Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Sociologia
- 2017
POSITIVISMO
E SOCIEDADE
POSITIVISMO
·
Conceito
O positivismo é uma corrente
filosófica que surgiu na França no começo do século XIX. Os principais
idealizadores do positivismo foram os pensadores Auguste
Comte e John Stuart Mill. Esta escola filosófica ganhou
força na Europa na segunda metade do século XIX e começo do XX. É um conceito que
possui distintos significados, englobando tanto perspectivas filosóficas e científicas
do século XIX quanto outras do século XX.
O positivismo defende a ideia de que o
conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim
sendo, desconsideram-se todas as outras formas do conhecimento humano que não
possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado
pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísico
caracterizado por crendices e vãs superstições.
Para os positivistas o progresso da humanidade depende única e exclusivamente
dos avanços científicos, único meio capaz de transformar a sociedade e o
planeta Terra no paraíso que as gerações anteriores colocavam no mundo
além-túmulo.
·
Augusto Comte
Augusto Comte (1798-1857), foi ele quem
criou o termo “sociologia” a partir da organização do Curso de Filosofia
Positiva em 1839.
Comte pretendia fazer uma síntese da
produção científica, ou seja, verificar aquilo que havia sido acumulado em termos
de conhecimento bem como os métodos das ciências já existentes, como os da
Matemática, da Física e da Biologia. Ele queria saber se os métodos utilizados
nessas ciências, os quais já haviam alcançado um status de positivo, poderiam
ser utilizados na física social, denominada, por ele de Sociologia.
Este pensador era de uma linha
positivista, o que quer dizer que acreditava na superioridade da ciência e no
seu poder de explicação dos fenômenos de maneira desprendida da religiosidade,
como era comum se pensar naquela época. Como positivista ele acreditava que a
Ciência deveria ser utilizada para organizar a ordem social. Na visão dele,
naquela época, a sociedade estava em desordem, orientada pelo caos. Devemos
considerar que Comte vislumbrava o mundo moderno que surgia, isto é, científico
e industrial, e a crise gerada por uma anarquia moral e política quando da
transição do sistema feudal (baseado nas atividades agrárias, na hierarquia, no
patriarcalismo) para o sistema capitalista (baseado na indústria, no comércio,
na urbanização, na exploração do trabalhador). Era essa positividade (instaurar
a disciplina e a ordem) que ele queria para a Sociologia.
Ele queria que a Sociologia estudasse de
forma aprofundada os movimentos das sociedades no passado para se entender o
presente e, inclusive, para imaginar o futuro da sociedade.
Comte via a consolidação do sistema
capitalista como sendo algo necessário ao desenvolvimento das sociedades. Esse
novo sistema, bem como o abandono da Teologia para explicação do mundo seriam
parte do progresso das civilizações. Já os problemas sociais ou desordens que
surgiam eram considerados obstáculos que deveriam ser resolvidos para que o
curso do progresso pudesse continuar.
Portanto, a Sociologia se colocaria, na
visão deste autor, como uma ciência para solucionar a crise das sociedades
daquela época. Mas Comte não chegou a viabilizar a sua aplicação. Seu trabalho
apenas iniciou uma discussão que deveria ser continuada, a fim de que a
Sociologia viesse a alcançar um estágio de maturidade e aplicabilidade.
SOCIEDADE
·
Sociedade
A definição mais geral de sociedade pode
ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente
padronizadas. Assim, e sem contradição com a definição anterior, sociedade
é um sistema de símbolos, valores e normas, como também é um sistema de
posições e papéis.
Uma sociedade é uma rede de
relacionamentos sociais, podendo ser ainda um sistema institucional, por
exemplo, sociedade anônima, sociedade civil, sociedade artística etc. A origem
da palavra sociedade vem do latim societas, que significa associação amistosa
com outros.
O termo sociedade é comumente usado para
o coletivo de cidadãos de um país, governados por instituições nacionais que
aspiram ao bem-estar dessa coletividade. Todavia, a sociedade não é um mero
conjunto de indivíduos vivendo juntos em um determinado lugar, é também a
existência de uma organização social, de instituições e leis que regem a vida
dos indivíduos e suas relações mútuas. Há também alguns pensadores cujo debate
insiste em reforçar a oposição entre indivíduo e sociedade, reduzindo, com
frequência, ao conflito entre o genético e o social ou cultural.
Para Émile Durkheim, o homem é coagido a
seguir determinadas regras em cada sociedade, o qual chamou de fatos sociais,
que são regras exteriores e anteriores ao indivíduo e que controlam sua ação
perante aos outros membros da sociedade. Fato social é a coerção do indivíduo,
constrangido a seguir normas sociais que lhe são impostas desde seu nascimento
e que não tem poder para modificar.
Em outras palavras, a sociedade é que
controla as ações individuais, o individuo aprende a seguir normas que lhe
são exteriores (não foram criadas por ele), apesar de ser autônomo em suas
escolhas; porém essas escolhas estão dentro dos limites que a sociedade impõe,
pois caso o indivíduo ultrapasse as fronteiras impostas será punido socialmente.
Contato
social
O contato social é a base da vida social.
É o primeiro passo para que ocorra qualquer associação humana. Podemos
considerar que existem dois tipos de contatos sociais: primários e secundários.
Os contatos sociais primários são os contatos pessoais, diretos e que têm forte
base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências
individuais. Temos como exemplo os familiares, os de vizinhança, as relações
sociais na escola, no clube. Já os contatos sociais secundários são impessoais,
calculados, formais, um meio para atingir determinado fim. Como no caso do
passageiro com o cobrador de ônibus, apenas para pagar a passagem; o cliente
com o caixa do banco, para descontar um cheque.
