Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 3°
Ano
Disciplina: História - 2017
REVOLTAS NA PRIMEIRA
REPÚBLICA
- Messianismo
Messianismo foi a designação dada a movimentos sociais
populares, principalmente de sertanejos de áreas rurais pobres, que fundaram
comunidades comandadas por um líder religioso, ao qual se atribuíam dons de
fazer milagres, realizar curas e profetizar acontecimentos. Esse líder
político-religioso (messiânico) era considerado capaz de conduzir a comunidade
a uma “nova era de justiça e felicidade”. Sua base era a crença na vinda do
“salvador, para libertar o povo dos sofrimentos e conduzi-lo à felicidade
eterna.
- Revolta de Canudos
Aconteceu em Canudos (sertão da Bahia) no povoado chamado
Belo Monte. Seu principal líder foi Antônio Conselheiro (Antônio Vicente Mendes
Maciel).
20 mil a 30 mil sertanejos viviam com normas próprias:
sistema comunitário; propriedade privada apenas dos bens de uso pessoal; não
havia cobrança de impostos; era proibido a prostituição e venda de bebidas
alcoólicas.
Seus adversários foram a Igreja Católica, os fazendeiros,
as elites políticas e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos por forças locais,
resistiram. No entanto, ocorreu a morte
de quase todo o povoado por tropas do governo federal, em 1897.
- Guerra do Contestado
Aconteceu em Contestado (entre Paraná e Santa Catarina) no
povoado chamado Monarquia Celeste. Seu principal líder foi João Maria (Atanás
Mardaf): depois, José Maria (Miguel Lucena Boaventura.
20 mil sertanejos viviam com governo próprio e normas
igualitárias, sem obedecer às autoridades da República.
Seus adversários foram os Coronéis-fazendeiros, os donos de
empresas estrangeiras e o governo.
Os sertanejos foram perseguidos violentamente, fundaram
novos núcleos. Todos foram destruídos em 1916 por tropas do governo federal.
- O Cangaço
O Cangaço desenvolveu-se no contexto de miséria, de
injustiças praticadas pelos coronéis-fazendeiros, de fome e secas que assolavam
o nordeste, produzindo um ambiente favorável à formação de grupos armados (os
cangaceiros) que praticavam assaltos a fazendas e, muitas vezes, matavam
pessoas.
Para alguns, o cangaço era uma forma pura e simples de
banditismo e criminalidade; para outros, era uma forma de banditismo social,
isto é, de revolta reconhecida como legítima pelas pessoas que viviam
oprimidas.
O principal personagem foi Virgulino Ferreira, mais
conhecido como Lampião, considerado o “Rei do Cangaço”. Depois que a polícia
massacrou o bando de Lampião, em 1938, já durante o governo de Getúlio Vargas,
o cangaço praticamente desapareceu do nordeste.
- A Revolta da Vacina
A Revolta da Vacina resultou do descontentamento popular
contra as medidas que vinham sendo tomadas no mandato do presidente Rodrigues
Alves (1901-1906) para transformar a cidade do Rio de Janeiro na “capital do
progresso”, entre elas: demolição dos cortiços e casebres dos bairros centrais,
ampliação da rede de águas e esgotos, remodelação do porto e obras de
saneamento e erradicação de epidemias, como a varíola. Quando o médico
sanitarista Oswaldo Cruz, diretor de Saúde Pública, convenceu o presidente a
decretar a lei de vacinação obrigatória, parte da população se revoltou, por
falta de esclarecimento sobe a importância da vacina, somada a seu
descontentamento com o governo. O governo usou tropas do corpo de bombeiros e
da cavalaria para dominar os revoltosos. Cerca de 30 pessoas foram mortas e
mais de 100 foram feridas. Centenas de participantes dos conflitos foram presos
e deportados para o Acre.
