segunda-feira, 4 de setembro de 2017

DEMOCRACIA ATENIENSE - FILOSOFIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Filosofia – 2017

Democracia ateniense e os Sofistas
·        O surgimento da democracia ateniense
Até meados do século VIII a.C., Atenas havia vivido sob o regime monárquico, mas o poder do rei foi passando aos poucos para as mãos dos arcontes, representantes da aristocracia ateniense (ou eupátridas), que comandavam o governo da cidade.
Entre os séculos VII e VI a.C., diversas reformas – promovidas sucessivamente por Drácon, Sólon e Clístenes – foram criando uma nova forma de governar, que se guiava basicamente pelo princípio da isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis. Nascia, assim, a democracia ateniense.
·        Diferenças entre as democracias atuais e a antiga democracia ateniense
Apenas uma pequena parte da população masculina adulta era reconhecida como cidadão em Atenas. Além disso, tratava-se de uma sociedade escravista – escravos, mulheres e jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos. Nem mesmo os estrangeiros (os metecos, pessoas não nascidas em Atenas), que residiam em grande número na cidade, podiam participar da vida democrática.
A democracia Ateniense era uma democracia direta, isto é, cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à palavra.
Já a maioria dos sistemas democráticos atuais é representativa, ou seja, o cidadão elege os políticos (prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo nos diferentes órgãos da administração.
·        A cultura da palavra e da razão
Com as discussões em praça pública (ágora), propiciando a participação de um número maior de habitantes na discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição democrática ateniense favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.
·        A preocupação dos sofistas
A grande preocupação do período que se inicia com os sofistas, diferente do período pré-socrático, foi a busca de explicações racionais para o próprio ser humano, suas capacidades, sua natureza, sua essência, bem como para as relações do indivíduo com a sociedade.
·        Os sofistas
Os sofistas eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Suas lições visavam principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do poder de argumentação, da habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no âmbito público como no privado. Seu surgimento foi favorecido pelo momento histórico vivido pela civilização grega, uma época de muitas lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas.
·        Heróis ou vilões?
O termo sofista teve originalmente um significado positivo. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de “enganador” ou “impostor”, devido sobretudo às críticas de Platão.
Desde então, considerou-se a sofística (ou arte dos sofistas) apenas uma atitude viciosa do espírito, uma arte de manipular raciocínios, produzir o falso, iludir os ouvintes, sem nenhum amor pela verdade. Os sofistas pareciam não buscar a aletheia (verdade); contentavam-se com pseudos (o falso).
                  Entretanto, abordagens mais recentes sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de suas teses fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a sociedade e a compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um único sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.
·        Protágoras de Abdera
Nascido em Abdera (a mesma cidade natal de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas.
Protágoras afirmava que o mundo é aquilo que cada indivíduo ou grupo social consegue perceber que é. A realidade é relativa a cada um (indivíduo, grupo social, cultural), ou seja, depende de suas disposições, concepções, modos de viver. Desse modo, o mundo é como os seres humanos o interpretam, constroem ou destroem.
A filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa será verdadeira se para mim parecer verdadeira, mas falsa para outro que a veja como falsa. Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa e verdadeira ao mesmo tempo, dependendo da ótica de cada um.
·        Górgias de Leontini
Górgias de Leontini (487-380 a.C). foi um dos grandes oradores da Grécia. Ele afirmava que um bom orador é capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Ele afirmava que:
a)      O ser não existe;
b)      Se existisse, não poderia ser conhecido;

c)      Mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.

Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.