É importante destacar que com a
industrialização e a urbanização diminuíram os contatos primários, pois a
cidade é a área em que há mais grupos nos quais predominam os contatos
secundários.
As relações humanas nas grandes cidades podem ser mais fragmentadas e
impessoais caracterizando uma tendência ao individualismo.
·
Socialização
Todo indivíduo é, em parte, produto de
duas espécies distintas de transmissão, uma hereditária e outra social. A
primeira age através do mecanismo dos genes, cromossomos, e da reprodução
humana – refere-se ao plano geral da realidade designado como biológico e
estudado por um ramos especial da ciência biológica chamado “Genética”. O
segundo funciona por intermédio do mecanismo do hábito, da educação e da
comunicação simbólica – refere-se ao nível da realidade designado como
sociocultural, e é tratado por outro ramo da Ciência Social que pode ser
chamado de Estudo da Socialização.
Entretanto, a complexidade do assunto vai
mais além. Não somente o indivíduo é um produto desses dois processos dinâmicos
de transmissão, como também dos vários e diferentes tipos de ambiente. Nem a
transmissão genética, nem a comunicativa podem ocorrer num homem que não
disponha de um meio geográfico, biológico, cultural e interpessoal.
Pelo exposto podemos afirmar que a
socialização é um processo pelo qual os seres humanos passam ao viverem em
sociedade, pois a vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem
necessita de seus semelhantes para sobreviver, perpetuar a espécie e também
para se realizar plenamente como pessoa.
·
Convívio social, isolamento e atitudes:
Considerando-se que no convívio social o
compartilhamento entre indivíduos se dá pelos contatos sociais, podemos dizer
da importância dessa interação entre indivíduos para a perpetuação da espécie
humana.
E a maneira mais rápida de verificar o
significado e a natureza do contato social consiste na observação da ausência
de tal contato.
O Isolamento social caracteriza-se pela
ausência de contatos sociais. Existem mecanismos que reforçam o isolamento
social e entre eles estão as atitudes de ordem social e as atitudes de ordem
individual.
As atitudes de ordem social envolvem os
vários tipos de preconceitos, como de cor, de sexo, de religião etc. As
atitudes de ordem individual que reforçam o isolamento dizem respeito à ação do
próprio indivíduo como, por exemplo, a timidez, o confinamento solitário por
devoção a alguma religião, o exercício de uma profissão solitária, anonimato
urbano sem amizades, abandono voluntário da companhia humana, entre outros.
·
Comunidade
Costuma-se definir comunidade por meio de
quatro características principais:
- Nitidez: são os limites territoriais da
comunidade, ou seja, onde ela começa e onde termina do ponto de vista
espacial-geográfico;
- Pequenez: a comunidade é uma unidade de
pequenas dimensões, limitando-se quase sempre a uma aldeia ou conjunto de
aldeias;
- Homogeneidade: as atividades
desenvolvidas por pessoas de mesmo sexo e faixa de idade, assim como seu estado
de espírito são muito parecidos entre si; o modo de vida de uma geração é
semelhante ao da precedente;
- Relações pessoais: em uma comunidade,
as pessoas se relacionam por meio de vínculos pessoais, diretos e geralmente de
caráter afetivo ou emocional.
Ao mesmo tempo, a pequena comunidade
cultiva uma forma de vida que acompanha seus membros do berço ao túmulo. A
proximidade física entre as pessoas, que a vida em pequenas comunidades
proporciona, permite vínculos mais significativos entre elas e, portanto, um
maior sentimento de solidariedade.
Recentemente, o conceito de comunidade
sofreu algumas transformações. Nas grandes cidades de todo o mundo assiste-se
hoje à formação de tribos urbanas como os punks, os surfistas, os rappers, as
gangues de periferia. São microgrupos cujos membros não têm outro objetivo
senão o de estarem juntos. Ao lado deles surgem também grupos formados pelo
contato virtual proporcionado por redes de computadores como a Internet. A
esses grupos tem-se aplicado – de uma forma talvez pouco apropriada – a
expressão “comunidades virtuais.”
Nessas novas “comunidades” ocorre a
inversão do processo de formação dos laços de afinidade social. Nas relações
sociais tradicionais, quando conhecemos uma pessoa pela primeira vez, o
encontro se dá, fisicamente, no “mundo real”. A partir desse contato inicial, e
à medida que vamos aprofundando o conhecimento, trocamos informações,
identificamos pontos de vista comuns, criamos laços de afinidade.
Nas comunidades virtuais e nas redes
sociais, cuja comunicação é eletrônica, o processo é inverso. As primeiras
interações são realizadas a partir de interesses comuns, previamente
determinados. O encontro pessoal poderás se realizar no futuro, mas ele não é
fundamental para o funcionamento da interatividade. Isso se torna evidente nos
grupos de conversação da internet, quando pessoas entram em contato para
discutir futebol, filosofia, música e outros temas sem nunca se terem visto ou
pretenderem se encontrar. As tribos eletrônicas, que se formam no coração do
ciberespaço, são expoentes da era tecnológica, que está promovendo o casamento
entre a informática e as novas formas de sociabilidade pós-modernas. A presença
física deixa de ser, assim, uma das pré-condições para a realização do contato.
Fonte
Bibliográfica:
BOMENY,
Helena... [et ali] (coordenação), Tempos modernos, tempos de sociologia: ensino
médio, volume único, 2. ed. São Paulo: Editora do Brasil, 2013.
COTRIM,
Gilberto, Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013.
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