segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ANTIGO REGIME E ABSOLUTISMO - HISTÓRIA 2° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     2° Ano
Disciplina:   História  -  2017

ANTIGO REGIME

  • A expressão “Antigo Regime”
A expressão Antigo Regime teria sido usada inicialmente entre os revolucionários franceses, no século XVIII, para se referir ao sistema político e social contra o qual se insurgiu a Revolução Francesa.
Atualmente, ela é utilizada por grande parte dos historiadores para designar um conjunto básico de elementos e instituições que predominaram em diversos países europeus entre os séculos XVI e XVIII e que acabaram sendo modificados ou eliminados após processos revolucionários específicos de cada país.
  • Atividades da população rural
Além das pessoas que trabalhavam direto na agricultura e na pecuária, numerosa parcela dessa população era composta de comerciantes e artífices que exerciam os mais variados ofícios, como: ferreiro metalúrgico, carpinteiro, ceramista, armeiro, moleiro, mineiro, seleiro. Havia ainda os trabalhadores das pedreiras, da construção civil, os construtores de carroças e carruagens etc. Muitos eram proprietários ou arrendatários que exploravam o trabalho dos camponeses.
  • As cidades no Antigo Regime
As cidades eram, predominantemente, centros de comércio permanente ou temporário (feiras), e considerável parcela de sua população pertencia à burguesia comercial, do pequeno mercador ao grande negociante que comercializava com diferentes regiões do mundo; por esses motivos, em geral, nas grandes cidades se localizavam portos importantes.
  • Estamentos da sociedade do Antigo Regime
A sociedade do Antigo Regime dividia-se em três estamentos (ordens ou estados): clero, nobreza e terceiro estado. Ao clero competia praticar o ofício religioso, para conduzir os fiéis à salvação eterna; a nobreza devia garantir a defesa militar da sociedade; e ao terceiro estado cabia trabalhar para o sustento da sociedade. O clero tinha o direito de ser alimentado e defendido; a nobreza contava com as orações e com o trabalho de outros; e o terceiro estado tinha o direito de receber orações e segurança. O clero e a nobreza formavam o grupo dirigente e detentor dos privilégios: eram dispensados dos trabalhos, não pagavam impostos, eram julgados por tribunais especiais e ocupavam os cargos mais elevados do Estado. O terceiro estado era excluído das decisões políticas, não desfrutava de  privilégios e, além de trabalhar, devia pagar tributos.
  • Conseqüências da divisão em estamentos
A divisão em estamentos criou uma sociedade caracterizada pela desigualdade entre as pessoas, havendo poucos meios de acesso de um estamento a outro; uma das possibilidades era o ingresso de membros do terceiro estado no clero. A desigualdade estava presente em, praticamente, todos os aspectos da vida cotidiana (vestuário, alimentação, diversas atividades culturais), marcados pelos contrastes entre suntuosidade e fartura dos ricos e simplicidade e carência dos pobres.
  • Absolutismo
O absolutismo monárquico resultou do fortalecimento dos governos das monarquias nacionais e significativa a concentração de toda autoridade e poder na figura do rei, que se tornou a fonte suprema dos poderes do Estado.
  • O Rei
A “fonte” da autoridade do rei era Deus. Fazendo uma comparação do Estado com o Corpo Humano, o rei era a cabeça, à qual competia deliberar e resolver; os demais membros da sociedade formavam o corpo, que devia obedecer e executar as ordens recebidas.
  • Hobbes – o poder absoluto como condição necessária para a paz e o progresso
O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) escreveu o livro Leviatã (1651), em que compara o Estado a um monstro poderoso, criado para acabar com a desordem e a insegurança da sociedade. Segundo Hobbes, nas sociedades primitivas, “o homem era o lobo do próprio homem”. Isso quer dizer que as pessoas viviam em constantes guerras e matanças entre si, cada qual lutando pela sua sobrevivência e olhando para seus interesses individuais. Só havia uma solução para esses conflitos: estabelecer um “contrato social”, no qual cada um deveria renunciar à sua liberdade em favor de um governo absoluto, capaz de garantir a ordem, a direção e a segurança no convívio social. Assim, Hobbes justificava o poder absoluto do governante como condição necessária à paz e ao progresso da sociedade. O poder do Estado nasceria desse “contrato social”, acordo no qual a vontade de quem governasse (uma pessoa ou uma assembleia) passaria a valer como vontade de todos. Buscar  o bem-estar do povo seria o dever básico do titular do poder político.

  • Bossuet  - o poder absoluto do rei como direito divino
O bispo francês Jacques Bossuet (1627-1704), contemporâneo de Luís XIV e grande defensor da monarquia absolutista e cristã, dizia que o rei era predestinado por Deus para governar. Assim, seu poder, sendo de origem divina, só podia ser absoluto. Por isso, o rei estava acima de todos os súditos e não precisava justificar a ninguém suas atitudes e ordens- somente Deus poderia julgá-las. Mas era natural ao “bom” rei usar seu poder para a felicidade geral do povo. É de Bossuet a frase “Um rei, uma fé, uma lei”, que se tornou uma espécie de lima das monarquias absolutistas

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

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