Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2°
Ano
Disciplina: História – 2017
Estado e
Religião
· Capitanias hereditárias
O sistema de capitanias hereditárias foi
instituído por ordem do rei D. João III, em 1534, com a divisão do território
brasileiro em 15 grandes porções de terra (capitanias ou donatarias), que foram
entregues à administração e exploração econômica dos capitães ou donatários.
Receberam esse nome porque, com a morte dos donatários, suas atribuições passavam
a seus descendentes.
O sistema de capitanias parecia um bom negócio
para o governo português pois não tinha de gastar nada, pois todo o
investimento era dos donatários. Além disso, a Coroa portuguesa reservava par
si os melhores benefícios que a terra podia oferecer.
· Direitos e deveres dos
donatários
O vínculo jurídico ente o rei de Portugal e os
donatários era estabelecido em dois documentos: Carta de doação – conferia ao
donatário a posse hereditária da capitania. Os donatários não eram proprietários
das capitanias, apenas de uma parcela das terras. A eles era transferido,
entretanto, o direito de administrar toda a capitania e explorá-la
economicamente; Carta Foral – estabelecia os direitos e deveres dos donatários,
relativos à exploração da terra.
Alguns direitos: criar vilas e distribuir
terras (sesmarias) a quem desejasse e pudesse cultivá-las; exercer plena
autoridade judicial e administrativa; por meio da chamada “guerra justa”,
escravizar os indígenas considerados inimigos, obrigando-os a trabalhar na
lavoura; receber a vigésima parte (5%) dos lucros sobre o comércio do
pau-brasil.
Alguns deveres, assegurar ao rei de Portugal:
10% dos lucros sobre todos os produtos da terra; um quinto dos lucros sobre os
metais e as pedras preciosas que fossem encontrados; o monopólio da exploração
do pau-brasil.
Desses direitos os que mais afetaram
diretamente a vida das populações indígenas foram: a criação de vilas e
distribuição de sesmarias, pois significava a ocupação definitiva das terras
que sempre tinham sido dos indígenas, e as “guerras justas”, que representaram
morte e perda da liberdade para esses povos.
· Resultados do sistema
de capitanias hereditárias
Resultados positivos: foram lançadas as bases
da colonização; formaram-se os primeiros núcleos de povoamento, com São
Vicente, Ilhéus, Olinda e Santos; preservou-se a posse das terras; foram
reveladas as possibilidades de exploração econômica da colônia, com o início do
cultivo da cana-de-açúcar.
Problemas: a grande extensão das terras e a
falta de recursos suficientes para explorá-las; a hostilidade dos grupos
indígenas, que resistiam à dominação portuguesa; o isolamento das capitanias
entre si e em relação a Portugal, devido às grandes distâncias e às precárias
condições dos meios de transporte da época; o fato de algumas capitanias não
terem solo propício ao cultivo da cana-de-açúcar, restando aos seus donatários
a exploração do pau-brasil.
· O governo-geral
Para dar apoio aos donatários e interferir mais
diretamente no processo de colonização, dado o êxito reduzido das capitanias
hereditárias a Coroa portuguesa resolveu implantar o governo-geral.
Em termos administrativos, a principal mudança
foi representada pela criação de um governo centralizado, com sede na cidade de
Salvador, na capitania da Bahia, exercido por representantes da Coroa
portuguesa – o governador-geral e seus auxiliares.
· As funções dos
governadores-gerais
De acordo com os diferentes regimentos que
definiram suas funções, eles deviam cuidar da defesa da terra contra ataques
estrangeiros, incentivar a busca de metais preciosos e apoiar a religião
católica e aluta contra a resistência indígena. Além da distância entre as
capitanias, que dificultava a comunicação, os governadores-gerais enfrentaram a
oposição de poderes ligados aos interesses locais.
· As câmaras municipais
Eram encarregadas da administração local, foram
sendo estruturadas paralelamente à formação das primeiras vilas. Sua atuação
abrangia diversos setores, como o abastecimento, a tributação e a execução das
leis. Controladas pelos “homens bons”, também organizavam expedições contra os
indígenas, determinavam a construção de povoados e estabeleciam os preços das
mercadorias.
Era nessa condição de poderosos órgãos da
administração colonial que as câmaras municipais acabavam se opondo, muitas
vezes, ao poder central representado pelo governador-geral.
· Os “homens bons”
Eram os proprietários de terra, de escravos ou
de gado, que exerciam, nas muitas vilas e cidades em que residiam, o poder
político; atuavam nas câmaras municipais, que eram encarregadas da
administração local.
· Os primeiros
governadores-gerais
Primeiro governo-geral – Tomé de Souza, o
primeiro governador-geral do Brasil, governou de 1549 a 1553. Alguns
acontecimentos relevantes em sua gestão: a fundação de Salvador, primeira
cidade e capital do Brasil, em 1549; a criação do primeiro bispado brasileiro,
em 1551, chefiado pelo bispo D. Pero Fernandes Sardinha; a implantação da
pecuária e o incentivo ao cultivo da cana-de-açúcar; a organização de
expedições para penetrar no território à procura de metias preciosos (as
chamadas entradas), porém, sem sucesso.
Com Tomé de Sousa vieram seis jesuítas,
chefiados pelo padre português Manoel da Nóbrega, com a missão de catequizar os
indígenas.
Segundo governo-geral – Duarte da Costa
governou de 1553 a 1558, com ele vieram mais jesuítas para o Brasil, entre os
quais se destacou José de Anchieta.
Em janeiro de 1554, Anchieta e Nóbrega fundaram
o Colégio de São Paulo, junto ao qual surgiu a vila que deu origem à cidade de
São Paulo, no planalto de Piratininga.
Terceiro governo-geral – Men de Sá,
governador-geral no período de 1558 a 1572, expulsou os franceses do Rio de
Janeiro em 1567, com a ajuda do chefe militar Estácio de Sá (seu sobrinho).
Além de combater os franceses, o terceiro
governo-geral reuniu forças para lutar contra os indígenas que resistiam à
conquista colonial portuguesa. As ações do governo de Men de Sá levaram à
destruição de centenas de aldeias do litoral brasileiro no século XVI.
· As relações entre a
Coroa portuguesa e a Igreja Católica
As relações entre a Coroa portuguesa e a Igreja
Católica eram reguladas por meio do regime de padroado – um acordo entre o papa
e o rei que estabelecia deveres e direitos da Coroa portuguesa em relação à
Igreja. Entre os deveres, destacavam-se: garantir a expansão do catolicismo nas
terras conquistadas, construir e conservar igrejas e remunerar sacerdotes.
Entre os direitos, estavam: nomear bispos, crias dioceses e recolher o dízimo
ofertado pelos fiéis à Igreja
· A Inquisição no Brasil
Os representantes do Tribunal da Inquisição
eram enviados ao Brasil para combater os chamados “crimes contra as verdades da
fé cristã”, praticados por aqueles que resistiam ou escapavam à obrigação de
seguir a religião católica. Nessas visitações, eram abertos processos contra as
pessoas acusadas de crimes contra a fé, muitas das quais foram levadas a
Portugal para julgamento.
Bibliografria
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2,
2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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