Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2° Ano
Disciplina: História
- 2017
ANTIGO REGIME
- A expressão “Antigo Regime”
A expressão Antigo Regime teria sido usada inicialmente
entre os revolucionários franceses, no século XVIII, para se referir ao sistema
político e social contra o qual se insurgiu a Revolução Francesa.
Atualmente, ela é utilizada por grande parte dos
historiadores para designar um conjunto básico de elementos e instituições que
predominaram em diversos países europeus entre os séculos XVI e XVIII e que
acabaram sendo modificados ou eliminados após processos revolucionários
específicos de cada país.
- Atividades da população rural
Além das pessoas que trabalhavam direto na agricultura e na
pecuária, numerosa parcela dessa população era composta de comerciantes e
artífices que exerciam os mais variados ofícios, como: ferreiro metalúrgico,
carpinteiro, ceramista, armeiro, moleiro, mineiro, seleiro. Havia ainda os
trabalhadores das pedreiras, da construção civil, os construtores de carroças e
carruagens etc. Muitos eram proprietários ou arrendatários que exploravam o
trabalho dos camponeses.
- As cidades no Antigo Regime
As cidades eram, predominantemente, centros de comércio
permanente ou temporário (feiras), e considerável parcela de sua população
pertencia à burguesia comercial, do pequeno mercador ao grande negociante que
comercializava com diferentes regiões do mundo; por esses motivos, em geral,
nas grandes cidades se localizavam portos importantes.
- Estamentos da sociedade do Antigo Regime
A sociedade do Antigo Regime dividia-se em três estamentos
(ordens ou estados): clero, nobreza e terceiro estado. Ao clero competia
praticar o ofício religioso, para conduzir os fiéis à salvação eterna; a nobreza
devia garantir a defesa militar da sociedade; e ao terceiro estado cabia
trabalhar para o sustento da sociedade. O clero tinha o direito de ser
alimentado e defendido; a nobreza contava com as orações e com o trabalho de
outros; e o terceiro estado tinha o direito de receber orações e segurança. O
clero e a nobreza formavam o grupo dirigente e detentor dos privilégios: eram
dispensados dos trabalhos, não pagavam impostos, eram julgados por tribunais
especiais e ocupavam os cargos mais elevados do Estado. O terceiro estado era
excluído das decisões políticas, não desfrutava de privilégios e, além de trabalhar, devia pagar
tributos.
- Conseqüências da divisão em estamentos
A divisão em estamentos criou uma sociedade caracterizada
pela desigualdade entre as pessoas, havendo poucos meios de acesso de um
estamento a outro; uma das possibilidades era o ingresso de membros do terceiro
estado no clero. A desigualdade estava presente em, praticamente, todos os
aspectos da vida cotidiana (vestuário, alimentação, diversas atividades
culturais), marcados pelos contrastes entre suntuosidade e fartura dos ricos e
simplicidade e carência dos pobres.
- Absolutismo
O absolutismo monárquico resultou do fortalecimento dos
governos das monarquias nacionais e significativa a concentração de toda
autoridade e poder na figura do rei, que se tornou a fonte suprema dos poderes
do Estado.
- O Rei
A “fonte” da autoridade do rei era Deus. Fazendo uma
comparação do Estado com o Corpo Humano, o rei era a cabeça, à qual competia
deliberar e resolver; os demais membros da sociedade formavam o corpo, que
devia obedecer e executar as ordens recebidas.
- Hobbes – o poder absoluto como condição
necessária para a paz e o progresso
O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) escreveu o
livro Leviatã (1651), em que compara o Estado a um monstro poderoso, criado
para acabar com a desordem e a insegurança da sociedade. Segundo Hobbes, nas
sociedades primitivas, “o homem era o lobo do próprio homem”. Isso quer dizer
que as pessoas viviam em constantes guerras e matanças entre si, cada qual
lutando pela sua sobrevivência e olhando para seus interesses individuais. Só
havia uma solução para esses conflitos: estabelecer um “contrato social”, no
qual cada um deveria renunciar à sua liberdade em favor de um governo absoluto,
capaz de garantir a ordem, a direção e a segurança no convívio social. Assim,
Hobbes justificava o poder absoluto do governante como condição necessária à
paz e ao progresso da sociedade. O poder do Estado nasceria desse “contrato
social”, acordo no qual a vontade de quem governasse (uma pessoa ou uma
assembleia) passaria a valer como vontade de todos. Buscar o bem-estar do povo seria o dever básico do
titular do poder político.
- Bossuet
- o poder absoluto do rei como direito divino
O bispo francês Jacques Bossuet (1627-1704), contemporâneo
de Luís XIV e grande defensor da monarquia absolutista e cristã, dizia que o
rei era predestinado por Deus para governar. Assim, seu poder, sendo de origem
divina, só podia ser absoluto. Por isso, o rei estava acima de todos os súditos
e não precisava justificar a ninguém suas atitudes e ordens- somente Deus
poderia julgá-las. Mas era natural ao “bom” rei usar seu poder para a
felicidade geral do povo. É de Bossuet a frase “Um rei, uma fé, uma lei”, que se
tornou uma espécie de lima das monarquias absolutistas
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global - Brasil e Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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