantidade de pecuaristas ou de pequenos proprietários de terras
que produziam gêneros alimentícios (mandioca, milho, feijão, arroz) para o
consumo do mercado interno, produção que era essencial para a população da
colônia.
· A pecuária na economia
colonial
A pecuária se tornaria uma das principais atividades
econômicas no período colonial, pois fornecia, além de alimento e couro, força
motriz e meio de transporte para os habitantes das cidades e para os engenhos.
· A sociedade colonial
açucareira
Era constituída basicamente, dos senhores de engenho e sua
família, os escravos e os trabalhadores assalariados que trabalhavam no
engenho, além de funcionários do rei, padres e profissionais liberais (médicos,
advogados, engenheiros).
· O engenho
O engenho era formado por diferentes espaços: Senzala
(moradia dos escravos), casa grande (moradia do senhor de engenho e centro
administrativo), casa do engenho (lugar onde se localizavam instalações como a
moenda e as fornalhas), casa de purgar (utilizada para o branqueamento do
açúcar), galpões (utilizados para transformar o açúcar em pó).
· A escravidão africana
na América
Os principais argumentos para a utilização da escravidão
africana na América foram: a não
adaptação do indígena ao trabalho da lavoura (que, na sua cultura, era
incumbência das mulheres); o fato de os indígenas serem muito vulneráveis à
doenças dos brancos, tornando arriscado investir tempo e capital no treinamento
do trabalho indígena; a maior familiaridade de algumas culturas negras com
atividades ligadas à empresa açucareira, metalurgia e criação do gado, por
exemplo; a posição da Igreja, que se opunha à escravização dos indígenas, mas
não combatia a dos africanos; a insubmissão dos indígenas; o fato de o tráfico
negreiro ser muito lucrativo para a metrópole, enquanto o comércio de escravos
indígenas servia a um mercado interno, que não pertencia à lógica
mercantilista.
· O papel do escravo
africano na economia colonial
O escravo africano foi a base das atividades econômicas
realizadas no Brasil colonial, sendo responsável pela maior parte dos trabalhos
na produção do açúcar, na mineração, nos outros cultivos agrícolas, na criação
de animais, no transporte, no serviço doméstico e no comércio.
Escravidão e
resistência
· O tráfico negreiro no
Atlântico
Teve início nas mãos dos portugueses. Pioneiros nas grandes
navegações pelo Atlântico, em busca de um novo caminho para o Oriente, eles
realizaram o périplo africano, estabelecendo feitorias na costa da África e
participando da escravização dos africanos.
· O tráfico negreiro e os
interesses em três continentes
O tráfico negreiro unia interesse nos três continentes no
sentido de que articulava um comércio triangular entres esses três continentes;
os navios europeus levavam mercadorias da colônia e da metrópole para a África
e as trocavam por africanos escravizados por comerciantes e lideranças locais;
depois, levavam esses escravos à América para vende-los aos colonos americanos.
· Os tumbeiros
Tumbeiros (ou túmulos flutuantes) era a designação dada aos
navios negreiros. Trata-se de uma referência a tumba (túmulo), devido à alta
mortalidade de africanos escravizados durante seu traslado pelo Atlântico até a
América (5% a 25%), em decorrência das péssimas condições de vida durante a
longa viagem: espaço reduzido, calor quase insuportável, água suja, pouco
alimento e os cativos acorrentados.
· O trabalho dos escravos
Os escravos exerciam todos os tipos de trabalho: nas
plantações de cana e de algodão, nos engenhos de açúcar, na mineração, nos
serviços domésticos, no artesanato e nas cidades, onde trabalhavam como
escravos de ganho.
A escolha para as diferentes atividades ocorria pela maior
ou menor “adaptação” cultural: o escravo recém chegado da África, chamado de
boçal, desconhecia a língua portuguesa e o trabalho a ser feito, enquanto o
ladino (que já falava português) e o nascido no Brasil conheciam melhor a
rotina do trabalho. O primeiro era utilizado nas tarefas mais rudes e pesadas,
enquanto o ladino e o nascido no Brasil recebiam tarefas que exigiam mais
habilidade. Os escravos domésticos eram escolhidos entre aqueles que os
senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis.
· Formas de resistência
dos escravos africanos
Violência contra si próprios (como o aborto feito por
algumas mulheres, para que o filho não fosse escravo; suicídio); fugas
individuais e coletivas; confrontação (reação violenta contra senhores e
feitores); boicote (como redução do ritmo ou paralisação das atividades), sabotagem
(como a quebra de ferramentas ou incêndio das plantações) ou mesmo negociações
para minimizar aspectos do cativeiro.
· Situações que os negros
negociavam
Muitos escravos cumpriam as exigências de obediência e
trabalho em troca de um melhor padrão de sobrevivência e da conquista de espaço
para expressão de sua cultura e organização de festas.
· Os quilombos
Os quilombos eram comunidades de diversos tamanhos formadas
por negros fugidos da exploração escrava. Além da população africana e seus
descendentes, acolhia também indígenas e brancos perseguidos pela justiça.
· Palmares
Palmares, considerado o quilombo mais importante de nossa
história, recebeu esse nome porque ocupava uma extensa região de palmeiras.
Estava situado no atual estado de Alagoas, que, na época fazia parte da
capitania de Pernambuco.
Em Palmares, os quilombolas, para sobreviverem, criavam
gado e cultivavam milho, feijão, cana-de-açúcar e mandioca, além de realizar um
razoável comércio com os povoados próximos.
Palmares resistiu por 65 anos (1629-1694), chegando a ter,
segundo um governador da capitania de Pernambuco do período, aproximadamente 20
mil habitantes. Número questionável devido ao fracasso de diversas expedições
militares, enviadas contra o quilombo.
O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba,
que governou o quilombo de 1656 a 1678. Foi destituído por seu sobrinho Zumbi,
que foi contra realização de acordos de paz com o governador de Pernambuco.
Zumba foi assassinado e Zumbi passou a liderar Palmares,
comandando a luta contra vários ataques dos brancos
Em 1687, o governo e os senhores de engenho contrataram o
bandeirante Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares, no
entanto, sem lograr êxito.
Em 1964, o governo, em nova tentativa, enviou cerca de 6
mil homens para ajudar os bandeirantes comandados por Jorge Velho. Ao final do
combate, o quilombo foi destruído e sua população, massacrada. Zumbi conseguiu
escapar ao cerco, mas foi preso e morto em 1695. Cortaram-lhe a cabeça, que foi
exposta em praça pública em Recife.
· Zumbi – símbolo da
resistência
A memória de Zumbi permaneceu viva devido a suas qualidades
de liderança, capacidade de luta e de organização, características de sua
atuação no comando do quilombo dos Palmares – o grande marco da resistência
negra contra a escravidão, que, por praticamente um século, afrontou e
enfrentou as autoridades coloniais.
O dia de sua morte (20 de novembro) é lembrado atualmente
como o Dia da Consciência Negra.
Bibliografia
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2,
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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