Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Filosofia –
2017
Democracia
ateniense e os Sofistas
·
O surgimento da democracia ateniense
Até meados do século VIII a.C., Atenas
havia vivido sob o regime monárquico, mas o poder do rei foi passando aos
poucos para as mãos dos arcontes, representantes da aristocracia ateniense (ou
eupátridas), que comandavam o governo da cidade.
Entre os séculos VII e VI a.C., diversas
reformas – promovidas sucessivamente por Drácon, Sólon e Clístenes – foram
criando uma nova forma de governar, que se guiava basicamente pelo princípio da
isonomia, isto é, de que todos os cidadãos têm o mesmo direito perante as leis.
Nascia, assim, a democracia ateniense.
·
Diferenças entre as democracias atuais e
a antiga democracia ateniense
Apenas uma pequena parte da população
masculina adulta era reconhecida como cidadão em Atenas. Além disso, tratava-se
de uma sociedade escravista – escravos, mulheres e jovens menores de 21 anos
não tinham direitos políticos. Nem mesmo os estrangeiros (os metecos, pessoas
não nascidas em Atenas), que residiam em grande número na cidade, podiam
participar da vida democrática.
A democracia Ateniense era uma democracia
direta, isto é, cada cidadão tinha não apenas direito ao voto, mas também à
palavra.
Já a maioria dos sistemas democráticos
atuais é representativa, ou seja, o cidadão elege os políticos (prefeitos,
governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo
nos diferentes órgãos da administração.
·
A cultura da palavra e da razão
Com as discussões em praça pública
(ágora), propiciando a participação de um número maior de habitantes na
discussão sobre temas práticos e públicos, a instituição democrática ateniense
favoreceu também o desenvolvimento de uma cultura que valorizava o uso da
palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos cidadãos
tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse contexto que apareceram
os sofistas e Sócrates.
·
A preocupação dos sofistas
A grande preocupação do período que se
inicia com os sofistas, diferente do período pré-socrático, foi a busca de
explicações racionais para o próprio ser humano, suas capacidades, sua
natureza, sua essência, bem como para as relações do indivíduo com a sociedade.
·
Os sofistas
Os sofistas eram professores viajantes
que vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Suas lições visavam
principalmente o desenvolvimento, nos alunos, do poder de argumentação, da
habilidade retórica, da arte de convencer, tanto no âmbito público como no
privado. Seu surgimento foi favorecido pelo momento histórico vivido pela
civilização grega, uma época de muitas lutas políticas e intenso conflito de
opiniões nas assembleias democráticas.
·
Heróis ou vilões?
O termo sofista teve originalmente um
significado positivo. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de
“enganador” ou “impostor”, devido sobretudo às críticas de Platão.
Desde então, considerou-se a sofística
(ou arte dos sofistas) apenas uma atitude viciosa do espírito, uma arte de
manipular raciocínios, produzir o falso, iludir os ouvintes, sem nenhum amor
pela verdade. Os sofistas pareciam não buscar a aletheia (verdade);
contentavam-se com pseudos (o falso).
Entretanto, abordagens mais
recentes sobre a atuação dos sofistas procuram mostrar que o relativismo de
suas teses fundamenta-se em uma concepção flexível sobre os seres humanos, a
sociedade e a compreensão do real, e esta não pode, portanto, ser reduzida a um
único sistema. Assim, não existiriam valores absolutos ou verdades absolutas.
·
Protágoras de Abdera
Nascido em Abdera (a mesma cidade natal
de Demócrito), Protágoras (480-410 a.C.) é considerado o primeiro e um dos mais
importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio
básico de sua doutrina a ideia de que o homem
é a medida de todas as coisas.
Protágoras afirmava que o mundo é aquilo
que cada indivíduo ou grupo social consegue perceber que é. A realidade é
relativa a cada um (indivíduo, grupo social, cultural), ou seja, depende de
suas disposições, concepções, modos de viver. Desse modo, o mundo é como os
seres humanos o interpretam, constroem ou destroem.
A filosofia de Protágoras sofreu críticas
em seu tempo por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa será verdadeira
se para mim parecer verdadeira, mas falsa para outro que a veja como falsa.
Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa e verdadeira ao mesmo
tempo, dependendo da ótica de cada um.
·
Górgias de Leontini
Górgias de Leontini (487-380 a.C). foi um
dos grandes oradores da Grécia. Ele afirmava que um bom orador é capaz de
convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Ele afirmava que:
a) O ser não existe;
b) Se existisse, não poderia ser conhecido;
c) Mesmo que fosse conhecido, não poderia
ser comunicado a ninguém.
COTRIM,
Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.