segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

EXPANSÃO TERRITORIAL E SEUS CONFLITOS - HISTÓRIA 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História - 2017
A expansão territorial e seus conflitos
·      Conquista e colonização
A colonização se concentrou, basicamente no litoral, espalhando de forma descontínua pela costa brasileira: desde Natal até Itanhaém, incluindo lugares como Olinda, Salvador, Ilhéus, Vitória, Rio de Janeiro, Santos e São Vicente, próximo aos portos, devido à dependência do comércio com Portugal. No séc. XVI apenas o povoado de Piratininga (futura São Paulo) não ficava no litoral.
Os principais grupos de colonizadores que atuaram para o interior da América Portuguesa foram: exploradores em expedições militares, patrocinadas pelo governo para expulsar estrangeiros que ocupavam partes do território; bandeirantes, que percorriam o sertão aprisionando índios e escravos africanos fugidos ou procurando metais preciosos; jesuítas missionários, que fundaram aldeamentos para catequização dos índios e exploração econômica de riquezas naturais do sertão; criadores de gado, que tiveram seus rebanhos e fazendas “empurrados” para o interior do território em função de interesses socioeconômicos.
·      Expedições militares
As expedições militares foram organizadas pela colônia com o objetivo de defender as terras brasileiras que estavam ameaçadas pelos estrangeiros, principalmente os franceses e espanhóis.
Embora essas expedições contassem com orientação e apoio do governo, foram os colonos luso-brasileiros e seus aliados indígenas que lutaram, efetivamente, pela conquista do norte e nordeste do território da colônia. Guerreando contra os estrangeiros e grupos indígenas que resistiam à ocupação, foram erguendo fortificações no litoral, que deram origem a várias cidades. Na segunda metade do século XVIII, as expedições foram direcionadas “sertão adentro”, desrespeitando o Tratado de Tordesilhas, expandindo a ocupação territorial para o oeste e o sudoeste.
  • Bandeirismo
Entradas eram expedições oficiais organizadas pelo governo, realizadas pelos colonos portugueses, no início do século XVI, em busca de ouro.
Bandeiras eram expedições patrocinadas por particulares que entravam pelo sertão, a pé, a cavalo ou em canoas, em busca de riquezas.
Aconteceram três tipos básicos de bandeirismo: apresadora – dedicava-se à captura de índios para vendê-los como escravos; prospectora – dedicava-se à procura de metais preciosos; sertanista de contrato – dedicava-se ao combate de índios e à captura de escravos fugitivos, prestando serviços à classe dominante da colônia.
·      Domínio holandês e bandeirismo apresador
O bandeirismo apresador era uma atividade muito lucrativa para os holandeses, pois estes, desmontaram o tráfico negreiro organizado pelos portugueses e só permitiram a vinda de escravos para as áreas sob o seu domínio. Como conseqüência, nas regiões do Brasil que estavam fora da dominação holandesa, faltaram escravos para as atividades produtivas. As bandeiras de apresamento passaram a fornecer escravos índios para essas regiões, suprindo a carência de mão-de-obra e desenvolvendo um grande negócio.
  • Fatores que contribuíram para as bandeiras de prospecção e do sertanismo de contrato
A expulsão dos holandeses do Brasil, permitindo a reorganização do tráfico negreiro pelos portugueses na colônia, o que fez com que a escravização indígena não fosse mais lucrativa como antes. Os bandeirantes buscaram, então, outras formas de sobrevivência.
  • Os bandeirantes e a expansão territorial
As expedições, fosse para apresar indígenas ou procurar metais preciosos, dirigiram-se para o sul e para o oeste, principalmente, promovendo a ocupação de vastas áreas do interior do território.
A medida que as bandeiras entravam no território brasileiro em busca de índios, metais preciosos ou escravos fugitivos, avançavam além da linha do Tratado de Tordesilhas, promovendo a ocupação que foi fundamental para a definição dos futuros limites territoriais.
·      Monções
Foram expedições com o objetivo de atender às necessidades de abastecimento das pessoas isoladas no interior que foram atraídas para as regiões de metais preciosos.