- A Revolta da Chibata
A revolta teve início em 22 de novembro de 1910, quando
cerca de 2 mil membros da marinha brasileira, liderados pelos marinheiro João
Cândido, tomaram o comando do encouraçado Minas Gerais e, logo em seguida, dos
navios São Paulo, Bahia e Deodoro. Apontaram os canhões para a cidade do Rio de
Janeiro e enviaram um comunicado ao presidente da República, explicando as
razões da revolta.
Os marinheiros queriam mudanças no código de disciplina da
marinha, que punia as faltas graves com 25 chibatadas; além disso, reclamavam
da má alimentação e dos soldos (salários) miseráveis. O governo respondeu que
atenderia as exigências feitas, e os marinheiros entregaram os navios aos
comandantes. Com os marinheiros desarmados, o governo voltou atrás em seus
compromissos e puniu os líderes da revolta. No dia 9 de dezembro, outra
rebelião foi organizada, mas, desta vez, o governo estava preparado e conteve
os revoltosos. João Cândido, depois de ter sido preso na ilha das Cobras (Rio
de Janeiro), foi julgado e absolvido em 1912. Passou para a história como o
Almirantes Negro, que acabou com o castigo da chibata na marinha brasileira.
- Tenentismo
Tenentismo foi o movimento político-militar que, sob a
liderança de jovens oficiais das forças armadas, principalmente tenentes,
pretendia conquistar o poder pela luta armada e promover reformas na Primeira
República. Fazem parte do movimento tenentista a Revolta de Copacabana, as
Revoltas de 1924 e a Coluna Prestes.
- Coluna Prestes
A Coluna Prestes foi um destacamento militar, comandado
pelo militar gaúcho Luís Carlos Prestes, que unira suas forças à dos tenentes
paulistas, percorrendo, durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), 24 mil
quilômetros, através de 12 estados brasileiros, procurando apoio popular para novas
revoltas contra o governo. A Coluna foi duramente perseguida pelas forças
governamentais. Não conseguiu provocar revoltas populares capazes de ameaçar o
governo, mas também não chegou a ser derrotada. Em 1926, a Coluna dispersou-se
e foi finalmente desfeita; alguns de seus integrantes ficaram na Bolívia.
- O Modernismo
O movimento modernista pretendia remodelar a arte
brasileira, reagindo às formas tradicionais de artes plásticas e da literatura
e à invasão cultural estrangeira. Ele teve início na Semana de Arte Moderna,
realizada em São Paulo entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro
Municipal, e foi possível em um contexto de mudanças, marcado pelas revoltas
tenentistas, pela fundação do Partido Comunista e pelo crescimento e
modernização das cidades.
- O Messianismo em Goiás – Um exército de
homens descalços
Benedicta Cypriano
Gomes - foi a líder de um movimento
social religioso iniciado na década
de 1920, no distrito de
Lagolândia, município de Pirenópolis, no estado de Goiás.
Santa Dica é assim chamada porque ainda na
adolescência se tornou curandeira e logo depois profetisa. Para a população local, as curas e profecias de Dica eram acreditados como verdadeiros milagres.
Dica devido aos seus poderes espirituais
controlou os camponeses de Goiás.
A influência religiosa de Dica tornou-a,
conhecida por Santa Dica.
Essa mulher liderou os homens simples do campo na luta pelo repouso dominical,
tornando-se uma ameaça aos fazendeiros.
Santa Dica insere-se dentro do contexto do
messianismo brasileiro. (Antônio Conselheiro e José Maria).
A Santa Dica foi perseguida pelos coronéis
da época e pelo governo de Pedro Ludovico, que lutava pelo fim das lideranças
locais.
Em 1932, a Santa Dica liderou uma coluna
que foi lutar contra os constitucionalistas de São Paulo.
Santa Dica foi condenada por bruxaria em
Pirenópolis, mudando-se para Goiânia onde viveu até sua morte.
Fontes:
COTRIM, Gilberto,
História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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