Em canoas carregadas de mercadorias (alimentos, roupas e outros produtos), elas subiam e desciam os rios de São Paulo, Mato Grosso e Goiás. Além de abastecer as regiões mineradoras, mantinham a comunicação e o transporte entre elas
·      Os jesuítas e a expansão territorial da colônia
Para a catequização, os jesuítas obtiveram dos governantes a concessão de sesmarias, onde foram construídos aldeamentos (ou missões) que reuniam os indígenas. À medida que os grupos indígenas se afastavam do litoral, fugindo das invasões de suas terras, os jesuítas também seguiam para o interior do território, fundando, entre os séculos XVII e XVIII, aldeamentos na Amazônia e no sul e sudeste do Brasil atual. Com isso, essas missões, “invadiram” o território espanhol vizinho estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas, contribuindo também, para a expansão territorial do Brasil.
·      A vida nos aldeamentos
Nos aldeamentos ocorria a aculturação dos indígenas: ali, eles aprendiam a doutrina católica, alguns ofícios e os costumes da cultura européia. Além disso, nas missões do norte os jesuítas faziam com que eles trabalhassem na extração de riquezas naturais, conhecidas como drogas do sertão (guaraná, pimenta, castanha, baunilha, plantas aromáticas e medicinais), cuja venda proporcionava grandes lucros aos padres da Companhia de Jesus. Também aprenderam ofícios e passaram a realizar tarefas que atendiam às necessidades dos missionários, despertando o interesse dos compradores de escravos.
·      A Revolta de Beckman
Foi um movimento de um grupo de senhores de engenho maranhenses, liderado por Manuel Beckman, para acabar com a Companhia de Comércio e com a influência dos jesuítas. Queriam, também, obter de Portugal autorização para escravizar os índios.
A rebelião eclodiu na noite de 24 de fevereiro de 1684. Os armazéns da Companhia foram destruídos, a escola dos jesuítas foi invadida e estes foram expulsos do Maranhão.
Os rebeldes constituíram um governo provisório e o irmão de Manuel Beckman, Tomás, foi encarregado de ir a Lisboa expor a situação ao rei de Portugal. Este, ao saber dos acontecimentos, não aceitou a atitude dos revoltosos: ordenou a prisão de Tomás Beckman e enviou ao Maranhão um novo governador, Gomes Freire de Andrade, que, ali chegando, em 1685, mandou enforcar Manuel Beckman e outros líderes do movimento.
·      A pecuária e a expansão territorial
A pecuária promoveu a ocupação e integração econômica das áreas das caatingas do nordeste e das campinas do sul, que não eram apropriadas à agricultura exportadora.
Ela foi considerada uma atividade singular na colônia porque, ao contrário das atividades principais, voltadas para a exportação, a pecuária tinha como finalidade básica atender ao mercado interno, e seus lucros ficavam na colônia
·      A pecuária nordestina e a sulina
A pecuária nordestina avançava em direção ao sertão, seguindo, geralmente, o curso dos rios; tinha, no início, a finalidade de abastecer a área açucareira com carne e força motriz. Com o desenvolvimento da mineração, passou a atender também a demandas das áreas mineradoras. Começou a declinar em meados do século XVIII, devido à concorrência de Minas Gerais, que passou a abastecer as zonas mineradoras; no final do século, sofreu o golpe final provocado pelas secas.
A pecuária sulina desenvolveu-se nas vastas campinas do atual estado do Rio Grande do Sul, tendo sido a única atividade econômica da região no período colonial. O trabalho era feito nas estâncias por capatazes e peões (na maioria brancos, índios e mestiços assalariados) e, em geral, era administrado pelo próprio dono da estância e sua família. Até fins do século XVIII, antes de surgir a indústria do charque, apenas o couro era aproveitado, pois não havia quem consumisse carne. Além do gado bovino, havia a criação de cavalos e, principalmente, mulas (muares), que eram exportadas para a região de Minas Gerais
Fontes:
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 2, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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